As Palavras “A glória da vida humana” fazem parte de uma frase que despertou meu interesse desde que a li pela primeira vez, há muitos anos. Ela se encontra numa obra denominada Não e sim, de Mary Baker Eddy. A autora comenta a vida de Cristo Jesus, seu abnegado sacrifício para mostrar à humanidade como sair das limitações e sofrimentos inerentes à carne, e diz: “A glória da vida humana consiste em vencer a doença, o pecado e a morte. Jesus sofreu para trazer esta glória a todos os mortais. . .” (p. 33)
O que acho sobremaneira interessante é que a glória consiste “em vencer”. Consiste na ação de vencer. Aquilo que Jesus fez, mesmo em meio às mais flagrantes injustiças, é o que nos infunde esperança. Jesus, mesmo enfrentando o ódio e a tortura, não se desviou de sua fidelidade a Deus e de seu amor à humanidade. Foi mediante sua fidelidade e seu amor ativos, irrestritos, que ele venceu o pecado, o sofrimento e a morte. Ele foi aquilo que Deus quer que o homem seja: Sua própria expressão, digna, completa, íntegra. Nisso está a glória! Todos nós podemos participar dessa glória, seja qual for a circunstância, de maior ou menor porte. Por meio dessa participação, por meio de nossa própria fidelidade a Deus e nosso amor pela humanidade, nós também venceremos tudo o que tenta aviltar a Deus e Sua expressão, o homem. A lei de Deus é o que determina esse resultado.
Deus é nosso Criador, é Espírito infinito. Ele nos criou à Sua imagem e semelhança. Portanto, a única glória que podemos ter está em glorificar a Deus, em ser Seu reflexo espiritual, em expressar fielmente Seu amor e Seu total poder, em vencer tudo o que pretenda negar Sua totalidade. Na verdade, não podemos ser ou fazer menos do que isso, porque só Deus governa Sua criação. Está em nossa natureza genuína tributar “ao Senhor a glória devida ao seu nome” (Salmos 29:2).
A crença de que Deus não seja o único poder, e de que nós sejamos menos do que a Sua expressão espiritual, isto é, a crença de que vivamos na matéria e sejamos mortais, é a origem das limitações e do sofrimento humano. Essa crença é também conhecida, na Christian Science, pelo nome de magnetismo animal. Caracteriza-se por uma atração para os instintos animais, para o materialismo e o pecado. Que se trata de uma crença errônea, foi repetidamente comprovado por Jesus, em sua vida e em seu ministério, mediante duas atitudes básicas: ele tributava a Deus toda a glória, toda a realidade e poder; e não atribuía glória nenhuma, nenhuma realidade ou poder, a qualquer coisa dessemelhante de Deus. Com essas duas atitudes, Jesus destruía o magnetismo animal, a crença material falsa, pois ele mantinha-se fiel ao único Deus, o Espírito infinito, que é Vida, Verdade e Amor e não fazia nenhuma ressalva em sua fidelidade. Jesus participou, assim, da glória da vida humana. Ele podia “vencer a doença, o pecado e a morte” mediante o poder de Deus, e mostrou-nos como fazê-lo também.
Temos oportunidades diárias de participar da gloriosa atividade de curar, quando nós mesmos somos fiéis a Deus, sem ressalvas.
Temos oportunidades diárias de participar da gloriosa atividade de curar, quando nós mesmos somos fiéis a Deus, sem ressalvas. Nunca deveríamos subestimar o bem que essa fidelidade traz, a nós, à nossa família e à humanidade como um todo. Honrar a Deus, dar a Deus “a glória devida ao Seu nome”, é uma ação de amor desprendido, pela qual se reflete o Amor divino. E o Amor divino regenera a mente humana e cura o corpo físico.
Como podemos, então, ser fiéis a Deus em nosso dia-a-dia? Para iniciar, iniciar, podemos orar, estabelecendo em nossa própria consciência a noção clara de que Deus é infinito, de que o Espírito divino enche todo o espaço. Isso é importante, pois o que enche todo o espaço não pode ficar restrito a uma forma finita. Não pode, de maneira alguma, ser limitado. Sendo assim, Deus não está em Sua criação, mas Sua criação está nEle. Como afirma o Novo Testamento: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (Atos 17:28).
Reconhecer fielmente a infinidade de Deus é muitíssimo reconfortante, mas também requer coragem, porque a idéia da infinidade de Deus desafia as premissas básicas que geralmente norteiam os mortais. Esse reconhecimento desarma, e nos faz examinar e evitar os erros comuns de acreditar que haja vida e inteligência na matéria, e de que esta seja às vezes boa, às vezes má. Exige que pensemos a partir da totalidade de Deus, em vez de tirar nossas conclusões a partir de premissas materiais. Daremos a Deus a honra que Lhe é devida sempre que reconhecermos que não existe nada fora dEle, e que nEle não existe nada que Lhe seja dessemelhante.
Nos momentos de tranqüila oração e com o estudo da Bíblia e do livro-texto da Christian Science, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, da Sra. Eddy, fica clara a totalidade de Deus e a nulidade de tudo o que Lhe é dessemelhante. A verdadeira glória é sentida quando nossas palavras e ações expressam fidelidade a Deus, no decurso de cada dia; quando desafiamos e expulsamos do pensamento tudo o que se apresenta como verdadeiro acerca de Deus e Sua criação, sendo, no entanto, completamente falso, ou seja, tudo o que sugira a realidade da doença, do pecado ou da morte. Sempre que fizermos isso, estaremos sendo fiéis a Deus. Tal ação tem valor inestimável. Desenvolve nossa salvação das limitações e do sofrimento.
Se considerarmos o quanto os homens sofrem e lutam, em submissão a essa crença de vida na matéria, haverá porventura motivação maior para vivermos hoje, na terra, do que esta: persistir em nossa fidelidade a Deus, o Espírito divino? Acaso haverá alegria maior do que a de participar da “glória da vida humana”?
 
    
