[Nota: Os interessados na leitura do Relatório da Assembleia Anual em inglês, poderão encontrá-lo na edição de Julho de 1954 do The Christian Science Journal.]
Em sua mensagem à Igreja-Mãe em Junho de 1898, a nossa amada Líder, Mary Baker Eddy, escreveu em Christian Science versus Pantheism (Christian Science versus Panteísmo), página 1: “A noite vai adiantada, e o dia não está longe no horizonte da Verdade — o dia em que todos conhecerão e reconhecerão um só Deus e uma só cristandade.” Se isto pôde ser dito mais de meio século atrás, quanto mais o pode ser presentemente! Com efeito, não se pode hoje em dia olhar para o mundo, à luz da Christian Science, e medir os efeitos fermentadores desta Ciência em todos os campos do pensamento humano, sem ver que o dia da espiritual compreensão e harmonia universais está contìnuamente avançando. Também não é provável que o Cientista Cristão o faça sem considerar, com sobriedade, o que é necessário para que êsse dia chegue ao seu ponto culminante.
Quando olhamos para o mundo e seus problemas, não podemos deixar de nos sentir agradecidos por se haver o ensinamento de Cristo Jesus implantado nêle tão intensa e profundamente. De certo, aquela grande parte da humanidade conhecida como cristandade voltou-se para o único ensinamento que pode salvar o mundo, o ensinamento que pode abrir a porta, e é a porta, do reino da Deus na terra.
A única necessidade, vê-se logo, é que aqueles que foram atraídos para o ensinamento de Jesus não devem subestimar-lhe o valor ou dêle fazer menos uso do que podem. Pois a promessa dêste ensinamento, para cada ser humano e cada grupo e nação, evidentemente não tem limite algum. Vêde como Cristo Jesus a resume: “Pedi, e recebereis”, disse êle (João 16:24). E ainda: “Pedi, e recebereis, para que o vosso gôzo seja completo.” E mais uma vez (Marcos 11:24): “Tudo o que pedirdes, orando, crede que o recebereis, e tê-lo-eis.”
A quem eram dirigidas estas afirmações? Ora, a tôda a gente. O Mestre não as restringia de modo algum. Não é, então, o privilégio de todo cristão, e de todo aquele que ainda não seja cristão, compreender que estas promessas são para êle, onde quer que esteja, e qualquer que seja o propósito justo que possa estar perseguindo?
Pode-se dizer, por exemplo, que qualquer homem de ciências naturais, que busque a solução para um problema até agora não resolvido no seu setor, esteja excluído da ação da lei que Cristo Jesus aqui enunciava? Diante de qualquer dúvida sôbre se a solução está ao seu alcance, não pode êle tomar as palavras de Jesus, “Tudo o que pedirdes, orando, crêde que o recebereis, e tê-lo-eis”, como uma mensagem que diretamente lhe é dirigida?
Tal pessoa terá, por certo, de pedir aquilo que está em a natureza de Deus suprir. Terá de pedir, primàriamente, a sabedoria — um dos dons perfeitos que, como o Apóstolo Tiago declara (1:17), descem “do Pai das luzes” — a iluminação que expressa a natureza de Deus, e é, portanto, ilimitada, e ilimitada no seu valor para os homens. Tal pedido, associado à certeza de que se recebe aquilo que se pede, o Mestre dizia com clareza, é infalìvelmente respondido. Tal pedido faz alcançar a iluminação e as evidências que são necessárias.
E, quanto ao estadista que se defronta com interêsses nacionais em conflito, que persistentemente desafiam a conciliação — não está a mesma ajuda também ao seu alcance? Não pode êle pedir e receber exatamente a luz e a orientação, exatamente os conceitos unificadores e curativos, que são necessários? E se os interessados falaram línguas diferentes? E se quiserem dizer coisas diversas com as mesmas palavras? E se alguns dêles usarem de têrmos para obscurecerem as suas intenções, ou até procurarem destruir aqueles com quem estão em negociações, em vez de com êles chegarem a acôrdo? A Christian Science insiste em que nada disto pode alterar a grande promessa do Mestre, de que, para aqueles que oram como devem, a resposta e a evidência necessárias são acessíveis.
E, se o estadista, ou o homem de ciências naturais, ou o ministro, ou o leigo de qualquer fé, ou seja quem fôr, falhar no que tem de fazer — falhar por deficiência de saúde física ou em virtude de alguma perda ou tristeza pessoal, ou por qualquer outra causa — não pode êle criar ânimo novo e também esperar e ter precisamente a ajuda de que necessita, considerando o verdadeiro sentido destas mesmas palavras de Jesus: “Tudo o que pedirdes, orando, crêde que o recebereis, e tê-lo-eis”?
Mas como, perguntar-se-á— e de fato muitos cristãos o têm perguntado — como posso crer que recebo o de que necessito e o que peço? Graças ao seu discernimento penetrante do significado da cristandade, a amada Descobridora e Fundadora da Christian Science dá uma resposta clara a esta pergunta. “Cremos” que recebemos, conhecendo o ilimitado bem espiritual que temos; sabendo, como o indicam as Escrituras, que nenhum bem é negado àqueles que andam na retidão; isto é, ao homem que cada um de nós realmente e demonstràvelmente é. Mercê dêste conhecimento cristãmente científico, e das evidências confirmatórias que dêle emanam naturalmente, vemos que as afirmações do Mestre são declarações simples e demonstráveis da lei e do fato espirituais. Dêste modo alcançamos e comprovamos todo o significado do ensinamento de Cristo Jesus.
Os que aqui estão reunidos, e os Cientistas Cristãos em todo o mundo, sabem, sem a menor dúvida, que as palavras de Jesus são verdadeiras e que a oração pode fazer tudo quanto êle disse. Aceitamos êstes fatos quando aceitamos a Christian Science, e dêles temos tido provas sôbre provas em nossa própria experiência, através da inspirada instrução e orientação de nossa Líder. Graças à mesma orientação, aprendemos a partilhar a nossa compreensão e experiência com os demais — com a mesma fartura de bênçãos que há para êles e para as sempre crescentes multidões. Porém, a exigência constante que nos é feita, òbviamente é que representemos as grandes verdades da Christian Science de modo cada vez melhor e mais amplo, para os demais. O que de nós se exige para tal fim bem o compreendemos. É que aprendamos, de modo ainda mais completo, e observemos com maior devoção, a instrução de Mrs. Eddy em sua plenitude, para que vivamos a Christian Science, e deixemos, assim, que a nossa luz brilhe para o encorajamento e redenção da humanidade.
Para ajudar-nos a fazer isto para o mundo em geral, temos a instituição única no gênero que a nossa Líder concebeu para tal fim — A Igreja-Mãe, com tôda a sua obra curativa e educacional vastamente disseminada, que proporciona, dentro dos seus amplos canais, como ela dizia, ocupação devida e suficiente a todos os seus membros, e habilita os Cientistas Cristãos em tôda parte, a trabalhar efetivamente juntos, na sua Causa comum. Para ajudar-nos a fazê-lo em nossas comunidades locais, temos instituições para êsse fim especialmente concebidas por Mrs. Eddy — as nossas igrejas filiais e sociedades e as nossas organizações escolares, com suas várias atividades.
Estamos nós, individualmente, fazendo o melhor que podemos em prol destas grandes instituições? Estamo-las servindo, e deixando que elas nos sirvam, a nós e aos outros, tão bem quanto podemos? Estamos nós, em todos os sentidos, representando da melhor maneira possível a inestimável mensagem que temos para a humanidade?
Êste é o repto que constantemente nos é dirigido.
Sabemos que “a Deus tudo é possível” (Mateus 19:26)— que, em verdade, para o único Princípio divino que é Mente, Vida e Amor infinitos, todo o bem já se cumpriu. Mas sabemos que é nossa responsabilidade demonstrar êste grande fato, deixar que o perfeito govêrno da sabedoria e do Amor divinos se torne evidente, sem restrições, em tudo que fazemos e em tudo que somos.
A esta tarefa — a esta grande tarefa adicional de demonstrar cientìficamente o cristianismo do Cristo — dediquemonos, hoje, de novo. Com fervorosa gratidão por tudo quanto a Christian Science até agora tem significado para nós e para o mundo, tomemos ainda mais a sério o conselho de nossa Líder no Science and Health with Key to the Scriptures (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras), página 367: “Vigiemos, trabalhemos e oremos para que êste sal não perca o seu sabor, e esta luz não seja escondida, mas irradie e resplandeça até alcançar o apogeu de sua glória.”