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Como Vencer o Mêdo

Da edição de julho de 1967 dO Arauto da Ciência Cristã


Mary Baker Eddy escreve, no capítulo “A Prática da Ciência CristãChristian Science — pronuncia-se: Crístian Çai'ens.” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 419): “Para terdes êxito na cura, precisais vencer vossos próprios temores bem como os de vossos pacientes, e adentrar-vos numa consciência mais alta e mais sagrada.” E fornece a norma (ibid., p. 411): “Começai sempre vosso tratamento acalmando o mêdo dos pacientes.”

Uma vez que Deus é Amor, e por ser o Amor o Princípio divino do homem, por ser sua proteção garantida, por ser sua provisão infalível e eterna morada, o mêdo nunca tem base na Verdade, nunca tem razão na Mente, nunca tem realidade no Amor, nem tem presença na Vida — e a escravidão ao mêdo é sempre desnecessária. Contudo, o homem mortal faz, atualmente, um conceito tão frágil de si mesmo, sua noção do bem é tão vaga, que, de uma maneira ou de outra, o mêdo parece estar sempre presente no pensamento mortal, desviando-o, intimidando-o e limitando-o, privando a humanidade da liberdade e da alegria que Deus lhe quer proporcionar. Portanto, é necessário que se trate do mêdo, e a ordem de nossa Líder é que se trate primeiramente do mêdo.

Como o mêdo é mental, tem de ser combatido no reino mental. Como é sujeito a ser dispensado — o que vem a ser sua destruição — o mêdo é um fenómeno transitório, ou mental, dos mortais; assim sendo, só pode ser combatido por meios que sejam, de si mesmos, imortais, ou espiritualmente mentais, e portanto, superiores ao mêdo. O reino das coisas imortais é o reino mental divino, ou espiritual, de Deus. Lògicamente, então, a cura do mêdo se baseia na compreensão científica acêrca de Deus e de Sua lei; portanto, não se trata de um processo psicológico, filosófico, nem médico, mas de um processo religioso.

Enfrentar o mêdo, provando a impotência das ameaças do mal, é uma parte integral da religião Ciência Cristã, é o efeito natural da aplicação dessa Ciência ao nosso pensamento. Por meio da Ciência Cristã, podemos reconhecer a existência da harmonia divina universal, em que vivemos, trabalhamos e prosperamos, sem risco e sem mêdo, sem sermos impedidos por falta de saúde, desentendimentos pessoais, falta de capacidade ou de oportunidade, e assim podemos sentir a realização de nossas mais sublimes esperanças e de nossas mais nobres ambições.

O mêdo é sempre uma resposta a uma ameaça. A Ciência Cristã nos mostra a irrealidade daquilo que nos faz a ameaça, e sua incapacidade de levá-la a efeito. A Ciência Cristã no-lo mostra, baseada na verdade absoluta, a qual, sendo científica, é praticável e eficiente. Uma vez que se saiba que a ameaça é infundada, o mêdo à ameaça naturalmente desaparece.

O antídoto para o mêdo, então, não consiste meramente de coragem física, mas de compreensão espiritual. A maior forma de coragem é a intrepidez que provém da compreensão científica acêrca do poder onipotente do Amor divino, presente e ativo exatamente onde estamos. É a confiança na vitória da Verdade e na invulnerabilidade do homem de Deus. Na medida em que a expressarmos, não temeremos fracasso, retôrno de males passados, frustração, ameaça de doença ou trabalho não recompensado. Essa coragem tem êxito, mesmo onde falha o apoio material.

Cultivamos a intrepidez cultivando nossa convicção na verdade de nossa filiação com Deus, a qual nos é revelada pela mensagem libertadora do Cristo. Não se pode tratar eficientemente do mêdo, a menos que se tenha segurança espiritual. No cultivo da intrepidez, assim como em todo nosso esfôrço espiritual, a vida e o caráter de Cristo Jesus fornecem o exemplo e a inspiração.

Durante os anos em que ministrava em público, Jesus tinha plena consciência da maldade de seus perseguidores e do perigo de vingança das mãos dêstes, mas não mostrava hesitação, dúvida ou atraso no cumprimento gradativo de sua missão. Exemplificava a aceitação completa das palavras de Isaías (41:10): “Não temas, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel.” E assim, foi com plena convicção que pôde animar seus seguidores (Lucas 12: 32): “Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino.” Na plena consciência da presença do Amor divino, há completa ausência de mêdo.

Bàsicamente, todo mêdo provém da crença em algum poder oposto a Deus, e assim, nem sempre é específico; às vêzes um pressentimento sem nome, sem identificação, pode perseguir uma pessoa. Portanto, em certos casos, é necessário que se trate do mêdo, não como mêdo de uma determinada doença ou estado, nem como mêdo de alguma coisa específica, mas simplesmente como pretensão de que o homem possa estar com medo.

Há algumas formas de medo que não são comumente reconhecidas como tais. Certamente, não há grande linha divisória entre o ódio e o mêdo, pois acaso não odiamos o que tememos, e não tememos o que odiamos? E a antítese do ódio, o amor, não é o remédio para o medo? “No amor não existe mêdo; antes, o perfeito amor lança fora o mêdo” (I João 4:18).

Sentimo-nos assediados pelo mêdo à velhice? Compreendamos nosso imutável parentesco com Deus. Refletindo a Mente divina, conhecemo-Lo como nossa Vida, e sabemos que existimos nÊle, em Sua presença, da qual não nos podemos ausentar, e a qual não pode ausentar-se de nós; expressando a Sua natureza, da qual nunca nos podemos desviar, identificamo-nos com Êle como Seus amados filhos, Suas testemunhas fiéis, sempre ativos, sempre eficientes, sempre bem sucedidos.

Nossas faculdades e nossas funções não podem cambalear ou falhar. À medida que persistentemente cultivamos o ouvido que escuta, intensificamos nossa audição; e à medida que olhamos para além do testemunho dos sentidos materiais, a visão infinita se nos torna mais clara, e o homem que não tem idade se nos torna realidade. E assim também é com a Vida, que não encerra o conceito de tempo, e essa Vida se expressa num viver que não encerra o mêdo.

O homem nunca é prisioneiro dos sentidos, mas é sempre a expressão livre do ser de Deus, livre da doença e da ameaça de doença, livre do pecado e de sua tentação, livre do fracasso e de sua condenação, livre da morte e do mêdo da morte. Êsse homem nunca está ameaçado; portanto, nunca tem mêdo. Só conhece a promessa do bem, e vive na segurança e na alegria da realização presente do bem.

Essa é a verdadeira existência e experiência da reflexão de Deus; pode, e deve, ser o nosso viver, aqui e agora.


Eis que envergonhados e confundidos serão todos
os que estão indignados contra ti; serão reduzidos
a nada, e os que contendem contigo perecerão. (...) Porque
eu, o Senhor teu Deus, te tomo pela tua mão direita,
e te digo: Não temas, que eu te ajudo.

Isaías 41:11, 13

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