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Conservadores da natureza

Da edição de maio de 1982 dO Arauto da Ciência Cristã


Andando pelas partes ermas do Parque Nacional de Shenandoah nos Estados Unidos, desfrutei da vastidão da densa floresta natural com sua variegada vegetação e fauna.

Boa quantidade de veados vagueiam por uma reserva como a de Shenandoah. Fiquei observando durante horas um veadinho cuja mãe o colocara a salvo numa moita pontilhada de sol. Ursos vagueavam pelo parque e havia grande interesse e mistério sobre se o principesco leão da montanha havia retornado. Pequenos animais também têm o seu lugar no sistema ecológico da floresta: Zorrilhos, mãos-peladas, esquilos da pedra, salamandras.

É impossível não pensar nas coisas do Espírito num cenário como esse. Qual é a nossa relação correta para com a natureza e qual a da natureza para conosco? Sendo possuidores da inteligência mais completa sobre a terra, qual deverá ser nossa atitude e responsabilidade para com a natureza e os recursos naturais?

A Bíblia registra o mandamento que Deus dá ao homem: “... enchei a terra ... dominai. ...” Gênesis 1:28. A Ciência Cristã, que ressalta o significado espiritual da Bíblia, explica que é o homem espiritual quem tem domínio sobre a terra. A Sra. Eddy escreve em Ciência e Saúde: “Ele é a idéia composta que expressa Deus e inclui todas as idéias corretas. ...” Ciência e Saúde, p. 475.

Esta é uma verdadeira transição: sair do ponto de vista carnal acerca do homem e considerá-lo no sentido espiritual mais elevado — o homem ideal que se origina no Espírito, Deus, como a própria manifestação de Deus, o Seu filho querido. Esse caráter verdadeiro de cada um de nós, quando reconhecido, influencia diretamente o que aparece no cenário humano.

Consideremos, por um momento, o homem como idéia de Deus. “Idéia” apresenta uma relação específica do homem para com Deus — que não só é Pai, Eloim, Altíssimo, Providência divina e Pastor, mas também inteligência suprema, definida logicamente como Mente divina. O homem como concepção espiritual da Mente (a verdadeira identidade do que vemos como homens e mulheres) é a mais elevada idéia dessa Mente. O homem reflete de Deus a inteligência mais elevada e mais completa.

Outras idéias da inteligência divina manifestam menos de Deus. As idéias menores aparecem no mundo como urso, veado ou aracnídeo; como árvore, flor ou peixe. A origem e o propósito de cada idéia são puramente espirituais, expressados pela Mente divina, Deus. Cada identidade spiritual, desde a menor idéia espiritual até a idéia composta, o homem, possui tudo o que necessita para viver, para ser útil e bela, mediante seu reflexo individual de Deus.

Ciência e Saúde descreve essa realidade espiritual: “O universo reflete Deus. Há um só criador e uma só criação. Essa criação consiste no desdobramento de idéias espirituais e suas identidades, que estão abrangidas na Mente infinita e são para sempre refletidas. Essas idéias se estendem desde o infinitésimo até o infinito, e as idéias mais elevadas são os filhos e as filhas de Deus.” Ibid., pp. 502–503.

O homem como idéia composta, ou a representação integral, de Deus, inclui em seu ser todas as idéias corretas, e estas são, na sua natureza essencial, ativas, harmoniosas, completas e benéficas.

Portanto, no sentido ontológico final, existe razão de aceitar o mundo de Deus, do Espírito, como a unidade de Deus e Sua expressão, o homem, que inclui o universo de idéias. Um Deus e Seu resultante espiritual, o homem. Nenhum espaço, lei movimento ou vida além desta — Deus a expressar a Si mesmo, e o homem como Sua expressão.

A explicação na Ciência a respeito de Deus e do homem e da terra ajuda-nos a compreender e proteger o que aparece em nossa vida diária como flora e fauna, bem como recursos e elementos do mundo físico. A atividade crucial, aprimoradora, para nós, centraliza-se na palavra “percepção”. A maneira como percebemos a nós mesmos e ao nosso ambiente determina, muito mais do que imaginamos, exatamente qual será o fim desse ambiente.

Estamos vendo a árvore junto a nosso acampamento ou em nossa rua como uma estrutura meramente física, sujeita aos caprichos das forças humanas e das naturais? Ou estamos começando a perceber a natureza inerente e exclusivamente espiritual da criação, de Deus e o homem, inclusive o universo? Tal percepção é uma transição religiosa, um ato de fé, não é mesmo? Requer negar o que os sentidos físicos nos dizem, perpassar o quadro material e discernir algo da verdade do ser.

Mas — em razão do pendor prático que temos hoje — quais são os resultados quando essa percepção correta do homem e da natureza for exercida? Quais foram no deserto os resultados para a multidão faminta que seguia Moisés? Para os amigos de Cristo Jesus no barco batido pelo vento? Os resultados podem ser hoje em dia o que foram então para quem quer que exercitar verdadeiramente a percepção científica e viver por ela: bênção de provisão melhorada, melhor saúde e maior harmonia para si mesmo, para outros e para o ambiente natural. Utilizar dessa maneira a percepção espiritual é um processo metafísico — um processo que vai além do físico — mas tem efeito direto sobre o que aparece como reino físico.

As próprias dúvidas que às vezes abrigamos a respeito de como e por que e se esse processo metafísico está baseado na verdade e pode vir a ter êxito — são os próprios inimigos da humanidade e da natureza. Poucos de nós estamos suficientemente livres desse repuxo degradante, de orientação material, como a dúvida e o medo concernentes à nossa capacidade de ver a idéia composta de Deus. Duvidar de Deus e de Sua criação é erro crasso e ignorante que precisa ser corrigido por todos os que aceitam, ou estão começando a aceitar, a realidade das coisas do Espírito.

Em nossa vida, que papel importante cabe a cada um de nós, então! Perceber que o Espírito está sendo expresso universalmente no homem, inclusive em todas as idéias e atividades corretas. Mediante o poder de Deus podemos conhecer este universo como completamente espiritual, vital, intato. Conhecer cada aspecto da natureza espiritualmente, afirmar em pensamento e em ação que cada aspecto está, em verdade, agora mesmo, sob o cuidado e a sustentação de Deus, e resistir a todas as dúvidas e temores a respeito desta percepção e de sua eficácia — é abençoar o mundo. Esse é um papel que todos podemos desempenhar sempre a favor do animal, do vegetal e do mineral.

Como conservadores da terra, estamos plenamente imbuídos de poder pelo amor infinito e perfeito de Deus. Cada um de nós tem esse poder e é capaz de exercê-lo de maneira benéfica, em prol dos parques da América, dos rios europeus, das pastagens da África, das selvas da Ásia, dos ermos da Austrália, da vastidão da floresta Amazônica na América do Sul, e das ilhas e profundezas dos grandes oceanos do mundo.


Que variedade, Senhor, nas tuas obras!
todas com sabedoria as fizeste;
cheia está a terra das tuas riquezas.

Salmos 104:24

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