O exame de si mesmo é a avaliação que se faz do pensamento. É uma oportunidade para pesar os pensamentos e verificar se o equilíbrio do pensar está do lado do bem ou do mal.
O exame de si mesmo volve o seu olhar crítico e perscrutador para os motivos. Para serem eficazes, é preciso que as motivações meramente humanas cedam às verdades espirituais tais como são ensinadas na Ciência Cristã [Christian SciencePronuncia-se: Crístien Çá’iens.]. Mary Baker Eddy escreve em “Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras” (p. 8): “Deveríamos examinar-nos para saber quais são as afeições e os propósitos do coração, pois só assim chegaremos a saber o que honestamente somos.”
Mrs. Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã [Christian Science], também diz na sua Mensagem À Igreja-Mãe para 1901 (p. 1): “Tudo o que é verdadeiro é uma espécie de necessidade, uma parte da realidade primária das coisas.” A Ciência Cristã [Christian Science] ensina que o nosso verdadeiro eu é a imagem e semelhança de Deus. Em tôdas as ocasiões, essa imagem exprime as ideias e qualidades de Deus. São essas idéias e qualidades, e não quaisquer outras, que formam o ser do homem. O homem coexistente com Deus jamais pode ser privado do bem infinito e da sabedoria que está sempre ao seu alcance.
Na vida diária, pensamos ter que lidar com personalidades de que gostamos ou não gostamos. Pensamos estar rodeados de pensamentos que exprimem crítica, mêdo e falta. Dêsse modo, nós nos identificamos com êsses pensamentos. Mas é preciso que despertemos e contemplemos o homem que Deus criou. Quando reconhecemos que um pensamento está errado, isto nos desperta a atenção para a necessidade de substituí-lo por um pensamento correto, um pensamento que esteja em consonância com o conceito espiritual acêrca do homem. Essa substituição não deve ser feita ocasionalmente, e, sim, constantemente, a fim de que possamos ajudar-nos a nós mesmos e a outros.
Cristo Jesus, o Guia, muitas vêzes viu-se cercado de pensamentos de falta de poder, de inabilidade e de carência; mas êle sabia que Deus nunca os havia produzido e que a imagem de Deus os não podia expressar. Dêsse modo, curava os doentes e os pecadores e alimentava a multidão. As manifestações de crenças errôneas desapareciam ao ser corrigido o pensamento que as abrigava.
O homem perfeito criado por Deus não pode expressar nada que seja inferior à perfeição. Uma oportunidade para provar essa verdade teve-a uma senhora que, certo dia, acordou com pescoço duro e costas doloridas. Com fervor, pediu que Deus lhe fizesse ver em que sentido seu pensamento precisava ser corrigido e como é que poderia fazer tal correção.
Em primeiro lugar, volveu-se à Bíblia. Deu com o relato no qual os filhos de Israel, afastando-se de Deus, adotaram os estatutos dos pagãos. Os profetas procuraram persuadí-los a que se volvessem a Deus e Lhe obedecessem os mandamentos, porém êles “não deram ouvidos; antes se tornaram obstinados... Desprezaram todos os mandamentos do Senhor seu Deus” (II Reis 17:14, 16).
Perguntando a si mesma qual a lição que poderia tirar dêsse trecho, aquela senhora lembrou-se de várias reuniões de uma importante comissão das quais havia participado e nas quais fôra discutido certo problema que ficara sem solução. Uma noite, ao caminhar sòzinha para casa após uma dessas reuniões, havia dito para si mesma: “Se alguns dos membros da comissão não fôssem tão obstinados e cabeçudos em relação a êsse assunto, há muito que teria sido encontrada uma solução.”
Ao pensar nesse incidente, a referida senhora repentinamente deuse conta de que ela, tal como os filhos de Israel, também se havia desviado do mandamento (Êxodo 20:16), “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.” quanto tinha seus companheiros de trabalho na conta de meros sêres humanos com opiniões humanas falíveis, ela estava dando falso testemunho contra o seu próximo e não via que Deus era o bem sempre presente e infinito.
Deixando de olhar pessoas, ela compreendeu que é Deus quem governa Sua criação e que todos os Seus assuntos estão em perfeita ordem e expressam justiça e amor. Uma vez que sabia, graças ao estudo da Ciência Cristã [Christian Science], que o homem está incluído nessa ordem do ser, ela reconheceu que o homem expressa tão só a Mente infinita.
Ela se deu conta de que, em virtude de o homem não possuir mente ou vontade separadas de Deus, nenhuma pressão ou preconceito poderia alterar o justo desdobramento do bem sob a direção das leis da Mente. Na Ciência, o homem não pode ser a vítima de um modo de pensar errado, porquanto êle está sempre sob o cuidado de Deus.
Como resultado dêsse modo de pensar corretivo, a aludida senhora viu-se livre em pouco tempo de seu doloroso estado físico. Na reunião seguinte da comissão, a solução do problema se apresentou de maneira tão inesperada que mais nenhuma discussão foi necessária.
Pelo estudo persistente da Ciência do ser e pela boa vontade de querer aprender, estaremos em condições de manter uma vigilância cerrada sôbre os nossos pensamentos. Na proporção em que estivermos dispostos a abandonar os pensamentos carnais ou materiais pelos pensamentos espirituais de Deus, estaremos em condições de demonstrar saúde e felicidade.
Nossa Líder diz em Ciência e Saúde (p. 276): “Quando aprendemos na Ciência a ser perfeitos, assim como nosso Pai no céu é perfeito, o pensamento envereda por vias novas e sadias — volta-se para a contemplação das coisas imortais e se afasta da materialidade para o Princípio do universo, que inclui o homem harmonioso.”
