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Desempregado? Procure de novo.

Da edição de novembro de 1990 dO Arauto da Ciência Cristã


Meu chefe imediato chamou-me a uma pequena sala de conferências para uma reunião importante. Após ter-me dito para sentar à mesa, diante dele, anunciou-me em tom solene: “Seu cargo vai ser eliminado. Você está livre para concorrer a outro cargo dentro da empresa ou para deixá-la.”

Eu não fazia a menor idéia de que isso estava para acontecer. Nossa empresa atingira picos históricos, quer nas vendas, quer nos lucros e meu chefe anterior me dera classificações muito favoráveis na avaliação feita sobre meu trabalho. Mas houvera uma série de alterações a nível de chefia, em nossa empresa. Agora eu tinha de prestar contas a outras pessoas, nos três níveis de direção acima do meu escalão. Essas pessoas tinham idéias diferentes acerca de quem desejavam que trabalhasse abaixo delas.

A princípio, fiquei estupefato e tentei desesperadamente conseguir outra colocação na mesma empresa. Estava disposto a aceitar qualquer coisa, mesmo em nível muito mais baixo de responsabilidade e salário. Mas nada deu certo. Pela primeira vez em mais de trinta anos, eu estava desempregado.

Hoje em dia, muitas pessoas passam por experiências semelhantes a essa, devido a reorganizações de companhias e mudanças de mercado. Essas experiências podem ser aterradoras e gerar sentimentos de insegurança e baixa auto-estima. Podem também, por outro lado, compelir-nos a rever cuidadosamente nosso modo de vida e aquilo em que o baseamos.

Como estudante de Ciência Cristã, eu tinha aprendido que a verdadeira segurança fundamenta-se no Princípio divino, Deus e não pode, efetivamente, depender apenas de pessoas, de opiniões humanas ou até de organizações. Temos apenas um único e verdadeiro empregador: a Mente divina, ou Deus. O grau de harmonia presente em nossa vida é diretamente proporcional à firmeza com que aceitamos esses fatos espirituais em nosso pensamento, apesar do que as aparências ou circunstâncias nos queiram fazer crer.

Durante o tempo em que estive desempregado, eu lia todas as manhãs a lição bíblica semanal do Livrete Trimestral da Ciência Cristã, tal como o fazia há anos, e me empenhava em obter a orientação de Deus. Sabia que Deus é infinito e que eu refletia, espiritualmente, a bondade de Deus. Portanto, aquilo que eu expressava poderia satisfazer à necessidade de alguém.

Numa das semanas estava incluída na lição bíblica a história de Eliseu e a multiplicação do azeite de uma mulher pobre (2 Reis). Para mim a abundância de azeite resultante do pedido de ajuda feito pela viúva ao “homem de Deus”, Eliseu, simbolizava a capacidade que todos nós temos de expandir os talentos e o bem que possuímos, quaisquer que sejam. Mas temos de estar dispostos a melhorar e a partilhar aquilo que temos. Aperceber-nos-emos, então, de que é infinito o suprimento de possibilidades e oportunidades.

Essa história impeliu-me a começar a escrever acerca do campo comercial que eu conhecia. Isso constituía o azeite que eu tinha em casa, pese embora o fato de eu nunca ter recebido nenhum dinheiro por escrever algo, visando à sua publicação. Para fazê-lo, primeiro eu tinha de superar várias formas de resistência. Uma era a pretensão de que não seria capaz de escrever. Outra era de que eu não conseguiria realizar nada trabalhando em casa (pois seriam muitas as distrações). Uma terceira era de que sem ser portador de importante título e sem ter uma empresa de renome a respaldar-me, ninguém levaria a sério os meus escritos. Uma quarta era de que eu já tinha ultrapassado a idade de vir a obter emprego. Todas essas formas de resistência foram superadas através da oração.

Aprendi a escrever, principalmente escrevendo. As seguintes linhas de Ciência e Saúde de autoria da Sra. Eddy orientaram-me: ”A Ciência Cristã não é exceção à regra de que, sem esforço por um objetivo específico, não há excelência. Não se pode dispersar os tiros e ao mesmo tempo acertar no alvo.“ Eu escrevia e reescrevia. Comprei um processador de palavras e aprendi a usá-lo. Agarrei-me à verdade de que eu refletia a capacidade infinita da Mente divina, inclusive para expressar claramente os pensamentos. Empenhei-me em produzir um manuscrito claro e capaz de prender a atenção do leitor.

Nunca tinha trabalhado em casa anteriormente. Instalei numa das salas o escritório e agarrei-me ao seguinte pensamento de Ciência e Saúde: ”Deus descansa em atividade.“ Dentro em breve, já conseguia estar o dia todo e até nos fins de semana a trabalhar em meu novo escritório.

À medida que argumentava no meu raciocínio de que a Mente não tem conhecimento de posto hierárquico ou posição, consegui me libertar da sensação de que para ser bem sucedido, necessitava de um título que impressionasse e estar associado a alguma empresa. ”As idéias infinitas da Mente folgam e se divertem“, explica o livro Ciência e Saúde: ”Em humildade, escalam as alturas da santidade.“ Independentemente de onde é que eu estava humanamente empregado, eu continuava a ser a mesma expressão completa, ou idéia, de Deus, a Mente.

Durante esse período da nossa vida, minha mulher e eu começamos, em determinada altura, a considerar várias possibilidades de trabalho. Algumas eram bastante diferentes, nunca havíamos pensado nelas. Ocorreu-nos então que deveríamos estar dispostos a fazer o que quer que fosse necessário. Mais tarde minha mulher conseguiu um emprego de tempo integral num novo ramo de atividade, após ter sido dona-de-casa durante mais de vinte anos. Eu cuidava da casa e preparava as refeições.

Na época havia em nossa cidade uma grande falta de pessoas para fazerem limpeza de casa. Certo dia vi-me a dizer que estaria à disposição para fazer limpeza em casas de outras pessoas, como forma de ganhar a vida. Isso afastou todo o medo de que se o projeto de escrever não desse em nada, não haveria coisa alguma para eu fazer. Fez também desaparecer um certo sentimento de orgulho, segundo o qual eu tinha de fazer algo que fosse impressionante. Aliás, adquiri a liberdade que me permitiu fazer aquilo que eu sabia fazer e continuar a escrever, sem obstáculos.

As preocupações que eu tinha com minha idade foram acalmadas pelo conhecimento de que a Vida, Deus, é eterna e a Mente descansa em ação. A Sra. Eddy fez grande parte do seu trabalho mais importante quando estava na casa dos oitenta anos. A única limitação possível provém de aceitarmos algum conceito mortal e finito a nosso respeito. Decidi tomar partido por Deus e pelo que Ele nos dá, o interminável desdobramento do bem infinito e esterno.

Meus escritos resultaram não só num trabalho de tempo integral para preparar uma série de livros, como também em projetos de consultoria com várias firmas. Recebi também pedidos de artigos e palestras. Dentro de poucos meses, meus rendimentos eram superiores aos de meu antigo emprego e eu me sentia mais realizado do que nunca. Gostava imensamente de meu novo trabalho e das pessoas com quem lidava. Havia uma vantagem extra ao trabalhar em casa: não tinha de perder três horas por dia em meios de transporte, podendo assim ajudar mais no cuidado da casa e dos filhos.

Apercebi-me de que por estar atento a Deus, eu tinha preparado o caminho para algo muito melhor do que jamais pudera imaginar. O reconhecer esse fato ajudou-me a vencer o ressentimento para com meu antigo chefe. Afinal, se eu não tivesse sido despedido, não teria estado predisposto para essas novas oportunidades.

Nós criamos o nosso próprio trabalho. Quando estamos desempregados, podemos nos volver a Deus em busca da percepção mais clara das oportunidades infinitas sempre ao nosso alcance e incluí-las em nossa consciência. Quando essa percepção é acalentada e enaltecida na qualidade de evidência da sempre presente realidade de Deus, ou o bem, ela se manifesta em nossa vida sob a forma de oportunidades e suprimento.

Todos temos mais azeite em reserva, do que nos apercebemos. E esse azeite pode ser vertido (usado e partilhado) sem restrições.


Levanta em redor os teus olhos, e vê ...
Nunca mais se porá o teu sol,
nem a tua lua minguará;
porque o Senhor será a tua luz perpétua,
e os dias do teu luto findarão.
Todos os do teu povo serão justos,
para sempre herdarão a terra.

Isaías 60:4, 20, 21

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