Os nabateus eram comerciantes árabes astutos e prósperos. Controlavam as rotas das caravanas que levavam incenso, especiarias, perfume e outros itens de luxo para a região do Mediterrâneo, inclusive para a Grécia e Roma, de partes tão longínqüas como a Índia. Também construíram edifícios monumentais dentro de montanhas e sistemas de gerenciamento aqüifero tão sofisticados que, apesar dos quinze centímetros anuais de chuva, suas reservas de água poderiam ter mantido uma cidade moderna de cem mil habitantes.
Petra, a capital do Reino Nabateu, fica a apenas 160 quilômetros ao sudeste de Jerusalém e dois nabateus desempenharam um papel nos Evangelhos, embora nos bastidores. A mais conhecida é a princesa nabatéia divorciada de Herodes Antipas, o tetrarca da Galiléia na época de João Batista e de Jesus. Herodes se divorciou dela quando se apaixonou por Herodias, esposa de seu meio-irmão Filipe. Embora fosse contra a lei judaica um homem se casar com a mulher de seu irmão, enquanto o irmão vivesse, Herodes Antipas se casou com Herodias. A crueldade de Herodes dissuadiu a população de criticar o casamento publicamente, independentemente do que estivassem pensando sobre o assunto. João Batista, porém, não se calou e mais tarde foi detido e executado em conseqüência de sua denúncia.
O Evangelho de Marcos relata os eventos desta maneira: “...Herodes, por causa de Herodias, mulher de seu irmão Filipe (porquanto Herodes se casara com ela), mandara prender a João e atá-lo no cárcere. Pois João lhe dizia: Nao te é lícito possuir a mulher de teu irmão. E Herodias o odiava, querendo matá-lo, e não podia. Porque Herodes temia a João, sabendo que era homem justo e santo...” (Marcos 6:17—20). Herodias esperou pela oportunidade de se vingar e, quando esta lhe foi dada, João foi executado.
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