Alice chamou sua mãe no meio da noite. “Mamãe, o meu ouvido está doendo”, disse ela quando sua mãe entrou no quarto. Alice chegou-se para o lado a fim de que sua mãe pudesse ficar na cama ao lado dela, como a mãe às vêzes fazia quando as duas falavam acêrca da Ciência Cristã, e do que a Ciência Cristã ensina acêrca de Deus. Alice sempre está pronta para falar acêrca de Deus, pois isso faz sumir tudo o que é desagradável.
A mãe pegou a mãozinha de Alice e disse: “Creio que vamos andar um pouco.”
Alice ficou pensando no que isso significava, mas permaneceu bem quietinha, pois sabia que logo ia entender tudo.
“Alguém me disse”, continuou a mãe, “que há um homem que fala ao povo em um monte fora de nossa cidade, e eu gostaria de ouvir o que êle diz. Você gostaria de ir até lá?”
“Oh! Sim,” disse Alice, unindo-se à brincadeira.
“Bem, antes de tudo, temos de saber se temos um pouco de água no nosso cantil e algum alimento para comer. Pode ser que tenhamos de permanecer lá por algum tempo. Calce as suas sandálias, e vamos.” Alice sorriu e se aninhou pertinho de sua mãe.
A mãe continuou: “Penso que logo saberemos que caminho seguir porque muitas pessoas estão indo para ouvir êsse homem, e então só temos de segui-las. Sim, êste é o caminho. E, olhe, lá naquele morro verdejante, você está vendo tôda aquela gente?”
“Sim, estou vendo”, disse Alice, entusiàsticamente.
“E agora, como é que vamos saber quem é o homem chamado Jesus”? disse a mãe.
“Eu não sei.”
“Oh! Alice, creio que você sabe sim. Como você poderia reconhecer a Jesus?”
“Bem”, disse Alice devagarinho, “sua face estará cheia de amor por todos.”
“Sem dúvida, querida”, concordou a mãe. “Agora, vamos chegar bem perto para podermos ouvir. O que você acha que Jesus está dizendo?”
Alice não hesitou dessa vez. “Bem, êle está dizendo para todos que Deus os ama e que êles são filhos perfeitos de Deus. E êle lhes está dizendo para ouvirem a Deus, e não ao êrro, porque o êrro é um mentiroso.” Isso eram coisas que ela aprendera na Escola Dominical e já antes tinha usado quando alguma dor parecia real.
“E”, ajuntou a mãe, “está dizendo a êles que êles jamais podem estar separados de seu Pai-Mãe, Deus. Não é maravilhoso? Não é de admirar que as pessoas o escutem! Bem, agora está ficando tarde, e nós devíamos voltar para casa.”
Alice se aconchegou em sua cama. “Agora estou com sono. Muito obrigada pelo passeio, mamãe.”
A mãe saiu do quarto, na ponta dos pés.
Na manhã seguinte Alice correu escada abaixo, sua face brilhante de alegria. “Mamãe”, disse ela, “nem sequer me lembro qual era o ouvido que doía.”
A mãe estava muito grata, também, e mostrou à Alice êste versículo bíblico (Salmos 86:11): “Ensina-me, Senhor, o teu caminho, e andarei na tua verdade”. Depois a mãe leu estas palavras de Mrs. Eddy: “Temos de primeiro volver nosso olhar para a direção certa, e então seguir êsse caminho” (Ciência e Saúde, p. 248).
Seguir na direção certa fôra a resposta para o problema da noite anterior. Alice esquecera o êrro, mas ela se recordará por muito tempo da caminhada que fizera a fim de encontrar a verdade que cura.
Estas palavras, de seu hino favorito, significam muito mais agora. (Christian Science Hymnal Hinário da Ciência Cristã, nº 139):
Com o Amor seguindo vou;
que santo dia, é para mim!
Não sinto mais cruel temor,
pois Deus cuidando está de mim.
Em alegria sem cessar,
com o Amor, eu hoje vou.
Guarda os preceitos do Senhor teu Deus,
para andares nos seus caminhos,
para guardares os seus estatutos, e os seus mandamentos,
e os seus juízos, e seus testemunhos,
como está escrito na lei de Moisés,
para que prosperes em tudo quanto fizeres,
e por onde quer que fores.
I Reis 2:3