O amor de mãe pode ser terno, reconfortante e duradouro. A poetisa Lola Ridge descreveu isso muito bem, em seu poema intitulado “Mãe”: “Teu amor era como o luar / transformando asperezas em beleza…”
Contudo, por mais forte que o amor de uma mãe possa ser, o relacionamento tem seus limites. Muitas pessoas não conheceram a própria mãe. Outros têm a mãe por perto, mas o convívio não é harmonioso. E o que acontece quando nossa mãe falece? Tudo isso pode nos fazer pensar que o amor de mãe é, em última análise, variável e fugaz.
A Bíblia Sagrada utiliza a imagem da maternidade como símbolo do quanto Deus ama e cuida de Seus filhos. No livro de Isaías, Deus diz: “Como alguém a quem sua mãe consola, assim eu vos consolarei…” (66:13). Mas as Escrituras estabelecem que o amor de Deus é verdadeiramente infinito, uma fonte ininterrupta de afeto que nunca se esgota, diferente do afeto que pode ou não vir de uma pessoa.
A primeira epístola de João diz que Deus é o próprio Amor (ver 4:8). Que ideia maravilhosa! O Criador do universo é o Amor. Por isso, Deus não tem um pingo de ódio, raiva, indelicadeza, apatia, descontentamento. Como nosso Pai-Mãe, Deus é o Progenitor ideal — eterno e inteiramente bom.
No livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy define “Mãe” como “Deus; o Princípio divino e eterno; a Vida, a Verdade e o Amor” (p. 592).
Como filhos de Deus, também somos eternos e bons, para sempre espirituais — sempre unidos a nosso divino Pai-Mãe. É por isso que mães humanas conseguem expressar um amor tão reconfortante. Na verdade, a única coisa que cada um de nós pode fazer é expressar o amor de Deus.
Que alegria é saber que recebemos diretamente de Deus todo o amor de que necessitamos! A Ciência Cristã ressalta que, quando sentimos o amor espiritual, este vem de nosso divino Pai-Mãe. É a maternidade de Deus se expressando. É um sinal da grandeza e completude do Amor divino preenchendo todo o espaço, sempre conosco, cuidando de nós.
Somente quando deixamos o conceito imperfeito e material de amor é que conseguimos ver como Deus está Se expressando em nossa vida. Vivenciei isso em minha prática da Ciência Cristã.
Durante minha infância e juventude, havia algumas situações na família pelas quais minha avó e eu não tínhamos um relacionamento muito chegado, apesar de estarmos frequentemente juntas. Em certa ocasião, eu iria passar alguns dias em sua casa e estaríamos ali só nós duas.
Eu estava nervosa por conta dessa viagem. Mas, com o estudo da Bíblia e de Ciência e Saúde, eu sabia que havia uma maneira mais elevada de pensar sobre minha avó e eu. Durante a viagem de seis horas até sua casa, me volvi a Deus para entender melhor essa perspectiva espiritual.
Na oração, ouvi a mensagem de que meu único papel é amar. Isso foi tão forte e claro que, pela maior parte da viagem, fiquei só absorvendo essa mensagem. Fiquei tão focada em amar com aquele amor puro e espiritual que vê apenas a bondade de Deus sendo expressa, que meus temores sobre o relacionamento com minha avó não fizeram mais parte de meu pensar. Haviam desaparecido.
Daquele momento em diante, senti um profundo afeto e reciprocidade em nosso relacionamento, e esse sentimento ficou comigo. As memórias ruins, que anteriormente haviam criado uma divisão entre nós, deixaram de parecer fortes e relevantes. Sei que estávamos percebendo mais como o Amor divino nos ama.
É muito reconfortante saber que nosso divino Pai-Mãe ama cada um de nós de maneira pura, e isso inclui aquelas pessoas queridas que chamamos de mãe. Esse amor jamais está fora de nosso alcance. A qualquer momento, podemos aceitar, com gratidão, uma porção maior da bondade que Deus está nos dando. Usufruindo o livre fluxo das bênçãos de Deus, podemos deixar quaisquer “asperezas” em nossa vida se transformarem em beleza.