A Bíblia é, para mim, como uma conta de poupança espiritual. Cada citação ou relato bíblico fica depositado em segurança, e a qualquer momento posso sacar daí a inspiração que traz orientação, força espiritual e o conhecimento que me liberta do estresse, das dúvidas, receios ou inseguranças.
No mundo das finanças, a conta poupança é um tipo popular e tradicional de investimento que funciona de modo bastante simples: o investidor faz depósitos e, quando necessário, usa o que tem acumulado. Sabendo que dispõe desse recurso, a pessoa se sente mais segura, tranquila e confiante. Algumas vezes, a poupança é utilizada em eventos especiais, como uma festa de casamento; outras vezes para a compra de bens mais custosos, como um carro.
Frequentemente, essas economias são direcionadas para a aquisição da casa própria. Muitos são os que se preocupam com a questão da moradia. Quando eu, algum parente ou conhecido estamos com dificuldade para encontrar um lugar onde morar, acho muito bom poder recorrer à poupança espiritual que venho acumulando ao longo dos anos. As Escrituras são uma rica fonte de inspiração. Por exemplo, está escrito na Bíblia que nós somos o reflexo de Deus, Sua ideia, Sua imagem e semelhança (ver Gênesis 1:26). Deus fica desamparado? Nunca! Então, nós também não podemos ficar sem um lar.
Uma parte desse tesouro das Escrituras, que tanto prezo, são estas palavras de Jesus, que foram para mim uma revelação, e são uma promessa contínua: “Na casa de meu Pai há muitas moradas… vou preparar-vos lugar” (ver João 14:2). Eu já tive diversas oportunidades de comprovar o quanto elas são poderosas e verdadeiras.
Certa vez, meu filho estava procurando um lugar para morar durante o verão, em uma área onde é muito difícil encontrar moradia para alugar nessa época, pois a região fica repleta de turistas e trabalhadores sazonais.
Falei com ele sobre aquela valiosa promessa de Jesus, e disse que tais palavras nunca haviam falhado. Pouco depois, uma amiga da igreja me telefonou, pedindo que eu fosse com ela ajudar uma conhecida a retirar de casa alguns móveis. Concordei em ir, e sugeri levar meu filho também, para terminarmos o trabalho com mais rapidez.
Ao chegarmos lá, apresentei meu filho à dona da casa, que conversou brevemente com ele e perguntou-lhe qual era sua ocupação. Ele respondeu que pintava casas, e ela lhe mostrou uma sala enorme que gostaria que fosse pintada. Nem ela nem minha amiga sabiam que meu filho estava com dificuldade para encontrar uma moradia, mas a dona daquela casa propôs que ele morasse lá de graça para cuidar de sua gatinha de estimação, enquanto ela estivesse viajando, e ele também seria pago para fazer o trabalho de pintura.
Dois meses depois, quando voltou de sua viagem à Europa, ela foi à Igreja de Cristo, Cientista, da qual minha amiga e eu somos membros. Era uma quarta-feira, e essa era sua primeira vez lá. Ela foi porque queria agradecer. E explicou que sua maior preocupação, antes de viajar, era a gata, e finalizou dizendo que estava muito grata pois, ao regressar para casa, viu que sua querida gatinha ficava amorosamente seguindo meu filho por toda parte, enquanto ele recolhia o material que utilizara no trabalho de pintura.
Mary Baker Eddy diz, em seu livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Na relação científica entre Deus e o homem, constatamos que tudo o que abençoa um, abençoa todos, como Jesus mostrou com os pães e os peixes — sendo o Espírito, não a matéria, a fonte do suprimento” (p. 206). Meu filho foi abençoado, aquela senhora foi abençoada, assim como sua gatinha de estimação.
Outra provisão de moradia aconteceu quando eu mesma fiquei temporariamente sem ter onde morar, em 2018. Eu não estava com medo, nem preocupada, quando orei a respeito disso, pois confiava plenamente no que Jesus disse: “…as minhas palavras não passarão” (ver Mateus 24:35) e no fato de que Deus é a fonte ilimitada de todo suprimento. Eu também não tinha dúvidas de que a sagrada promessa de Jesus: “Vou preparar-vos lugar”, se cumpriria. A solução se manifestou rapidamente. A filha de uma das minhas clientes me deu em aluguel um imóvel por um preço incrivelmente baixo (quase simbólico). Ela quis me apoiar naquele momento difícil. Essa casa, além de estar localizada próximo à residência da sua mãe, a quem eu estava ajudando com questões de mobilidade e na limpeza da casa, também era mais próxima de onde morava a outra senhora para quem eu fazia o mesmo trabalho. Senti que desse modo — dentre todas as moradas que há na casa do Pai querido — um lugar havia sido preparado para mim. Quando chegou o momento de eu me mudar de lá, a outra filha dessa minha cliente me ofereceu um chalé onde fui morar de graça, que era ainda mais próximo do meu trabalho.
Naquela época, meu coração estava constantemente repleto de gratidão pelas bênçãos recebidas. Eu trabalhava todos os dias da semana, inclusive à noite. Apesar de não ter tempo para nada, a não ser trabalhar e ir à Igreja aos domingos e quartas-feiras, eu estava feliz pela oportunidade de ajudar as duas senhoras, naquele momento em que necessitavam de apoio como nunca acontecera antes. Deus me abençoou abundantemente, não apenas com moradia, mas também com serenidade e força para realizar o trabalho com amor e compaixão pelas duas clientes.
Mas esse não foi o fim da história. Confiando em Deus, segui a orientação dada pela filha da minha cliente, que era corretora de imóveis, e que me encorajou a adquirir minha casa própria. Durante todo o tempo, em meio às incertezas dos procedimentos, eu me apoiei totalmente no poder supremo do qual a Bíblia diz: “…eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar” (ver Apocalipse 3:8).
E foi assim que a porta de uma casa se abriu divinamente para mim, e recebi as chaves do imóvel que escolhi. Essa “casinha recebida do Pai celestial” já acolheu muitas pessoas que estavam precisando. Todos os que moraram nos quartos que alugo se tornaram bons amigos meus. Aprendemos na Ciência Cristã que a solução para as nossas necessidades é supremamente natural e está ao alcance de todos; podemos vivenciar isso quando confiamos em Deus.
O conhecimento espiritual que adquirimos, ao estudar as Escrituras Sagradas, é libertador. É o melhor investimento que podemos fazer de nosso tempo e energia. É muito mais enriquecedor do que uma conta de poupança porque, sendo espiritual, é um tesouro imperecível e inesgotável, repleto de possibilidades ilimitadas e inimagináveis.
Quanto mais aprendemos com as Escrituras Sagradas — e com a Chave das Escrituras, escrita por Mary Baker Eddy — acerca do amor que Deus tem por nós, mais cresce nossa poupança espiritual. Atualmente, moro em um lar onde estou rodeada por meus amorosos filhos e netos. Sou imensamente grata a Deus e a todos os que me ajudaram e ainda ajudam nessa jornada rumo ao conhecimento prático e libertador que podemos adquirir estudando a Bíblia.
