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“O ateísmo da matéria”

Da edição de março de 1974 dO Arauto da Ciência Cristã


Muitas pessoas concordarão que a matéria existe. Estamos convencidos de sua existência porque há constante evidência concreta disso; a matéria é tangível, podemos vê-la, ouvi-la, cheirá-la e saboreá-la.

A matéria parece importante para nós, na medida em que acreditamos que ela nos dá ou nos tira a vida, na medida em que acreditamos que ela nos dá inteligência ou dela nos priva. Aqueles que insistem em que a matéria é real, estão continuamente recorrendo a ela à procura de saúde, riqueza e felicidade.

Mas que foi que Cristo Jesus disse dela? “O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita.” João 6:63; E a sr.a Eddy escreve: “As explicações da metafísica divina fazem desaparecer a matéria. O Espírito é a única substância e consciência reconhecida pela Ciência divina.” Ciência e Saúde, p. 278;

A Ciência Cristã insiste em que é somente o testemunho dos sentidos físicos que nos convence da existência da matéria. De fato, para comprovar a existência da matéria, dependemos inteiramente da matéria, a qual age através dos sentidos. O metafísico sabe que aquilo que é material, apenas parece existir. Não é a realidade da vida e da substância. Ele se dá conta de que a matéria existe para ele como realidade, só até que tenha aprendido a se volver aos seus sentidos espirituais, e de bom grado permitido que estes ponham em foco as realidades do universo de Deus, o reino do Espírito.

No decorrer dos séculos o conceito do mundo acerca de Deus passou por grandes mudanças à medida que os homens aceitaram cada vez mais as verdades espirituais que lhes despertaram a compreensão espiritual adormecida. O conceito de Deus como sendo um potentado pessoal, que profere um julgamento impiedoso e exerce vingança, foi cedendo lugar à compreensão que O considera Espírito onipresente.

A onipresença do Espírito implica a perene presença das forças espirituais conosco, a nos dar prova do poder de Deus, o bem; a perene presença da vida e da inteligência conosco, que é exclusivamente divina e tem sua fonte no Espírito; a eterna presença do Cristo conosco, o mensageiro do Espírito, que nos desperta.

Então, uma vez que Deus é o único criador e o universo de Sua criação é inteiramente espiritual, apresenta-se a pergunta: Que vem a ser a matéria, por que ela existe, de onde provém?

O raciocínio do metafísico leva-o à conclusão de que a matéria forçosamente não tem Vida, porque Deus é Vida; e a matéria forçosamente não tem Mente, porque Deus é Mente. Assim, se a matéria não foi criada por Deus e não tem Deus, Vida ou Mente, então deve ser uma ilusão; deve simplesmente aparentar existir para certos estados de consciência humana. E a Ciência Cristã mostra que, quando podemos admitir que a matéria é uma ilusão, estamos a caminho de compreender que ela é inteiramente impotente para nos afetar, quer para o bem, quer para o mal.

Declarar que a matéria existe apenas como uma ilusão, ajuda a libertar a humanidade. Descobrimos que somos capazes de rejeitar com maior rapidez as sugestões da matéria em suas várias formas. Começamos a lidar metafisicamente com a matéria como uma ilusão e a recusar perder tempo precioso no esforço de fazer algo para ela ou com ela.

E possível desfazer-nos rapidamente das ilusões da matéria que se evidenciam como discórdia, doença e pecado, da mesma maneira que podemos desfazer-nos de qualquer outra ilusão. Uma ilusão só tem possibilidade de nos enganar ou iludir, até que percebamos aquilo que é verdadeiro. A ilusão da matéria assume realidade para a consciência humana até ser rejeitada pelos fatos espirituais que provam sua irrealidade.

A sr.a Eddy escreve: “O nome Adão representa a falsa suposição de que a Vida não é eterna, mas que tem começo e fim; ... que o único Deus e criador entrou naquilo que Ele criou, e depois desapareceu no ateísmo da matéria.” ibid., p. 580;

Ateísmo é descrença na existência de Deus. Crer na existência da matéria é descrer da totalidade do Espírito. Crer que o homem, a semelhança de Deus, seja material, é descrer que o homem seja o filho espiritual de Deus, tal como Cristo Jesus revelou que o homem é. Tal ateísmo nos faz depender da matéria — examinar a matéria, falar nela, temê-la ou amá-la. Pode parecer que ela nos faz escravos seus. Mas a Ciência Cristã demonstra que a matéria perde seu poder sobre aquele que sinceramente procura saber mais sobre Deus e se dedica a um estudo consciencioso daquilo que é espiritual. Consagrar-se a ver qualidades espirituais e idéias de Deus, justamente ali onde a matéria aparenta estar, é a compreensão espiritual que bane o ateísmo e seus empecilhos concomitantes.

Se a matéria parece existir e aparenta viver e conhecer, há uma ausência de conhecimento espiritual em nós. Se a matéria aparenta ser substância, há em nós uma ausência de percepção de que o bem espiritual é substância. Se crermos que a matéria tem vida em si mesma, isso indica que há em nós ausência da compreensão de que existe apenas a Vida divina, o Espírito, Deus.

Se a matéria parece raciocinar, tomar decisões, gerar pensamentos ou transmiti-los, isso indica que há em nós a ausência da consciência de Deus como a única Mente e a fonte das idéias que manifestam sabedoria, discernimento, inspiração, intuição e justiça.

Onde quer que a matéria esteja reclamando existência, não perguntemos quem ela é, nem o quê, o quando, o onde e o por quê de sua pretensão, mas estejamos alerta à nossa necessidade de afirmar a presença das realidades espirituais que a matéria insiste estarem ausentes. A matéria é uma aparente ausência de conhecimento espiritual, e de santidade.

Começar a entender que em realidade não temos de lutar contra a matéria ou as condições materiais, diminui o medo, traz-nos consolo e esperança. Temos de lidar unicamente com as sugestões de sua presença, por vermos a presença da verdade espiritual que prova a impotência da matéria em nos controlar.

As sugestões de uma existência material deveriam lembrar-nos da necessidade de procurar saber o que está presente que possamos identificar com Deus — o que podemos declarar ser a substância espiritual individualizada de Deus, o bem. À medida que acordarmos para aquilo que verdadeiramente existe, saberemos discernir rapidamente aquilo que não pode ser verdade, e a matéria será então classificada como mera ausência — a ausência da compenetração daquilo que em realidade está sempre presente.

É óbvio que a matéria e o Espírito onipresente não podem conviver. Os que têm o pendor do Espírito, os que amam e honram a Deus, amam e honram a presença daquilo que é espiritual, e para eles o que é material está ausente.

Suponhamos que nossos sentidos materiais dêem testemunho de um estado enfermo do corpo — como, por exemplo, uma protuberância anormal. Essa representação dos sentidos não pode estar relacionada com a Vida divina, porquanto Deus, o Princípio, não causa formações enfermas. Se persistirmos em ser orientados pela matéria, acreditaremos na evidência material, nos admiraremos com o fenômeno, especularemos quanto ao seu progresso, levantaremos teorias sobre aquilo que o causou ou que efeito poderá ter. Mas se quisermos ser governados pela Mente divina, insistiremos em que não pode haver uma protuberância doentia dentro do Espírito infinito, mas apenas o desenvolvimento do bem espiritual.

Para estar livres do mesmerismo da matéria devemos procurar pensar mais a respeito da atividade do Espírito, o bem de Deus. Devemos empenhar-nos em compreender qual a atividade espiritual que está se verificando na Mente e na nossa consciência humana. Devemos regozijar-nos de que a atividade do Cristo, a Verdade, na consciência humana, tem o poder de eliminar do pensamento a aparente ação de mentiras baseadas na matéria. Devemos negar atividade ao ressentimento, à vingança, à vontade própria, à justificação própria, e trabalhar para que o perdão, a disposição de colaborar e de consolar, de agir abnegadamente, esteja ativa em nosso pensamento. Devemos negar que as teorias da mente mortal tenham alguma vez feito parte de nossa consciência e afirmar que na verdade a consciência expressa a Mente divina. Na consciência espiritual e verdadeira não há desaponto ou mágoas crescentes, nem dureza de inveja ou de maldade que não tenha sido dissolvida, nem acumulação de ódio ou medo. Uma vez que todo o mal é ilusão, devemos considerar as realidades do Espírito a fim de descobrir o que a substância verdadeiramente é — o que de fato está espiritualmente ativo e vem crescendo exatamente ali onde a contrafação material parece estar.

A sr.a Eddy diz: “Negar as pretensões da matéria é um grande passo em direção às alegrias do Espírito, à liberdade humana e ao triunfo final sobre o corpo.” ibid., p. 242.

Quando negamos as pretensões da matéria e começamos a honrar o Espírito — quando classificamos os fenômenos da matéria como ilusão e reconhecemos a realidade da substância espiritual — estamos a caminho de dissipar a ilusão. Corrigir as declarações ateístas da matéria, afirmando os fatos espirituais que honram a Deus, contribui para a santidade e traz a cura à experiência humana. Então não insistiremos mais em que a matéria existe e que somos materiais, mas saberemos que somos manifestações espirituais de Deus, estamos apoiados na Verdade eterna, baseados no Princípio divino, mantidos pelas forças infinitas do Amor.

A manifestação de Deus está para sempre na dependência total do Espírito em tudo o que constitui sua existência e em tudo o que a mantém perfeita em Deus. Quanto mais persistentes formos em honrar o Espírito, tanto menos ficaremos impressionados pelas pretensões da matéria à presença e ao poder, até que finalmente Deus, o Espírito divino, seja para nós a única realidade.

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