Há dois anos, eu tive a incrível oportunidade de trabalhar como Coordenadora de Treinamento de Líderes, em um acampamento para Cientistas Cristãos.
Essa atribuição era uma responsabilidade importante, e meu objetivo principal era o de promover um ambiente seguro e acolhedor, no qual cada participante do acampamento pudesse prosperar.
Uma das experiências mais desafiadoras — porém gratificantes — do programa, foi liderar uma excursão, de vários dias, com os participantes do acampamento. Eu nunca liderara tal atividade, que incluía acampar por algumas noites no mato, e fiquei apreensiva. Sentia-me muito ansiosa, duvidando de mim mesma, com uma dor de cabeça e cansaço persistentes. Apenas pensar em escalar montanhas parecia quase impossível. Mas achei que tinha de seguir em frente, pelo bem dos campistas.
Embora estivesse prosseguindo com dificuldade, consegui lembrar a mim mesma uma verdade fundamental: todos nós somos feitos à imagem de Deus. Sei que isso é verdade graças ao relato da criação, na Bíblia. O primeiro capítulo do Gênesis diz: “…disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança…” (1: 26). Para mim, isso significava que eu não precisava depender de minha própria força ou disposição, durante essa experiência, pois, como reflexo de Deus, eu sempre recebo dEle tudo de que preciso.
Tendo em mente a ideia de refletir a Deus, pude substituir os pensamentos de fraqueza e mal-estar, pela verdade de que Deus é minha força. Essa mudança radical de mentalidade foi transformadora. Deu-me forças, e também me permitiu expressar essa força perante os campistas. A dor de cabeça e a fadiga se dissolveram.
No primeiro dia, à medida que subíamos uma colina particularmente íngreme, um dos campistas começou a recitar os versos iniciais de um hino do Hinário da Ciência Cristã:
Mostra, Pastor, como andar
Sobre a escarpa além,
Teu rebanho pastorear
E cuidá-lo bem.
Tua voz escutarei
Para não errar;
Pela senda rude irei,
Sempre a cantar.
(Mary Baker Eddy, Hino 304, trad. © CSBD)
Era como se essas palavras tivessem sido escritas especialmente para mim, naquele exato momento. O hino inteiro se tornou nosso lema, guiando-nos através dos desafios da caminhada.
Ao término da aventura de seis dias, senti-me profundamente grata por essa experiência. Foi um testemunho de como a força de Deus, e não a nossa própria, sustentou-nos a cada passo do caminho.
Após completarmos a caminhada de 64 km, começou a parte mais emocionante da programação: uma viagem de canoa. A canoagem trazia seus desafios específicos, especialmente quando tínhamos de transportar as canoas, carregando-as sobre a terra firme para chegar ao próximo braço de rio. Durante essa jornada de três dias, fizemos questão de refletir diariamente sobre alguma inspiração e ideia espiritual útil, que chamávamos de nosso “pensamento do dia”.
Um dos campistas sugeriu uma ideia de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de autoria de Mary Baker Eddy: “Contradize mentalmente toda queixa do corpo, e eleva-te à verdadeira consciência de que a Vida é o Amor — de que ela é tudo o que é puro e produz os frutos do Espírito” (p. 391).
Sempre que alguém se queixava de exaustão, lembrávamos uns aos outros essa ideia poderosa, e fazíamos com que fosse a base de nossas orações. Essa ideia se tornou nossa guia luminosa, volvendo nosso pensamento a Deus, ajudando-nos a continuar inspirados, e elevando-nos acima dos obstáculos mentais e físicos, ao longo de toda a excursão.
No fim, eu pude honestamente dizer que toda a jornada fora cheia de experiências maravilhosas e de valiosíssimas mudanças de mentalidade, e agradeci a Deus por Sua orientação constante. Essa experiência aprofundou minha confiança em Deus e reforçou meu apreço pela Ciência Cristã, que ajudou todos nós a aprofundarmos nossa compreensão espiritual.
Foi um verão cheio de desafios, crescimento, e memórias inesquecíveis, e tudo foi possível graças à fé e à força que recebemos de Deus.