Tanto Em Casa como na Escola Dominical, as crianças precisam aprender o poder do espírito do Cristo. Este, por sua vez, lhes ensinará como manter os padrões divinos, independentemente de quão longe possam estar de casa. Esse ensinamento responde ao apelo do Salmista: "Como ... haveríamos de entoar o canto do Senhor em terra estranha?" Salmos 137:4. Os valores humanos variáveis, a mudança nas circunstâncias, estar separados dos costumes da família, não interrompem a atuação imutável do Cristo, que Jesus exemplificou em sua vida, com tanta ternura e poder.
Imbuídos do espírito do Cristo, nós temos, tanto como pais quanto como filhos, a força moral de permanecer firmes do lado da verdade. A Sra. Eddy escreve: "O único propósito da verdadeira educação é fazer com que o indivíduo não só conheça a verdade, mas a viva, que goste de fazer o que é certo, não trabalhando apenas com o bom tempo e fugindo na hora da tempestade, mas labutando em meio às nuvens do erro, da injustiça, da inveja, do ódio; é fazer com que ele espere em Deus, o forte libertador, que recompensa a retidão e pune a iniqüidade." The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 252. O Cristo nos habilita a confiar radicalmente na pureza do modo de pensar espiritual, em vez de nos deixar confundir pelo pensamento mundano, e ajuda-nos a formar hábitos corretos de pensamento, como a honestidade, a veracidade, o propósito de ser útil.
É essencial que as crianças aprendam a obedecer aos pais, mas é igualmente essencial que assimilem a obediência a Deus e a compreensão de seu relacionamento com Ele. Pais e professores da Escola Dominical podem guiar as crianças para Deus, como o verdadeiro Pai-Mãe, e ajudá-las a ver a si mesmas como criação imortal de Deus, à imagem e semelhança do Espírito. Graças a esse relacionamento, elas são capazes de expressar amor, consideração, paciência, integridade. Nesse relacionamento com o Amor divino, as crianças encontram inteligência e coragem com as quais poderão tomar decisões acertadas.
À medida que as crianças se tornam mais obedientes a Deus e às Suas leis, seu modo de pensar se torna mais espiritual, adquirem maior domínio, e a auto-indulgência de partir de um ponto de vista egocêntrico e materialista vai diminuindo. Em Ciência e Saúde, a Sra. Eddy adverte: "Toda a educação das crianças deve visar a formação de hábitos de obediência à lei moral e espiritual, com os quais a criança possa enfrentar e vencer a crença nas pretensas leis físicas, crença essa que engendra as moléstias." Ciência e Saúde, p. 62. A Escola Dominical e o lar constituem o ambiente ideal para se ensinar "hábitos de obediência à lei moral e espiritual...". As leis espirituais são as leis de Deus, que sustentam, fortalecem e protegem; eliminam o medo e abrem a porta à coragem e ao espírito do Cristo.
A sociedade atual está fragmentada em muitos estilos de vida diferentes. Cada um desses modos de vida é considerado uma alternativa aceitável: "Seja tolerante com meu jeito de levar a vida, que eu serei tolerante com o seu. Você faça as coisas como quiser, que eu faço como quero." Todavia, o papel dos pais e da Escola Dominical da Ciência Cristã é o de desenvolver nos jovens o caráter cristão, ajudando-os a compreender o único estilo de vida universal e espiritualmente aceitável: o modo de vida de caráter imbuído do Cristo. A fim de propiciar o desenvolvimento de um caráter espiritual forte, é necessário eliminar qualidades dessemelhantes de Deus, tais como a desonestidade, a covardia, o mau humor habitual. É preciso substituir tudo isso por qualidades espirituais que o homem reflete por ser a idéia espiritual de Deus, virtudes tais como o autogoverno, a integridade, o amor. Em outras palavras, a educação na Escola Dominical e no lar favorece a constante eliminação das características ímpias, ajudando as crianças a trazer à tona, na vida prática, sua natureza verdadeira como idéias do Amor, como descendentes de Deus.
Uma boa educação, seja em casa, seja na Escola Dominical, só é possível com fundamento espiritual. Quando o poder e a realidade espirituais estão no âmago do ensinamento, em casa e na Escola Dominical, cria-se uma atmosfera naturalmente mais espiritual para a vida em família. A Sra. Eddy deixou diretrizes quanto ao que ensinar na Escola Dominical. Entre as lições para as crianças, que ela menciona no Manual de A Igreja Mãe, estão os Dez Mandamentos, a Oração do Senhor com sua interpretação espiritual, tirada de Ciência e Saúde, e o Sermão do Monte. Ver Manual, Art. 20, § 3°. A Sra. Eddy também menciona o uso de perguntas e respostas baseadas nas Lições Bíblicas do Livrete Trimestral da Ciência Cristã. Essa orientação do Manual para o ensino espiritual continua sendo um fundamento atualizado e compensador para uma educação inspirada e curativa, tanto em casa como na Escola Dominical. Ela dá realce a idéias novas e regeneradoras, que se desenvolvem em nós continuamente, como resultado do pensamento espiritualizado e da utilização da verdade a respeito de Deus e do homem.
Os pais muitas vezes comentam: "Nossos filhos começam a perder o interesse, especialmente após sair da Escola Dominical. Acabam sendo levados para longe da Ciência Cristã, em vez de querer filiar-se à igreja. Como mudar essa tendência?" Uma experiência em minha família ajudou-me a responder a essa pergunta. Após completar vinte anos e sair da Escola Dominical, minha filha mais velha parecia não gostar muito de assistir aos cultos. Sentia falta da participação em perguntas e respostas, como estava acostumada na Escola Dominical. Além disso, nossos cultos eram realizados numa sala de aula, e ela sentia falta dos cultos realizados num verdadeiro edifício de igreja, como os que tinha freqüentado enquanto estava na universidade. Lá havia música de órgão e solista, coisas essas que nossa pequena Sociedade de Ciência Cristã não tinha.
Conversei com ela sobre a dimensão espiritual do culto, que não é delimitada por estruturas materiais. Através dos anos todos em que meu marido e eu criamos nossos filhos, durante os anos em que freqüentaram a Escola Dominical, fora cultivado neles o poder do pensamento espiritualizado. Por isso, agora, ao enfrentar essa aparente resistência à igreja, eu apelei para a espiritualidade que havia sido cultivada em minha filha.
A princípio, foi-me difícil ser firme e compreensiva ao mesmo tempo. Tive de desenvolver a arte de escutar, especialmente de escutar com o coração. Vi que o importante era comunicar, não apenas falar. É preciso envolver o jovem e encorajá-lo a responder com inspiração. Se nosso próprio coração continua enregelado e o jovem fica sem alcançar um senso mais profundo da espiritualidade de Deus, que possa lhe servir de orientação, então não lhe foram ensinadas as exigências divinas.
Minha filha e eu conversamos sobre uma parte da definição de Igreja, encontrada em Ciência e Saúde: "A estrutura da Verdade e do Amor; tudo o que assenta no Princípio divino e dele procede." Ciência e Saúde, p. 583. Pudemos compreender que essa visão espiritualmente elevada de Igreja estava separada de um edifício ou de um órgão. Reconhecemos que nós mesmos precisamos expressar o que é verdadeiro e amoroso, confiando completamente em Deus para tornar manifestas as verdadeiras qualidades de Igreja.
À medida que conversávamos, eu vi que o investimento espiritual que meu marido e eu havíamos feito em nossos filhos tinha ajudado a desenvolver um profundo amor por Deus e por Cristo Jesus, bem como pela Sra. Eddy e sua descoberta. Como havíamos nos empenhado em colocar a Deus em primeiro lugar em nossas decisões e ao enfrentar os desafios de maneira espiritual, minha filha foi logo capaz de voltar a apreciar o que a prática da Ciência Cristã havia feito por ela individualmente e por nós, como família. Ela parou de se queixar, passou a freqüentar regularmente o culto dos domingos e as reuniões de testemunhos e começou a fazer sugestões para melhorar nossa igreja instalada na sala de aula. Passou a participar ativamente das reuniões de testemunhos e a dar aulas na Escola Dominical como professora substituta. Também filiou-se À Igreja Mãe.
No livro Pulpit and Press, a Sra. Eddy escreve: "Ah, crianças, vós sois os baluartes da liberdade, o cimento da sociedade, a esperança da humanidade!" Pul., p. 9. O ensino na Escola Dominical e em casa deve constituir uma boa plataforma, para assegurar que "a esperança da humanidade" se torne realmente o cimento da sociedade. As crianças podem ser encorajadas a aprender a trabalhar metafisicamente para si mesmas, com sinceridade, método e inteligência. Quando saem da Escola Dominical, deveriam estar prontas para participar plenamente do trabalho da igreja e aceitar maiores responsabilidades. A atividade da igreja ocorre porque Deus exige nossos serviços. E essa exigência é a mesma, tanto para os membros mais idosos como para os mais jovens. É a crença de limitação do progresso que nos faz ver mais capacidade em um indivíduo do que no outro. Quando os pais e os professores da Escola Dominical cultivam qualidades espirituais em sua própria vida, ajudam a desenvolver essas mesmas qualidades nas crianças. Essa é a maneira mais eficaz de ensinar, pelo exemplo. Assim, não haverá necessidade de palavras para incentivar as crianças. Nós mesmos nos beneficiaremos, ao investir naqueles que levarão adiante a atividade da igreja.
Fundamentalmente, o ensino em casa e na Escola Dominical deveria ser dedicado à cura. A cura de elementos infantis negativos, tais como a falta de disciplina, mau temperamento e intolerância, é vital para o desenvolvimento de todas aquelas qualidades infantis positivas que constituem o caráter cristão. Ninguém se torna independente do cuidado maternal e paternal de Deus, que não tem limites nem fronteiras, porque Deus é onipresente; está à disposição de todos, onde quer que estejam. A impaciência, a vontade humana, o orgulho, a raiva e o ressentimento, manifestados pelos pais ou pelos professores, são algumas das infantilidades que precisam de cura. É importante que vençamos a frustração quanto ao comportamento das crianças, expressando em nossa própria mentalidade as qualidades de caráter cristão que gostaríamos de ver nelas.
Em Ciência e Saúde, a Sra. Eddy escreve: "Os filhos deveriam obedecer a seus pais; a insubordinação é um mal que cresta os brotos do autogoverno."Ciência e Saúde, p. 236. Isso requer que a mente mortal seja desarmada. Conseguimos isso destruindo em nós mesmos o medo da desobediência, da maldade e da obstinação, bem como a crença de que essas possam ser características dos filhos de Deus. Podemos vigiar nosso próprio pensamento para não personalizar o que quer que seja dessemelhante de Deus. A resistência à disciplina surge, muitas vezes, do fato de que nossa norma foi pessoal e foi dirigida ao sentido pessoal. Em vez disso, podemos basear nossas expectativas na verdadeira natureza da criança, dirigindo-nos a ela como a idéia espiritual e perfeita de Deus, criada à Sua imagem e semelhança.
Todos nós devemos expressar as qualidades de uma criança. "Deixai vir a mim os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus", Marcos 10:14. disse Jesus. Inocência, pureza, sinceridade, essas são as qualidades típicas da criança, que serão cultivadas em nós e nas crianças, mediante o ensino espiritual, em casa e na Escola Dominical.
