Éramos uma família feliz, com três filhos que ainda não tinham cinco anos. Eu não trabalhava fora. Meu marido era instrutor de vôo, e estava tentando acumular horas de vôo para conseguir uma colocação numa companhia aérea comercial. Embora essa experiência profissional fosse necessária para sua carreira de piloto, o salário era insuficiente para cobrir nossas despesas.
Contudo, esse foi um período sagrado, durante o qual aprendi no que consiste a provisão de Deus para Seus filhos. Compreendi que nossa renda real e permanente, era o fluxo das idéias espirituais de Deus que vinham a nós.
Antes disso, eu acreditava que tinha de contar com meu salário, com a renda de meus pais, com a remuneração de meu marido, ou com o dinheiro que tínhamos depositado na conta de poupança. Mas eu estava percebendo que nenhuma dessas alternativas era a verdadeira resposta para a carência, e que poderíamos satisfazer totalmente nossa necessidade de segurança financeira compreendendo qual era a provisão de Deus para nós. Compreendi que Deus é Amor infinito e que é natural que tenhamos todo o bem que nosso Deus amoroso nos está proporcionando.
A provisão infalível de Deus é mencionada na Bíblia, que nos assegura que todos se fartarão com a "abundância da tua casa" (Salmos 36:8). Comecei a compreender que minha família nunca poderia estar separada das boas dádivas que Ele nos concedia. Se estávamos com alguma necessidade, não era porque Ele estivesse deixando de nos dar alguma coisa; na verdade, nós é que estávamos, de alguma maneira, precisando reconhecer e aceitar o estoque de Sua bondade que já tínhamos.
Deus é Amor infinito e é natural que tenhamos todo o bem divino.
Eu não conseguia imaginar Deus dizendo: "Esta pessoa receberá uma pequena quantidade de dinheiro, e aquela outra ali vai receber muito mais". Essa abordagem nunca poderia ser verdadeira em se tratando de um Deus todo-amoroso. Estamos sob o governo de Sua lei de igualdade, como Paulo descreve numa carta aos cristãos em Corinto: "Porque não é para que os outros tenham alívio, e vós, sobrecarga; mas para que haja igualdade, suprindo a vossa abundância, no presente, a falta daqueles, de modo que a abundância daqueles venha a suprir a vossa falta, e, assim, haja igualdade" (2 Cor. 8:13, 14). O que Deus proporciona está disponível a todos.
Um outro livro da Bíblia promete que Deus irá "abrir as janelas do céu e ... derramar sobre vós bênção sem medida" (Malaq. 3:10). No espírito dessa promessa, Mary Baker Eddy, em Miscellaneous Writings, associa a estabilidade financeira aos pensamentos que nos vêm de Deus: "Deus vos dá Suas idéias espirituais, e elas, por sua vez, vos dão o suprimento diário" (p. 307). Nessa altura, quando estávamos lutando para honrar os compromissos financeiros da família, uma amiga que conhecia essa citação, chamou-me a atenção para o fato de que ela recomenda buscar, em primeiro lugar, as idéias espirituais e estas, por sua vez, nos darão uma situação econômica estável. "Muitas vezes, primeiro nos ocupamos de encontrar o dinheiro. Freqüentemente buscamos o suprimento diário primeiro", disse ela.
Pedi, de todo o meu coração, que Deus me desse Suas idéias espirituais.
Certa manhã, quando estava orando para saber o que fazer com uma conta que não conseguíamos pagar, perguntei-me: "Como é que eu posso conseguir esse dinheiro?"
Imediatamente tive esta "idéia espiritual": "Nunca pergunte como você pode conseguir, mas, sim, como você pode oferecer".
"Meu Deus, diga-me o que posso oferecer", pedi, novamente, de todo o meu coração.
Nessa ocasião, tínhamos muito pouca comida em casa: algumas salsichas, biscoitos e leite. Tive a idéia de telefonar para uma vizinha. Ela estava cuidando dos filhos de outros vizinhos, que haviam saído para cuidar de uma situação de emergência. Perguntei-lhe se eu poderia ajudar servindo o almoço para as crianças. Ela ficou muito agradecida e mandou as crianças para minha casa.
No momento em que eu estava servindo o almoço às crianças (o último alimento que nos restava), o telefone tocou. Era uma pessoa que estava interessada em comprar um carro velho que tínhamos, e que precisava de muito conserto. Estávamos tentando vender o carro, mas não tínhamos recebido um telefonema sequer em resposta a um anúncio que tínhamos colocado no jornal. Antes de elaborar o anúncio, eu havia orado. Senti-me impelida a pedir pelo carro exatamente a quantia necessária para pagar a conta pendente.
O interessado veio ver o carro após o almoço e o comprou pela quantia solicitada, não havendo necessidade de baixar o preço. Ambos estávamos felizes quando ele deu a partida no carro e seguiu seu caminho.
A lição importante que aprendi com essa experiência foi nunca perguntar como podemos conseguir, mas, sim, como podemos oferecer alguma coisa. Esse pensamento baseia-se numa lei de Deus que diz que, o que mantemos em nossa consciência, manifesta-se em nossa vida. Ofereça sua bondade pelo seu próximo, na forma de amor, ou de qualquer outra forma que seja guiada pela oração, e então espere, com grande alegria, remuneração divina abundante, que satisfará a todas as suas necessidades.
