"O conhecimento dos textos originais e a disposição de abandonar as crenças humanas (estabelecidas por hierarquias e instigadas às vezes pelas piores paixões dos homens), abrem o caminho para que a Ciência Cristã seja compreendida, e fazem da Bíblia o mapa náutico da vida, no qual estão assinaladas as bóias e as correntes curativas da Verdade." (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 24.)
No espírito dessas palavras de Mary Baker Eddy, oferecemos as seguintes anotações relativas às Lições Bíblicas deste mês, publicadas no Livrete Trimestral da Christian Science para o período de janeiro, fevereiro e março.
27 de dezembro – 2 de janeiro
DEUS
O Senhor é o meu pastor; nada me faltará. (Salmos 23:1)
Todo o Salmo 23 traz à lembrança a experiência histórica do povo de Israel com um Deus que protege, guia, alimenta e liberta, como no êxodo do Egito e na travessia do deserto. O Salmo manifesta a expectativa de que essas bênçãos irão continuar, pois a fidelidade de Deus está acima de qualquer dúvida.
Abrirei rios nos altos desnudos e fontes no meio dos vales; tornarei o deserto em açudes de águas e a terra seca, em mananciais. (Isaías 41:18)
A expressão "altos desnudos" aparece em outras traduções como "morros áridos" ou "dunas de areia". Diz um comentarista que Deus supre as necessidades de Seu povo, providenciando água abundante para as áreas estéreis da vida de cada um.
3 – 9 de janeiro
O SACRAMENTO
Quem, Senhor, habitará no teu tabernáculo? Quem há de morar no teu santo monte? (Salmos 15:1)
A pergunta em realidade é uma só, embora feita de duas maneiras diferentes. Tanto o "tabernáculo" como o "santo monte" são referências ao mesmo lugar, isto é, o Monte Sião, que simboliza a presença de Deus. O que o Salmista pergunta, então, é: "Quem estará na presença do Senhor?"
Então, o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram a encontrar-se com o noivo. Cinco dentre elas eram néscias, e cinco, prudentes. (Mateus 25:1, 2)
Nota o comentarista que, nessa parábola, as virgens que ficaram fora das bodas não eram grandes pecadoras, elas foram apenas negligentes. A negligência é o quanto basta para ficar fora do reino. Em sua obra Miscellaneous Writings, (pp. 339–343), a Sra. Eddy faz uma análise extensa dessa parábola, a partir da perspectiva da Christian Science. A tradução portuguesa desse trecho do livro foi publicada no Arauto de janeiro de 1999, nas páginas 7–11.
No primeiro dia da Festa dos Pães Asmos, vieram os discípulos a Jesus e lhe perguntaram: Onde queres que te façamos os preparativos para comeres a Páscoa? (Mateus 26:17)
A Festa dos Pães Asmos era a Páscoa, uma das três grandes festas religiosas dos judeus, que envolvia a peregrinação a Jerusalém (ver Deuter. 16:16). Os pães asmos eram pães sem fermento, comidos na refeição da Páscoa, para comemorar a saída do Egito, quando, pela pressão das circunstâncias, não houve tempo para levedar a massa do pão.
10 – 16 de janeiro
VIDA
Porque este mandamento que, hoje, te ordeno não é demasiado difícil, nem está longe de ti. (Deuter. 30:11)
Na linguagem figurada da Bíblia, a expressão "não está longe de ti" significa: "Não está fora de teu alcance obedecer-lhe."
Os teus testemunhos, recebi-os por legado perpétuo, porque me constituem o prazer do coração. (Salmos 119:111)
Este salmo, o mais comprido de todos, traz, em cada um dos versículos, alguma afirmação a respeito da lei de Deus. São usados diversos termos como sinônimos da lei divina: preceitos, mandamentos, palavra, juízos, etc. No versículo acima é usada a palavra "testemunhos".
Os sofredores hão de comer e fartar-se; louvarão o Senhor os que o buscam. Viva para sempre o vosso coração. (Salmos 22:26)
A palavra traduzida como "sofredores" tem, em realidade, o sentido de: "Aqueles que vivem sem sentir satisfação com as coisas mundanas, não esperam por elas mas, dependem apenas de Deus."
17 – 23 de janeiro
VERDADE
De modo que o povo se maravilhou ao ver que os mudos falavam, os aleijados recobravam saúde, os coxos andavam e os cegos viam. Então, glorificavam ao Deus de Israel. (Mateus 15:31)
É interessante notar que o povo glorificava a Deus e não a pessoa de Jesus, ou seja, reconhecia que o poder de curar emanava de Deus. Esse versículo expressa o cumprimento da profecia contida em Isaías 35:5, 6.
Responderam-lhe: Somos descendência de Abraão e jamais fomos escravos de alguém; como dizes tu: Sereis livres? (João 8:33)
Essa afirmação dos fariseus era uma grande mentira, pois tanto o povo de Israel fora escravo no Egito e na Babilônia, quanto eles mesmos estavam, nessa época, sob o jugo dos romanos. Fica patente aí o orgulho que eles tinham e a obstinação em não querer reconhecer sua necessidade de ajuda.
24 — 30 de janeiro
AMOR
O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece... (1 Cor. 13:4)
Uma versão inglesa moderna traz assim esse versículo: "O amor é paciente, bondoso, não é possessivo, não se preocupa em impressionar, não tem idéias exageradas sobre sua própria importância..."
...não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal. (1 Cor. 13:5)
No original grego, a expressão traduzida como "não se ressente do mal", significa mais exatamente: "Não mantém um registro numérico das ofensas recebidas."
...ele te amará, e te abençoará, e te fará multiplicar. (Deuter. 7:13)
No original hebraico, o verbo "multiplicar" tem um sentido bastante vasto; não se refere apenas à promessa de ter muitos filhos, bênção muito valorizada na época, mas também significa: "tornar-se grandioso, fazer muitas coisas".
Bibliografia
Strong's Exhaustive Concordance of the Bible
Word Biblical Commentary
The Interpreter's Bible
John Gill Expositor
The New Testament in Modern English, J. B. Phillip
