A identidade espiritual persiste apesar da transitoriedade das personalidades e coisas materiais na terra. Antedatando e pós-datando o sonho da materialidade, o ser individual existe agora e para sempre no reino infinito de Deus, intocado pelos acontecimentos mortais.
Toda a criação de Deus existe para sempre intata. O que vemos como plantas materiais em crescimento, criaturas na terra, homens e mulheres, são percepções limitadas da criação; no entanto, elas nos podem fazer recordar do fato de que os objetos da criação de Deus realmente existem. A criação de Deus não é tocada pelo tempo e não é material. A criação de Deus inclui a planta em sua verdadeira identidade antes que ao sentido mortal pareça haver ela brotado do solo da terra. A criação de Deus, por ser espiritual, nunca poderia tornar-se fibrosa, celular, mortal. O estado material é basicamente um ponto de vista errado.
Se a idéia de Deus pudesse tornar-se material, crescer, fenecer e desfazer-se, a substância estaria se extingüindo toda vez que uma flor desaparecesse e toda vez que um animal ou pessoa morresse. Tal malogro não é possível na criação perfeita e completa de Deus. Sua natureza e plenitude não podem diminuir e não diminuem. A criação espiritual é imutável e eterna. Toda idéia verdadeira, grande ou pequena, continua a existir independente da aparência sensória de crescimento, maturidade e decadência.
A humanidade tem sido enganada pela imposição capciosa de que as coisas materiais são substanciais. Temporariamente deixou de ver a verdade fundamental de que todo ser real é espiritual e permanente. A Sra. Eddy declara: “O pensamento há de ser finalmente compreendido e visto em toda forma, substância e cor, mas sem acompanhamentos materiais.” Ciência e Saúde, p. 310.
Cristo Jesus compreendia sua própria permanência e seu estado verdadeiro, espiritual. Declarou: “Vim do Pai e entrei no mundo; todavia deixo o mundo e vou para o Pai.” João 16:28. O Mestre não fez referência a alguma eventual extinção. Jesus veio do Pai e voltou para o Pai. De fato, sempre esteve conscientemente com o Pai ou não poderia ter realizado suas obras poderosas. A Sra. Eddy escreve sobre a verdadeira natureza dele: “O ser consciente e verdadeiro de Jesus nunca deixou o céu pela terra. Permaneceu no alto para sempre, mesmo quando os mortais acreditaram que estava aqui.” Não e Sim, p. 36.
A não ser que erradamente presumimos que Deus perde Suas idéias por meio de acidentes, desastres e morte, precisamos compreender que também nós verdadeiramente nunca deixamos “o céu pela terra”. Porque Deus é a verdadeira fonte de nosso ser, estamos agora e para sempre no mesmo estado celestial original em que estivemos antes de o sentido mortal pretender que estávamos na terra.
É-nos proveitoso compreender e sentir a perfeição de nossa existência imortal inteiramente separada da crença em obstáculos terrenos. É hora de despertarmos para o fato de que em vez de estar voltados para a terra e ser mortais, realmente residimos imaculados e perfeitos no céu — na atmosfera da harmonia, onde não há falta de saúde nem pecado ou mortalidade.
A Ciência Cristã dá ênfase à própria perfeição imutável de Deus e da verdadeira substância e identidade de tudo o que vemos como sendo maravilhas naturais e dignas na terra. Os objetos que representam a bondade de Deus existem eternamente, em sua natureza espiritual e perfeita, em Deus, a Vida divina, até mesmo enquanto os sentidos físicos os definem como materiais.
Todo pensamento ou idéia boa e perfeita que acolhemos é um aspecto do verdadeiro ser como a expressão de Deus. Na proporção em que valorizamos e demonstramos esses pensamentos, tornamo-nos cada vez mais familiarizados com a verdadeira natureza da existência. Mesmo enquanto parecemos estar aqui e, talvez, com problemas, realmente nossa verdadeira identidade nunca deixou o céu pela terra.
Conquanto o estado físico de nossa vida terrena esteja sujeito a mudança e fluxo, os aspectos verdadeiros e espirituais — amor, saúde, sabedoria, pureza, beleza, forma, cor — não só são inseparáveis da verdadeira identidade e individualidade, como também realmente nos conferem imortalidade. Mesmo enquanto segundo as aparências estamos num ambiente mundano, tudo quanto é espiritualmente digno nos diz algo acerca de nosso status imortal, celestial.
Na proporção em que desviamos o olhar das aparências físicas, começamos a valorizar nossa natureza pura como o reflexo de Deus. Mesmo se o mundo nos anima a sonhar e vaguear em seus supostos prazeres de coisas físicas e temporárias, precisamos alcançar uma percepção mais clara de nosso ser verdadeiro e contínuo, o qual, embora aparentemente material, nunca deixou e nunca pode deixar sua fonte celestial em Deus. Precisamos ver mais claramente que nós, do mesmo modo que tudo quanto é bom e digno, derivamos de Deus. Todo aspecto do universo de Deus é verdadeiramente uma idéia exata e definida, que existe agora, assim como existia “antes que estivesse na terra” Gênesis 2:5 (conforme a versão King James)..
