"Medir A Vida pelos anos solares é espoliar a juventude e revestir a velhice de fealdade. O sol radiante da virtude e da verdade coexiste com o ser. O estado de perfeição do homem é o eterno zênite desse ser, zênite esse nunca obscurecido por um sol em declínio", afirma a Sra. Eddy em Ciência e Saúde, (p. 246).
Embora eu tivesse lido essas frases muitas vezes, num fim de tarde, certo dia, essas palavras me inundaram o pensamento, enquanto eu voltava para casa de carro, olhando à minha frente para uma cadeia de montanhas banhadas pela cálida luz do pôr-do-sol. Ocorreu-me, de repente, que isso que acontece todos os dias — o pôr-do-sol e a aurora, dia após dia, continuamente — não tinha absolutamente nada a ver comigo. Não há nenhuma relação entre esses fenômenos e minha identidade e a vida. O fato é que eu podia parar de medir minha vida pelos anos solares. Eu me senti livre! Essa revelação tem permanecido comigo como inspiração palpável e proveitosa.
A Mente divina é isenta de tempo, sempre em pleno resplendor.
Como posso dizer que eu e qualquer outra pessoa estamos, em realidade, separados e isentos de medidas solares e, conseqüentemente, do envelhecimento? Considere a metáfora do sol descrita na citação acima. Nela, Deus, a Mente divina, é "o sol radiante". A Mente é a luz, a inteligência suprema, e o homem é sua imagem e semelhança, o reflexo de Deus.
De qualquer forma que considerarmos essa metáfora, o meio-dia é o apogeu da luz. Ao meio-dia temos o pleno resplendor do sol. Mas, do ponto de vista do sol, é sempre meio-dia! Nosso senso de escuridão seguida da luz, escuridão e luz, com a volta que a terra dá, faz com que pareça o contrário. O sol permanece luz! Da mesma forma, a Mente divina é isenta de tempo, sempre em pleno resplendor.
Ao usar o sol como metáfora, em outra ponderação, a Sra. Eddy revela que todos os raios do sol juntos representam o Cristo, e cada um desses raios representa "homens e mulheres" (ver The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 344).
Pensar nessa metáfora, com mais profundidade, tem me ajudado. Por exemplo, cada raio reflete o sol. Nunca está separado e nunca difere da natureza de sua origem. Cada raio é distinto, individual e importante para a plena radiância do sol. Nenhum raio tem mais luz do que o outro. Nenhum raio depende do outro. A fonte segura de tudo está na origem. Toda atividade expressa a origem. Muitas vezes utilizo essa metáfora, quando penso em minha relação com Deus.
Compreender que a relação entre Deus e o homem é semelhante à do sol com seus raios, significa compreender com clareza. A pessoa sente alívio da opressão, da preocupação, e do medo — e sua consciência é iluminada. Assim como cada raio é governado pelo sol, cada idéia é governada pela Mente. Em outras palavras, nós somos idéias e estamos eternamente contidos na Mente divina que nos concebe.
Mas, você poderia dizer, nós vemos e sentimos materialmente. Parece verdade que nascemos como um ser material e que um dia morreremos. Mas as aparências enganam. Apenas parece que o sol nasce e se põe, porém o oposto é que é verdadeiro. O mais importante é compreender que a realidade espiritual das coisas é o exato oposto das aparências mundanas. A identidade do homem, criada por Deus, existiu antes do nascimento e continua após a mudança chamada morte, porque o homem é, em realidade, a idéia espiritual e eterna de Deus.
Como é que esse fato pode nos ajudar, com tantas mudanças que parecem ocorrer durante uma existência? Não seria melhor considerar essas mudanças como estágios de aprendizagem dentro de uma experiência de contínuo progresso, vê-las como oportunidades de compreender mais o desdobramento de nossa individualidade dada por Deus? Envelhecer tem uma conotação muito negativa. Amadurecer poderia ser uma palavra melhor.
A Bíblia diz: "Eis, agora, o tempo sobremodo oportuno, eis, agora, o dia da salvação" (2 Cor. 6:2). É muito importante viver no eterno "agora" da criação de Deus. Nesse "agora" não existe idade. Nele está o eterno meio-dia do ser. Podemos optar por nos estabelecer nesse "agora".
 
    
