Muitas pessoas concordariam que a cura do pecado e da doença, por meios puramente espirituais, seria a coisa mais importante que poderia acontecer na terra. Os cristãos concordariam que isso já aconteceu — no ministério de Cristo Jesus. Mas, nem tantas pessoas têm consciência de quão decisivo é que tais curas sejam especialmente apreciadas, que se ore por elas e que sejam praticadas nesta época.
Após ter descoberto e fundado a Ciência CristãChristian Science (kris´tiann sai´ennss) em fins do século dezenove, Mary Baker Eddy fez uma predição — condicionada à fidelidade das vidas dos Cientistas Cristãos ao Cristo, a Verdade — de que, em fins deste século as igrejas cristãs nos Estados Unidos da América, e algumas em outros lugares, passariam a incluir em seu ministério a prática da cura cristã. Ver Pulpit and Press 22:9–13. De fato, há igrejas que atualmente praticam alguma forma de cura cristã.
A Sra. Eddy, no entanto, fez outra predição, igualmente importante, embora menos conhecida. Disse: “Que haja leite para as criancinhas, mas não permitais que o leite seja adulterado. A não ser que se siga esse método, a Ciência da cura cristã se perderá outra vez e o sofrimento humano aumentará.” Retrospecção e Introspecção, pp. 61–62.
Seria concebível que o restabelecimento da cura cristã se desvanecesse tão rapidamente da consciência humana? De acordo com a Sra. Eddy, sim. E a responsabilidade por essa perda não teria sido de alguma coisa que o mundo fez ou deixou de fazer, mas da falta de vigilância espiritual e de consagração por parte dos Cientistas Cristãos.
O mal geralmente não se identifica a si mesmo nem anuncia com estardalhaço as suas intenções. É através de sofismas e de persistentes sugestões dissimuladas que ele penetra a consciência inadvertida. São palavras de Cristo Jesus: “Se o pai de família soubesse a que hora havia de vir o ladrão, [vigiaria e] não deixaria arrombar a sua casa.” Lucas 12:39.
Mesmo agora, por exemplo, ouve-se de vez em quando a opinião mal orientada de que uma variação da Ciência Cristã talvez a tornasse mais apropriada à aceitação do mundo. Sugere-se que a Igreja de Cristo, Cientista, relegue a cura a um “segundo plano” como se isso fosse simplesmente uma opção entre muitas. Algumas pessoas argumentam com sutileza que, hoje em dia, há menos interesse nas curas físicas ou menos necessidade delas. A própria declaração da Sra. Eddy deveria ser alerta suficiente contra tais teorias: “A posteridade terá o direito de exigir que a Ciência Cristã seja exposta e demonstrada em sua santidade e grandeza — e embora o ensinado ou o aprendido seja pouco, que esse pouco seja correto.” Ret., p. 61.
O que requer a maior vigilância espiritual é a contínua sugestão materialista da fonte básica de todos esses pontos de vista: a mente carnal. Em qualquer época ou lugar em que apareça, essa mentalidade se opõe ao Cristo. Faz a cura deixar de parecer natural. Faz a cura parecer fora de moda ou pouco atraente, quando, de fato, a cura se encontra bem no limiar do pensamento humano e é a experiência espiritual concreta pela qual a humanidade atualmente anseia.
Tais sugestões são anuladas pela vigilância espiritual, na qual toda pessoa dedicada à Ciência Cristã e à cura espiritual pode participar. Isso requer que estejamos perfeitamente alerta à questão central de nossa época — espiritualidade versus materialismo. Quando estamos alerta, percebemos que a mente carnal não tem a capacidade de retirar da consciência espiritual o inerente reconhecimento desta, do poder e da lei espirituais.
Como a Mente provê a única consciência verdadeira, a obediência a Deus renovará e produzirá constantemente a certeza e a vitalidade da cura. O que se nos faz necessário, então, resume-o uma expressão empregada na Epístola de Tiago, no Novo Testamento. Precisamos deixar de ser de “ânimo dobre” Tiago 4:8. e passar a ter “a mente de Cristo” 1 Cor. 2:16..
O ânimo dobre é o exato oposto do discipulado cristão, que possui um só Deus, um só Espírito, uma só Mente. Em razão de que o ânimo dobre põe a descoberta espiritual da Ciência Cristã francamente de lado e toma por norma o sentido material, ele faz a contemporização materialista na igreja e nos assuntos individuais parecer normal. Mas, logicamente, a cura não é uma dádiva em meio a outras, que possa ser posta de lado por certo tempo, ou “desenfatizada”. Conforme Cristo Jesus o mostrou, a cura está sempre e necessariamente ligada à idéia espiritual de Deus, ou o Cristo, a Verdade. Quando os seguidores de Cristo acolhem essa idéia espiritual sem o expediente mental e a subserviência que barrariam a implicação total do que é o Ser divino, há cura do medo, do pecado, da doença.
Como, em verdade, há apenas uma Mente divina, ou Espírito, que é Deus, não é difícil descobrir esse fato e confiar nele. Uma vez despertos, ou redespertos, pelo toque do Cristo, a natureza da descoberta espiritual torna-se-nos tão distinta e aparente que já não somos enganados pelas fases do materialismo, por mais sutis que sejam. Então ficamos cônscios de que a idéia espiritual não pode ser roubada — de nós ou de toda a humanidade, a quem afinal se destina — e nossas ações se coadunam com as nossas convicções.
 
    
