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Poder para Hoje

Da edição de julho de 1969 dO Arauto da Ciência Cristã


Na Oração do Senhor não dizemos: “O pão nosso de cada ano, dá-nos êste ano”; e nem: “O pão nosso de cada mês, dá-nos êste mês”. Cristo Jesus, cujo amor pela humanidade se mostrou prático pelos seus feitos, ensinou-nos a pedir pelo pão de cada dia, e não pelo de amanhã. Êle disse (Mateus 6:11): “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje”. E Mrs. Eddy, interpretando espiritualmente a petição em Ciência e Saúde (p. 17), mantém a mesma ênfase: “Dá-nos graça para hoje”.

Alhures na Bíblia, assim como nos escritos de Mrs. Eddy, a ênfase está no hoje. “Para os que se apoiam no infinito sustentador, o dia de hoje está repleto de bênçãos” (Ciência e Saúde, Prefácio, p. vii).

Por que é o dia de hoje tão importante, que o devamos ligar com nosso mais elevado conceito de Verdade e Amor? Razoável seria esperar que ao curvar-nos ante a Mente vasta e sublime que habita a eternidade, seríamos induzidos a considerar insignificante o dia de hoje; mas ocorre exatamente o oposto. Ao orar como Jesus ensinou, buscamos poder para viver o dia de hoje, não para fugir à vida. Pedimos sabedoria para as decisões de hoje, fôrça para vencer as tentações de hoje, paz que destroçará a agitação de hoje.

A oração nos refrigera e anima; dá-nos um poder do qual estamos cônscios; traz-nos alegria para a qual não há palavras adequadas. Mas, quando tivermos orado, devemos dar atenção às responsabilidades e tarefas do viver humano, às relações que ameaçam fricção, aos problemas correntes. Em outras palavras, a graça que pedimos, deve ser usada em prol de todos; e deve ser usada hoje.

Êsse conceito de voltar-se para o Deus eterno a fim de obter poder para enfrentar as exigências de hoje, é comum a todo ensinamento cristão. O cultivo do hábito de ter a mente cheia da presença de Deus em nossos afazeres diários, é uma disciplina da qual participa todo cristão sincero. Mas a revelação de Mrs. Eddy, pelo seu esclarecimento da natureza do “hoje”, deu aos Cientistas Cristãos um nôvo nível de poder no viver diário. Não mais estamos envolvidos na dicotomia de duas espécies de vida, ambas pretendendo ser reais, uma espiritual e outra material. Porque sabemos, como ela nos diz no livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde (p. 468), que: “Não há vida, verdade, inteligência, nem substância na matéria. Tudo é Mente infinita e sua manifestação infinita, porque Deus é Tudo-em-tudo”; também sabemos que não há diferença essencial entre nossos tempos de oração e nossas atividades normais diárias.

Não deixamos a presença de Deus, o bem, para ir a uma loja fazer compras. Não nos afastamos do bem para lavar louça na pia ou para limpar o tapete com um aspirador de pó. O bem não está em algum outro lugar quando abrimos a porta para um visitante intratável ou quando vamos a um gabinete para ter uma entrevista importante. O bem eterno não se exclui só porque batemos o ponto em um emprêgo.

Há só uma presença. Portanto, o “hoje” não é uma mistura de bem e de mal, no qual temos de batalhar, de alguma forma, para injetar maior bem. Tal crença tenderia a tornar-nos benfeitores humanos buscando impor sôbre outros nossos próprios conceitos limitados do que é uma vida boa. O dia de hoje tem a plenitude de Deus, o bem supremo. Nada lhe podemos acrescentar. Não o podemos melhorar. Não podemos compelir outros a dêle se tornarem conscientes. Apenas podemos abrir nosso próprio pensamento à compreensão da generosidade sempre presente, regozijarmo-nos nela, dar graças por ela, não apenas em palavras, mas em nossa maneira de viver e tornar-nos beneficiários conscientes dela, em uma medida sempre crescente.

Isso é aceitar o próprio conceito de Deus acêrca de hoje, e rejeitar progressivamente o êrro que o esconderia de nossa vista. O efeito é a transformação de nossa existência humana, é trazer alegria para tarefas antes monótonas e desagradáveis, eliminar o conflito, harmonizar nosso ambiente — o qual é apenas a objetivação do estágio de consciência que aceitamos como nosso próprio — e tornar-nos, verdadeiramente, mais úteis aos outros.

Hoje é nossa a oportunidade de experimentar o céu, a harmonia. Hoje há o dom de Deus, o bem. Não há fator no dia de hoje que seja introduzido pela matéria ou o mal, pois a matéria e o êrro não têm poder para ser ou causar coisa alguma. Tôda causa e efeito pertencem a Deus; portanto, tudo o que existe hoje, se originou do bem. Queremos expressar o bem? Realmente amamos o bem com profunda consagração e queremos refleti-lo em nossas vidas? Êsse desejo é oração com a autoridade e a fôrça de Deus a sustentá-lo. E, sem dúvida, quando expressamos o bem, temos de sentir o bem.

“Dá-nos graça para hoje” é a oração que nos torna conscientes de nossa presente herança do bem. Nela não há sentido de adiamento. É humano pensar: “Quando eu tiver dado um jeito de fazer isso ou aquilo, as coisas ficarão melhores.” Ou, “Se apenas isso mudasse, a vida me seria mais fácil”. Ou mesmo, “Quando eu fôr mais devotado a Deus, tudo sairá melhor”. Protelar o bem! Mas não se pode protelá-lo! Todo o bem está aqui para o usarmos e o apreciarmos e o comunicarmos.

“Tudo quanto em oração pedirdes”, disse Jesus, “crede que recebestes, e será assim convosco” (Marcos 11:24). O que precisamos é a graça, não para o mês que vem, ou para a semana que vem ou para amanhã, mas para hoje. Poder, fôrça, paz mental, amor pelo próximo, para hoje. Hoje recebereis inspiração, vida, amor e o reino dos céus.

Cristo Jesus podia dizer-nos o que pedir porque êle sabia o que podemos ter — o reino que Deus nos preparou. É um reino presente — o jubiloso agora do Espírito. Se nêle queremos viver, agora é o momento. É nosso, hoje mesmo.

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