Minha filha e eu regressávamos a casa quando, ao contornar uma curva, nosso carro caiu dentro de uma grande vala de obras de estrada. Ao aperceber-me do que se estava a passar, recordei-me das palavras de Paulo, proferidas aos Coríntios: “Deus ... não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento.”
Em vez de medo, fiquei maravilhada ao ver como escapamos dessa situação difícil. Estou convencida de que esse estado mental impediu que sofresse muito mais nos dias seguintes.
Ficamos ambas inconscientes. Sofri lacerações na cabeça, num braço e numa perna e fraturas numa costela, no maxilar e no pescoço. Minha filha foi parcialmente projetada através do pára-brisas do carro e sofreu cortes e contusões. Nosso automóvel foi visto por um lavrador que regressava a casa. Fomos levadas ao hospital da região, onde nos limparam os ferimentos e nos colocaram ataduras.
Assim que minha filha recuperou a consciência, insistiu em que regressássemos a casa. No entanto, fiquei retida no hospital porque estava ainda inconsciente e os médicos tinham decidido colocar no lugar meu maxilar.
Minha filha entrou em contato com um praticista da Ciência Cristã, que começou imediatamente a orar por nós duas. No dia seguinte ela pôde regressar ao trabalho de professora. Recuperei a consciência e os médicos concordaram que eu poderia regressar a casa assim que conseguisse caminhar pelo quarto. Em silêncio insisti que “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações.” (Salmos)
Os médicos estavam preocupados com o fato de eu ter perdido tanto sangue, mas lembrei-me da seguinte passagem de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, da autoria da Sra. Eddy: “... há mais vida e imortalidade num só motivo bom e numa só ação boa do que em todo o sangue que já tenha corrido por veias mortais ....” [A frase completa diz: “Ao pálido doente, que afirmas estar definhando com anemia perniciosa, deve-se dizer que o sangue nunca deu vida e nunca pode tirá-la — que a Vida é Espírito, e que há mais vida e imortalidade num só motivo bom e numa só ação boa do que em todo o sangue que já tenha corrido por veias mortais, e simulado um sentido corpóreo de vida.”] Consegui, nessa altura, caminhar pelo quarto, pelo que obtive permissão para voltar a casa.
Passei os dias seguintes a orar e a estudar. Os ferimentos, o pescoço e costela foram rapidamente curados. Contudo, quando fui ao dentista para tirar o aparelho que atava meu maxilar, ele informou-me que este não estava a soldar corretamente e que, portanto, teria que ser partido outra vez. No entanto, eu não consenti. Mais tarde, eu mesma tirei o aparelho. Continuei a orar. Três meses depois, a companhia de seguros pediu ao dentista que verificasse de novo o estado do meu maxilar e ele confirmou que este estava correta e firmemente soldado.
Aconteceu que, oito meses após o acidente de automóvel, fui atingida na cabeça por uma bola de basquete. A partir desse momento, comecei a ter perdas ocasionais de consciência e falhas de memória. Ao fim de três meses, meu patrão viu-se forçado a dispensar-me, o que constituiu para mim um choque terrível.
Tentei então voltar a lecionar e consegui um emprego no centro da cidade. Às vezes acontecia esquecer-me do que estava a fazer, no meio da solução de um problema de matemática, mas declarava silenciosamente que Deus é a única Mente e que eu reflito em todos os momentos Sua sabedoria infinita, na qualidade de Sua imagem, que é a natureza verdadeira do homem. Os alunos esperavam calmamente durante uns momentos, até que eu pudesse acabar o problema. Foi uma alegria trabalhar com eles.
No final do ano escolar tive conhecimento de que havia uma vaga de emprego num sanatório para Cientistas Cristãos. Candidatei-me ao lugar e fui contratada. No meu desejo de expressar gratidão por estar em condições de trabalhar naquele lugar, pensei em freqüentar um curso que me proporcionasse maior conhecimento das leis que regem essas instituições. Mas um professor da Universidade de Kansas insistiu comigo para que eu tirasse o curso estadual de administrador. Disse-me ele que esse curso continha tudo o que eu precisaria saber para o meu trabalho.
Eu não tinha a certeza se seria capaz de passar o exame final, devido às falhas de memória que tinha tido. No entanto, meu raciocínio foi de que o sanatório existia para apoiar a cura através da Ciência Cristã, pelo que, ao tirar o curso, eu poderia contribuir para minha própria cura e para a cura espiritual em geral.
Continuei a reivindicar que possuía a inteligência completa por ser reflexo da Mente divina e em 1986 passei nos exames estadual e federal. Algum tempo depois, o sanatório necessitou de um administrador credenciado e esse lugar foi-me oferecido. O fato de eu ter vivido, em minha própria vida, a eficácia da cura através da Ciência Cristã, constituiu uma grande vantagem para mim, como administradora. Tal como Paulo, desenvolveu-se em mim grande gratidão por haver superado as fraquezas, assim como por uma vida de demonstração do poder do Espírito sobre as ilusões dos sentidos materiais.
Overland Park, Kansas, E.U.A.
É com muita alegria que confirmo a cura que minha mãe teve, de fraturas no maxilar, no pescoço e na costela, cura obtida exclusivamente através da confiança em Deus. Sou eu a filha que conduzia o automóvel e que foi projetada através do pára-brisas.
Recordo-me de ter acordado ao som do motor a trabalhar e da gasolina a verter do tanque. Obedeci ao impulso de me arrastar para dentro do carro, desligar a ignição e ligar os sinais de emergência. Senti-me muito grata a Deus por essa orientação.
Estávamos dentro de uma vala de obras, com ervas sobre as nossas cabeças e, apesar da situação parecer humanamente intransponível, eu sabia que estávamos a ser alvos de desvelo. A família que passou por ali não conseguia acreditar que estávamos nessa situação havia apenas alguns momentos. Eles iam a caminho de casa e, geralmente, eram as únicas pessoas a viajar naquela estrada secundária durante a noite. Quero expressar mais uma vez a grande gratidão por ter sido obediente à orientação espiritual de acender as luzes, em vez de me quedar deitada irremediavelmente escondida nas ervas.
O acidente ocorreu tarde, durante a noite de sábado. Segundafeira, após ter acabado de dar o primeiro dia de aulas a seguir ao acidente, fui buscar minha mãe no hospital. Sua recuperação foi rápida. A cura do pescoço e costelas não tardou e foi completa, como confirmado pelos relatórios médicos requeridos pela companhia de seguros.
Quando o dentista informou a minha mãe de que o maxilar teria de ser de novo partido, ela sabia, devido ao êxito das outras curas, que isso seria desnecessário. Regressou a casa com inspiração renovada, ela mesma retirou o aparelho do maxilar e prosseguiu com o seu método de cura baseado na oração.
Alguns meses depois, quando minha mãe teve o incidente com a bola de basquete, sua confiança na Ciência Cristã salvou-a uma vez mais. Ela havia sido sempre uma pessoa intelectualmente muito ativa. Antes de ter filhos, tinha trabalhado como engenheira de astronáutica. Foi de fato um grande desafio ter de enfrentar a desvastadora perda das suas ativas e ágeis capacidades mentais. Mas através da oração, apercebeu-se não só de que Deus, a Mente, é a única inteligência verdadeira e que essa inteligência é indestrutível, completa e incapaz de errar, como também de que a idéia de Deus, o homem, reflete natural e eficazmente essa inteligência.
O conhecimento dessa verdade permitiu inverter a situação, trazendo calma e cura. O fato de minha mãe ter passado o exame final que lhe permitiu vir a ser administradora do sanatório (exame esse bastante extenso e exigente), confirmou que suas capacidades mentais tinham sido completamente restauradas.
Estou muito grata por ter sido educada como Cientista Cristã. Os anos vividos de total confiança na cura e orientação da minha vida, confiança essa que adveio das verdades baseadas na Bíblia, revelaramse frutíferos e proporcionadores de liberdade e saúde.
Leawood, Kansas, E.U.A.
    