Para a humanidade, em geral, a existência parece uma série de acontecimentos materiais; a Ciência Cristã [Christian Science] revela com prova irrefutável que a verdadeira existência é espiritual. Esta Ciência apresenta uma distinção clara entre o chamado homem material, ou mortal, e o homem real, a manifestação de Deus. Uma vez que o Espírito, Deus, é infinito e perfeito e o homem é Sua imagem e semelhança, deve o homem neces-sàriamente ser espiritual e perfeito. O homem mortal, afligido pelo pecado, pela doença e pela morte, não é a semelhança do Deus perfeito; é apenas a contrafação do homem real.
O homem real expressa as qualidades de Deus, tais como a beleza, a pureza e o amor. Por isso, na proporção em que discernimos e refletimos essas qualidades, nós expressamos o nosso verdadeiro eu. Jesus demonstrou o homem real, curando os doentes e trazendo conforto e alegria aos humildes de espírito. No seu breve ministério, revelou que a existência espiritual é a única existência verdadeira, a qual está apenas à espera de reconhecimento e demonstração individual para provar a falácia absoluta da contrafação.
A Ciência de Cristo, que explica as palavras e as obras de Cristo Jesus, mostra que um sintoma de doença ou qualquer desarmonia na experiência mortal é inteiramente mítico. O mêdo àquilo que parece pecado, doença, morte, ou desarmonia de qualquer espécie, pode ser classificado como superstição no seu mais amplo sentido, pois nada menos do que a superstição pode fazer-nos temer os sintomas de alguma coisa que em realidade não existe. Tal mêdo irrefletido é submissão mesmérica a um poder espúrio oposto a Deus, Mente.
Esta Ciência explica como é importante não acreditar em nenhum testemunho apresentado pelos sentidos físicos. Em Miscellaneous Writings — Escritos Miscelâneos — Mrs. Eddy diz (p. 277): “Nenhum testemunho dos sentidos materiais pode fechar-me os olhos à prova científica de que Deus, o bem, é supremo.” Nossa Líder não só fornece o método para pôr a descoberto o testemunho dos sentidos, que não merece fé, mas também mostra a natureza dos verdadeiros sintomas. “Quem se lembra,” pergunta ela, “que a paciência, o perdão, a fé inabalável e o afeto, são os sintomas mediante os quais nosso Pai indica os diferentes estágios pelos quais o homem tem de passar para ser salvo do pecado e para sua entrada na Ciência?” (ibid., p. 100).
O desviarmos o nosso pensamento dos sintomas errôneos das crenças materiais e dirigi-los em busca dos sintomas verdadeiros, conduz-nos ao Cristo amantíssimo, a Verdade. Então discernimos que o afeto, a bondade e a cortezia são sintomas inegáveis da presença do Espírito; que tão certo como o esplendor de um glorioso pôr de sol ou o ritmo de uma bela sinfonia é uma evidência da Alma, assim é o perdão; que uma fé inabalável é o santo testemunho da confiança na Mente; e que a paciência é o sinal de um coração purificado, um silenciar da vontade humana e um render-se, cheio de alegria, à vontade do Pai.
Sintomas como êsses, quando amados e vividos, curam-nos e regeneram-nos do modo de pensar e viver materiais. São êles o resultado de uma profunda consagração, de um desejo cheio de devoção e do esfôrço. Paulo aconselhou seu amigo Timóteo, “Procura apresentar-te a Deus, aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar” (II Timóteo 2:15). A regeneração do eu é uma grande e santa luta. Na recompensadora busca de sintomas verdadeiros, as ideias divinas vêm à luz, e uma jubilosa espontaneidade de expressão e cura brota com naturalidade na consciência.
No seu trabalho de cura, Cristo Jesus não deu crédito a nenhuma manifestação do êrro. Sem fazer caso do testemunho dos sentidos físicos, sua percepção do ser perfeito fêz com que o cego visse e o coxo andasse. Êle tinha perfeita convicção de que as curas que praticava eram realizadas pelo Pai, não por êle mesmo, e disse (João 14: 10): “O Pai que permanece em mim, faz as suas obras.” Jamais fazia perguntas, àqueles que iam ter com êle, sôbre os sintomas da doença ou do pecado. Êle sabia que tôda desarmonia provinha da ignorância acêrca da Verdade. Êle não via senão o homem real, inteiramente perfeito.
A cura na Ciência Cristã [Christian Science] está estabelecida sobre a base espiritual de Deus perfeito e do homem perfeito. Essa Ciência ensina que a perfeita saúde espiritual é o estado normal do homem. Em Ciência e Saúde, Mrs. Eddy escreve (p. 120): “A saúde não é uma condição da matéria, mas da Mente; nem podem os sentidos materiais dar testemunho digno de confiança no tocante à saúde. A Ciência da cura-pela-Mente mostra que é impossível a qualquer outra coisa, a não ser a Mente, dar testemunho verídico ou expor o estado real do homem. Por isso, o Princípio divino da Ciência, no inverter o testemunho dos sentidos físicos, revela que o homem existe harmoniosamente na Verdade, que é a única base de saúde; e assim a Ciência nega tôda doença, cura os doentes, derruba a falsa evidência e refuta a lógica materialista.”
Os sintomas que sugerem doença, velhice, desejos pecaminosos, estão baseados sôbre a ignorância e o mêdo e indicam falsamente um poder antagônico, o qual a Ciência Cristã [Christian Science] prova ser inteiramente irreal. Na Ciência, a doença é apenas uma sugestão da falta de saúde perfeita, o que é uma impossibilidade no verdadeiro ser; a velhice é uma sugestão de que o homem é mortal, o que é uma impossibilidade, porquanto o homem é imortal; os desejos errôneos são sugestões de uma suposta mente mortal, o que é uma impossibilidade porque a Mente é Uma e é Tudo, a única Mente do homem.
Os sintomas de que a presença de Deus foi compreendida, tais como o amor, a ternura, a continuidade da vida e da alegria, são os únicos sintomas verdadeiros, e êstes provam que só a existência espiritual tem realidade. Um trabalho diário cheio de devoção para que haja reconhecimento e aceitação individual dêsses sintomas espiritualmente mentais, destruirá a crença nos falsos sintomas, e nossa “entrada na Ciência” estará garantida.
