PONDERAÇÃO SOBRE O PASSADO
Enraizados na historia, destinados a um novo milênio
Na Nova Inglaterra de Mary Baker Eddy, no século XIX, os freqüentadores de igreja normalmente conheciam a Bíblia do começo ao fim. Uma boa pregação era considerada um dos maiores dons de Deus. As igrejas estavam no centro da vida urbana e provinciana, tanto social como espiritualmente.
Os fiéis mantinham bancos nas igrejas reservados por nome de família, vestiam-se muito mais formalmente do que hoje e tratavam-se, uns aos outros, como Srta., Sra. e Sr. ou como “Irmão” e “Irmã”. Mas, as “casas-igrejas” do cristianismo primitivo eram o modelo para a novata Igreja de Cristo, Cientista, ou seja, as pessoas se reuniam informalmente em casas, provavelmente em torno da mesa de jantar, para orar, cantar e conversar sobre as “boas-novas”, com relação à vida e às palavras de Jesus e as curas que ele realizava.
Os primeiros cultos religiosos dos Cientistas Cristãos eram realizados no salão do Good Templar em Lynn, no estado de Massachusetts.
Do final de 1878, até o término do edifício Original da Igreja Mãe, em dezembro de 1894, a Sra. Eddy pregava nas várias residências em que morou na cidade de Lynn, em South End, bairro de Boston, e em uma sucessão de salões públicos, cada vez maiores, na cidade de Boston.
Esses cultos iniciais incluíam: cantar hinos, leituras das Escrituras, oração e um sermão — normalmente um comentário sobre uma passagem da Bíblia. A maneira de a Sra. Eddy conceber os sermões tinha muita base na pregação de clérigos protestantes do século XIX e de séculos anteriores. Mas, a interpretação da Bíblia levava seus ouvintes a um universo inteiramente novo de idéias espirituais. A Christian Science constituía-se em um afastamento radical da teologia tradicional — uma redescoberta revolucionária do Cristianismo primitivo, com a qual ela impregnou as páginas de seu livro de 1875, Ciência e Saúde — e o formalismo dos métodos convencionais de pregação não poderiam expressar idéias tão radicais.
Eram essas idéias novas que atraiam as pessoas a ela — primeiro como sanadora, depois como professora e ainda como pregadora e conferencista. Entretanto, a cura permaneceu como a parte mais importante de sua missão. Ela escreveu ao Reverendo Irving Tomlinson, um pastor Universalista que tomou conhecimento da Christian Science através de um paroquiano, em 1894: “Tua cura é um sermão que vai despertar o povo da cidade de Concord mais do que uma pregação” (L03699, carta de Mary Baker Eddy a Irving C. Tomlinson, sem data, The Mary Baker Collection, A Biblioteca Mary Baker Eddy para o Progresso da Humanidade). Irving tornou-se praticista e professor de Christian Science, e também ocupou muitos cargos na Igreja, inclusive conduzindo os cultos em Concord, no estado de New Hampshire, igreja que ficava próxima da casa dela.
Um novo conceito de culto religioso
Mary Baker Eddy descrevia-se como filha da Igreja Congregacional Trinitária. Embora o formato de culto, que ela finalmente acabou desenvolvendo, tivesse raízes profundas nos cultos da igreja que ela conhecera quando criança, os elementos externos do culto, ou seja, o ritual, o credo e os sacramentos em suas formas materiais, deram lugar, na igreja que ela fundou, a um culto de inspiração profunda, ao poder e à primazia da própria Palavra.
Ela acreditava que, até que a Palavra de Deus fosse novamente percebida como exercendo um efeito transformador na vida humana, a comunidade cristã estaria pregando um evangelho truncado. Aproximadamente um século antes que cultos de cura especiais se tornassem lugar comum em muitas igrejas protestantes e católicas, os Cientistas Cristãos estavam realizando cultos dominicais e reuniões às quartas-feiras, nos quais a cura de doenças e de outras formas de sofrimento humano, constituíam-se em uma conseqüência lógica das orações da congregação. No início, eles chamavam suas reuniões semanais de “cultos de louvor”. Mais tarde, elas passaram a ser “reuniões de experiências”. As reuniões migraram das quintas para as sextas-feiras e então, em 1898, tornaram-se reuniões de testemunhos das quartas-feiras. Mas, mesmo depois da mudança do nome, as pessoas afluíam às reuniões das quartas-feiras tanto para vivenciarem curas, como também dar testemunhos de vidas transformadas.
Em uma carta sobre as reuniões de testemunhos, a Sra. Eddy aconselhou: “Alarga tuas fronteiras para abençoar as pessoas.” Continuou, pedindo que essas reuniões fossem realizadas “para beneficiar as pessoas. Aprende a esquecer aquilo que não deverias lembrar, ou seja, o ego, e vive para o bem que fazes”.
“Conduze tuas reuniões com a repetição e a demonstração prática da Christian Science. Conta o que essa Ciência faz por ti e fará para outros. Fala da experiência de sua Fundadora — ressaltando que o sacrifício do ego, como ela demonstrou, é o caminho na Christian Science. Sê manso, faz com que teu lema para essa reunião seja: 'Quem for o menor e servo' e 'Filhinhos, amai-vos uns aos outros'". (L05043, carta de Mary Baker Eddy a Septimus J. Hanna, de 15 de janeiro de 1895, The Mary Baker Eddy Collection).
Cultos cheios de entusiasmo em Boston
A Sra. Eddy afastou-se radicalmente da tradição, quando acabou com a pregação pessoal na Igreja que fundara e ordenou Ciência e Saúde e a Bíblia, o Pastor de sua Igreja — primeiro n'A Igreja Mãe e, logo depois, em todas as filiais da Igreja de Cristo, Cientista. Ao mesmo tempo, em uma mudança inovadora e corajosa, ela substituiu o cargo de pregador por “Leitores” leigos. (Ver “Glossário”, à direita da p. 21.)
A mudança suscitou comentários, tanto entre os membros da igreja como na imprensa. (Ver “Um sermão imperdível”, p. 20). Entretanto, Mary Baker Eddy estava convencida de que a idéia para a mudança lhe viera de uma fonte externa e não dela mesma. Acreditava que, em última análise, ler ao invés de pregar, proporcionaria às pessoas um acesso à mensagem de Deus, sem mediadores, livre de opiniões — “um sermão incontaminado e livre de hipóteses humanas” (Ver “Nota explicativa para os cultos na igreja”, Livrete Trimestral da Christian Science, p. 2), conforme havia estipulado. A necessidade seguinte seria de uma leitura que realmente expressasse algo do poder e do amor libertadores, que estão subjacentes às palavras dos dois livros.
Entra em cena Hermann Hering, filho de imigrantes que vieram da Alemanha no século XIX. Em 1900, um aluno escreveu para contar à Sra. Eddy que Hering era “esplêndido porque o havia feito sentir o próprio toque de Deus e nascera de novo” (Carta de Edward A. Kimball para Mary Baker Eddy, de 30 de junho de 1900, Correspondência Enviada a Mary Baker Eddy). Em 1902, Hering foi nomeado Primeiro Leitor d'A Igreja Mãe. Ele escrevia freqüentemente à Sra. Eddy durante seu período de três anos no cargo.
A igreja havia rapidamente ultrapassado sua capacidade de 1.000 assentos. Hering explicou que os freqüentadores tinham de ficar em pé, encostados ao longo das paredes ou em torno do presbitério, a plataforma elevada dos Leitores. Alguns tinham de voltar para casa, porque o edifício estava lotado.
“Seu coração teria se regozijado ao ouvir alguns dos belos e maravilhosos testemunhos que foram dados, durante nossa última reunião, quarta-feira à noite”, Hering escreveu, descrevendo o testemunho de um veterano da Guerra Civil. Ele havia estado incapacitado durante 40 anos devido ao reumatismo. Quatro semanas antes, ele não conseguia sequer levantar os braços — “agora ele estava perfeitamente livre, e ilustrou seus comentários estendendo os braços acima da cabeça” (carta de Hermann S. Hering para Mary Baker Eddy de 21 de setembro de 1903, Correspondência Enviada a Mary Baker Eddy). Na ocasião do dia de Ação de Graças de 1902, ele escreveu: “quase todos os tipos de cura foram relatados ... curas de pecado, de doença, de morte, de invalidez ... curas obtidas com a ajuda de um praticista [da Christian Science], pelo próprio esforço do paciente e através da leitura de seu livro” (Arquivo de Reminiscências de Hermann S. Hering, Vol. I, carta a Mary Baker Eddy, 27 de novembro de 1902).
Os cultos e as reuniões da Igreja Mãe, na virada do século, eram cheios de entusiasmo, estruturados, porém não solenes, caracterizados por uma congregação que cantava de forma vigorosa, às vezes em um estilo quase Pentecostal. Freqüentemente, havia, na igreja, antes e após os cultos, o rumor de conversas animadas. As crianças acompanhavam seus pais. Em uma democracia de pessoas em busca de espiritualidade, um professor de Harvard podia sentar-se entre um vendedor de carpetes e uma costureira. Além disso, as mulheres usufruíam total igualdade de direitos na ocupação dos cargos e nos cultos.
Reverente e cheio de vida
Mary Baker Eddy explicava, repetidamente, que na vida, na prática da cura e no envolvimento com a comunidade, a maior necessidade dos Cientistas Cristãos era ter o espírito da Christian Science, mais do que a letra. As idéias contidas em Ciência e Saúde podem ser radicais, mas essas idéias permanecem meio obscuras, se a leitura perfeita da letra prevalece sobre a alegria sincera de revelar novas percepções. Nesse caso, as pessoas deixam de ser movidas pela Palavra.
Outro sinal da atenção que a Sra. Eddy dava para os detalhes do predomínio do espírito sobre a letra nos cultos da igreja, está no Manual da Igreja, Art. 16, “Acolhimento aos Estranhos” (Manual d'A Igreja Mãe, p. 59). Esse artigo determina que os membros ofereçam seus lugares aos estranhos. Mas, no espírito da parábola de Jesus sobre o bom Samaritano, os Cientistas Cristãos devem primeiro pensar no estranho. Somente um clima de cordialidade, boa acolhida e generosidade, poderia dar as boas-vindas, de forma genuína, às “pessoas de todas as seitas” e aos que estavam espiritualmente sem lar. Além disso, ela esperava que os estranhos fossem atraídos às portas das igrejas do mundo todo.
Oito anos antes que o edifício Original d'A Igreja Mãe fosse construído em 1894, a primeira igreja construída para realizar cultos da Christian Science foi terminada em Oconto, no estado do Wisconsin. Em Boston e em outros lugares, a Christian Science estava rapidamente se espalhando, na medida em que as pessoas descobriam Ciência e Saúde, eram curadas e desejavam reunir-se para realizar cultos. Os primeiros cultos em Londres foram realizados em 1891, e, pelo final da década de 1890, havia cada vez mais congregações em Berlim, Dresden, Hannover e Stuttgart.
”Dai-me um bom leitor”
Em 1897, ao escrever a dois de seus alunos em Chicago, a Sra. Eddy pleiteou: “Dai-me um bom leitor, alguém que sinta o tema e o expresse de maneira tal que seus ouvintes possam entender” (L07464, Mary Baker Eddy a Edward A. Kimball e Ruth B. Ewing, 31 de outubro de 1897, The Mary Baker Eddy Collection). Ela valorizava a capacidade de ler “tudo em seu espírito, não para se exibir” (L02750A, Mary Baker Eddy para O Conselho de Diretores da Christian Science, 4 de janeiro de 1895, The Mary Baker Eddy Collection).
Ela descobriu que, estudar a mecânica da leitura poderia afetar a leitura de uma pessoa, quase que da mesma maneira que estudar fisiologia poderia impedir a cura espiritual. Ela, certa vez, permitiu que um aluno estudasse locução, mas para ele "foi uma perda em vez de um ganho. Sua compreensão da Christian Science ficou obscurecida". Esse estudo obscurecera sua compreensão da Christian Science (L08287, carta não assinada a Lottie J. Allan, c. 1899-1903, The Mary Baker Eddy Collection).
"O estilo da leitura precisa ser coloquial", escreveu ela, certa vez, a respeito da leitura de uma mensagem à Igreja. "Alguns leitores lêem Ciência e Saúde de maneira tal que eu mal consigo entender, e tenho certeza que outras pessoas não entendem. A maior reforma a ser feita agora em nossas fileiras seria ter melhores sanadores, melhores Leitores e melhores Delegados de Divulgação" (L08606, Mary Baker Eddy a Hermann S. Hering, 26 de junho de 1903, The Mary Baker Collection).
Ordem dos cultos
Mary Baker Eddy era muito interessada em todos os aspectos dos cultos da igreja — desde a música até a estrutura real do culto. Mas ela deixou os detalhes fora do regimento interno da Igreja. Ela estipulou uma "ordem dos cultos" concisa para os cultos dominicais e para as reuniões de quartas-feiras, bem como os cultos de Comunhão (dois por ano) e de Ação de Graças. É um esboço de cultos que, devido à sua simplicidade, serve igualmente tanto para o Japão como para o Quênia. Cada filial da Igreja de Cristo, Cientista, tem a liberdade de encontrar a forma de culto que seja adequada às condições e à cultura locais.
Como um compositor de uma melodia que se estende através do tempo e das fronteiras nacionais, Mary Baker Eddy delineou uma forma de culto despojada, porém potencialmente dinâmica — uma estrutura sobre a qual as gerações vindouras e culturas variadas pudessem construir e improvisar, da maneira que melhor se adequasse à cultura ou à comunidade local.
PERSPECTIVA PARA O FUTURO
Um chamado à renovação
A mensagem revolucionária de cura, contida em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, está, nos dias de hoje, clamando em alta voz, com liberdade e vitalidade renovadas. Desde Londres até o Congo, as pessoas estão ativamente em busca de novas maneiras de oferecer às suas comunidades cultos de igreja do século XXI, mas que produzam resultados semelhantes aos do século I — uma espiritualidade vibrante que transforma e cura.
As Igrejas têm de "começar a criar círculos que olhem para fora, não para dentro", disse Leonard Sweet, vice-presidente de Relações Acadêmicas e reitor da Escola Teológica da Universidade de Drew, durante recente evento on-line, ao vivo, no site, em inglês, www.spirituality.com. "Agostinho disse que o pior pecado 'é curvar-se diante de si mesmo' " (Leonard Sweet, Where are we now? The everchanging landscape of spirituality — Onde estamos agora? O cenário de espiritualidade em constante mutação) transcrição de um batepapo ao vivo, de 15 de maio de 2002, na série Reflections on a Changing World, no site www.spirituality.com. A maneira de pensar "olhando para fora" está mudando a geometria mental de igrejas e cultos.
Aqui está uma amostra do tipo de questionamentos que os membros estão se fazendo:
• Como poderia a parábola de Jesus sobre o bom Samaritano (Ver Lucas 10:25—37) — que exemplifica o espírito benevolente da cristandade em ação — modelar a forma como nós acolhemos e damos as boasvindas ao nosso próximo, com cultos reverentes e relevantes?
• Se já não estivéssemos conduzindo nossos cultos dessa maneira, continuaríamos a conduzi-los assim? Ou existe uma maneira, consistente com o Manual da Igreja, que apresente a mensagem, contida em Ciência e Saúde, em um contexto que faça a conexão da cultura contemporânea, com a maneira através da qual as pessoas vivem, ouvem, comemoram, e se comunicam, nos dias de hoje — nesta comunidade?
• Quais as "regras" não escritas que estamos seguindo virtualmente, como um piloto automático, que não estão no Manual da Igreja?
• Como podemos expressar mais da vitalidade, alegria, humor, hospitalidade, espontaneidade e criatividade do Cristianismo original?
• Como os cultos da nossa igreja poderiam aprimorar o acolhimento para melhor abranger a comunidade local?
Muitas igrejas filiais estão reexaminando sua maneira de cumprir a ordem dos cultos, estabelecida no Manual da Igreja. Os cultos estão indo ao encontro daquele que busca a espiritualidade. Eles estão mudando, de uma perspectiva centrada-no-membro, para uma perspectiva centrada-no-visitante/comunidade. Preocupações particulares, "centradas-nos-conhecidos", estão dando lugar a uma conscientização mais pública, "centrada-no-estranho".
Sinais dessas mudanças mentais — podemos chamá-las mudanças de atitude, mudanças de disposição — estão por toda parte.
A Primeira Leitora, Bárbara Grant, de Primeira Igreja de Cristo, Cientista, Victoria, na Colúmbia Britânica, Canadá, dá essa saudação de braços bem abertos: "Damos as boas-vindas aos nossos visitantes!" Ela lê anúncios que são inovadores, criativos e cheios de calor e alegria naturais. Por exemplo, ela comenta nos anúncios sobre o envolvimento da igreja na comunidade e sobre os futuros eventos e artigos de interesse que estão nos sites www.spirituality.com e "kids.com" (www.spirituality.com/kids). "Nossos cultos têm o objetivo de curar. Portanto, eles não devem se constituir em mera rotina, eles devem ser inspiradores!"
O Primeiro Leitor Jim Swoboda, de Primeira Igreja de Cristo, Cientista, de Fairfax, no estado da Virgínia, explica coisas que, para os membros, podem parecer óbvias, como por exemplo, que a congregação deverá ler a seleção bíblica que está em negrito, na chamada "Leitura Alternada". Ele também oferece muitas outras dicas oportunas "que abrem portas para o visitante-de-primeira vez" e é essa atitude que faz com que cada culto seja sempre interessante e vivo, para os membros de longa data, também. "Para algumas pessoas, o conceito de Sala de Leitura da Christian Science é novo. Portanto, durante os anúncios, gosto de ler um testemunho de cura de um número recente do Journal, do Christian Science Sentinel ou d'O Arauto da Christian Science. Isso me ajuda a apresentar a Sala de Leitura não só como um lugar de cura, mas também como um lugar onde se pode encontrar as ferramentas para a cura."
A Primeira Leitora d'A Igreja Mãe em Boston, Candace DuMars, dá início às reuniões das quartasfeiras, com uma saudação calorosa e alegre e, em seguida, pergunta se alguém é de fora da cidade. Os visitantes respondem em voz alta, com nomes dos estados próximos ou de países distantes. Logo após alguma pessoa falar sobre como a oração a ajudou, Candace oferece um agradecimento breve e de improviso — um comentário bem humorado dentro do sentido e da essência do que a pessoa falou.
A Primeira Leitora, Judy Erikson, de Primeira Igreja de Cristo, Cientista, de Plymouth, no estado de Massachusetts, anuncia o tópico da reunião da quartafeira seguinte, durante o culto dominical. Este anúncio foi recente: "Ultimamente estamos observando constantes perturbações políticas no mundo e governos em permanente mudança, portanto, na próxima quarta-feira o tópico será: 'Onde podemos encontrar justiça verdadeira e duradoura'?"
Embora tenha sido uma tradição para o Primeiro Leitor, às quartas-feiras, ler toda a seleção bíblica, primeiro, e somente então ler de Ciência e Saúde, na Sociedade de San Juan Capistrano, no estado da Califórnia, o Primeiro Leitor, mas vezes, alterna esses dois livros, para tornar a mensagem mais clara. "É tudo em prol da clareza da palavra — para transmitir a mensagem sanadora", diz Deborah Huebsch. "A definição de arca em Ciência e Saúde é muito útil para as pessoas ouvirem durante a história sobre Noé". Diz Deborah: "Nós relemos o Manual e chegamos à conclusão de que ele é uma base, não uma restrição. Essa nova compreensão tem nos ajudado a abandonar preconceitos sobre o que um culto de igreja deve ser. Além disso, à medida que abandonamos os preconceitos, descobrimos que o espírito de igreja nos tem sustentado e guiado a uma abordagem inteiramente nova, com relação à igreja e aos cultos; tem infundido frescor e inspiração, de formas maravilhosas."
Grupos informais, sociedades da Christian Science e igrejas filiais, estão descobrindo o que funciona para eles e suas comunidades. Visite-os e você verá Leitores que permanecem sentados durante cultos inteiros e fazem anúncios e respondem aos testemunhos, de forma informal e improvisada. Você ouvirá pessoas conversando umas com as outras, de amigo para amigo, ajudando umas às outras, durante reuniões de quartas-feiras, realizadas em Salas de Leitura, com as portas abertas para ruas movimentadas; hinos cantados que não estão no Hinário, e cinco minutos de oração silenciosa...
Os Cientistas Cristãos estão lendo e voltando a ler o livro da Sra. Eddy, Ciência e Saúde, como também o Manual da Igreja, para reorientar e energizar seus cultos. Em última análise, não é a aparência interior de uma igreja, é o espírito de vitalidade, frescor, e cura que é o mais importante.
Londres: Você pode sentir a mudança
"Informal, mas espiritualmente solene", diz Philip Wylie, ao descrever os cultos em Segunda Igreja de Cristo, Cientista, de Londres (www.secondchurchlondon.org), onde ele é um dos membros da diretoria e incentivador ativo da transformação da igreja. "Agora estamos atraindo não só mais freqüentadores, mas também uma gama mais ampla de faixas etárias variadas, porque o ambiente é confortável e flexível, em harmonia com a sensibilidade dos jovens, mas reverente. Todos estão, simplesmente, sentindo-se em casa."
Seu amplo edifício, recebido em herança, em 1924, os restringe de fazer muitas alterações, tanto interna como externamente. Mas eles conseguiram autorização para remover os bancos de 2,50 × 2,50m2 da área central, instalaram um carpete de cor clara e introduziram um conjunto de cadeiras nas cores laranja e vinho, agrupando-as em conjuntos de três ou quatro, ao redor de mesas laterais com exemplares do Livrete Trimestral da Christian Science, hinários, a Bíblia e Ciência e Saúde.
Aos domingos, os Leitores sentam-se com a congregação até o início do culto, quando então passam a sentar-se em seus assentos junto a uma mesa. Os Leitores e a congregação permanecem sentados durante todo o culto, levantando-se somente para cantar. A Primeira Leitora dá as boas-vin-das de forma acolhedora, diz Wylie. "Ela diz que 'este é um culto de cura, e vocês e a comunidade estão incluídos em sua mensagem sanadora', ou palavras nesse sentido." O membro Tony Lobl aprecia o fato de que "ela também diz 'muito obrigada' para o solista aos domingos", e que "a congregação muitas vezes expressa sua gratidão ao organista, aplaudindo-o espontaneamente no final do culto". Às quartas-fei-ras, a Primeira Leitora normalmente anuncia o tópico das leituras para que todos possam sentir um espírito de união.
A freqüência está aumentando, o que Wylie considera "um símbolo de uma mudança mental, por parte dos membros, que está sendo percebida pelos outros. O culto é definitivamente muito mais informal, mas como alguém comentou: 'Formalidade nunca curou ninguém'. Acho que o importante é que as pessoas sintam amor ao entrarem. Além de sentirem uma atmosfera inteiramente espiritual — essa é a chave de tudo".
Berlim: A santidade é vigoroso e gentil
"A Christian Science é tão vigorosa", diz a Primeira Leitora Jutta Obrowski, de Terceira Igreja de Cristo, Cientista, de Berlim. "Portanto, os cultos também precisam ser vibrantes — sem se afastarem dos pontos que constam do Manual da Igreja."
A igreja de Jutta realiza os cultos como se fosse uma reunião de amigos. "Aos domingos, para integrar a todos desde o início, digo, por exemplo: 'Bom dia, desejamos a vocês e a todos uma hora cheia de inspiração. O tema neste domingo é "Amor", que é um sinônimo para Deus'. Se você está junto com um grupo de pessoas, é normal que você queira compartilhar, o mais rapidamente possível, sobre o que você irá falar".
Eles mudaram um pouco suas cadeiras, mas o arranjo "é ainda muito convencional. É mais o desejo de incluir a todos e de tornar o culto o mais natural e amigável possível, sem negligenciar os pontos metafísicos profundos. Se você se sente à vontade, acho que a congregação se sentirá mais livre. Isso não significa que o culto seja menos santo porque você age mais naturalmente. A santidade não surge porque todos estão em silêncio, mas, sim, porque todos vivenciam mais a proximidade de Deus."
Trabalhando em equipe, o Primeiro e o Segundo Leitores escolhem juntos os hinos, a seleção bíblica e a bênção. O Segundo Leitor lê a seleção bíblica que dá início ao culto, os primeiros três versículos de 10 João, capítulo 30, que precede a bênção e um dos hinos.
"Digo a 'Nota Explicativa' de cor, olhando para a congregação. (Esta nota, que apresenta o Pastor e o Sermão, foi escrita pela Sra. Eddy, e é lida antes da Lição-Sermão, todos os domingos). Ela começa com a palavra 'Amigos', e, quando você realmente olha para as pessoas e diz isso, essa palavra se torna mais abrangente do que quando você olha para baixo e a lê."
"Isso serve para curar? Isso ajuda a expressar a Deus em Sua vivacidade? Tudo isso se combina. É sobre o espírito — não podemos encobri-lo sob uma mera formalidade".
St. Louis: Liberdade e variedade sancionadas
A praticista da Christian Science, Susan Mack, diz que ela e seu marido "estavam procurando formas para melhor servir à prática pública da cura pela Christian Science em sua comunidade e uma idéia nova de expressão de igreja foi o resultado natural.
Fiz uma lista de todas as coisas que o Manual da Igreja estipula para as filiais. Depois disso, fiz uma lista de todas as coisas que nossa filial estava fazendo, as quais não se constituíam em requisitos, mas eram apenas tradições. Além disso, ponderei cuidadosamente sobre como poderíamos desarraigar aquelas tradições que não tinham mais utilidade."
Hoje, a Sociedade da Christian Science de St. Louis, no estado do Missouri, à qual eles pertencem, reúne-se nos 92 metros quadrados de um antigo escritório de uma imobiliária. O ambiente é informal e os assentos arrumados de forma casual. "Decidimos não comprar cadeiras todas iguais, para que cada um possa sentar-se da forma que lhe for mais confortável, ou seja, no sofá, ou numa poltrona ou em uma cadeira comum", diz Susan.
Os Leitores sentam-se com o resto das pessoas presentes ao culto e colocam seus livros sobre uma mesinha lateral ou no próprio colo. Cada um é convidado a compartilhar os anúncios. Gravadores e flautas acompanham os hinos. "A Sra. Eddy diz no Manual para se usar órgão ou piano, quando possível. Para nós, no começo, não é possível. Orei ... e me veio o pensamento: 'Aqueles dois instrumentos não são os únicos instrumentos sagrados'. Então, decidimos usar gravadores e flautas por enquanto". O solo é de guitarra e voz. Mais tarde, todos são convidados a permanecer e compartilhar idéias. Alguém poderia dizer: "Eu procurei a definição de tal e tal palavra que me ajudou muito", ou "A história da Bíblia realmente me ajudou". Susan diz que esse é um processo de pensamento constante, sempre procurando saber o que é e o que não é necessário.
Brooklyn: Flexibilize — torne o culto amistoso e cordial
"As pessoas entram diretamente da rua", diz a Primeira Leitora Diane Allison, descrevendo as Reuniões das Quartas-feiras na Sala de Leitura mantida por Primeira Igreja de Cristo, Cientista, do Brooklyn, Nova Iorque. "É realmente importante para as pessoas sentirem-se à vontade. É uma sala de estar, como na casa de qualquer pessoa". Ela senta-se a uma mesa redonda, com cadeiras para os freqüentadores, arrumadas em semicírculo. "Isso faz com que um visitante novo volte à Sala de Leitura".
Diane prepara um folheto que inclui os tópicos das reuniões das quartas-feiras à noite para o mês inteiro, e o afixa na vitrina da Sala de Leitura. Tópicos recentes? "Respirando no Espírito — curando doenças respiratórias" e "Finanças: O verdadeiro balanço".
"Estamos orando e tentando ser mais descontraídos, para comunicar melhor nosso desejo de tocar os corações e fazer com que as pessoas saibam que elas são amadas e que estamos aqui para elas. Esses são cultos de cura para o qual todos estão convidados."
Novas abordagens sobre como conduzir os cultos, incluem um caloroso muito obrigado ao solista. Os anúncios são feitos "de improviso", embora ela tenha um cartão com alguns pontos anotados.
Uma Primeira Leitora sem medo de falar de improviso? "Eu faço isso embora, às vezes, fique receosa, porque quando você ama sua congregação você deseja gir-se a ela como se estivesse falando com um amigo. Quando você conversa com um amigo, você nem sempre sabe o que vai dizer antes da hora. Você fala de coração e quando você faz isso, os corações ouvem."
O segredo, diz Diane, é considerar cada culto como um culto novo e vivo, e isso significa "estar consciente do que está acontecendo ao seu redor, pronta para responder adequadamente. Como você responde a estranhos quando eles vêm ao culto? Como você poda tratar com carinho um estranho, de uma forma bem sincera"?
"Acho que essa abordagem é muito bem aceita por todos. A organista resume isso melhor: 'É melhor estar em uma igreja viva do que em uma igreja que é um museu'."
Congo: É como uma família
"Há algum tempo, nossos cultos eram mais formais", diz Mayal Tshiabuila, de Quinta Igreja de Cristo, Cientista, de Kinshasa, na República Democrática do Congo. "Quando o culto começava, o Primeiro Leitor simplesmente se levantava e dizia: 'Vamos começar cantando...' Agora fazemos questão de dar boas-vindas a todos, dizendo: 'Bom dia' ou 'Boa noite'. Uma igreja é como uma família, onde é natural cumprimentar as pessoas, dar boas-vindas aos estranhos com cordialidade. É a comunicação normal. Não existe nada místico sobre isso. É natural sorrir e ser feliz quando você está na igreja.
Nas reuniões de testemunhos, quando alguém conta sobre uma cura comovente que recebeu, algumas vezes as pessoas na congregação dizem: 'Aleluia!' ou 'Amém'!"
A Christian Science é radical, revolucionária — uma maneira inteiramente nova de olhar para o universo e para nós mesmos. Como parte de sua revolucionária abordagem, Mary Baker Eddy idealizou um Pastor único — dois livros, a Bíblia e Ciência e Saúde — para "pregar para esta Igreja e para o mundo" (Manual, p. 58). Ao redor de todo o globo, as pessoas estão redescobrindo que a cordialidade, os sorrisos, as risadas, até aplausos, são uma coisa natural nesta Igreja. Elas estão descobrindo que a alegria, espontaneidade e leveza de alma andam de mãos dadas com a reverência, a santidade e a cura. Além disso, estão descobrindo que a flexibilidade que existe dentro da ampla estrutura do Manual da Igreja, as capacita a fazer exatamente isso — e a fome por espiritualidade do século XXI está exigindo isso.
A MÚSICA E O ENVOLVIMENTO DA CONGREGAÇÃO
“A música”, escreveu Mary Baker Eddy em Ciência e Saúde, “é o ritmo da cabeça e do coração” (p. 213). Dar maior ênfase a esse ritmo nas igrejas locais do mundo todo — onde existem tantos gostos diferentes, quanto o número de lugares e de cantores — significava, uma vez mais, experimentar e inovar.
Os primeiros cultos da igreja apresentavam cantos congregacionais, apoiados por um coral. O coral da igreja de Boston tinha uns sete cantores, nenhum deles profissional. Alguns deles cantavam solos. O coral foi eliminado em 1898, mas o solo permaneceu na ordem dos cultos.
Em carta escrita um ano antes de o coral ser dissolvido, a Sra. Eddy disse: “Faz alguns meses que a direção divina me tem feito saber que o canto por parte da congregação é a melhor forma de cântico para a Igreja de Cristo, Cientista. Por quê? Porque essa parte, tanto quanto as outras, deveria ser do Espírito, não da matéria. Novamente digo, o canto, se for harmonia, é uma emoção mais espiritual do que material e, para tocar meu coração, ou meu ouvido, ele deve provir de naturezas devotas. Nem sempre encontramos essa natureza nos maestros dos corais” (L06622B, Mary Baker Eddy a Mary C. e Albert Metcalf, 8 de agosto de 1897, The Mary Baker Collection).
O que dizer sobre os instrumentos? O Manual da Igreja estabelece: “sempre que possível, tocar música de órgão ou de piano, de caráter apropriado” (Manual, p. 121). Nos casos em que isso não seja possível, presumivelmente as igrejas teriam de determinar a melhor maneira de prover música de “caráter apropriado”, em seu específico nicho em um mundo em constante transformação.
Finalmente, sete dos poemas de Mary Baker Eddy foram colocados em música para serem usados como hinos e solos. A música era claramente vital dentro do conceito que a Sra. Eddy tinha de culto. Porém, mais importante do que a quantidade era a qualidade, ou seja, o poder da música para impulsionar o pensamento a percepções espirituais. Certa feita, ela escreveu ao Conselho de Diretores da Christian Science: “Seria bom que um de meus hinos fosse lido e cantado quase todo domingo. Essa prática espiritualizaria o pensamento da audiência e isso na igreja é mais necessário do que qualquer outra coisa”
(L00326, Mary Baker Eddy para O Conselho de Diretores da Christian Science, 13 de março de 1903, The Mary Baker Eddy Collection).
GLOSSÁRIO EXPLICANDO UMA FORMA DIFERENTE DE CULTO
Lição-Sermão — Conforme o termo sugere, é uma mensagem usada tanto para estudo individual durante a semana, como também texto do sermão para o culto dominical. A Lição agora inclui seis conjuntos de seleções da Bíblia e de Ciência e Saúde. Cada “seção” amplia um aspecto diferente do tema da semana. Existem 26 temas, estabelecidos por Mary Baker Eddy, que se alternam duas vezes por ano. Os temas variam desde pesquisas sobre a natureza de Deus (“Amor”,“Mente”, etc.), até questões atuais, tais como, “A Alma e o corpo” e a pergunta: “É o universo, inclusive o homem, evoluído pela força atômica?” As Lições são publicadas no Livrete Trimestral da Christian Science, nas versões onde constam apenas as citações e na versão completa, em inglês, além de vários formatos em áudio e vídeo.
Pastor — As congregações nas Igrejas de Cristo, Cientista, são constituídas por grupos de leigos, onde o Pastor é a Bíblia e Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras. Empregar livros em vez de ministros para pregar e aconselhar, é um abandono radical do método tradicional, mesmo hoje — um século após Mary Baker Eddy ter escolhido esse método. Contudo, essa abordagem é de fácil adaptação, em um mundo de culturas e idiomas diferentes. Essa espécie de pastor também promove um relacionamento direto com os textos inspirados, está disponível 24 horas por dia, não sai de férias e proporciona respostas claras quando pastores pessoais talvez ofereçam apenas opiniões. O Manual da Igreja não especifica qual versão da Bíblia deve ser usada nos cultos.
Leitores — O Primeiro e o Segundo Leitores são eleitos por seus colegas membros da igreja filial. (N'A Igreja Mãe eles são nomeados pelo Conselho de Diretores de The First Church of Christ, Scientist.) Durante a leitura da Lição-Sermão, os dois Leitores se alternam na leitura dos trechos da Bíblia (lidos pelo Segundo Leitor) e de Ciência e Saúde (lidos pelo Primeiro Leitor). Algumas igrejas filiais elegem Leitores para um período de um ou mais anos, outras fazem o rodízio de leitores entre seus vários membros.
Reunião de Testemunhos — Uma reunião semanal aberta ao público, realizada na quarta-feira à noite, na qual o Primeiro Leitor lê seleções de trechos da Bíblia e de Ciência e Saúde, que ele ou ela escolheu como apropriados para a comunidade na qual a igreja está localizada. Os trechos lidos podem ser razoavelmente curtos. A parte principal da reunião é reservada para testemunhos espontâneos, nos quais as pessoas expressam gratidão por uma cura ou por alguma outra experiência de crescimento espiritual.
UM SERMÃO IMPERDÍVEL
Em 1901, o jornal Boston Transcript escreveu em uma reportagem, que “nos cultos dos Cientistas Cristãos ... Não se prega nenhum sermão, nenhum discurso é feito. Os Leitores tomam o lugar dos pregadores e as leituras das Escrituras e de 'Ciência e Saúde' ocupam o tempo que, em outras igrejas, seria dedicado aos sermões” (Transcript, de junho de 1901).
Pode ser somente uma coincidência, mas, naquele mesmo ano, em sua mensagem à sua Igreja, a Sra. Eddy escreveu: “Realmente, constituí a Bíblia e “Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras” como Pastor de todas as igrejas da Christian Science, mas isso não impede que esse nosso Pastor pregue! Em minha opinião, o Sermão do Monte, lido cada domingo, sem comentários, e obedecido durante toda a semana, seria suficiente para a prática cristã. A Palavra de Deus é uma pregadora poderosa, e ela não é espiritual demais para ser colocada em prática, nem é transcendental demais para ser ouvida e entendida. Quem quer que diga que não existe sermão sem uma pregação pessoal, esquece aquilo que os Cientistas Cristãos não esquecem, ou seja, que Deus é Pessoa, e que deveríamos estar dispostos a ouvir um sermão de nosso Deus pessoal!” (Message to The Mother Church for 1901, p. 11).
UM HUMILDE CRISTÃO
Hermann Hering foi curado pela Christian Science de uma doença de longa data e, no final da década de 1890, abandonou sua carreira acadêmica para dedicar sua vida à cura baseada na oração. Mais tarde, tornou-se professor de Christian Science. Hering havia sido professor de engenharia elétrica na Universidade John Hopkins. Ele se descreveu, certa vez, como tendo “nascido e crescido em uma gráfica”, na Filadélfia, onde aprendera as noções básicas da produção de livros com seu irmão.
Quando o Prof. Hering foi solicitado, pela Sra. Eddy, para servir como Primeiro Leitor d'A Igreja Mãe, respondeu que era apenas “uma criança neste grande movimento”. Contudo, ele estava disposto a “deixar tudo nas mãos da Sabedoria Infinita”, e serviu de 1902 a 1905. Mais tarde, ele foi Primeiro Leitor na igreja em Concord, no estado de New Hampshire, onde vivia a Sra. Eddy.
Durante seus períodos como Leitor, Hering e Mary Baker Eddy mantiveram uma correspondência constante. Hering informava, freqüentemente, a respeito dos cultos da semana, sobre curas específicas que haviam sido relatadas nas reuniões de testemunhos das quartas-feiras (muitas vezes por pessoas que haviam sido curadas durante um culto), sobre os novos visitantes, provenientes dos arredores de Boston, que vinham aos cultos e sobre algumas ocasiões em que ele anotava erros tipográficos que encontrara na última edição de Ciência e Saúde. Fica claro, pelas cartas da Sra. Eddy, que ela achava que havia encontrado em Hermann Hering alguém que podia ler a Bíblia e Ciência e Saúde, de uma forma cheia de entusiasmo e afeto, pela ação de seu humilde cristianismo.
(Este esboço biográfico foi compilado com informações do acervo d'A Biblioteca Mary Baker Eddy para o Progresso da Humanidade, incluindo as reminiscências de Hermann Hering e sua correspondência com Mary Baker Eddy.)
UM MINISTÉRIO DE IGREJA EM CONSTANTE EVOLUÇÃO
1866 Mary Baker Eddy descobre a Christian Science
1875 Ela publica seu livro, o qual recebe o título Ciência e Saúde. Oito de seus alunos unem-se para apoiar cultos dominicais públicos conduzidos por ela no salão Good Templars Hall, em Lynn.
1878 A Sra. Eddy começa a pregar em Boston, primeiro no bairro de South End, mais tarde em outros locais, tais como em Back Bay, Charlestown e no centro de Boston.
1879 É formada A Igreja de Cristo (Cientista).
1881 A Faculdade de Metafísica de Massachusetts é fundada.
1883 Mary Baker Eddy reintitula seu livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras. Começa a publicação do The Christian Science Journal.
1885 Uma Escola Dominical é formalmente organizada.
1888 A primeira Sala de Leitura da Christian Science é aberta em Boston, Massachusetts. Além disso, o primeiro anúncio de cultos realizados pela Igreja de Cristo (Cientista) é publicado na edição de outubro do Journal.
1889 A Sra. Eddy publica um aviso no Journal do mês de agosto, sobre a "Ordem do Culto na Igreja", um precursor à ordem dos cultos de hoje.
1890 O Livrete Trimestral da Christian Science é publicado pela primeira vez.
1894 A Bíblia e Ciência e Saúde tornam-se o Pastor da Igreja em Boston. A leitura da Bíblia e de Ciência e Saúde substitui sermões pessoais. Em
1895, Mary Baker Eddy declara a Bíblia e Ciencia e Saúde o Pastor para todas as Igrejas de Cristo, Cientista.
1895 O Edifício Original d'A Igreja Mãe, com um custo de mais de 250.000 dólares (equivalente a mais ou menos uns 5 milhões de dólares hoje), é dedicado. Além disso, publica-se o Manual da Igreja.
1896 Os primeiros cultos públicos permanentes da Christian Science são realizados em Londres, Inglaterra.
1898 A Sra. Eddy ordena que a Comissão da Lição Bíblica adote os 26 temas de Lições Bíblicas por ela delineados. Eles apareceram, pela primeira vez, no Livrete Trimestral da Christian Science de julho. Nesse mesmo ano, ela também muda as reuniões de testemunhos da sextafeira à noite para as quartas-feiras.
EM QUE SE CONSTITUI UM CULTO RELIGIOSO ATRATIVO E UM BOM LEITOR?
A idéia principal para um culto religioso realmente atrativo — aquilo que prende a atenção das pessoas e cria um clima propício à cura — é a originalidade. Você sente isso em outras igrejas, como nas igrejas Batistas da comunidade. Portanto, por que os cultos da Christian Science não poderiam dar essa sensação, também?
Acho que grande parte dessa impressão é proveniente do frescor da palavra falada. A Bíblia foi escrita com base nas histórias transmitidas oralmente e, portanto, o objetivo é que seja lida em voz alta — com grande energia, exaltação, alegria, revelação e significado. É a Palavra viva e ela cura. O mesmo se aplica ao Ciência e Saúde.
Cada vez que leio desses dois livros, é diferente. "A declaração científica do ser" (esse parágrafo à p. 468 de Ciência e Saúde afirma a total espiritualidade da existência e é lida no final de cada culto dominical, juntamente com o trecho de 1 João 3:1-3) é revolucionária e constantemente se apresenta de forma diferente. Tento sentir seu frescor, sua originalidade e seu poder único, e depois, leio de forma a transmitir tudo isso. A cada domingo, leioa de outra forma — e a congregação ouve e sente essa inovação.
Esse objetivo é muito mais importante, em minha opinião, do que nunca tropeçar nas palavras. É o espírito e a inteligência ativa que dá vida ao culto. Essa é a razão por que as pessoas vêm. Isso é que os faz pensar. Isso é o que eles sentem. Isso é o que traz cura.
Primeiro Leitor de Primeira Igreja de Fairfax, no estado da Virgínia
SAN JUAN CAPISTRANO: A ORAÇÃO UNE AS PESSOAS
Ponderamos muito em como nossa igreja poderia ser mais sanadora. Chegamos à conclusão de que a oração é a melhor coisa que existe. Portanto, ao invés de limitar nossa oração em um minuto, que é o tempo tradicional, o Primeiro Leitor convida a congregação a se unir em oração silenciosa por um tempo prolongado, às vezes, até por cinco minutos. Convidamos as pessoas a colocarem pedidos de oração em um cesto após a reunião, de modo que, no culto seguinte, a oração seja dedicada àqueles temas solicitados. O Manual da Igreja diz que as orações durante esses cultos são para as congregações, coletiva e exclusivamente, portanto, essa é a nossa maneira de cumprir esse requisito. Além disso, é uma forma de derrubar os muros, porque a oração está reunindo as pessoas para se ajudarem umas às outras.
San Juan Capistrano,
Califórnia
O QUE AS PESSOAS COMENTAM SOBRE OS CULTOS DA IGREJA
No passado, afastei-me da Christian Science por várias razões. Eu estava “lá fora”, numa posição privilegiada, ou seja, em uma jornada espiritual, uma vez que a espiritualidade era muito importante para mim. Estava a caminho de me tornar um pastor. Foi, então, que passei por uma crise em família. Tinha muito medo e compreendi que não havia nenhuma reposta para mim nas igrejas que havia freqüentado. Vi esta pequena igreja [Sociedade de San Juan Capistrano], onde fui imediatamente muito bem recebido, de forma muito amorosa. Todos eram amáveis, envolventes, isentos de crítica, aceitando de onde eu era. Havia risos, liberdade e apoio para a minha jornada. Sentia-me em família. O medo e a crise desapareceram da noite para o dia. Encontrei cura.
San Clemente, Califórnia
Venho freqüentando esta igreja há muitos anos e existem coisas que ainda gosto dos tempos em que realizávamos nossas reuniões das quartas-feiras na igreja, mas, as reuniões realizadas na Sala de Leitura são mais acessíveis à comunidade, portanto, esse é o melhor lugar para a reunião. Existe uma sensação de aconchego que gosto muito.
Brooklyn, Nova Iorque.
Igreja relaciona-se com a interação entre as pessoas e o Espírito, e isso é o que senti aqui, hoje à noite. Muitas vezes, os pastores das igrejas que visitei oferecem sessões de testemunhos, mas permitem que as experiências compartilhadas cheguem somente até o ponto em que coincidam com as expectativas deles. Hoje à noite, fiquei realmente surpreendido com o fato de que cada pessoa teve o tempo e o espaço para compartilhar o que estava pensando naquele momento, sem restrições. Realmente gostei disso. Senti-me em casa.
comentando sobre o culto de Primeira Igreja da Christian Science do qual ele participou.
DESCOBRINDO A COMUNIDADE DA IGREJA GLOBAL
A partir de junho de 2004, após a Assembléia Anual, A Igreja Mãe está planejando a inclusão de cultos em espanhol, aos domingos e às quartas-feiras, tendo em mente a significativa população hispânica que vive em Boston. O Primeiro Leitor nomeado, Lyle Young, de Ottawa, Canadá, diz que essa é uma das inúmeras maneiras de “ajudar a descobrir a comunidade da igreja global para todos. A igreja não tem limites geográficos ou fronteiras materiais. Ela é um conceito que a Sra. Eddy define, em parte, como ‘a estrutura da Verdade e do Amor’ (Ciência e Saúde, p. 583). Portanto, a Igreja já existe. Não temos de inventá-la, mas simplesmente descobri-la, abrir nossos olhos a ela. E cada um, independentemente de raça ou religião, faz parte dela. Ela é universal. Contudo, é também local e existem muitas formas maravilhosas de, efetivamente, ir ao encontro das específicas e variadas necessidades de idiomas e de culturas, em um planeta multiforme”.
