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Preparando-nos para o novo século

Da edição de janeiro de 2000 dO Arauto da Ciência Cristã


Uma Jovem Comentou que desejava ser astrofísica. Ela pretendia seguir uma carreira que não apenas acompanhasse esses tempos céleres em que vivemos, mas que estivesse à frente deles. Um senhor, que já havia passado da idade em que normalmente as pessoas se aposentam, disse que estava decidido a entrar no mundo dos computadores. Quando ele soube que alunos da escola primária sabiam mais do que ele, disse que já era tempo de se familiarizar com o assunto e descobrir o que estava acontecendo nessa explosão de comunicação global.

Muitas pessoas estão pensando no futuro, no século vinte e um. Muitas delas estão ponderando sobre como melhor se prepararem. Seja por medo, seja devido às previsões que são feitas, elas estão pensando em como se preparar para um mundo que está mudando tão drasticamente.

Naturalmente o mundo sempre está mudando. Isso não é novo. Mas a velocidade da mudança é tão vertiginosa, que é compreensível o fato de muitos estarem olhando para o futuro com atenção, procurando se adequar, buscando segurança, talvez até mesmo tentando vencer uma incerteza sobre o que o futuro nos reserva.

Se você pudesse começar do zero, se tivesse a oportunidade de se preparar muito bem para o que promete ser um século de mudanças extraordinárias, que tipo de passos práticos daria? Algumas pessoas podem estar buscando formas de se aprimorar por meio do estudo e do treinamento. Outras podem se sentir um pouco intimidadas, especialmente se estiverem preocupadas com o fato de que os anos se passaram, e de que agora é tarde demais para entrar no jogo.

Onde quer que nos encontremos na vida, do ponto de vista social, geográfico ou financeiro, existe uma maneira realista de nos prepararmos. Durante o século XIX, quando a fronteira americana estava se desenvolvendo, o conselho de Horace Greeley aos jovens, "de que se voltassem para o grande Oeste" (comumente traduzido como "Vá para o oeste, jovem!"), provavelmente parecia definir o horizonte mais promissor. Hoje o panorama é muito diferente. Ainda assim bastam quatro palavras para fornecer a orientação mais promissora: "Desenvolva seu sentido espiritual!"

Sentido espiritual? Com a possibilidade de acessar a Internet? Com as maravilhas tecnológicas incríveis aparecendo todos os anos, todos os meses? Por que sentido espiritual?

Porque não existe nenhuma maneira melhor para você se preparar para o próximo século. E porque isso é possível. Ninguém é incapaz de progredir e de se expandir no que se refere à capacidade individual de reconhecer a natureza do Espírito, Deus. Seu sentido espiritual tem a ver com isso. Ele é sua capacidade inerente, sua habilidade divinamente garantida, por meio da qual você pode compreender a natureza de Deus e Sua criação espiritual.

Muitas pessoas na Bíblia se destacaram por ter o sentido espiritual apurado.

O desenvolvimento de seu sentido espiritual é a chave de sua capacidade para lidar com tudo o que estará acontecendo quando cruzarmos a ponte rumo ao novo milênio. Não que exista alguma coisa mágica em relação a um ano em particular. Porém, quando o mundo começa a se defrontar com um novo século, para não falar sobre o começo de um novo período de mil anos, a expectativa humana tende a dar mais espaço para acontecimentos significativos. Essa transição proporciona momentos em que a consciência humana fica tão aberta a novas possibilidades, que elas se tornam verdadeiramente realizáveis.

Existem inúmeras maneiras de se identificar a profunda evolução pela qual a humanidade está passando. Uma delas é simplesmente reconhecer o fato de que estamos evoluindo de uma percepção material do mundo para uma percepção espiritual da vida. É por essa razão que o desenvolvimento do sentido espiritual é tão crucial para aqueles que desejam "sobreviver" e mesmo ser bem sucedidos no novo século.

Estamos percebendo muitos indícios de que nosso tradicional e sólido mundo material, está começando a ceder a uma visão mais mental da realidade. Contudo, embora seja verdade que a existência é mental e não física, existe uma descoberta ainda maior. É a percepção de que a realidade não é simplesmente mental. É espiritual. É de Deus.

Então, como podemos desenvolver nosso sentido espiritual? Por meio da oração, submetendo-nos ao Espírito. Reconhecendo diariamente, com compreensão, que nossa capacidade de saber, de ver, de estar consciente, vem do Espírito, não da matéria.

Para aqueles que dão pouca atenção ao sentido espiritual e por outro lado desenvolvem um sentido material aguçado, pode haver ocasiões em que se sentirão desestabilizados ou amedrontados. Para o indivíduo que está acalentando o sentido espiritual, o mundo da matéria, da limitação, será cada vez mais desinteressante e parecerá cada vez menos substancial. Para aqueles que estão desenvolvendo seus sentidos materiais, o mundo do Espírito pode parecer cada vez mais irreal. Contudo, a mudança de base da mortalidade para a imortalidade está se aproximando. É inevitável.

O sentido espiritual apurado não é um fenômeno novo. Muitas pessoas se destacaram na Bíblia por causa dessa característica. Algumas vezes eles eram chamados de profetas. Certa vez perguntei aos meus alunos da Escola Dominical por que não havia mais profetas no mundo de hoje. Um jovem conjeturou em voz alta se não seria simplesmente porque os profetas hoje em dia não ganham muito bem!

Mary Baker Eddy descreve o profeta com as seguintes palavras: "Um vidente espiritual; desaparecimento do sentido material ante a consciência dos fatos da Verdade espiritual" (Ciência e Saúde, p. 593). Os profetas bíblicos enxergavam através da superficialidade da matéria. Eles viam a verdadeira substância do Espírito.

Eliseu reconheceu que o infortúnio que resultara da perda de uma ferramenta emprestada, não prevaleceria sobre a lei divina de recuperação (ver 2 Reis 6:1–7). Como ele percebeu isso, um machado de ferro que tinha desaparecido no rio começou a flutuar. Como sinal da cura prometida a Ezequias, Isaías disselhe que ele veria a sombra do sol retroceder dez graus (ver Isaías 38:1-8). Mais adiante, o livro de Isaías profetiza que, ao invés do sol veremos Deus, o Espírito, como a própria substância da luz (Isaías 60:19, 20). João realmente viu "novo céu e nova terra" (Apocalipse 21:1).

Mais do que qualquer outra pessoa, Cristo Jesus utilizou o sentido espiritual. Ele via a Deus perfeito e portanto o homem, a imagem de Deus, perfeito. Diante desse maravilhoso exercício de sentido espiritual, a doença simplesmente se desvanecia. O pecado perdia seu suposto poder. Até mesmo a morte sucumbia à Vida.

O sentido espiritual nos proporciona hoje, como nos tempos bíblicos, a capacidade de analisar os acontecimentos e de discernir o que, em última análise, é realmente importante. E também o que é menos importante.

De muitas maneiras, a matéria se tornou o deus dos mortais. Tornou-se para eles sua substância, poder, presença, tudo o que poderia e deveria ser atribuído ao Espírito. Quando um falso deus começa a desaparecer, como certamente está acontecendo com a matéria, as pessoas precisam da capacidade de reconhecer a presença tangível e real do Espírito. Para aqueles que ignoram o sentido espiritual, a visão da existência baseada na matéria começa a parecer cada vez mais problemática.

Anos atrás o astrônomo Carl Sagan apresentou um programa de televisão nos Estados Unidos. Ele descreveu um "calendário cósmico" para representar a história do universo. Esse calendário mostrava o período de um ano que começava em 1° de janeiro, simbolizando a teoria do "Big Bang", do início da existência material, e terminava em 31 de dezembro, à meia-noite, data que simbolizava nosso momento atual. Pelo que me recordo, ele observava que a terra só aparecia no calendário em meados de setembro. A própria humanidade aparecia somente por volta de 22h30min de 31 de dezembro, ou seja, somente uma hora e meia antes! Continuando com a analogia, poder-se-ia dizer que Cristo Jesus apareceu somente há quatro segundos e a Ciência divina, o Consolador que ele prometeu, somente neste último segundo.

É o Cristo, que Jesus demonstrou e que sempre esteve presente com toda a sua luz, que está despertando a humanidade para o mundo real do Espírito sem limites, fora do mundo ilusório da matéria com suas limitações. Quão especial é estar aqui durante esses momentos em que o pensamento humano começa a se libertar das trevas do materialismo e despertar para a luz do Espírito!

Nesses últimos poucos segundos do ano é que o despertar espiritual está emergindo com essa força invencível. O despontar contínuo do Cristo é tão inevitável como o nascer do sol. A Descobridora da Christian Science, a Sra. Eddy, demonstrou visão e convicção quando explicou, há um século: "O estado espiritual está impondo seus mais altos mandados aos mortais, e a história material se aproxima do fim" (Não e Sim, p. 45).

Muitos podem pensar que essa possibilidade é muito grandiosa e que essa visão é por demais abrangente, cobrindo um período muito longo e não diz respeito à maioria de nós. Estamos ocupados trabalhando em nosso jardim. Estamos pensando em quantas contas estão se acumulando e no saldo bancário que parece cada vez menor. Talvez nosso objetivo principal seja conseguir que nosso vizinho nos devolva aquela ferramenta que lhe emprestamos há muito tempo.

Mas o sentido espiritual é tão importante para aqueles que estão lutando apenas com as exigências diárias, como o é para o visionário que reconhece as mudanças profundas que estão chegando não somente nos séculos futuros, mas também nas próximas décadas. O desenvolvimento do sentido espiritual capacita as pessoas a reconhecerem como o Cristo, a Verdade, está se manifestando e se revelando em meio às limitações mortais.

Cristo Jesus via a Deus perfeito e portanto o homem, a imagem de Deus, perfeito. Diante desse maravilhoso exercício de sentido espiritual, a doença simplesmente se desvanecia, o pecado perdia seu poder e a morte sucumbia à Vida.

De maneira muito prática, a manifestação dessa luz na consciência dá ao diplomata a capacidade de perceber, com seu sentido espiritual, como conduzir uma negociação de forma eficiente em meio a uma crise internacional. Dá ao motorista de táxi a paciência de que necessita quando fica preso no meio de um engarrafamento, com um passageiro que está atrasado para pegar o avião. Dá a cada um de nós a capacidade de curar espiritualmente. Com o sentido espiritual, podemos trazer luz aos nossos semelhantes e libertá-los dos elementos das trevas e do medo que os fazem sofrer.

O despontar da Verdade está acontecendo para a humanidade. Ele já começou. Mas está também se manifestando de uma forma profunda. Está acontecendo na consciência individual. Nosso sentido espiritual capacita-nos a reconhecer como o chamado mundo da matéria está cedendo à realidade do Espírito. Esse reconhecimento pode ser simbolizado pela cura de uma dor de ouvido, por um sentimento de tranqüilidade em vez de ressentimento com relação a uma autoridade pública, pelo sentimento de que o Amor divino está presente onde antes nos sentíamos perturbados ou agitados. Isso tudo aponta para uma profunda reordenação que está acontecendo, tanto individual como coletivamente. O sentido espiritual nos dá a capacidade para enfrentar essa mudança, para nos alinhar com o Espírito, para emergir suavemente da crença na matéria. O fato é que a história material está realmente chegando ao fim. Um discernimento individual maravilhoso desse fato poderia significar que a história de uma aparente doença ou de um falso traço de caráter está se aproximando do fim. Nosso sentido espiritual nos capacita a ver e demonstrar essa verdade.

Enquanto para alguns o chamado era "Vá para o oeste", agora a questão não é mais ir para o leste, oeste, norte ou sul. Nem para "cima", para o espaço, nem para "baixo", para as profundezas do oceano. O chamado passará a ser "Venha para o Espírito", e será dirigido àqueles que gostam muito de aventura. Desenvolvamos nosso sentido espiritual. Procuremos enxergar além dos limites da matéria. Jesus nos exortou dessa maneira: "Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes, de graça dai" (Mateus 10:8).

Nosso sentido espiritual impelido por Deus, nossa capacidade de discernir a realidade, capacita-nos a abençoar nossos semelhantes como o Mestre nos exortou a fazer. Também nos capacita a encerrar as facetas da história material para que tenhamos a visão da realidade espiritual eterna, o reino dos céus que está dentro de nós.

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