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Original para a Internet

Toma posse da inspiração

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 30 de janeiro de 2025


Certa vez, mencionei a um amigo bastante experiente no estudo espiritual que eu já havia concluído a leitura da Lição Bíblica semanal do Livrete Trimestral da Ciência Cristã. Ele respondeu: “É mesmo? Eu ainda estou na primeira seção!”

Existe a tentação de desfrutar dos conceitos espirituais, que estão na Bíblia e nos escritos de Mary Baker Eddy, apenas durante a leitura e depois deixá-los escapar de nosso pensamento. Meu amigo, porém, estivera estudando em profundidade e absorvendo aquelas verdades — assimilando-as de tal maneira que passassem a integrar sua maneira de pensar.

Quando o sol nasce, pela manhã, a maioria de nós abre as cortinas e deixa entrar a gloriosa luz. É agradável vê-la. Mas abrir a porta e ir aquecer-se sob o sol por alguns minutos traz ainda mais satisfação.

Essa analogia se aplica à necessidade que temos da luz da Verdade. Na quietude que nos permite absorver a inspiração que provém de Deus, podemos captar e compreender — não apenas observar — a plenitude do amor de Deus por Sua preciosa criação. E apesar de não ser possível levarmos conosco a luz do sol para aquecer outra pessoa, a inspiração celestial que absorvemos nos habilita a abençoar outros, também.

Talvez por isso, certa vez, eu tenha ficado tão impressionada com a história bíblica de Eliseu e o machado perdido (ver 2 Reis 6:1–7). Eliseu estava ajudando alguns amigos na construção de uma casa, quando um deles deixou cair no rio o machado que usava. Eliseu certamente orou e compreendeu que o amor abundante de Deus supre todas as necessidades, pois o machado de ferro flutuou de volta à superfície! Talvez por ser isso algo oposto às leis da física, o companheiro nem se mexeu. Eliseu teve de ordenar: “Levanta-o”, para que o homem pegasse o machado.

Por que foi importante que o relato bíblico tenha incluído esse detalhe? É possível que o amigo de Eliseu estivesse tão surpreso, ou temeroso, ou perplexo, que ficara ali, parado, olhando boquiaberto para o machado, em vez de pegá-lo e continuar trabalhando. Eliseu precisou lhe dizer que pegasse o machado. Quando temos um lampejo de inspiração, será que simplesmente ficamos ali, parados, e deixamos que esse novo e mais profundo conceito siga flutuando e se afaste de nós? Ou estendemos mentalmente a mão e o apanhamos — tomamos posse dele e começamos a aplicá-lo na prática, daquele momento em diante?

Em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, a Sra. Eddy nos dá esta instrução: “Tomai a Ciência divina. Lede este livro do começo ao fim. Estudai-o, ponderai-o” (p. 559). De acordo com o dicionário, ponderar é “avaliar no pensamento”, “observar com reflexão”. E estudar é “aplicar o pensamento; ler e examinar com o propósito de aprender e compreender” (Noah Webster, American Dictionary of the English Language 1828 [Dicionário americano da língua inglesa de 1828]). Essa recomendação de Ciência e Saúde, em meu entender, é outra forma de dizer: “Levanta-o”, ou seja, dedique tempo necessário a aprofundar a nova inspiração, permitindo que ela crie raiz em seu pensamento e se expresse em suas ações.

Em seu sermão A ideia que os homens têm de Deus, a Sra. Eddy diz: “As batidas do nosso coração podem ser ouvidas; porém não são ouvidos o pulsar e a agonia incessantes do pensamento, quando este muda dos pontos de vista materiais para os espirituais” (p. 1). A inspiração vinda de alguma leitura, não deve ficar parada, restrita a uma página. A disciplina de examinar mais de perto essa nova verdade traz ao coração a luz da inspiração e nos permite captá-la e aplicá-la, em vez de apenas notá-la.

Há um belo relato em Ciência e Saúde, no capítulo “Frutos da Ciência Cristã”, que ilustra essa ideia de ponderar. O testemunhante nos conta que leu em Ciência e Saúde uma passagem sobre não apenas acreditar em Deus, mas compreendê-Lo. Ele diz: “Percebi que tinha de obter a compreensão correta a respeito de Deus! Fechei o livro e, com o pensamento em oração, esperei ansiosamente alguma resposta. Não sei quanto tempo esperei mas, de repente, como um maravilhoso facho de luz depois de uma tempestade, veio-me claramente este pensamento: ‘Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus’. Contive a respiração e, nas profundezas de meu pensamento faminto, entendi o significado infinito daquele ‘Eu’. Toda presunção, todo egotismo, todo amor ao ego, tudo o que constitui o ‘eu’ mortal desapareceu, envergonhado” (pp. 665–666).

Muitas vezes, o dia a dia dificulta o cultivo da quietude interior, tão necessária para assimilarmos uma nova ideia. Permitimos que as pressões do trabalho, as distrações e a falta de comprometimento nos impeçam de ficar com o pensamento em oração, esperando, com desejo sincero, que uma verdade ou conceito espiritual venha com clareza a nosso pensamento. Naqueles momentos em que tarefas, e-mails, responsabilidades, parecem não permitir que ponderemos em quietude uma nova percepção, é útil atentar às palavras de Eliseu: “Levanta-o”. Desperte o pensamento e reconheça a necessidade de passar mais alguns minutos em escuta serena, ponderando a inspiração de determinada passagem. Não deixe que ela flutue para longe, para talvez ser recuperada em algum momento, mais tarde.

Talvez seja preciso ter disciplina para cultivar o hábito da quietude interior, mas a recompensa por persistirmos é imensa. Ponderar a fundo a verdade faz com que nosso ponto de vista mude da matéria para o Espírito. Assim como pegar o machado foi muito importante para o amigo de Eliseu, tomar posse das inspirações espirituais traz à tona o real valor delas e move o pensamento em direção ao céu.  

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