Certa vez, assisti a uma peça de teatro maravilhosamente interpretada, o drama Jogo mortal, de James Yaffe. Lembro-me de que a trama girava em torno de três juristas aposentados que se reuniam depois do jantar, uma vez por semana, para reviver o julgamento de importantes processos da história. Numa noite de inverno, um hóspede inesperado bate à porta: é um viandante à procura de abrigo contra uma tempestade de neve. Esse visitante, que de nada suspeita, é convidado a participar do julgamento simulado daquela noite e a assumir o papel de réu. O intenso interrogatório que se segue, coloca o homem constantemente na defensiva, até que o “tribunal” se convence de que ele é responsável pela morte de outra pessoa.
Ao assistir à peça, dei-me conta de que o réu nunca tivera nenhuma chance. Ali, naquele tribunal simulado, justiça era sinônimo de encontrar alguma culpa, com base na premissa de que todos cometeram algum crime em algum momento da vida. Essa premissa, de que o homem é essencialmente culpado, está bem representada na história de Adão e Eva. Predestinado desde o início, o homem mortal é fatalmente ignóbil.
Cristo Jesus desafiou poderosamente essa noção de culpa mortal. Das narrativas do evangelho, brota uma nova liberdade, baseada no fato de que a humanidade é essencialmente redimível e essa rendenção, a Ciência Cristã ensina, tem raiz na natureza espiritual do homem como filho de Deus. Sem dúvida, há um profundo abismo entre a premissa, contida na peça, de que todos os homens e mulheres são inevitavelmente culpados, e a poderosa percepção cristã de que podemos vencer o mal e descobrir a verdadeira natureza do homem totalmente merecedor do Amor divino.
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