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Esperar por Deus cura meros sonhos esperançosos

Da edição de outubro de 1978 dO Arauto da Ciência Cristã


“Não posso esperar até quinta-feira para estar livre dos exames!”

“Quando conseguir emprego, então serei feliz!”

Cada uma dessas declarações presume a existência de alguma condição adversa ou lá não muito feliz. Denota a crença de que o bem há de vir mais tarde — de que a felicidade, portanto, está adiada. Desse modo as sugestões da mente mortal nos conservariam insatisfeitos, desanimados e miseráveis, cegando-nos para o bem do presente.

Como uma criança que enfrenta os dias anteriores ao Natal, aceitamos a crença de que algum acontecimento futuro possa trazer a alegria e a felicidade que ora não temos. Amanhã, na semana vindoura, no ano que vem — serei feliz, estarei contente, ficarei aliviado, serei curado etc. Sem dúvida, deve-se estar continuamente à espera do bem, mas se tal expectativa venda-nos os olhos para o bem que já está ao nosso alcance, estamos sendo ludibriados.

Em nítido contraste, a Bíblia mostra-nos outro tipo de espera. “Espera pelo Senhor”, insta o Salmista. “Tem bom ânimo, e fortifique-se o teu coração; espera, pois, pelo Senhor.” Salmos 27:14;

O que significa “espera ... pelo Senhor”? Certamente não significa aceitar estoicamente algum estado ou situação errôneos, nem resignarse interminavelmente com que o bem fique para depois. Antes, esperar pelo Senhor implica permanecer com a convicção espiritual do bem presente mesmo quando há evidência contrária. De que outro modo poderíamos ter bom ânimo? De que outra maneira poderia fortificarse o nosso coração? A espera tem de estar acompanhada da confiança de que o bem se acha agora mesmo ao nosso alcance.

A Bíblia torna clara qual é a recompensa de se ter convicção espiritual diante da adversidade: alegria presente — alegria na certeza da presença e do poder de Deus como um fato agora mesmo. Os Cientistas Cristãos estudam a Bíblia diariamente para obterem convicção mais cabal e mais clara desta verdade. Aprendem a esperar pelo Senhor enquanto aceitam o fato de que Deus, a Mente divina — a Vida, a Verdade, o Amor, o próprio Princípio da existência — é a única criadora, e a causa universal de tudo o que existe. Na Mente, o bem nunca é protelado, diminuído, interrompido, impedido, frustrado ou está escasso.

A Bíblia abre com um magnífico poema em prosa sobre a criação, asseverando que Deus fez tudo, “e eis que era muito bom” Gênesis 1:31;, e que o homem é formado na própria imagem e semelhança de Deus. A Bíblia conclui o capítulo final do Apocalipse de S. João com a visão de “novo céu e nova terra” Apoc. 21:1;, outra vez percebidos em perfeição imaculada. Entre essas declarações portentosas da bondade e da perfeição da criação, as Escrituras registram a vida de homens e mulheres que foram sustentados, protegidos, curados e reformados ao esperarem pelo Senhor, ao reconhecerem a presença e o poder de Deus. Os relatos bíblicos também nos dizem o que aconteceu aos que não esperaram nEle.

A biografia bíblica de José, que foi vendido como escravo pelos próprios irmãos e injustamente lançado na prisão, torna claro que durante sua experiência José esperava pelo Senhor e que “tudo o que ele fazia o Senhor prosperava” Gênesis 39:23;. Tivesse ele encarado assim essas provações: “Quando eu deixar de ser escravo ...”, “Quando eu sair da prisão ...”, talvez tivesse ficado estagnado na autocomiseração e na miséria que a si mesmo teria infligido. Mas, esperando por Deus, mantendo sua convicção espiritual da bondade presente de Deus, José foi o servo mais leal que sabia ser; foi o prisioneiro mais útil. Não se deixou arrasar quer pela impaciência quer pela indiferença, à espera de alguma promessa oca de um bem que viria mais tarde.

Mais do que qualquer outro personagem bíblico, Jesus destaca-se como o exemplo brilhante de alguém que via e demonstrava o bem presente. Esperava ele por Deus de modo tão completo que foi identificado como o Cristo. Instantaneamente o doente era curado em resposta ao seu reconhecimento da realidade divina presente. Não importava quantos anos a pretensão contrária tivesse persistido — doze, dezoito, até trinta e oito anos — ou se a cegueira era de nascença, ou se Lázaro jazia no túmulo havia quatro dias. Qualquer que fosse a mentira que se apresentasse a Jesus, ele não se deixava ludibriar pela crença de que o bem estivesse adiado e ia até o fato da perfeição presente. E daí a condição humana se conformava, num acentuado grau, à realidade divina.

Consideremos a atitude do Mestre com relação ao seu discípulo Simão. Este mostrava-se impetuoso, pronto a se irar, vacilante. Contudo, Jesus lhe deu o novo nome de Pedro — “pedra”. Além de reconhecer a percepção espiritual de Simão a respeito do Cristo, não será que Jesus viu já presentes as sólidas qualidades de Simão — viu a coragem, a força, o destemor e a dedicação que haveriam de caracterizar mais tarde a sua liderança cristã?

A Ciência Cristã reconhece que o bem é sempre atual. O homem espiritual, a imagem e semelhança de Deus, o bem, expressa e manifesta agora o bem. Esta verdade é tão verdadeira neste momento como o será sempre. Nossa demonstração desta verdade começa com o reconhecimento do fato espiritual da perfeição presente. A Verdade não será mais verdadeira amanhã ou na semana vindoura do que é agora mesmo. O Amor não será mais real no futuro do que neste momento. O Espírito não será mais ativo no ano vindouro do que neste minuto. Nem será a Vida mais vital ou a Alma mais alegre e harmoniosa ou o Princípio mais perfeito no futuro do que é hoje.

A Sra. Eddy pergunta a cada um de nós enfaticamente: “Somos realmente gratos pelo bem já recebido?” “Então”, assevera-nos ela, “nos aproveitaremos das bênçãos que temos e assim estaremos aptos a receber mais.” Ciência e Saúde, p. 3; Mas com que astúcia o argumento da serpente, com a promessa enganosa de alguma alegria futura, haveria de cerrar os nossos olhos para as bênçãos que se acham à mão!

Não nos deixemos enganar. Antes, como José e Cristo Jesus, esperemos pelo Senhor — tão decididos a engrandecer o bem, a ver a perfeição agora mesmo e a expandir agora já o nosso conceito da perfeição — que não nos deixaremos tentar pela sugestão de algum além melhor em tempo ou lugar. Esta falsidade alcança o seu ápice no ensinamento religioso de que o bem está adiado para depois da morte, suposto umbral do além onde o bem predominará sempre. Argumenta que é preciso alguém morrer para ver o bem ou para ser bom ou para obter o bem!

Assim, da próxima vez que lhe vier o argumento: “Quando ... então serei feliz”, veja bem o que ele é, a saudação inicial da mente mortal que busca torná-lo miserável agora, para fazê-lo cair na armadilha de pensar só sonhos esperançosos. Ninguém pode encontrar alegria, paz e saúde agora enquanto acreditar que o bem se acha ausente, mas que vai vir mais tarde. Ao esperar pelo Senhor podemos estabelecer-nos no fato espiritual da perfeição aqui e agora e demonstrá-lo. A mensagem da Sra. Eddy é clara: “Jamais poderás demonstrar espiritualidade antes de te declarares imortal e de compreenderes que o és. A Ciência Cristã é absoluta; não está aquém do ponto da perfeição nem está avançando em direção a ele; ela está nesse ponto e tem de ser praticada a partir dele. A não ser que percebas plenamente que és filho de Deus, e, portanto, perfeito, não tens Princípio a demonstrar nem regra alguma para a sua demonstração.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 242.

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