Uma Amiga Me disse que seu maior prazer, na época do Natal, é “ver como todos ficam contentes quando abrem os presentes que lhes comprei.”
Não é só ela. A generosidade invariavelmente produz uma alegria interior, pois o dar na realidade é uma emanação do amor todo envolvente de Deus.
Compreender esse simples fato pode modificar toda sua maneira de encarar o Natal. Há uma enorme diferença entre dar por inspiração vinda de Deus, proveniente do amor altruísta, e a sensação de obrigação, associada ao comercialismo que obscurece a essência do Natal.
Deus, que é o próprio Amor, é a origem de toda generosidade. Deus dá incondicional e imparcialmente, assim como o sol produz calor e luz. É difícil pensar no Amor sem pensar em dar. Aliás, dar está intimamente ligado ao próprio ser de Deus, que é a Mente única e dá inteligência, sabedoria e compreensão. Ele é o Espírito divino, que proporciona energia, coragem e força. Ele é a Verdade, dando-nos segurança, é o Princípio, que confere significado à existência. A capacidade de dar está presente em todos os aspectos da natureza de Deus, portanto tem de ocorrer sem esforço, por parte do homem, Sua imagem e semelhança.
Um homem sábio disse: “Você dá pouco quando dá coisas que lhe pertencem. É quando você dá de si mesmo que você realmente dá algo de valor.” Kahlil Gibran, The Prophet (O profeta), New York; Penguin Books, 1992, p. 26. Dar de si mesmo, do fundo do coração, significa expressar nosso eu verdadeiro e espiritual, nossa unidade com a Mente divina, que satisfaz a todas as necessidades humanas. Isso significa agir de acordo com as idéias inspiradas que nos ocorrem, sem deixar que o medo ou a dúvida nos atrapalhem. A bondade infinita de Deus não tem limite e está inteiramente ao nosso dispor. Utilizar essa idéias inspiradas nos faz agir de maneira cristã. A necessidade de agir dessa forma e dar do fundo do coração vem à tona de forma muito oportuna na época do Natal.
Uma das maneiras de fazê-lo é ser hospitaleiro, um presente de Natal muito oportuno. O Apóstolo Pedro escreveu: “Sede, mutuamente, hospitaleiros, sem murmuração” (1 Pedro 4:9). Ele continua, dizendo que a hospitalidade é um aspecto das muitas graças de Deus, um atributo natural no homem. Não deve restringir-se àqueles a quem temos apego pessoal, mas deve ser oferecida sempre que a necessidade se manifeste. Às vezes temos de dar dessa forma mesmo quando não estava nos nossos planos. Aí está a oportunidade de lembrar que “... Deus ama a quem dá com alegria” (2 Coríntios 9:7).
E o que dizer daqueles que pensam que não têm nada para dar? Isso é impossível, devido à grande afluência do Amor. A palavra afluente significa “que aflui livremente”, e pode ser expressada por pensamentos ternos, no lugar de deixar correr a crítica, e em manifestar nossa alegria em sorrisos e gentilezas. Quanto mais utilizarmos os recursos infinitos que Deus tem, de idéias corretas, tanto menos nos veremos tentados a sentir-nos limitados.
É muito importante não esquecer a figura chave de Cristo Jesus, nesta ou em qualquer época, e ensinar as crianças que nosso Pai celestial é a verdadeira fonte de todos os presentes, e não Papai Noel, ou alguma pessoa.
Muitas crianças pensam que o Natal é simplesmente uma ocasião para receber. Por isso, pus-me a orar para ajudar meus netos a compreender que “Mais bem-aventurado é dar que receber” (Atos 20:35). Tive a idéia de levar cada um deles para fazer compras, e comprar um pequeno presente para a família. Assim eles estão aprendendo, junto comigo, que uma das partes mais gostosas do Natal é observar a expressão no rosto das pessoas, quando abrem seus presentes.
Quando despertamos e reconhecemos que o impulso de dar vem de Deus, e obedecemos a esse impulso, acontecem coisas maravilhosas. Espero que este Natal seja não só uma ocasião para dar presentes que se podem embrulhar com papel bonito, mas dar espiritualmente, esse dar que é a fibra de nosso ser, e de descobrir que quanto mais damos, mais temos para oferecer.
 
    
