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“Pedi, e dar-se-vos-á”

Da edição de outubro de 1971 dO Arauto da Ciência Cristã


Se pedirmos a Deus alguma coisa que parecemos necessitar, será que a receberemos? Cristo Jesus nos assegura positivamente que: “Tudo quanto pedirdes em oração, crendo, recebereis” (Mateus 21:22).

Para receber, salienta o Mestre, é preciso crer. Deve-se ter plena fé em que Deus ouve e pode atender ao pedido. Contudo, crer não significa ter fé cega em Deus. Séculos de fé cega não conseguiram livrar a humanidade do pecado, da doença e da morte. Crer significava, para Jesus, a fé iluminada baseada na compreensão espiritual a respeito de Deus. Essa compreensão dá ao suplicante a firme certeza de que Deus ouve e atende sua oração.

Conforme o define Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência CristãChristian Science — pronuncia-se: kris’tyann sai’ennss., Deus é: “O Grande Eu Sou; Aquêle que tudo sabe, que tudo vê, que é todo-atuante, todo-sábio, a tudo ama, e que é eterno; Princípio; Mente; Alma; Espírito; Vida; Verdade; Amor; tôda a substância; inteligência” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 587). Deus é “tôda a substância”. Portanto, a quem nos devemos voltar, senão a Deus, para que satisfaça as nossas necessidades? Deus é “tôdo-sábio”. Sabe o que necessitamos, mesmo antes que nos seja visível essa necessidade. Deus é Amor infinito e incorpóreo. O que poderemos esperar de uma oração ao Amor infinito, senão um atendimento infinitamente cheio de amor? Para ilustrar êsse ponto, o Mestre afirmou (Mateus 7:7-11): “Pedi, e dar-se-vos-á. (...) Ou qual dentre vós é o homem que, se porventura o filho lhe pedir pão, lhe dará pedra? Ou se lhe pedir um peixe, lhe dará uma cobra? Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus dará boas cousas aos que lhe pedirem?”

Reconhecendo que Deus é todo-atuante, todo-poderoso, Paulo afirmou (II Coríntios 9:8): “Deus pode fazer-vos abundar em tôda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em tôda boa obra.” Nenhuma necessidade humana é demasiadamente grande ou complexa para que Deus a possa satisfazer. Deus a tudo inclui, e envolve todos os Seus filhos na infinidade de Seu amor todo-terno e todo-sábio. Portanto, todos nós podemos nos volver a Êle em oração e ser por Êle ouvidos.

A Bíblia contém um número incontável de exemplos da habilidade de Deus para satisfazer a tôda espécie de necessidade humana. Por exemplo, lemos que antes de ressuscitar Lázaro do túmulo, Jesus, levantando os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou porque me ouviste. Aliás, eu sabia que sempre me ouves, mas assim falei por causa da multidão presente, para que creiam que tu me enviaste” (João 11:41, 42).

Um outro requisito importante para recebermos o que pedimos em oração, é uma noção clara de nossas necessidades reais. Para conhecer nossas necessidades reais, precisamos saber o que realmente somos. O primeiro capítulo do Gênesis, que contém o relato verdadeiro e espiritual da criação, declara que o homem é a imagem e semelhança de Deus. Como Deus é Espírito, Sua descendência, o homem, é uma idéia espiritual. Porque o homem já é espiritual e completo, o que necessitamos realmente é de compreensão espiritual. Necessitamos refletir inteligência, sabedoria, amor, alegria, saúde, vigor espiritual, discernimento, compreensão — tôdas as qualidades que se encontram no homem como reflexo de Deus.

O fato espiritual de que o homem possui tudo o que necessita, não afasta a possibilidade da oração da petição. Jesus usou-a na Oração do Senhor. Contudo, como a Ciência Cristã a encara, a oração que é uma petição, não constitui um mero pedido a Deus por benefícios e facilidades materiais. É um anseio sincero e profundo de tornar-se mais consciente de nossa verdadeira perfeição espiritual e de nossa herança crística.

Segue-se que a oração atendida não é o recebimento de algo de que carecemos; é o desdobrar, dentro de nossa consciência, das qualidades e idéias que já temos, mas que para o sentido mortal limitado e obscurecido pareciam momentâneamente deficientes. A oração, compreendida e utilizada dessa maneira, habilita-nos a discernir o conceito correto do que quer que humanamente possamos necessitar, afastando a ignorância e o mêdo que escondem os fatos espirituais. Quando os fatos espirituais são assim compreendidos e usados, verificamos que nossas necessidades estão amplamente satisfeitas.

Certa ocasião, os compromissos financeiros do autor eram superiores à sua receita. Compreendeu que seria ilógico pedir a Deus mais dinheiro, pois o Espírito nada sabe a respeito da matéria e da carência, e que Deus concede o bem em abundância a todos os Seus filhos. O autor viu que o que realmente necessitava, era um conceito melhor de substância. Por meio da Ciência Cristã, êle aprendera que a substância é eternamente espiritual, e não material. Por isso orou a Deus em busca de compreensão, sabedoria, e amor, que constituem a verdadeira substância.

E sua compreensão aumentou até o ponto em que pôde discernir mais claramente a natureza espiritual de suprimento e de emprêgo. Desenvolveu-se em seu pensamento mais sabedoria, o que lhe deu a habilidade de tratar com maior eficiência de seus assuntos humanos. Ao se esforçar para expressar mais amor abnegado, relações mais harmoniosas se manifestaram. Êsse enriquecimento espiritual por fim se exteriorizou em suprimento adequado para atender a tôdas as suas obrigações financeiras.

Se não recebemos o que pedimos em oração, provàvelmente é porque oramos erradamente. Talvez oremos a um Deus antropomorfo, um Deus humanamente circunscrito, que cremos estar sujeito à ira e ao parcialismo. Mas Deus é Princípio e Amor imutável e incorpóreo. Talvez ao orarmos peçamos coisas e benefícios materiais, em vez de pedirmos compreensão e crescimento espiritual. Ou deixamos que o mêdo e a dúvida adulterem nossa oração, em vez de nos voltarmos humildemente a Deus e com alegria esperarmos confiantemente o bem.

Na Ciência, não há nem pode haver oração sem ser atendida. O amor infinito está sempre em ação e sempre mantém sua criação. Qualquer êrro que pareça impedir o cumprimento de nossa oração pode ser destruído agora por meio do poder da Verdade — a compreensão acêrca de Deus e Sua criação, inclusive o homem. O filho pródigo, na parábola do Mestre, quando voltou humildemente a seu pai, foi restaurado à posição de honra que apenas em crença havia perdido. O filho mais velho teve de aprender que êle não poderia ser privado de bem algum, pois êle já possuía todo o bem de seu pai.

Mrs. Eddy faz a seguinte pergunta em Ciência e Saúde (p. 3): “Somos realmente gratos pelo bem já recebido? Então nos aproveitaremos das bênçãos que temos e assim estaremos preparados a receber mais.” A gratidão é um reconhecimento alegre das bênçãos concedidas por Deus. Ela abre nossos olhos, nossa visão espiritual, ao bem inexaurível que está ao nosso alcance. Se olharmos para uma pintura pela primeira vez, veremos alguns detalhes. Mas se a olharmos pela segunda e pela terceira vez, perceberemos outros detalhes. Da mesma forma, quanto mais abrirmos, em oração, os nossos olhos, com gratidão, tanto maior o bem que reconheceremos e que passaremos a usufruir.

“Acaso sou Deus apenas de perto, diz o Senhor, e não também de longe? Ocultar-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não o veja? diz o Senhor, porventura não encho eu os céus e a terra? diz o Senhor” (Jeremias 23:23, 24). O Amor infinito está sempre aqui conosco. Portanto, não adiemos até amanhã a nossa oração a Êle. Oremos agora mesmo, com humildade, persistência e confiança; então teremos a alegria de ver nossas orações plenamente atendidas à maneira do Amor.

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