A taxa de desemprego está alta tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento. No Brasil, a taxa de quase 13% cria um clima de tensão e falta de esperança. As pessoas que chegam à meia-idade, enfrentam dificuldades ainda maiores para encontrar emprego e mesmo para mantê-lo.
Apesar de ser economista, tive de enfrentar o desemprego e até por períodos bem longos, devido à pouca demanda no mercado e instabilidade econômica. Certa vez, durante quase seis anos, tive de me contentar somente com serviços temporários. Realizava projetos e estudos curtos, mas nada fixo. Isso afetou não só minha auto - estima, mas também minhas finanças.
Uma das experiências mais difíceis, ocorreu quando nosso país passou por mudanças políticas e uma forte crise financeira no final da década de 80 e início da de 90. Eu havia deixado meu emprego de economistra para trabalhar na empresa de brinquedos educativos e livros infantis que minha esposa montara. Nos primeiros seis anos, o negócio era próspero e trazia boas expectativas. Entretanto, com a recessão, perdemos mais de 70% de nossos clientes. Em 1991, dispensamos os funcionários e fechamos a empresa. Os anos seguintes não foram nada fáceis. Gastamos a herança recebida de nossos pais, fizemos empréstimos, vendemos jóias, carro, tudo para pagar as dívidas. Entretanto, foi justamente nessa época que nos fortalecemos como família.
Minha esposa, meus filhos e eu aprendemos a ver a vida com outros olhos. Durante essa época, eu acordava cedo, estudava a Bíblia e Ciência e Saúde, e assim começava o dia com mais esperança e força. Há momentos em que a mídia divulga muito a questão do desemprego e da economia instável. Por meio de orações e estudos sobre a Christian Science, percebi que quanto menos me deixava influenciar pelas notícias ruins, mais refletia a Deus e o que Ele conhece, ou seja, a atividade produtiva que traz suprimento e satisfação.
Nessa época, também aprendi a usar bons pensamentos — pensamentos de Deus — para lutar contra os limites financeiros que me eram impostos. Ao pensar assim, realizava minhas tarefas diárias de forma bem diciplinada. Por meio das orações, minha família e eu compreendemos mais sobre Deus e Seu amor infinito, que supre tudo o que é necessário. Lembro-me de diversos exemplos de como nossas necessidades foram supridas, de maneiras inesperadas, após nossas orações: dois parentes pagaram as mensalidades escolares de nossos filhos, uma tia pagava o curso de inglês para eles, minha irmã e outros parentes faziam o supermercado e recebíamos ajuda financeira desses e de outros parentes.
O amor a Deus e ao próximo foi crescendo de tal maneira, que nos sentíamos amparados, amados e com esperança de um futuro melhor. Tanto minha esposa quanto eu estudávamos a Bíblia e Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy, com disciplina e profundidade, o que nos ajudou a raciocinar mais sabiamente e a começar a encontrar soluções. Minha esposa conseguiu um bom emprego e eu voltei à universidade para fazer um mestrado em Engenharia de Produção. Consegui um emprego e gradualmente nossa vida financeira se estabilizou novamente.
Quanto menos me deixava influenciar pelas notícias ruins, melhor expressava a Deus.
Durante a época em que estava desempregado, quanto mais me conscientizava de que estava constantemente expressando qualidades divinas, melhor me direcionava e mais facilmente encontrava um emprego que oferecesse um salário adequado. Orei muito com estes trechos de Ciência e Saúde: “Inteiramente separada da crença e sonho num viver material, está a Vida divina, que revela a compreensão espiritual e a consciência do domínio que o homem tem sobre toda a terra” (p. 14) e “A realidade espiritual é o fato científico em todas as coisas” (p. 207). Procurava entender bem essas idéias, pois me traziam conforto e esperança onde quer que estivesse. Um praticista, de forma amorosa e dedicada, também me ajudou por oração.
Mais recentemente, quando estava procurando uma nova atividade, foi-me muito útil reconhecer que a expressão do Amor divino não está ligada a momentos ou a épocas. Nessa busca de emprego, reencontrei amigos que eram gratos por algo que eu lhes havia feito há mais de vinte anos. Eles me ajudaram a obter uma nova atividade em Brasília, por pura expressão de gratidão. Fui contratado para prestar seviços para um novo órgão do governo que necessitava de todas as qualificações profissionais que tenho.
Eu estava morando no Rio de Janeiro e me mudei, a princípio sozinho, para Brasília. Quinze dias após a mudança, comecei a dar aula na faculdade à noite. O meu tempo ficou totalmente preenchido, o que me fez sentir muito bem e complementou meu orçamento financeiro. Não tive tempo de me sentir solitário. Após um ano, minha esposa pôde se mudar também.
Durante os dois últimos anos em que estou em Brasília, tenho procurado manter boa qualidade no trabalho, ser útil para o setor e contribuir para algo que beneficie a sociedade. Hoje, expressar o bem é minha atividade principal, onde quer que esteja.
