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Couraça e caráter

Da edição de janeiro de 1991 dO Arauto da Ciência Cristã


Há muitos anos, um escritor descreveu, no "Methodist Review," o que havia presenciado na nova religião que surgia, chamada Ciência Cristã.

Ao falar sobre o sistema de estudo e cura espiritual descobertos por Mary Baker Eddy, escreveu acerca dos estudantes de Ciência Cristã: "... a insistência da Sra. Eddy, na leitura diária e contínua da Bíblia e de seus próprios escritos, ... tem dado ... meios para o desenvolvimento espiritual que ... certamente os conduzirá à verdade à medida que se aproximarem do cerne de seus caracteres" (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany).

Desenvolvimento do caráter descreve bem o efeito da Ciência Cristã. Quando algo passa a fazer parte de nosso caráter, não é algo que ora vem, ora desaparece. Não é simplesmente algo que escolhemos fazer ou não fazer.

Quando o Guia, Cristo Jesus, se acercava de uma pessoa para curá-la, para levá-la a agir corretamente, para que recebesse a influência do ilimitado poder de Deus, havia algo no caráter do Mestre que confirmava a capacidade da pessoa para atender a esse chamado.

Esse elemento de seu caráter era o conhecimento que ele tinha de ser filho de Deus. E essa verdade espiritual é o que dá eficácia à cura cristã na Ciência. A Ciência Cristã mostra que o homem deve refletir a própria existência de Deus, que é Vida, Espírito e Mente. Quando admitimos isso, abrimos nossa vida ao poder de Deus.

No entanto, parece que a crença na realidade do mal desequilibra esse ideal espiritual, maravilhoso e poderoso. Conseqüentemente, uma batalha tem início em nosso pensamento: entre nossa sensibilidade para com o bem divino e nossa crença no mal. A cura ocorre quando a crença no mal enfraquece e a compreensão espiritual sobre o bem divino prevalece em nossa vida.

Inúmeras vezes Cristo Jesus explicou esse conflito espiritual por meio de parábolas. A parábola do filho pródigo é conhecida de muitos: um pai tinha dois filhos, um dos quais atravessou um ciclo completo de viver devasso, antes de aperceber-se do amor constante de seu pai. Sua volta ao lar indica que o bem divino prevalece.

Outra parábola fala-nos de um homem que plantou uma vinha e confiou-a aos cuidados de outros. Quando mandou seus servos para a colheita, eles foram espancados e expulsos. Jesus mostrou que essa rejeição brutal simbolizava a resistência ao Cristo. No entanto assegurou, no final da parábola, que ocorreria um ajuste de contas quando essa rejeição fosse derrotada.

No vocabulário da Ciência Cristã essa rejeição é chamada de diversos nomes. Magnetismo animal é um termo usado em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras para descrever a escuridão mental que está alienada do bem. A Sra. Eddy viu que esse sinônimo para hipnotismo descreve perfeitamente a natureza do mal, qualquer que seja a forma que tome.

Ela também entendeu que esse termo podia efetivamente identificar o mal como tendo apenas influência ou controle temporário, e, ao mesmo tempo, mostrando que a aparente realidade do mal não era o que parecia ser. O mal no sentido mais profundo não é o que aparenta ser — supremo, incontestável, autoritário.

O que rompe o controle do mal sobre a humanidade é uma crescente compreensão de Deus. Pode-se dizer que a grande verdade, ou fato, sempre vence a grande mentira do mal, que é como Cristo Jesus descreveu o diabo.

Ciência e Saúde afirma: "O grande fato de que Deus governa tudo com amor, sem jamais castigar senão o pecado, é o ponto de onde deves avançar para destruir o medo humano de doença." Para compreender a natureza do mal, ou magnetismo animal, precisamos compreender esse grande fato. Nunca podemos entender bem o que é o mal, realmente, se não tivermos a perspectiva espiritual que vê a Deus como Ele de fato é — Mente, Espírito, Alma, todo-poderoso. E a conseqüência direta é a verdade espiritual de que com efeito somos o que Deus queria que fôssemos, não mais, nem menos: Sua imagem e semelhança.

À medida que obtemos o sentido espiritual de Deus e de nós mesmos, ficamos literalmente investidos do caráter e da força do Cristo para desafiar o mal. Em nosso atual grau de progresso espiritual podemos exercer esse poder, porque nossa verdadeira natureza é criada por Deus e Deus não cria nenhum elemento mau. Essa teodicéia fundamenta a cura e a regeneração pelo cristianismo espiritual, que tem um único Deus, sendo este totalmente bom.

Em nosssa vida isso significará uma luta cristã, enfrentando o mal e vencendo-o. A compreensão espiritual que evolve dessa batalha não é limitada às fronteiras particulares de nossa própria consciência. Nossas vitórias individuais sobre o mal não somente formarão nosso próprio caráter na semelhança do Cristo, a Verdade, mas trarão luz para o mundo.

Algo da experiência desse tipo de oração e batalha espiritual está descrito em uma novela histórica de autoria de Aleksandr Solzhenitsyn, August 1914: The Red Wheel / Knot I (p. 274.) O livro pode realmente ser considerado uma parábola moderna da guerra espiritual com as forças da materialidade. Ao descrever a necessidade de silêncio por parte de um oficial para recobrar a lucidez mental, a narrativa continua:

Orações perfunctórias, murmuradas pela manhã e à noite como uma questão de hábito, enquanto os pensamentos vagueiam pelos interesses mundanos, são como tomar banho completamente vestido e com uma só mão: você está ligeiramente mais limpo e quase não o percebe. Mas se orar com concentração, entregar-se completamente à oração, orar como se estivesse saciando sua sede, quando lhe for impossível não orar e nada mais o satisfizer — aí essa oração ... sempre transforma e fortalece.

À medida que nos apercebermos de que somos todos guerreiros espirituais, capazes de estar armados com a espiritualidade evoluída do mais profundo amor de Deus, descobriremos que somos capazes de vencer o magnetismo animal, ou seja, toda a digressão materialista de nosso caráter e de nosso eu espiritual e verdadeiro, como filhos de Deus.

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