O que me torna consciente de que existo? O que diz: “Estou consciente de que vivo” ou: “Estou aqui”? Muitos de nós já nos fizemos essas perguntas. Mais ainda, poderíamos até ter perguntado: “Existe algum propósito real para que eu aqui esteja?” Em face da crença geral de que a vida do homem é meramente um espaço de tempo entre o nascimento e a morte, de que ele é material e por isso destrutível, é possível que não encontremos nenhum propósito em viver.
Não é incomum ouvir-se dizer que nossa vida é simplesmente uma questão de sorte! Para alguns, a vida pode ser triste ou monótona, ou poderá ser uma luta constante pela saúde e felicidade. Para alguns, o bem-estar, a paz de espírito, a satisfação, as alegrias do lar e assim por diante podem até ser desconhecidos. Mas, há aqueles que não aceitaram a futilidade e se afastaram de um sentido de vida meramente material para reconhecerem um poder espiritual como a fonte de sua existência. Isso se evidenciou em suas vidas sob uma forma mais abundante de saúde, felicidade, paz e uma vida com objetivo.
Estes dois pontos de vista, o material e o espiritual, são contraditórios. Um se origina na crença de que a vida do homem é materialmente criada por seres humanos; o outro, de que a vida é espiritualmente criada por Deus. Somente um pode ser verdadeiro. Qual? A resposta a esta pergunta determina nossa experiência.
A Ciência Cristã se apóia completamente no fato de que só Deus cria o homem. Na Ciência, Deus é conhecido como Mente. Essa Mente é infinita, inclui tudo e está em toda parte. Concebe o homem como Sua própria idéia, ou reflexo. A Bíblia afirma: “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou.” Gênesis 1:27; Todo ser consciente, pois, é a auto-expressão de Deus. Não há existência consciente separada de Deus, ou Mente. Logo o homem não é concebido de modo material. A Sr.a Eddy escreve: “Tudo quanto reflete a Mente, a Vida, a Verdade e o Amor é concebido e dado a luz espiritualmente; mas a declaração de que o homem é concebido e desenvolvido ao mesmo tempo espiritual e materialmente, ou por ambos, Deus e o homem, contradiz essa verdade eterna. Toda vaidade dos séculos jamais poderá tornar verdadeiros esses dois contrários.” Ciência e Saúde, p. 303;
A criação espiritual se opõe ao conceito mortal e irreal, em todos os pontos. Opõe-se ao conceito de que o homem está separado de seu criador, de que a vida do homem começa com o nascimento humano, de que o homem está condenado a sofrer, e de que o homem está sujeito aos pensamentos dos outros, às leis materiais e às crenças médicas. Ela opõe-se ao conceito de que o homem possui mente própria, vida própria e vontada própria separadas de Deus. Ela opõe-se ao conceito de que o homem envelhece, se desgasta e morre. A criação espiritual proíbe a existência genuína de qualquer coisa que não resulte daquilo que a Mente sabe. Nada além disso é substancial, verdadeiro, tangível ou real.
A Mente verdadeira é Uma só e é absolutamente Tudo. Não há, portanto, várias mentes. Porque esta uma Mente divina é perfeita, ela não pode contemplar uma falha em tudo o que é de sua criação. Não pode conceber nada que seja contrário à sua natureza pura, perfeita, completa e divina. Porque a Mente é calma, serena e está em paz, é incapaz de conceber a discórdia. Por ser clara e certa, a Mente é incapaz de conceber acaso ou mudança. E porque ela é infinita e não está confinada, é incapaz de conceber limitação ou restrição.
O ponto importante que devemos compreender é que, por haver uma Mente só, esta precisa ser a Mente do homem, a Mente que está aqui mesmo declarando a teu e a meu favor: Eu existo, eu estou consciente. Esta Mente é a única fonte de nossa inteligência. Ela constitui todas as qualidades de nosso ser consciente.
A Bíblia diz acerca do Cristo, ou verdadeira individualidade: “Ele é antes de todas as cousas. Nele tudo subsiste.” Coloss. 1:17; Portanto, a identidade nunca pode ser perdida. Ela nunca pode desaparecer no esquecimento. Porque nossa identidade é em realidade a presença da Mente a declarar Eu Sou, ela existe sempre no agora. Está sempre aqui. Não conhece passado nem futuro. Desconhece a passagem do tempo e a mudança de lugar. A presença divina da Mente é a bondade que nos anima. Constitui nossa natureza divina, todas as qualidades espirituais que formam a totalidade de nosso ser.
Portanto a energia, a alegria, o amor, a paz, a satisfação não dependem de pessoas, lugares ou coisas, de circunstâncias materiais ou condições físicas. Estão sempre presentes exatamente ali onde a fraqueza, a tristeza, o ódio, a turbulência e a insatisfação parecem estar. É apenas um ponto de vista errado acerca da vida o que nos faz crer estejamos separados da presença da Mente e de sua perfeição infinita. A Sr.a Eddy diz: “Nossos pontos de vista errados acerca da vida ocultam a harmonia eterna e produzem os males de que nos queixamos.” Ciência e Saúde, p. 62;
Podemos corrigir o ponto de vista errado acerca da vida como material com o ponto de vista correto acerca da vida como espiritual. Fazemos isso quando nos apegamos à verdadeira identidade do homem como perfeito em Deus, a Vida divina.
Se alguém acredita que sua vida é uma questão de sorte, que é um fracasso ou que está em perigo, basta que mude seu ponto de vista e reconheça a Mente infinita como sendo o observador, o criador, de toda existência verdadeira; começará então a experimentar a maravilha da cura espiritual. Verificará que a verdadeira saúde passará a tomar o lugar da doença, que a alegria real deslocará a tristeza, que um senso de segurança surgirá em lugar da dúvida e do desespero. Um sentido espiritual e silente de paz substituirá a inquietação e os pensamentos perturbados. Aprenderá que toda doença e discórdia são conceitos mortais sem base em lei alguma. Inevitavelmente terão de ceder a conceitos mais espirituais.
Para conseguir conceitos mais divinos, precisamos cultivar o sentido espiritual de vida, porque só o sentido espiritual revela a verdade acerca de Deus e do homem. O sentido espiritual revela as idéias perfeitas e ilimitadas exatamente onde os objetos imperfeitos do sentido parecem estar. O sentido espiritual é o que nos identifica como idéias divinas da Mente. Isto requer que abandonemos um sentido errado acerca do eu como algo separado de Deus. Exige trocar o raciocínio humano por aquilo que a Mente sabe. Aceita o fato de que a Mente, não o cérebro, é a fonte de toda inteligência.
À medida que nos identificamos com esta Mente, obtemos naturalmente conceitos mais divinos e nossa experiência vai se tornando cada vez melhor. A Sr.a Eddy nos diz: “As capacidades humanas ampliam-se e aperfei-çoam-se na proporção em que a humanidade consegue o verdadeiro conceito acerca do homem e de Deus.” ibid., p. 258.
Todos nós não só podemos, mas verdadeiramente devemos, por exigência divina, livrarnos das limitações e frustrações de um conceito mortal de vida, e experimentar a liberdade e a alegria do conceito espiritual da Vida. Estaremos então em condições de dizer com convicção: “Sei que é Deus, a Mente, que me dá consciência de que existo. É a Mente que declara: Estou aqui. E o verdadeiro propósito de eu estar aqui é deixar que a Mente expresse sua própria bondade infinita, sua inteligência, amor, paz, harmonia infinitos bem aqui onde estou.” Essa compreensão abençoará o mundo, pois, em realidade, essa Mente é a Mente de todos.
