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Elevar os nossos filhos

Da edição de outubro de 1978 dO Arauto da Ciência Cristã


A Bíblia traça um quadro patético de Hagar, a escrava banida e seu filho pequeno vagando pelo deserto. Sua água terminara e o fim parece estar próximo. Hagar coloca o menino a certa distância e começa a chorar. Mas então escuta uma mensagem angelical de Deus. Deus ouvira a voz do rapaz e a mensagem veio: “Ergue-te, levanta o rapaz, segura-o pela mão, porque eu farei dele um grande povo.”  Gênesis 21:18; Os olhos de Hagar foram abertos; ela descobre um poço de água.

Parece evidente que o pensamento de Hagar passou do desespero e da rejeição para a esperança. Não indica o fato dela ter levantado o filho uma maior apreciação dele, uma maior esperança no bem?

Os pais e todos os que estão relacionados com crianças podem encontrar orientação útil na experiência de Hagar. A Ciência Cristã explica que os pais podem de fato ajudar os filhos elevando espiritualmente o seu próprio conceito de filhos. O motivo inspirado para educar crianças é o desejo de descobrir a verdadeira individualidade da criança.

A oração humilde e confiante revela aos pais a sua própria semelhança verdadeira, bem como a de seus filhos, com o único Genitor divino. A perfeição imutável de cada filho torna-se mais nítida na luz do pensamento elevado dos pais. Aprendem a conhecer os filhos como estes realmente são e ajudam a despertá-los para o sentido real — o espiritual — deles mesmos. Não é a capacidade pessoal mas o espírito da Verdade brilhando no coração dos pais o que atinge os filhos. A Sra. Eddy diz: “O espírito da Verdade é a alavanca que eleva a humanidade.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 130;

Buscando conhecer os filhos como estes realmente são, os pais se recusarão a pensar a respeito deles como em mortais condicionados pela matéria, mas irão aceitá-los como seres imortais, idéias formadas espiritualmente na Mente divina, seu Criador real. Conhecer estes fatos espirituais se constitui em forte defesa contra as crenças gerais em hereditariedade e limitações de idade. Além disso, a compreensão dos fatos espirituais os protege da sugestão de filhos e adolescentes que rejeitam a autoridade paterna normal, numa necessidade legítima de afirmar sua identidade independente. A grata aceitação de que a Mente que é Pai-Mãe governa os Seus filhos, e da verdadeira mentalidade de cada filho, serve para libertar os pais de apego possessivo e egoísta, e os filhos de rebelião e desobediência petulantes.

Num lar onde a descoberta da realidade espiritual é estimada como a mais desejável das realizações, os filhos estarão mais inclinados a buscar esta realização. Eles aprenderão a colocar Deus em primeiro lugar — a sentir Sua proximidade, a escutar Seus lembretes e a segui-los. Indiferentes às mutáveis atividades humanas, esses filhos sempre saberão que têm um curso espiritual a seguir. Uma vida orientada por Deus impele o amor altruísta por todos, em qualquer lugar. Este desejo pelo bem tem um efeito prático ao desenvolver motivos mais elevados, desejo mais profundo de ajudar os outros e alegria em servir.

As crianças são capazes de distinguir a diferença existente entre um sentido perecível, material e irreal das coisas e o espiritual, harmonioso e permanentemente real. Podem captar a visão do espiritual como sendo o verdadeiramente importante e aprender a subordinar o transitório e material. Podem começar a compreender que o que elas realmente querem é o bem espiritual imutável, e que são capazes de fazer qualquer esforço para obtê-lo.

Providos desta perspectiva espiritual, as crianças e os jovens não serão tão facilmente influenciados por pressões de colegas para se conformarem com padrões inferiores; descobrem satisfação no “muito bem” do Pai e sentem menos necessidade de imitar ou prejudicar outros. Seu conceito do bem se torna menos pessoal e mais universal. Também aprendem a ser menos influenciados por divertimentos superficiais e portanto provavelmente não estarão insistindo em que certas coisas se devem solucionar de determinadas maneiras ou em tentar fazer com que estas coisas aconteçam por meio de vontade humana disfarçada de oração. Descobrem que o importante é o que está no pensamento deles e ficam mais dispostos a confiar em Deus com resultados visíveis.

Isso não significa que os filhos ou os pais tenham de aceitar a falta de coisas boas. Quando, como resultado do sentido espiritual, as orações estão baseadas no amor por Deus e num desejo de fazer a Sua vontade, muitas coisas boas aparecem humanamente porque o bem é, na realidade, tudo o que existe. Tal como Hagar, o pensamento elevado encontra seu poço de água — a provisão divina para a necessidade humana. Esse bem entra na experiência como resultado de se colocar mais fé no desenvolvimento espiritual do que nas promessas transitórias do sonho material.

Qualquer temor de que o erro possa dominar os filhos é eliminado do pensamento dos pais que estão obtendo a convicção de que Deus é o único poder real em toda parte, o qual envolve Seus filhos espirituais no Seu cuidado amoroso. Este estado de consciência é uma barreira contra ser demasiadamente tolerante ou por demais exigente nas normas para orientação dos filhos. Os pais precisam confiar no controle divino, de acordo com o Sermão do Monte e os Dez Mandamentos.

Nesta mesma linha de pensamento, os pais podem vigiar seus motivos em auxiliar os filhos a obter um melhor conceito de autodisciplina. Será que têm muita vontade de agradá-los, ser populares, falhando, assim, em permanecer firmes no que é correto? Ou, por outro lado, será que insistem na obediência a exigências baseadas nas suas próprias opiniões pessoais, mas de nenhuma importância real? Elevar no pensamento o filho perfeito mostrará o bem já realmente presente, a capacidade real do filho e o seu desejo de fazer a vontade de Deus. Então a obediência se torna espontânea — toda a família estará trabalhando junta para a glória de Deus.

Compartilhar o conhecimento da luz da Verdade é o propósito dos pais que ensinam a Ciência Cristã aos filhos. Eles explicam a Ciência Cristã como algo mais do que simplesmente outra religião; é a Ciência da realidade espiritual, que cada um pode encontrar. Os pais não sentem necessidade de doutrinar os filhos. Um controle coercivo do pensamento é o oposto da Ciência Cristã e da verdade ensinada e praticada por Cristo Jesus. As crianças em lares onde a Ciência Cristã é o padrão podem ver o espírito da Verdade praticado e elas mesmas podem colocar em prática o que aprendem e assim julgar-lhe o valor por si mesmas.

Ater-se ao verdadeiro conceito de filhos evidencia o espírito de Deus, que é a alavanca elevadora do pensamento. Deus concede a verdade da supremacia total do bem espiritual. Esta verdade sempre é eficaz quando há vontade de ceder a uma mudança de pensamento.

Quer a cura venha rápida ou lentamente, os pais precisam continuar a procurar o conceito de Deus — inteiramente completo e puro em todas as formas. Os pais curam os filhos à medida que curam a si mesmos de crer em suposições prejudiciais a seus filhos. Não mais temem resistência ingênua à Verdade nem temem que a vontade mortal se apegue à matéria, e adotam um reconhecimento grato da invencibilidade da inteireza e bondade de Deus e a conseqüente saúde de Sua progênie espiritual.

Se o pai ou a mãe, ou outra pessoa, se vê confrontado com a necessidade de ajudar um jovem aparentemente colhido nalguma forma de despotismo da mente carnal — tal como drogas, álcool ou controle do pensamento — necessitará de sabedoria para não tentar forçar uma mudança mental. Nem fará previsões de que o indivíduo precisará passar por muito sofrimento antes de despertar. Sua ação, por meio de oração, será compreender no seu próprio pensamento o verdadeiro conceito desse jovem — de não possuir ele outra Mente senão Deus, de estar amorosamente enlaçado e ternamente envolvido por Seu amor que a tudo abrange.

Os pais mentalmente tomam posição do lado do verdadeiro ser do mortal aprisionado. E vêm o ser real como defendido contra crenças no suposto poder do pensamento material para escravizar. Têm plena certeza de que o filho de Deus não está viciado em erros mas é o resultado do Espírito infinito e todo-poderoso — está satisfeito e é sadio.

O pai ou a mãe atém-se ao fato espiritual: o verdadeiro ser nunca foi atingido por sugestões fraudulentas. A consciência real tem em si apenas o que a Mente contém e é imaculada, forte, pura e corajosa. Atendo-se aos fatos espirituais, os pais verão que o raciocínio correto prevalece, porque sua premissa — uma Mente só — é a Verdade.

Jesus disse: “Deixai os pequeninos, não os embaraceis de vir a mim, porque dos tais é o reino dos céus.”  Mateus 19:14. O céu já é a consciência real de todas as crianças e o espírito divino da Verdade eleva nosso pensamento para o perceber. Este discernimento elevado atinge o pensamento da criança, encontrando correspondência no céu que já se encontra aí em realidade. Que grande bênção é ajudar todas as crianças, e como somos gratos por ter Deus proporcionado os meios para as ajudarmos!

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