Carlinhos estava feliz da vida. A família inteira ia reunir-se na casa do vovô e da vovó para festejar o Natal. Ele ia brincar com seus priminhos e rever os tios. Carlinhos sempre esperava ansiosamente essa ocasião.
Quando chegaram em casa do vovô, ele correu para abraçar os avós e ver seus brinquedos prediletos. Ele sabia que todos os outros chegariam no dia seguinte e que todo mundo ia ganhar muitos presentes. Antes de dormir, foi ver se a vovó ia mesmo preparar aqueles pãezinhos que ele tanto apreciava no café da manhã. Mal agüentava esperar o dia seguinte!
Mas naquela noite ele despertou sentindo-se horrivelmente mal. Parecia que tudo estava doendo, e ele só queria estar em casa, em sua própria cama. Correu a contar à mamãe. Ela logo o fez deitar-se na cama com ela, e ficou em silêncio. Carlinhos sabia que quando a mamãe ficava em silêncio era porque ela estava orando. A família inteira sempre recorria a Deus, quando alguém ficava doente. Haviam tido muitas curas maravilhosas, por meio da oração.
Na Escola Dominical ele estava aprendendo que o homem reflete a bondade de Deus. Ele tentou pensar em alguma maneira em que ele refletia a vontade de Deus. Por exemplo, quando ele era bonzinho com sua irmã, quando ajudava a arrumar a casa, quando fazia a lição-de-casa em tempo. Ele contou à mamãe o que estava pensando. Ela o abraçou com carinho, dizendo: “Sabe de uma coisa, Carlinhos, nós refletimos a Deus todo o tempo, até quando estamos viajando. Só porque não estamos em casa, não quer dizer que Deus não esteja aqui mesmo conosco. Nós não deixamos Deus para trás, quando partimos de casa para vir para cá.”
Carlinhos sorriu e disse: “Eu sei, mamãe. Deus está em toda parte e Ele é Amor, então o amor de Deus por nós está sempre conosco, em qualquer lugar.”
“Todas as vezes que viajamos”, disse a mamãe, “é bom lembrar que o amor de Deus vai conosco, a cada passo do caminho.”
É importante escutar o que Deus diz e lembrar todas as coisas boas que Ele nos dá. A Bíblia diz que Deus fez o homem à Sua imagem e semelhança e que Deus viu que tudo o que Ele fizera era muito bom. Carlinhos pensou que, como imagem de Deus, ou reflexo, ele expressava bondade. Não importava onde ele estivesse, seria esse reflexo. A verdade espiritual sobre ele nunca mudava. Como imagem de Deus, ele não podia estar doente, porque Deus não estava doente.
Então a mamãe disse: “Imagine se alguém fizesse você acreditar que seu rosto está todo cheio de bolinhas roxas. Você acreditaria? “Não”, respondeu ele, dando risada.
“Pois é”, disse a mamãe, “precisamos olhar para Deus, para ver o que refletimos. Mesmo que cem pessoas dissessem que você está com o rosto cheio de bolinhas roxas, você saberia que não é verdade, porque você reflete a perfeição espiritual de Deus.”
A mamãe e o Carlinhos pensaram em sete sinônimos, ou nomes de Deus, que ele havia aprendido na Escola Dominical: Princípio, Mente, Alma, Espírito, Vida, Verdade e Amor. E também ponderaram como Carlinhos expressava outras qualidades que se assemelhavam a Deus, além de bondade e gentileza. E a mamãe também lembrou desta idéia de Cristo Jesus, na Bíblia: “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste” (Mateus 5:48). Todos os filhos de Deus verdadeiramente refletem a perfeita bondade de Deus. Então, seja o que for que pareça não estar bem, sempre podemos montar guarda sobre nossos pensamentos e saber que somente a bondade de Deus e a perfeição são verdadeiras.
Carlinhos já estava se sentindo bem melhor. Disse que havia gostado da história das bolinhas roxas. E achou melhor dormir de novo.
Ele acordou mais uma vez, antes de chegar a manhã. Quase foi chamar a mamãe, mas lembrou a história das bolinhas roxas e orou para saber que ele refletia somente o bem. O mal-estar passou e ele voltou a dormir.
De manhã Carlinhos se levantou sentindo-se estupendo! Comeu os pãezinhos de que ele tanto gostava no café da manhã, e logo começou a brincar com seus primos.
Nota da mãe de Carlinhos: Quando Carlinhos me despertou, ele realmente precisava de ajuda. Logo vi que essa era uma oportunidade de pôr em prática algumas das idéias de cura que ele havia aprendido na Escola Dominical. Eu tinha a plena convicção de que era uma oportunidade de comprovar para o mundo inteiro que o amor de Deus traz cura.
Em Miscellaneous Writings, (Escritos Diversos), a Sra. Eddy escreve: “Deveríamos medir nosso amor a Deus por nosso amor ao homem; e nosso senso da Ciência será medido por nossa obediência a Deus, — cumprindo a lei do Amor, fazendo o bem a todos; transmitindo, na medida em que os refletimos, a Verdade, a Vida e o Amor, a todos os que se encontram no âmbito da atmosfera do nosso pensamento” (p. 12).
Não houve mais nenhuma manifestação do problema e passamos um Natal muito feliz.
 
    
