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Carta aberta a três meninos de São Paulo

Da edição de abril de 1998 dO Arauto da Ciência Cristã


Nunca esquecerei vocês três, agachados numa das calçadas da Praça da República, dando risadinhas e aconchegando-se em baixo de uma grande árvore. Vocês poderiam ser meus filhos.

Senti muita vontade de conversar com vocês, mas eu não falo português. Além disso, disseram-me que "as crianças de rua", no Brasil, não gostam muito de falar com estranhos.

Vocês me causaram surpresa, porém. Nem meia hora depois de vêlos pela primeira vez, passamos de novo por vocês, eu minha amiga brasileira, e vocês estavam dormindo profundamente. As motos, os caminhões, os carros, os ônibus, a música e as milhares de pessoas que passavam, nada os incomodava.

"Devem estar terrivelmente cansados", comentei com minha amiga.

"Não", disse ela. "Para dormir assim, provavelmente estão dopados. Talvez tenham cheirado cola. Vão dormir o dia inteiro e à noite vão procurar comida no lixo."

Senti um aperto no coração. Fiquei tão triste!

Sei, sei. É possível que vocês digam: "Não se preocupe. A vida que levamos não é tão ruim assim. Ainda é melhor do que se tivéssemos ficado em casa!" Mesmo assim, meu coração dói quando penso em vocês. E quando penso nas crianças como vocês, no mundo todo.

Nos Estados Unidos também existem meninos e meninas sem lar. Até mesmo na cidade de Boston, onde moro. Elas não têm família e às vezes não têm o que comer. Só têm drogas baratas para fazê-las dormir e esquecer a miséria. E, como vocês, talvez recorram aos pequenos crimes e à prostituição para ir levando a vida.

Tem uma coisa, porém, que eu gostaria de lhes perguntar. Será que não existe saída para essa situação?

Eu creio que a resposta a essa pergunta é: Sim, há. E muitas pessoas no Brasil também acreditam nisso. Pessoas que lutam por vocês no Congresso e nas organizações voltadas para as crianças de rua. O mais importante, porém, é que vocês acreditem que existe uma saída. Uma saída boa para vocês e para todos.

Quando digo que o bem é possível, não me refiro apenas a coisas boas. Refiro-me ao bem que existe dentro de vocês e que aquece seu coração. O bem que lhes diz, lá no íntimo, que sua vida pode endireitar. Esse bem interior é poder. Poder que vai além daquilo que os olhos vêem e os ouvidos ouvem: é poder espiritual. Acreditar nesse tipo de bem é algo que confere poder. Poder de mudar as coisas erradas e fazê-las desaparecer para sempre. Poder de tornar o mundo melhor para todos.

Essa espécie de bem nunca pára, porque vem de Deus, o Amor universal. O mal não consegue enfrentar essa força todo-poderosa. Eu sigo um sistema de vida chamado Christian Science. Essa religião diz que acreditar e confiar de todo o coração no bem, em Deus, é oração. "Em todos os tempos e em todas as circunstâncias, vence tu o mal pelo bem", diz a Christian Science.Ciência e Saúde, p. 571.

Qualquer pessoa pode orar dessa forma. Vocês também podem. E coisas surpreendentes irão acontecer. Eu só gostaria de estar aí para ver!

Onde quer que vocês estejam, o bem está presente. Porque Deus está presente. Se vocês realmente procurarem esse bem, irão encontrá-lo. Talvez no canto de um pássaro. Ou num amigo que compartilha com vocês sua comida. Ou num senso de paz, lá no fundo do coração.

Quando sentirem a presença de Deus, ainda que por um momento, ela será a precursora de muitas outras manifestações do bem. Será a prova de que Deus sempre os ama e sempre cuida de vocês, e de que Ele nunca, nunca mesmo, esquece de vocês.

Um grande abraço.

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