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A Família

Da edição de abril de 1963 dO Arauto da Ciência Cristã


A unidade básica da sociedade é a família. Seus membros recebem fôrça e ânimo diários da intimidade mútua que existe entre êles; confôrto diário do amor que uns têm para com os outros; proteção através dêsse amor e através do reconhecimento de seus interêsses comuns. A Christian Science honra inteiramente a família e preza em alto grau a beleza e as profundas satisfações da vida familiar. Ela reconhece as obrigações que se originam do amor e inculcam o prazenteiro cumprimento das exigências que delas decorrem.

Com demasiada freqüência, porém, da própria intimidade das relações familiares nasce um senso de exclusividade que considera como intrusos, e até mesmo como estranhos, a quantos estão fora de seu círculo. Com demasiada freqüência, a simpatia humana que reina em casa não chega a transpor a soleira do lar; com demasiada freqüência, um senso excessivamente protetor no seio da família redunda em estreiteza de ponto-de-vista e de perspectiva geral bem como em escassa emanação de amor. A preocupação excessiva com os nossos próximos é, muitas vêzes, uma indiferença para com os demais.

A Christian Science nunca permite que o afeto para com o nosso próximo sofra limitação ou se introverta, vindo a sufocar o amor maior para com a família humana. Nossa amada Líder, Mary Baker Eddy, escreve (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 58): “O lar é o lugar mais querido da terra, e deveria ser o centro, mas não o limite, dos afetos.” Qualquer restrição ao amor fraternal e universal tolhe o desenvolvimento dêsse amor e o desfigura, tornando- -o incompatível com a verdadeira natureza da relação do homem para com tôda a criação de Deus.

Uma ampliação de nossa perspectiva, de nosso interêsse e de nosso afeto é inevitável quando, através da Christian Science, vimos a conhecer o homem que Deus criou, a origem dêle e a família das idéias mais elevadas de Deus da qual o homem faz parte.

A Christian Science ensina que o descendente da Mente, Espírito, é espiritual; êle dá testemunho da natureza de seu Pai divino. Por isso, em realidade, o homem não é uma entidade física, porquanto Deus não é físico; o homem é um ser espiritual individual, semelhante a Deus em natureza, em capacidade e amabilidade. Deus mantém o Seu próprio reflexo; Êle é a Mente de todos os Seus filhos, que constituem a verdadeira família do homem.

É preciso uma família infinita de idéias para exprimir o Deus infinito, pois, segundo escreve Mrs. Eddy (ibid., p. 517), “Deus tem idéias incontáveis e tôdas elas tém um só e o mesmo Princípio e uma só e a mesma origem.” Embora tôdas essas idéias sejam a semelhança de seu Pai comum, e visto que êsse Pai, o criador de tudo, inclui tôda individualidade, Seus filhos representam as qualidades e a substância de seu Pai-Mãe numa infinidade de identidades. Isto faz com que a família de idéias de Deus constitua uma família de interminável variedade, interêsse, harmonia, bondade, encanto e inteligência.

Quando essa verdade concernente à criação de Deus fôr compreendida, o velho e estreito conceito material de família começará a expandir-se. A expansão dêsse conceito e dêsse afeto, porém, não se fará à custa do amor, da devoção, do senso do dever e da alegria que normalmente deveríamos sentir pelo nosso lar e por aquêles que nêle se acham. Bem ao contrário. Uma vez que emana de Deus, o amor é passível de expansão infinita, sem a mínima perda de suavidade, inteligência e poder sustentador.

Que o conceito de Cristo Jesus acêrca de família transcendia as limitações do parentesco consangüíneo, vê-se na resposta que êle deu quando lhe disseram que sua mãe e seus irmãos estavam à espera de poder falar com êle (Marcos 3:35): “Qualquer que fizer a vontade de Deus, êsse é meu irmão, irmã e mãe.” Isto, entretanto, não era uma negativa ao amor e ao profundo senso de obrigação para com sua mãe. Mesmo durante os momentos críticos que viveu na cruz, êle expressou o desejo de que João lhe cuidasse da mãe e que ela, por sua vez, aceitasse João por filho.

Quanto mais compreendermos a infinidade e a atratividade da família de idéias de Deus, tanto mais da família humana incluiremos em nosso amor. Quanto mais expandirmos o alcance de nossa afetuosa simpatia para com a humanidade, tanto mais numerosas serão as oportunidades que se nos apresentarão para sermos de maior utilidade e, assim, termos uma vida mais interessante e mais satisfatória.

Nenhuma estreiteza de vista, nenhuma parca distribuição de amor fraternal, nenhuma restrição materialista ao afeto espiritual que tenhamos para com tôda a família humana, pode satisfazer as exigências divinas que a única Mente perfeita de todos, que a todos ama, nos impõe.

Amar apenas os nossos familiares não passa de certa forma de amor- -próprio e pouco contém do verdadeiro afeto espiritual. Negar nosso interêsse, nossa simpatia e nosso apoio a todos, exceto àqueles que constituem o pequeno círculo de nossa família imediata, é viver a longa monotonia de uma vida egocêntrica, é privar-nos a nós mesmos da alegria e da liberdade que provêm do senso de nosso parentesco com todos os filhos de Deus.

Admitir que a nossa relação para com a família humana assenta no Cristo, a verdade espiritual concernente ao homem, é identificar nossos interêsses e nosso bem-estar com os da humanidade; isto nos instigará a trabalhar não só para o nosso próprio bem-estar, mas também para a salvação de tôda a família humana, e a achar os meios pelos quais êsse alto objetivo pode ser progressivamente alcançado.

No Manual d'A Igreja-Mãe (art. VIII, sec. 4), na “Oração Diária”, nossa Líder assinala a necessidade de serem enriquecidos os afetos de tôda a humanidade juntamente com os nossos próprios. Ela faz dessa oração o dever diário de cada membro d'A Igreja-Mãe, e mostra a grande importância que ela atribuía à espiritualização da humanidade bem como ao papel que a Christian Science e os Cientistas Cristãos nela devem desempenhar. Colocar-nos à altura das exigências decorrentes de nossa gratidão e lealdade para com a nossa Líder, mediante fiel obediência a essa regra, ajudar-nos-á no cumprimento de nossa responsabilidade também para com tôda a família humana.

Se deixarmos que a Christian Science expanda nosso pensamento a ponto de incluirmos em nossos afetos tôda a família humana, então tôda e qualquer característica desejável de uma vida familiar normal será preservada, ampliada e enobrecida para nós. O amor pelos pais e a obediência a êles não sómente serão engrandecidos, mas incluirão espontâneamente o amor e a obediência a Deus como Pai-Mãe de todos. O amor para com o nosso próximo tornar-se-á um amor fraternal para com o próximo de qualquer pessoa, em qualquer parte. O egocentrismo e o andar ansiosamente em busca do mero interêsse de família serão reprimidos pelo amor universal baseado no reconhecimento de um criador único e infinito, Deus, e Sua família infinita, à qual, em verdade, todos nós pertencemos. Até mesmo o despontante senso dêsse fato libertador começará a acalmar a viva consciência nacional e racional, e dêsse modo favorecerá os verdadeiros interêsses de tôda a humanidade.

Mrs. Eddy abrange êsse assunto completamente quando escreve (Ciência e Saúde, pp. 469, 470): “Com um só Pai, isto é, Deus, todos da família do homem seriam irmãos; e com uma só Mente, ou seja, Deus, ou o bem, a fraternidade dos homens consistiria de Amor e Verdade, e teria a unidade do Princípio e o poder espiritual que constituem a Ciência divina.”


Vêde a capa de trás, onde aparece o importante aviso com respeito à tradução do livro-texto da Christian Science, “Science and Health with Key to the Scriptures” por Mary Baker Eddy, para o português.

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