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O Passado e o Futuro da lgreja Fundada por Mary Baker Eddy

Educação espiritual para crianças

Um lugar para se fazer perguntas profundas sobre a vida. Uma forma de ajudar a comunidade

Da edição de janeiro de 2005 dO Arauto da Ciência Cristã


O PASSADO

Todos os teus filhos serão ensinados do Senhor; e será grande a paz de teus filhos.

Isaías 54:13

Não afastem essas crianças. Jamais se interponham entre elas e eu. Essas crianças estão no próprio centro da vida no reino.

Cristo Jesus, Marcos 10:14

The Message—A Bíblia traduzida para o inglês moderno — Copyright © by Eugene H. Peterson, 1993, 1994, 1995. (Usado com permissão de NavPress Publishing Group).

A manchete dizia: "O que podemos fazer pelas crianças". Um anúncio escrito por Mary Baker Eddy no Journal de outubro de 1895, convidava "os Cientistas Cristãos leais, que usam a Bíblia e Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, como seus livros-texto, a organizarem imediatamente uma Escola Dominical para crianças" (Journal, outubro de 1895, p. 268).

Havia um senso de urgência nos dois pequenos parágrafos do anúncio. Um imperativo organizacional em resposta a um comando mais elevado, recebido por inspiração. Quase um ano antes, a primeira igreja para abrigar o movimento da Christian Science havia aberto suas portas ao público, nas vizinhanças do bairro Back Bay, em Boston. A Sra. Eddy já percebia a necessidade de abrir ainda mais as portas da igreja — e dos corações dos membros — do que o senso convencional comum o poderia exigir.

Até aquele ponto, as aulas da Escola Dominical da Christian Science haviam sido freqüentadas principalmente por adultos. Agora, os estudantes adultos precisavam satisfazer à exigência que ela percebera para a educação espiritual das crianças. No início, as crianças podiam freqüentar a Escola Dominical até a idade de 15 anos. E, em 1908, essa idade foi alterada para 20.

A parte central do currículo A Bíblia e Ciência e Saúde

O que diferenciava essa Escola Dominical era o uso não só da Bíblia, mas também do livro concebido como a "chave das Escrituras". O propósito final do ensino era guiar os estudantes a colocarem, de forma individual, sua confiança em Deus como a inteligência divina e o Sanador, e era natural que a autora do livro considerasse a mensagem revelada, contida em Ciência e Saúde, como uma forma de aprendizado sem intermediários. Exatamente um ano antes do anúncio no Journal, ela havia escrito à sua ajudante de confiança, Julia Bartlett: "Que Escola Dominical esplêndida você tem! Ciência e Saúde é um grande Professor" (L07730, Mary Baker Eddy a Julia S. Bartlett, 28 de janeiro de 1894, The Mary Baker Eddy Collection, A Biblioteca Mary Baker Eddy para o Progresso da Humanidade). Para outro aluno na cidade de Nova Iorque: Meu querido aluno, você tem uma vaga idéia do que Ciência e Saúde etc. está fazendo pelas nossas igrejas? Se não houvesse ninguém no púlpito, as citações da Escola Dominical estabeleceriam as igrejas" (L02356, Mary Baker Eddy a Carol Norton, 30 de janeiro de 1894, The Mary Baker Eddy Collection).

"As citações da Escola Dominical" eram as Lições Bíblicas semanais, que serviam como textos para estudo e pesquisa nas Escolas Dominicais. Essas "Lições-Sermão", publicadas no Livrete Trimestral da Christian Science, são compostas de seleções da Bíblia e de Ciência e Saúde. Em abril de 1895, a Sra. Eddy decidiu que elas deveriam servir como textos para o sermão dominical nos cultos das igrejas da Christian Science. Foi somente seis meses depois que ela anunciou sua decisão sobre Escolas Dominicais — elas se concentrariam exclusivamente nos jovens.

De volta para o futuro

Os Cientistas Cristãos e os novos leitores do principal livro sobre cura espiritual de Mary Baker Eddy, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, haviam se reunido para as primeiras classes da Escola Dominical da Christian Science, em Boston, ao redor de 1881. As classes, em sua maioria de adultos, foram organizadas e ensinadas pelo marido da Sra. Eddy, Asa G. Eddy. Contudo, a inspiração do movimento para instrução religiosa sistemática, especificamente para crianças e jovens, talvez remonte à infância de Mary Baker, no sul do estado de New Hampshire.

Mary e seus cinco irmãos freqüentaram Escolas Dominicais em várias igrejas protestantes. "Tive a felicidade de ser freqüentemente ensinada por alguns dos grandes e experientes teólogos...", escreveu a Sra. Eddy em 1901, citando pastores das igrejas Batista, Congregacional e Metodista, nas cidades de Pembroke, Concord e Bow. "Tais religiosos e a Bíblia, especialmente o Primeiro Mandamento do Decálogo, o Salmo 91, o Sermão do Monte e o Apocalipse de São João educaram meu pensamento durante muitos anos, sim, ao longo de todo o caminho de sua preparação para a recepção da Ciência do Cristianismo (Message to The Mother Church for 1901, pp. 31-32).

"...e a Bíblia..."

No lar da família Baker eram normais as leituras diárias da Bíblia e as orações feitas pelo pai, Mark Baker, com a repetição da Oração do Senhor, à noite. Da "inexorável teologia" (Retrospecção e Introspecção, p. 13) de seu pai, Mary aceitou a Palavra divina como uma disciplina de vida. De sua mãe, veio a ênfase nas afirmações das Escrituras sobre o cuidado prático e confortante de Deus. Desde menina amava a Bíblia como um livro inspirador, memorizava salmos e longas passagens dos Evangelhos no Novo Testamento, como as crianças de hoje memorizam letras de música.

Mas, como as crianças, em qualquer época, Mary também questionava — questionava aqueles "teólogos", que respondiam suas perguntas sobre os antigos profetas hebreus e Jesus. Além disso, ela questionava doutrinas, as quais, em sã consciência, não podia aceitar, tais como a predestinação. De fato, sua abordagem instintivamente socrática — o aprendizado através de perguntas e respostas — viria a caracterizar toda a educação espiritual na Christian Science. Do livro Ciência e Saúde, com o capítulo de perguntas e respostas intitulado "Recapitulação", até o uso desse mesmo capítulo como o texto padrão para a instrução em classe primária, ou seja, um curso intensivo sobre cura espiritual, o aprendizado, de acordo com a Sra. Eddy, devia ser sobre fazer perguntas fundamentais, sobre o diálogo interior da oração. A Escola Dominical era e é o núcleo de seu desígnio para um aprendizado sistemático, sobre Deus e a vida.

Mary Baker Eddy nunca perdeu sua fome infantil de aprender, nunca se esqueceu da alegria de ter sido ensinada por professores que amavam a Deus e Sua mensagem salvadora. Ao longo de suas nove décadas de vida, ela se considerava uma estudante. Além disso, na meia-idade, após a descoberta espiritual que ela viria a chamar de Christian Science, Mary nunca duvidou de que as futuras gerações estariam em busca das mesmas idéias — as leis espirituais da existência — que publicou em Ciência e Saúde.

"Hoje, embora se regozije com algum progresso, ainda se encontra à porta celestial como discípula submissa, esperando a vinda da Mente de Cristo" (Ciência e Saúde, p. ix). Embora a Sra. Eddy tivesse apenas começado a ensinar o renascimento da cura cristã em 1875, quando o livro foi publicado pela primeira vez, ela já se considerava uma pioneira espiritual: "Um livro apresenta pensamentos novos, mas não pode fazer com que sejam rapidamente compreendidos. É tarefa do valoroso pioneiro abater o alto carvalho e talhar o granito bruto. Os tempos vindouros terão de contar o que o pioneiro realizou" (Ibid., p. vii).

Entre essas realizações, encontram-se descobertas sobre a natureza de Deus, sobre a espiritualidade e sobre a relação da humanidade com a Divindade, como também sobre as leis da saúde e da cura, as quais estavam embutidas na Bíblia e que haviam passado largamente ignoradas durante séculos. Respostas às questões básicas sobre a existência humana: Quem sou eu? O que é Deus? Como eu me encaixo no universo? Como posso ser saudável e feliz? Como posso ajudar os outros a ser assim?

Arena para o autoconhecimento

A Escola Dominical é um fórum natural para pesquisar as grandes e pequenas questões da vida e para uma comunicação prática, franca e contínua entre as crianças e os professores, sobre a presença de Deus e o Seu desejo em nos ajudar. É uma arena para a autodescoberta e uma porta aberta para todas as crianças da comunidade. A Escola Dominical da Christian Science se originou de uma vida e coração dedicados a ajudar outras pessoas a encontrar suas próprias respostas. Pessoas como Lyman Durgin.

Como era o destino de muitos rapazes adolescentes na década de 1830, Lyman ganhava seu sustento trabalhando em uma fazenda. Sua mãe havia falecido quando era muito pequeno e ele não se dava bem com sua madrasta. Portanto, aos onze anos, foi viver nas vizinhanças da família Baker. A jovem Mary Baker, de dezessete anos, que havia se filiado à igreja Congregacional, estava ensinando na classe das crianças em sua Escola Dominical, naquela ocasião. Lyman evitava ir até lá. Mary notou e, aparentemente, compreendeu que sua capacidade de leitura era, na melhor das hipóteses, muito deficiente. Conseqüentemente, ele tinha dificuldade em memorizar versículos bíblicos — uma receita perfeita para causar embaraços naquela época. Mary assumiu a missão de se tornar a professora particular para Lyman durante os quatro anos seguintes.

Logo Lyman estava recitando os versículos da Bíblia na Escola Dominical, usando um pequeno Novo Testamento que Mary lhe havia dado (Mary Baker Eddy: The Golden Days, de Jewel Spangler Smaus, Boston, A Sociedade Editora da Christian Science, 1966, pp. 89-90).

Aprendendo do outro lado dos muros

Para Mary Baker, a Escola Dominical não estava confinada dentro da cerca de madeira branca da igreja. Essa professora/estudante também a encontrou em casa e nas aulas particulares com um rapaz de fazenda, solitário, perdido no analfabetismo. Tivesse ela considerado Lyman como "ainda não pronto" para a mensagem salvadora de Deus, ele poderia ter permanecido excluído e não preparado. A Bíblia se tornou seu instrumento de aprendizado, ao invés de permanecer como um obstáculo ou um simples artefato religioso. O grau de educação formal de uma pessoa nem sempre é o melhor indicador de sua capacidade de aprender. O primeiro aluno da Sra. Eddy na cura pela Christian Science foi um operário de uma fábrica de sapatos. Existem alguns ecos dessas experiências de vida da Escola Dominical ao dedicar Ciência e Saúde "aos que honestamente procuram a Verdade" (Ciência e Saúde, p. xii). Em cada leitor em potencial ela via uma pessoa que estava em busca da espiritualidade e vice-versa.

Mary Baker questionou a predestinação, pela primeira vez, com seu pastor, quando tinha 12 anos. Não é de admirar que, mais tarde, tenha estabelecido doze anos como a idade mínima para se filiar à Igreja de Cristo, Cientista. Considerando-se a centralização da Bíblia e de Ciência e Saúde na vida dos membros, ela claramente esperava que alunos de doze anos (e mais jovens) da Escola Dominical fossem capazes de ler, compreender e aplicar as idéias contidas nesses livros.

Existe uma boa parte de Ciência e Saúde que tem, naturalmente, um grande apelo aos interesses de jovens leitores e alunos da Escola Dominical — "a declaração científica do ser" (p. 468), as interpretações da Oração do Senhor (pp. 16-17) e do Salmo 23 (p. 578). Em uma parte do livro que trata de crianças, a Sra. Eddy escreve sobre uma garotinha que cura a si mesma de um ferimento com uma oração profundamente simples: "Não há sensação na matéria" (p. 237) — uma improvisação da "declaração do ser" da autora. Aqui, como acontece freqüentemente nas classes da Escola Dominical, o aluno se tornara o professor.

Contar histórias é um poderoso velho/novo método de ensino na Escola Dominical e histórias, narrativas e relatos de cura, na primeira pessoa, estão entrelaçados em todo o Ciência e Saúde. A autora começou o capítulo "A Prática da Ciência Cristã" contando a história de uma mulher arrependida que banha os pés de Jesus durante um banquete. Naturalmente, grande parte da Bíblia foi ensinada como tradição oral, muito antes que houvesse textos escritos e impressos.

Uma das pessoas que trabalhavam na casa da Sra. Eddy, lembra-se de que, certa vez, ela disse: "A maneira pela qual eu ensinaria uma criança a estudar a Bíblia seria ensiná-la a amá-la e, depois, ela leria a Bíblia para seu próprio entretenimento. Também lhe narraria a Bíblia como se fosse uma história e, dessa forma, ela permaneceria na memória da criança, que ficaria interessada em lê-la por si mesma" (Reminiscências de George H. Kinter, 5 de maio de 1907, The Mary Baker Eddy Collection).

Lições determinadas mas não repetitivas

A parte central do currículo da Escola Dominical foi estabelecida no anúncio de 1895, mencionado anteriormente, o qual foi, mais tarde, incorporado ao Manual d'A Igreja Mãe, como o parágrafo "Tem das lições". As classes da Escola Dominical haviam sido formalmente organizadas n'A Igreja Mãe em 1885, tanto para crianças como para adultos. Durante os anos em que Lanson Norcross serviu como pastor d'A Igreja Mãe, ele também ensinava as lições bíblicas na própria galeria da igreja "e, freqüentemente, estranhos, a caminho de casa, provenientes de outras igrejas ortodoxas, entravam para ouvi-las" (Reminiscências de Maurine Campbell, sem data, The Mary Baker Eddy Collection).

Em uma carta a um de seus alunos, a Sra. Eddy deixou claro: "O sistema da Escola Dominical para a Igreja de Cristo, Cientista, é estabelecido em Boston. Espera-se que todas as outras igrejas, de nossa denominação, adotem o mesmo sistema. Não preciso dirigir vossa ação pessoal. Deus deveria guiar-vos e Ele o fará se ouvirem e seguirem sua bem-amada voz. 'As minhas ovelhas ouvem a minha voz e elas me seguem e ninguém as arrebatará da minha mão' são as palavras do Cristo.. .. Possa o Amor, que é a verdadeira luz em nosso caminho reto e estreito, iluminar o vosso caminho e que nenhuma influência vos arrebate a disposição e a coragem para seguir vossa convicção sobre o que é certo" (L08921, Mary Baker Eddy a Elizabeth P. Skinner, sem data, The Mary Baker Eddy Collection).

O currículo da Escola Dominical foi padronizado, mas ele não é estático ou repetitivo. Três parágrafos no Artigo 20 do Manual da Igreja provêem um parco esboço para sua organização e sua instrução. As Escolas Dominicais recebem alunos até a idade de 20 anos (§ 1°). Os professores ensinam as Escrituras e "os significados mais simples do Princípio divino", de acordo com a capacidade das crianças em compreender a Deus e às leis divinas da vida (§ 2°). O terceiro parágrafo (§ 3°) estabelece "as primeiras lições" — os Dez Mandamentos, a Oração do Senhor junto com a interpretação espiritual de Mary Baker Eddy e os ensinamentos de Jesus conforme constam nas Bem-aventuranças (Mateus 5:3-12). O material de estudo para as crianças mais velhas e adolescentes é tirado das mesmas Lições Bíblicas semanais, lidas como sermões dominicais. O parágrafo do "Tema das lições" termina explicando que, tanto para o professor como para o aluno, Ciência e Saúde é o "livro-texto" para a instrução na "Ciência Cristã absoluta" (Manual pp. 62-63).

Uma resposta a uma pergunta feita por alguém, escrita por um dos secretários da Sra. Eddy, explicava: "Quando nossa Líder estabeleceu o parágrafo sobre 'Tema das lições' na Escola Dominical, não foi sua intenção limitar a instrução da Escola Dominical à rotina de memorizar a letra das partes designadas das Escrituras. Seu objetivo era que às crianças deveriam ser ensinados o significado dos Dez Mandamentos, da Oração do Senhor e sua Interpretação Espiritual e as Bem-aventuranças. Esses fundamentos espirituais deveriam ser expostos, através de ilustrações práticas e exemplos diários de amor, obediência e bondade, de tal forma que a criança pudesse captar o espírito deles, compreendê-los e, como resultado, interessar-se por eles".

"...Ensinar a uma criança as palavras: 'não terás outros deuses diante de mim', é uma tarefa relativamente fácil. Ensinar a uma criança o significado desse Mandamento, tão completamente que ela poderá comprovar e o comprovará em sua vida, que ela realmente não tem outros deuses diante do bem, é o grande privilégio do professor da Escola Dominical da Christian Science" (L12447, Lewis C. Strang para George H. Lounsbery, 23 de fevereiro de 1906, The Mary Baker Eddy Collection).

A conexão um-a-um

As aulas nas classes da Escola Dominical da Christian Science, nesse tempo, eram principalmente sobre uma comunicação um-a-um, ou seja, como aprender mais sobre o relacionamento com o Eterno, e menos sobre trechos decorados e doutrinas teológicas.

Não existem fórmulas para a cura espiritual e nem para o estudo da espiritualidade cristã. A memorização é um sub-produto natural do amor pelas idéias e pelo divino Autor delas. O ensino planta as sementes de idéias e lhes proporciona espaço para crescer.

W.L.G. Perry foi um dos muitos "estudiosos da Escola Sabatina" (como os adultos do século XIX se referiam, freqüentemente, aos jovens estudantes) que entravam pelas portas abertas d'A Igreja Mãe, onde lhes eram dadas sementes para carregarem em sua experiência de vida. A mãe de Perry, aparentemente, buscava espiritualidade e se interessava pela Christian Science, como também pelo espiritualismo (Boston era o lar de um grande templo espiritualista, na esquina das ruas Exeter e Newbury), outras religiões e ensinamentos.

Não se sabe por quanto tempo seu filho, na época com 14 anos, freqüentou as aulas da Escola Dominical, mas em uma reminiscência de 1945, ele relembra que era uma entre aproximadamente 30 crianças que se reuniam para as aulas em uma sala nos fundos do Chickering Hall, em Boston, onde os cultos dominicais da Christian Science eram realizados, na década de 1880. De acordo com Perry, a Sra. Eddy freqüentemente visitava as crianças durante as aulas. "Sua compreensão sobre a boa fraternidade cativava, de imediato, a todos nós", escreveu Perry, "e, embora nossa professora, a Sra. Cross, fosse muito querida, ela nunca parecia entender exatamente o que nos deixava confusos, como a Sra. Eddy o fazia" (Reminiscências de W.L.G. Perry, 26 de dezembro de 1945, The Mary Baker Eddy Collection). "[O Sr. Perry] disse que ele nunca se esquecera do que ela lhes dissera sobre a onipotência, onisciência e onipresença de Deus", relembra um conhecido (Carta de Sunset Wood Parkinson, 7 de outubro de 1945, com as reminiscências de W.L.G. Perry, The Mary Baker Eddy Collection).

Perry possuía algo do que se requer para aprender e para ensinar: inocência, receptividade, curiosidade, espontaneidade, pureza mental, docilidade espiritual e amor infantis pelo assunto e pelas pessoas. Uma das pessoas que trabalharam com a Sra. Eddy se lembrou de ela ter dito, certa vez, que "a Christian Science não deveria ser empurrada nas crianças. Se elas forem forçadas a ouvir, a ler e a viver pelas regras de qualquer religião, natural mente, se rebelarão e se afastarão dela" (Reminiscências de Anna B. White Baker, sem data, The Mary Baker Eddy Collection).

As crianças e os pais no século XIX não enfrentavam atrações concorrentes aos domingos, tais como a prática de futebol e os shopping centers, ou a atração dos computadores e telas de TV. Entretanto, enfrentavam as duras realidades do trabalho infantil, árduas semanas de trabalho e precárias condições sanitárias e de cuidados com a saúde. Na América do Norte e na Europa, há cem anos, muitas crianças começavam a trabalhar muito cedo em fábricas, ou, como Lyman Durgin, em fazendas. O domingo era, freqüentemente, o único dia fora do trabalho e a Escola Dominical era considerada, por muitos defensores, como uma atividade socializante e espiritualizadora. Mary Baker Eddy estava entre aqueles que acreditavam que a Escola Dominical deveria produzir efeitos positivos e potencialmente transformadores na vida fora dos muros da igreja.

Frances Hill, cujo marido, Calvin Hill, foi superintendente da Escola Dominical d'A Igreja Mãe, de 1902 a 1916, relembra: "A Sra. Eddy, certa ocasião, perguntou a Calvin se ele havia lido algum relatório das escolas públicas de Boston sobre o comportamento dos alunos que freqüentavam a Escola Dominical d'A Igreja Mãe. Ele disse que não, mas que tinha ouvido de alguns pais sobre crianças que haviam tido dificuldades. A Sra. Eddy declarou enfaticamente: Se os professores da Escola Sabatina tivessem ensinado os Mandamentos e as 'Primeiras Lições' corretamente às crianças, isso não teria ocorrido”. Em uma outra ocasião, "Calvin se lembrou de que [a Sra. Eddy] dissera a ele que o ensino bom e correto faz bons cidadãos” (Reminiscências de Frances T. Hill, 10 de junho de 1975, The Mary Baker Eddy Collection).

Calvin Hill também perguntou, certa vez, à Sra. Eddy, se um livro com instruções sobre o ensino na Escola Dominical deveria ser preparado para os professores. Ela respondeu: “Não. Haveria tantas idéias sobre a maneira de ensino, que se poderia perder de vista o Manual da Igreja. O Manual da Igreja governa a Escola Dominical, não livros a respeito do ensino na Escola Dominical” (Ibid.).

Educação mundial mais ampla

Mary Baker Eddy, às vezes, considerava a possibilidade de estabelecer escolas para a educação geral, patrocinadas pela Igreja. Por exemplo, a uma pessoa que lhe perguntara sobre isso, ela escreveu: "Há muito tenho desejado ter uma espécie de Jardim de Infância da Christian Science para as queridas crianças, mas não consigo detectar sinais que indiquem o amadurecimento necessário para essa ação. Por essa razão, tenho confiado na sabedoria dos Cientistas Cristãos para instruírem suas crianças no verdadeiro caminho e espero que Deus, como todos nós desejamos, abra o caminho" (L08406, Mary Baker Eddy a William Cooney, 8 de julho de 1898, The Mary Baker Eddy Collection). Nos anos finais do século XIX, católicos romanos, luteranos e outras denominações haviam desenvolvido seus próprios sistemas paroquiais escolares.

No século XXI, em algumas democracias ocidentais, onde a separação entre Igreja e Estado são requisitos legais, o ensino de conceitos e valores religiosos em escolas públicas é tipicamente proibido. Contudo, há um século, nos Estados Unidos, a moralidade e a ética (usualmente significando valores protestantes) estavam completamente interligados na educação geral com a leitura, escrita e aritmética. O popular McGuffey's Ecletic Readers (Leitores Ecléticos do McGuffey) [122 milhões de exemplares vendidos nos Estados Unidos entre 1836 e 1922] tinha capítulos intitulados: "Respeito pela Recompensa de Sabá" e "A Bíblia, o Melhor dos Clássicos" (Victorian América [América Vitoriana] de Crandall Shifflett, 1876 a 1913, Nova Iorque: Facts On File, Inc., 1996, p. 254). As escolas "Common" (Comuns), como as escolas públicas eram freqüentemente chamadas, ensinavam matérias acadêmicas em uma atmosfera que honrava a Bíblia como contendo as palavras orientadoras de Deus. As aulas matinais começavam, muitas vezes, com a Oração do Senhor e uma leitura diária da versão King James da Bíblia (Ver Encyclopedia of the United States in the Nineteenth Century, de Paul Finkelman, ed., Nova Iorque: Charles Scribner's Sons, 2001, Vol. I, p. 393.

Tanto quanto a Sra. Eddy ansiava ver as idéias contidas na Bíblia e em Ciência e Saúde alcançar (ou re-al-cançar) seu lugar de direito na educação geral (ver, por exemplo, Não e Sim, p. 11), a linha luminosa entre a educação espiritual e a educação geral permaneceria distinta. Entre tanto, ela percebia a educação espiritual levedando, necessariamente, a educação acadêmica — de novo, aquela conexão da espiritualidade-para-cidadania — não as separando em dois mundos não conectados.

As questões de hoje

A Escola Dominical não permaneceu confinada dentro dos países que lhe deram origem. Nas décadas iniciais de 1900, havia uma demanda universal crescente por uma educação de calibre mais elevado, por um aprendizado que, tanto firmasse as crianças espiritualmente como as libertasse, de forma que beneficiassem suas comunidades — na Europa, América do Sul, na orla do Pacífico e na África. Igrejas e suas Escolas Dominicais cresceram até onde a cura espiritual estava acontecendo e a liberdade estava ganhando terreno.

Entre as liberdades mais elevadas está a liberdade de questionar, em um fórum aberto e amoroso, as questões básicas da vida: Quem sou eu? O que é Deus? Onde estava Deus quando...? Como posso não sentir medo? Como posso ajudar meus amigos? Como posso ajudar o mundo?

OLHANDO PARA O FUTURO

Ó, crianças, vós sois os baluartes da liberdade,
O cimento da sociedade, a esperança da nossa raça!
Mary Baker Eddy (Pulpit and Press, p. 9).

De Nairobi, África

"O sol na África é uma coisa maravilhosa, mas ele pode enganar nossos olhos de várias maneiras", diz Joseph Waweru Kamenju, um professor da Escola Dominical de Primeira Igreja de Cristo, Cientista, em Nairobi, a capital do Quênia, localizada exatamente ao sul do Equador. "Se você olhar para uma estrada asfaltada ou mesmo para uma superfície plana gramada, você poderá ver lagos e coisas que não estão ali. Em Nairobi, ver uma miragem é uma coisa diária".

O Sr. Kamenju diz que o conceito de miragem representa uma ponte natural para a educação espiritual. Ela ajuda sua classe de adolescentes a decodificarem questões mais amplas que exigem que eles "vejam", segundo ele enfaticamente o coloca, como a AIDS. "Existe tanto medo acompanhando os problemas arrasadores da doença e da pobreza, que assolam este país e a África", explica Kamenju. "A questão mais desafiadora é a AIDS. Essa é a razão pela qual o conceito de miragem é tão importante. É a idéia de ver, ver tudo claramente e não ser enganado pelo que parece ser real, mas não é. Algumas vezes, é difícil quando nos confrontamos com as imagens de doença, promiscuidade, abuso de drogas. Mas, a compreensão dos valores morais e espirituais, que as crianças necessitam a fim de ajudá-las a diferenciar o real do irreal na vida, é algo que Ciência e Saúde explica perfeitamente".

Os alunos de Kamenju, algumas vezes, chamam-no de 'mwalimu' (mestre) ou professor. Mas eles interagem como amigos. Juntos, conversam seriamente sobre verem a si mesmos e aos outros, através da lente dos sete sinônimos de Deus que Mary Baker Eddy descreve em Ciência e Saúde. Eles falam sobre Princípio, Mente, Alma, Espírito, Vida, Amor, Verdade. Eles descobrem como essas qualidades de Deus podem ser aplicadas no dia-a-dia. Kamenju continua: "eles descobrem que são a expressão de Deus e que não são, portanto, de nenhuma maneira deficientes ou vulneráveis. Quando compreendem isso, então o medo da AIDS desaparece. Conforme Ciência e Saúde diz, quando o medo desaparece você é curado. Você está a salvo".

Quênia é chamado o País Leão, diz Kamenju, e um quadro de Daniel na cova dos leões está pendurado na parede da Escola Dominical. Os alunos e os professores chamam-no de "nosso retrato". Todos, inclusive a classe dos cinco a nove anos, que amam interpretar a história, referem-se a ele constantemente. "Como Daniel, vamos olhar em direção à luz, sem medo". Kamenju estimula seus jovens alunos, colocando em palavras o que toda a Escola Dominical sente. "Vamos olhar para as pessoas como Daniel, que via o que as outras pessoas não viam".

Durante uma hora, todos os domingos, os alunos e os professores coração-de-leão dessa Escola Dominical lembram uns aos outros de que a doença e a deficiência são uma ilusão e que a saúde e a inteireza são reais.

Respostas para as grandes questões

Kamenju gosta de falar sobre Nina Talle, 18 anos, que entrou pela porta de sua Escola Dominical no último mês de março, pela primeira vez. Ela não era nenhuma miragem.

Nina conta: "Vi a igreja antes de março e algo me atraiu a ela, portanto, decidi visitá-la no domingo seguinte. Meu professor me deu calorosas boas-vindas e tive a sensação de que, de alguma maneira, já pertencia àquele lugar. Na quarta-feira antes daquele domingo, havia comprado um exemplar de Ciência e Saúde na Sala de Leitura na igreja. Mais tarde, minha mãe ficou interessada em lê-lo, por isso, dei-o a ela e tive de comprar outro. Espero fazer chegar a mensagem contida em Ciência e Saúde a mais pessoas".

Por que Nina vai à Escola Dominical, por vontade própria, quando ela poderia fazer qualquer outra coisa aos domingos pela manhã? "Gosto muito de ir à Escola Dominical porque me ajuda a crescer espiritualmente, a compreender o que Deus realmente é e que fui feita à imagem de Deus, portanto, não sou material mas espiritual. Estudo Ciência e Saúde em casa, junto com a Bíblia. Descobri muitas coisas sobre as quais não tinha consciência no passado".

"Também gosto da Escola Dominical porque temos oportunidades de questionar. Normalmente, fazemos perguntas baseadas em nossa vida e sobre as Lições Bíblicas semanais, caso haja qualquer coisa que não entendemos durante nosso estudo. Quem realmente somos é uma grande questão. 'A declaração científica do ser', em Ciência e Saúde, me deu a resposta".

"A declaração científica do ser" é a declaração de Mary Baker Eddy sobre a natureza da realidade, resumida em seis linhas convincentes, a qual é recitada ao final da Escola Dominical. "A declaração científica do ser" começa com a afirmação de que "não há vida, verdade, inteligência, nem substância na matéria". Ela termina com a síntese de que "o homem não é material; ele é espiritual" (Ciência e Saúde, p. 468).

O desenvolvimento espiritual das crianças e o nosso futuro

"Quem sou eu realmente?" As crianças naturalmente são curiosas para saber o que Nina chama de "a grande questão" — perguntas relacionadas com a existência, a identidade e o ser. Perguntas como aquela que Anne Early tem de responder aos seus alunos de idade pré-escolar, na Escola Dominical da Christian Science, em Newburyport, Massachusetts: "Por que não podemos ver a Deus? "Deus é assim como o vento", ela lhes explica, em termos que eles possam compreender. "Não podemos ver o vento, mas sentimos seu efeito". As crianças têm uma inteligência espiritual inata, a capacidade brilhante da admiração e da inocência, que as leva a pensar com profundidade, a procurar respostas e a fazerem uma nova tentativa quando insatisfeitas com respostas que não conferem.

Em uma cidade de milhões de habitantes, Nina Talle e Joseph Waweru Kamenju fazem parte de uma Escola Dominical de 19 pessoas. Em uma pequena cidade de milhares, Anne Early e suas crianças fazem parte de uma Escola Dominical de 37. A cada semana, alunos e professores se reúnem conjuntamente nas Escolas Dominicais, associadas a aproximadamente 2.000 filiais de Igrejas de Cristo, Cientista, em 81 países, para pesquisar as questões profundas, de formas práticas e relevantes.

Essas Escolas Dominicais, uma faceta especial do desígnio que a Sra. Eddy tinha para sua igreja, provê educação espiritual para jovens até a idade de 20 anos, de acordo com o plano simples e original, delineado em seu Manual da Igreja.

"O desenvolvimento espiritual das crianças é vital para o futuro do mundo", declarou Virginia Harris, Ex-Presidente d'O Conselho de Diretores da Christian Science. "Avançamos em tecnologia, em criatividade, na comunicação. Mas, avançamos na educação espiritual? Ela está disponível para as crianças?"

O livro-texto delas

A educação espiritual para crianças não é exclusividade da Christian Science. Muitas religiões e denominações têm Escolas Sabatinas e lições Bíblicas. Planos para Lições em Educação Espiritual (www.spiritual-education.org) é um exemplo on-line sobre as inúmeras formas com que a sociedade moderna aborda esse conceito.

Mas, como Laurie Scott, Superintendente da Escola Dominical d'A Igreja Mãe, em Boston, sintetiza: "O que diferencia o conceito de Escola Dominical de Mary Baker Eddy das outras Escolas Dominicais ou programas de educação espiritual, nesta época, é Ciência e Saúde. O livro proporciona às crianças as ferramentas que elas precisam para ajudá-las e para que curem a si mesmas e aos outros. O Manual diz: 'A instrução dada pelos professores às crianças não deve desviar-se da Ciência Cristã absoluta, contida no livro-texto" (Manual, p. 63). A Escola Dominical ajuda os alunos a compreender que Ciência e Saúde é seu livro-texto. Eles sabem para onde se volver em busca de respostas: à Bíblia e ao livro-texto, Ciência e Saúde, que lança luz sobre a Bíblia".

Três objetivos principais

Como o Manual indica, as classes menos adiantadas apresentam às crianças as "primeiras lições". Classes mais adiantadas propiciam um fórum para perguntas e respostas. Toda a instrução está baseada nas Escrituras, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras e na Lição Bíblica semanal, que é composta de citações desses dois livros. Mas, as filiais de Igrejas de Cristo, Cientista e suas Escolas Dominicais, estão se perguntando como elas poderiam apoiar, de forma mais ativa, a estrutura mais ampla do objetivo original da Sra. Eddy para uma igreja que honrasse as crianças. Isso inclui três conceitos fundamentais:

Ciência e Saúde é o centro da educação na Escola Dominical. A coisa mais importante que as Escolas Dominicais fazem é apresentar às crianças Ciência e Saúde e a Bíblia, esta última conforme apresentada em Ciência e Saúde. A Escola Dominical ajuda uma criança a compreender que as idéias sanadoras contidas em Ciência e Saúde são suas amigas.

A Escola dominical e a filiação na igreja caminham juntas. A Sra. Eddy valorizava tanto os jovens, que lhes deu a oportunidade para se tornar membros da igreja aos 12 anos, mesmo enquanto ainda freqüentando a Escola Dominical. Ela reconhecia que a instrução que as crianças necessitavam para se tornarem sanadores vinha de casa e da igreja. A Escola Dominical é uma expressão de um imenso potencial que a Sra. Eddy percebia nas crianças, para demonstrar a verdade sanadora sobre a qual ela escreve em Ciência e Saúde. Ao tornar possível a filiação n'A Igreja Mãe aos doze anos, ela indicava uma expectativa quase ilimitada do que as crianças poderiam realizar como praticistas e metafísicas.

As Escolas Dominicais não são apenas para filhos de membros — elas são para a comunidade. As Escolas dominicais prestam serviços à comunidade. Elas são um recurso para todas as crianças de um vilarejo ou de uma cidade.

Do que sua comunidade precisa?

A Sra. Scott, falando tanto como mãe de duas garotas adolescentes, como também superintendente da Escola Dominical, acredita que "aquela hora semanal na Escola Dominical é a hora mais importante da educação de uma criança. Além disso, a Escola Dominical, em qualquer cidade, é a instituição educacional mais influente naquela região". Ela e sua equipe de professores voluntários da Escola Dominical estão em busca de maneiras para que a Escola Dominical d'A Igreja Mãe estabeleça uma maior conexão com sua comunidade. "Desejamos nos assegurar de que nossos vizinhos saibam o que temos a oferecer e que seus filhos serão bem-vindos. Acabamos de introduzir a Escola Dominical em espanhol. É uma maneira de realmente irmos ao encontro das necessidades desta vizinhança".

A Escola Dominical da Christian Science em Newburyport, no estado de Massachusetts, também está descobrindo maneiras de dar as mãos à sua comunidade. Ela participa, ativamente, da 'Dove Campaign' (Campanha da Pomba) local, juntamente com outras organizações de jovens daquela área, campanha essa que inclui o projeto de um cartaz sobre a paz, a cada primavera, para ser exibido na comunidade. A Escola Dominical contribui, várias vezes ao longo do ano, para o banco de alimentos da comunidade. "Antes do dia de Ação de Graças, os alunos da Escola Dominical compram, coletivamente, os ingredientes para a ceia de oito ou nove famílias, para que essas famílias possam desfrutar de um banquete de Ação de Graças", explica a superintendente da Escola Dominical, Bonnie Bleichman. "No Natal, os alunos da Escola Dominical dão presentes às famílias mais necessitadas,. Parte do nosso currículo, em dezembro, é unirmo-nos no espírito de doação e procurar maneiras de ir ao encontro das necessidades de nossos irmãos, tanto pela oração como pelas ações".

Se abraçar a comunidade começa pensando nos outros, então as crianças de 5 a 9 anos, da classe de James Murai, em Nairobi, estão envolvendo seus vizinhos com seus braços mentais em um amplo abraço. A cada domingo, diz o Sr. Murai, "eles contam sobre o que fizeram, em casa ou na escola, durante a semana, a fim de usar o que estão aprendendo sobre Deus e Suas qualidades: bondade, perdão, ajudar seus pais, obediência, orar por alguém doente. Quando você vai à escola, você precisa fazer algo bom para o próximo, e o próximo é todo o mundo!" Quando eles vêm à Escola Dominical, eles não estão pensando em si mesmos. Eles estão pensando no que eles fizeram pelas outras pessoas naquela semana".

O que a comunidade necessita, afirma Murai, é de cura. "Minha esperança é que meus alunos aprendam a amar mais, amar, amar, amar, e se livrem do medo e se tornem melhores sanadores". Eles já começaram isso em 1° de agosto deste ano, relata Murai, "antes do culto dominical, a mãe de uma menina veio à Escola Dominical e me contou que sua filha, Carolyne, a havia curado. Carolyne voltara para casa da escola na terça-feira e encontrara a mãe dormindo porque não estava passando bem. Ela disse à sua mãe para orar a Oração do Senhor que ela ficaria boa. Depois disso, saiu. Ela estava muito certa e confiante. Sua mãe foi curada. Carolyne está com seis anos de idade".

Bons Samaritanos ativos

Converse com Antero Villalpando, de vinte e poucos anos, e você ouvirá um pensamento claro como cristal na voz mansa de um jovem que fala com o coração sobre a igreja que envolve a Escola Dominical e a comunidade.

Antero cresceu freqüentando a Escola Dominical de Primeira Igreja de Cristo, Cientista, na Cidade do México. Em um determinado domingo, ele era um aluno se formando na Escola Dominical, com 20 anos. No domingo seguinte, era um professor, que acabou dando aulas na Escola Dominical durante os quatro anos seguintes. Em dezembro último, ele ajudou a organizar uma Sociedade da Christian Science, proporcionando assim um segundo local para os adultos e crianças na Cidade do México se reunirem.

De acordo com o censo de 2000, existem 3.043.363 crianças de 0 a 19 anos na Cidade do México. Seis dessas crianças freqüentam a Escola Dominical da nova sociedade. Elas estão todas em uma única classe, que vai de 6 a 17 anos, e são ensinadas pela tia de Antero, Mari Carmen Cázares Cós. As atividades da Escola Dominical e da igreja estão enfocando juntas duas questões principais, diz Antero: "Como preparamos todas essas crianças para entrarem em contato com sua comunidade e estabelecerem uma conexão com ela? Como as ensinamos a se envolverem mais com as atividades da igreja"?

Eles ainda não sabem exatamente como atingir esse objetivo, mas seu empenho estimula suas ações. Diz a Sra. Cázares: "Tento colocar as crianças em contato com as notícias em nossa comunidade local e conversamos na Escola Dominical sobre resolver essas situações pelo estudo da Lição Bíblica semanal. Se elas virem situações onde as coisas não estão corretas, como pessoas deixando lixo nas ruas ou usando drogas, podem orar sobre isso, usando o que estão aprendendo na Bíblia e em Ciência e Saúde. Suas orações podem ajudar a cidade".

"Esta é uma nova igreja", diz Antero, "e estamos trabalhando muito intimamente com a comunidade, procurando formas de orar pela nossa vizinhança e sermos bons Samaritanos ativos. Precisamos preparar essas crianças para que tenham uma nova idéia sobre igreja. A igreja está mundando e as crianças são o seu futuro. Portanto, precisamos envolvê-las para que compartilhem suas idéias. O que elas esperam da igreja? Precisamos ouvir e colocar as idéias em prática. Quando eu tinha 16 anos, tornei-me membro na igreja onde cresci, e desejava fazer algo para servir, como ajudar no berçário da Escola Dominical. Surpreendi a igreja com minha energia e disposição em participar das atividades".

Antero espera que a nova sociedade encontre meios de "usar toda essa energia das crianças da nossa Escola Dominical" — crianças que representam o futuro da educação espiritual na Cidade do México.

"...A igreja está mudando e as crianças são o seu futuro. Portanto, precisamos envolvê-las para que compartilhem suas idéias..." Antero Villalpando

Para todas as crianças

As classes da Escola Dominical da Christian Science, em todo o mundo, provêem educação espiritual para o maior recurso do mundo: as crianças; envolvem os bebês com amor, ajudam crianças e adolescentes a encontrarem respostas às suas questões mais profundas e a aprender a praticidade da mensagem universal: "Deus está exatamente aqui".

"Colocar Ciência e Saúde nas mãos dos jovens é tão importante", enfatiza Virginia Harris. "Quando abrimos nossos corações e nossas portas à comunidade, as crianças descobrem o caminho para esse livro e para um aprendizado espiritual. As sementes que são plantadas na Escola Dominical, sementes de percepção, praticidade e compreensão, irão a algum lugar, e, em algum tempo, de alguma maneira, florescerão e darão frutos".

Anne Early, professora e mãe, diz: "Nosso mundo está com tanta necessidade de cura e essa cura só irá acontecer pelo do desenvolvimento espiritual. Elas serão os futuros sanadores, pensadores e professores".

Pode bem ser que a paz do mundo e uma prosperidade menos desigual dependa dos ganhos em inteligência espiritual das crianças e sua conseqüente capacitação na resolução de problemas, na pacificação e na provisão de cuidados de saúde universais e eficazes.

Há uma questão da qual não se pode fugir: O que podemos fazer, agora, pelas crianças?

Todos os documentos históricos mencionados neste artigo estão disponíveis para observação e leitura na Biblioteca Mary Baker Eddy para o Progresso da Humanidade. Visite o site: www.marybakereddylibrary.org.

O CORAÇÃO E A HISTÓRIA DA ESCOLA DOMINICAL

O desenvolvimento das Escolas Dominicais nas igrejas cristãs é rico em lições espirituais.

Este resumo de sua evolução foi tirado de uma série de 12 partes intitulada "História da Escola Dominical", de Rosalie E. Dunbar, publicado intermitentemente pelo Journal em 2000 e 2001.

O amor pelas crianças é um fio inquebrável que corre através da educação espiritual, desde os primeiros esforços dos professores judeus até o presente. Mesmo em casas humildes, já em 350 A.C., as crianças recebiam alguma educação religiosa. Jesus dava as boas-vindas aos jovens para ouvir seus ensinamentos — como o rapaz cujo parco suprimento de peixe e pão alimentou 5.000 pessoas, depois que Jesus o havia abençoado (ver João 6:5-13). Paulo escreveu em sua Primeira Epístola a Timóteo: "Ninguém despreze a tua mocidade" (1 Tim. 4:12).

Além desses exemplos, a sociedade tem muito a descobrir sobre as crianças e como elas aprendem— um processo que continua ainda hoje. Um grande passo de progresso veio nos anos de 1500, quando Martinho Lutero escreveu seu Pequeno Catecismo, que usou o formato de perguntas e respostas para explicar, entre outras coisas, os Dez Mandamentos e a Oração do Senhor. Outras igrejas desenvolveram seus próprios métodos de ensino. Mas, as crianças e os adultos pobres, que eram geralmente analfabetos, eram, freqüentemente, deixados de lado.

O que conhecemos hoje como Escola Dominical, surgiu de lições de leitura e de religião, que eram freqüentemente dadas aos domingos, porque esse era o único dia em que os operários das fábricas, muitos deles crianças, não tinham de trabalhar. Robert Raikes, um gráfico e proprietário de jornal em Gloucester, Inglaterra, na década de 1780, observou a miséria e comportamento rebelde desses operários aos domingos. Ao invés de olhá-los com superioridade, Raikes sentiu-se impelido a ajudá-los a aprender sobre a mensagem salvadora da Bíblia. Começou contratando mulheres para ensinar as crianças entre 6 e 14 anos a lerem e a compreenderem alguns conceitos espirituais básicos da Igreja Anglicana. Embora outros filantropos estivessem também atendendo a essa necessidade, porque Raikes tinha um jornal, ele possuía tanto os meios financeiros como também a habilidade de promover suas idéias. Isso o capacitou a realizar muito.

Tampouco o desenvolvimento do movimento ficou limitado à Grã Bretanha. Ao redor de 1791, a primeira Associação Interdenominacional de Escola Dominical foi organizada em Filadélfia, no estado da Pensilvânia. Embora muitas áreas estivessem sem professores e ministros, pastores itinerantes faziam muito para estabelecer novas Escolas Dominicais. Durante meados de 1800, Stephen Paxon, um dos mais dedicados desses homens, organizou mais de mil Escolas Dominicais no meio-oeste dos Estados Unidos, viajando mais de 150.000 Km em lombo de cavalo, para fazê-lo.

Como um suplemento do ensino religioso formal — ou como uma ajuda quando não havia nenhuma Escola Dominical local — as famílias usavam os leitores McGuffey, com suas sólidas lições religiosas e morais. A União das Escolas Dominicais, formada em Londres, em 13 de julho de 1803, forneceu materiais de classe para muitas igrejas, inclusive aquelas nas colônias, e fez progredir a disseminação da educação espiritual para muitos países europeus, também.

Em 1872, a União Americana interdenominacional das Escolas Dominicais adotou um sistema uniforme de lições Bíblicas para Escola Dominical, mente conhecido como a Série Internacional, que é ainda hoje publicada. As primeiras Lições Bíblicas da Christian Science eram baseadas nessa série.

Mary Baker Eddy certamente estava ciente dos esforços, em todo o mundo, para educar as crianças espiritualmente. Mas, estava também convencida de que o aprendizado genuíno envolvia mais do que memorização e recitação de passagens da Bíblia, apesar de o conhecimento das Escrituras ser muito importante para ela. Sua própria vida demonstrava que o significado espiritual da Bíblia, não o literal, mudava a maneira com que as pessoas pensavam e agiam, melhorava suas vidas — e, para ela, "pessoas" incluíam crianças.

Embora um grande bem estivesse sendo alcançado devido ao movimento mundial da Escola Dominical, houve um violento revés na medida em que a I Guerra Mundial se desenvolvia. Além do evidente impacto sobre as nações em guerra, a grande perda de vidas humanas, especialmente na Europa, levantou questões que muitos professores da Escola Dominical não estavam preparados para responder. Declarações teológicas vazias não eram suficientes para responder aos temores e dúvidas sobre o poder de Deus, os quais se originaram nos anos de guerra. Preocupações semelhantes se desenvolveram durante a segunda guerra mundial, especialmente no trato com o holocausto. Tanto naquela época — como agora — bons professores eram vitais para que os alunos compreendessem o amor de Deus e seu papel em suas vidas.

Apesar desses desafios para a fé, professores, pastores e pais haviam persistido em prover educação espiritual para os jovens. As lições haviam mudado ao longo dos anos, mas a parte central básica do amor a Deus, a Jesus e à Bíblia, ainda é uma mensagem potente, quando ensinada com convicção e compreensão.

Hoje, algumas Escolas Dominicais, de todas as denominações, mantêm sites na Internet projetados para seus alunos e por eles, além de também fazerem uso de tecnologia de vídeo digital, como um meio de contar as histórias da Bíblia. Algumas compram lições da própria denominação ou de fornecedores ecumênicos. Além disso, outras acham os métodos tradicionais de ensino ainda os melhores. Mas, o vínculo comum, que passa por todas elas, unindo-as todas de volta aos primeiros dias de ensino religioso, é seu amor pelas crianças e pela Divindade.

POR QUE NÃO ESCOLA DOMINICAL PARA ADULTOS, TAMBÉM?

Respondendo a uma pergunta em 1896, Calvin Frye, secretário de Mary Baker Eddy, explicou por que não eram mais realizadas classes da Escola Dominical para adultos:

Em resposta à sua pergunta sobre dar aulas para adultos durante a Escola Dominical para crianças, a Sra. Eddy faz objeções a que seus alunos façam isso, uma vez que ela julga o culto dominical regular suficiente para eles, se eles cuidadosamente prestarem atenção às instruções que poderão ser obtidas das Lições Bíblicas lidas durante o culto. (L10393, Calvin A. Frye para John P. Filbert, 15 de julho de 1896, The Mary Baker Eddy Collection, A Biblioteca Mary Baker Eddy para o Progresso da Humanidade).

'A VISÃO DE UM LEIGO'

Uma pessoa que visitou a Escola Dominical da Christian Science, que, naquela época, incluía tanto adultos como crianças, ofereceu este comentário, publicado no Journal de janeiro de 1886 (pp. 185-186).

...A Escola Dominical estava reunida, exatamente antes das duas horas da tarde. Os que estavam presentes eram, na maioria, adultos, mas o número total chegava a 113 pessoas, das quais onze eram ajudantes e professores. Predominava ali um espírito de determinação. O Sr. Murphy, o Superintendente, anunciou um hino, que as crianças cantaram... A Oração do Senhor foi repetida em uníssono, firme e distintamente. Algo foi lido. Entretanto, nenhuma lição geral foi dada, as crianças passaram à ante-sala e os outros participantes se agruparam em classes.

Cortesmente convidado a participar em qualquer classe, sentei-me juntamente com aqueles que estavam sob a liderança de Edward A. Bailey, um jovem que acabara de chegar do Maine. Eles estavam estudando o segundo capítulo do Quarto Evangelho, o de João, como é comumente chamado — que tratava particularmente da expulsão dos vendilhões do Templo... Tanto as senhoras como os cavalheiros se expressavam livremente e demonstravam apreciação sobre o assunto. As perguntas dos estranhos eram amavelmente respondidas. Essa classe, bem como todas as demais, estava em plena atividade quando soou o sino chamando a escola para um hino e para o encerramento.

...Houve a resposta falada dos alunos à moda Episcopal; a oração silenciosa à moda dos Quaquers; o costume de usar somente a Oração do Senhor em cultos públicos, à moda dos suecos-borgianos; o hino de Moody e Sankey, 'Ó, ser nada'; enquanto os assentos agora desocupados nos faziam pensar em uma reunião de oração. Realmente, havia muitas coisas que nos fazem lembrar do que lemos a respeito das reuniões dos primitivos cristãos...

REGRAS DA ESCOLA DOMINICAL

O Manual da Igreja de Mary Baker Eddy provê um esboço simples para a Escola Dominical. Ele inclui um guia sucinto para o ensino, bem como uma "ordem dos exercícios", a qual inclui hinos e oração. (Ver Manual da Igreja, pp. 62-63, 127).

Do Artigo 20:

Ensino para crianças. § 2°. As Escrituras serão ensinadas às crianças da Escola Dominical, e estas serão instruídas de acordo com sua compreensão ou aptidão para apreender os significados mais simples do Princípio divino que lhes é ensinado.

Tema das lições. § 3°. As primeiras lições para as crianças devem ser os Dez Mandamentos (Êxodo 20: 3-17), a Oração do Senhor (Mateus 6:9-13), e sua Interpretação Espiritual por Mary Baker Eddy, o Sermão do Monte (Mateus 5:3-12). As lições subseqüentes consistem de perguntas e respostas adaptadas a uma classe juvenil e podem ser encontradas nas lições indicadas no Livrete Trimestral da Ciência Cristã que são lidas nos cultos religiosos da Igreja. A instrução dada pelos professores às crianças não deve desviar-se da Ciência Cristã absoluta, contida no livro-texto.

DUAS NOTAS DE AGRADECIMENTO

Em 1890, as crianças da Escola Dominical começaram a levantar fundos para decorar a "Sala da Mãe", uma sala especial n'A Igreja Mãe. A generosidade dessas crianças e seu espírito empreendedor, tocaram profundamente o coração da mãe e da Líder. Em uma nota de agradecimento a Maurine Campbell, sobre a "sala da mãe", Mary Baker Eddy escreveu:

"Para as Crianças da Escola Sabatina...

Vocês sabem o quanto amo vocês? Vocês sabem que Deus ama vocês? Vocês sabem que todas as formas de amor merecem reconhecimento?

Elas também tornam vocês hábeis no planejamento de fazer o bem — elas os inspiram a fazer o bem, e tornam seus motivos altruístas; isso é o melhor de tudo.

Apenas imaginem ter essas pérolas do caráter infantil entre as pedras do fundamento da Igreja de Cristo, Cientista, em Boston, apenas imaginem que alguma vez eu possa entrar nesta Igreja — olhar para as paredes maciças e tentar imaginar quantos vestidos de bonecas, quantos saquinhos de pipoca, quantos doces isso custou — quanta neve removida, quanta lenha carregada, sim, quantas tarefas essas amorosas e incansáveis crianças executaram, com alegria, para ajudar a construir a primeira Igreja para a Christian Science, no estado de Massachusetts..." (L05781 Mary Baker Eddy para Maurine Campbell, 16 de abril de 1891, The Mary Baker Eddy Collection, A Biblioteca Mary Baker Eddy para o Progresso da Humanidade).

Em 1904, a Sra. Eddy também escreveu uma carta para as crianças de Quinta Igreja de Cristo, Cientista, em Chicago, agradecendo-lhes pela contribuição para a construção da igreja em Concord, no estado de New Hampshire:

"Vocês, da Escola Dominical, enviaram uma nobre contribuição para a nossa causa em Concord. Amo vocês e, o que é o melhor de tudo, o Cristo ama vocês.

Vocês, crianças, amam a Deus, pois Ele é Amor, e isso as faz felizes e boas. Vocês serão, para esta época, como os que carregam o estandarte da Christian Science — liderando bravamente a grande marcha rumo ao Céu, curando o doente, consolando o sofredor, alegrando a terra com sua bondade e seu amor." (L05633 Mary Baker Eddy às crianças de Quinta Igreja de Cristo, Cientista, Chicago, no estado de Illinois, 4 de março de 1904, The Mary Baker Eddy Collection).

Os 7 sinônimos para Deus

Um dos conceitos, aos quais as crianças são apresentadas logo no início em uma Escola Dominical da Christian Science, é o de que existem sete sinônimos para Deus, mencionados por Mary Baker Eddy em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras (Ciência e Saúde, p. 465).

Os alunos da Escola Dominical em Nairobi escreveram algumas das qualidades às quais eles associam esses sete sinônimos — qualidades que estão aprendendo a associar a eles mesmos (e aos outros), na qualidade de filhos ou expressões de Deus.

Alma: beleza, pureza, roho safi (coração puro), clareza (como em água pura), bem-aventurança, liberdade, esplendor, felicidade.

Mente: inteligência, vigilância, exatidão, sabedoria, conhecimento, percepção, visão.

Princípio: fidelidade, perfeição, precisão, exatidão, justiça.

Vida: saúde, vitalidade, vigor, coragem, força.

Amor: bondade, gentileza, amor, perdão, generosidade, ternura.

Verdade: sinceridade, honestidade, confiança, autenticidade, integridade.

Espírito: divertimento, entusiasmo, felicidade, alegria.

PROJETO BEM-AVENTURANÇAS

A classe dos pré-adolescentes de Chet Manchester, na Escola Dominical em Newburyport, no estado de Massachusetts, fez um vídeo.

"As crianças são fontes cintilantes de sabedoria e intuição — não vasilhas vazias esperando ser preenchidas com conhecimento", diz Chet. O ensino na Escola Dominical é uma aventura que consiste em extrair a espiritualidade inata dos jovens e apoiá-los na medida em que eles expressam seus dons e sua individualidade, concedidos por Deus.

"Uma das maneiras de fazermos isso, em nossa Escola Dominical, é através de um projeto de vídeo participativo, chamado 'The BE-attitudes' (em português seria, mais ou menos, SER-atitudes, significado do verbo BE). Os pré-adolescentes em minha classe estão ajudando a preparar o roteiro, fazer as filmagens e editar um vídeo, que ilustra como as Bem-aventuranças de Jesus (Ver Mateus 5:3-12), em seu Sermão do Monte, se traduzem em atitudes do dia-a-dia, que significam, em realidade, SER-mos filhos de Deus. As cenas de abertura no vídeo mostram crianças subindo e descendo de um trampolim e fazendo piruetas no ar em seus esqueites, quando Erin entra em cena e diz: 'Todos temos coisas que adoramos fazer na vida e, se você desejar ser o melhor nessas coisas, você tem de praticar bastante'. Vemos Stephen treinando duro em seu esqueite, Hannah e Gabby praticando futebol e Moriah ajuntando folhas com o rastelo, quando Erin pergunta: 'Mas, o que você faz para ser uma pessoa melhor? Bem, é sobre isso que vamos falar hoje, com a ajuda das Bem-aventuranças...'

À medida que a história se desenrola, descobrimos um grupo de crianças sentadas em um sofá, lendo: 'Bem-aventurados os...' na Bíblia, e depois compartilhando o que cada uma dessas Bem-aenturanças significa para elas. Por exemplo: 'Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus' é igual a: 'Liberte-se dos maus pensamentos, e então você poderá ver a Deus claramente'."

UM FÓRUM PARA ARGUMENTAÇÃO, ORAÇÃO E AUTODESCOBERTA

Pergunte a Tyler Maltbie o que lhe vem à mente quando ele pensa sobre Escola Dominical e ele lhe dirá: "a palavra argumentação. Eu realmente sinto prazer com as conversas em minha classe", diz Tyler. "Resolvemos os problemas uns dos outros. Katie, a professora, nos deixa falar sobre as questões da nossa vida. Depois, como uma classe, ajudamos uns aos outros a usar a Christian Science para resolver o problema. Mas, o máximo que estou aprendendo na Escola Dominical é que não existe problema grande demais, pequeno demais ou estranho demais, que Deus não possa resolver. Soa muito básico, mas eu realmente não compreendia isso até bem recentemente. Posso orar sobre qualquer coisa e é ótimo saber disso".

Katie Martin, professora de Tyler na Escola Dominical em Newburyport, estado de Massachusetts, e que orienta a classe dos alunos que estão no final do ensino médio e na universidade, esforça-se para "fazer da classe um fórum para uma argumentação honesta e aberta, onde qualquer coisa que esteja em suas mentes merece entrar em discussão e tudo o que discutimos em classe, permanece na classe. Apoiamos uns aos outros em oração e todos os jovens têm um relacionamento amável e cooperativo uns para com os outros. Isso deu origem a um ambiente maravilhoso para discussões em grupo, onde atuo mais como uma moderadora do que professora".

"A melhor coisa que aprendi ao ensinar na Escola Dominical é que não tenho de ter as respostas para todas as perguntas. Eles recebem o que precisam de Deus e meu trabalho é ajudá-los a descobrir isso. Algumas vezes, ficam frustrados porque não lhes dou as respostas para seus problemas. Mas, no final, é melhor deixar que a Bíblia e Ciência e Saúde os ajudem a descobrir as respostas por si mesmos. Dessa maneira, a classe não se transforma em algo para consertos rápidos a cada semana, mas para compartilhar o que eles aprenderam e demonstraram por conta própria, ao longo da semana. Ficam realmente muito mais estimulados quando comprovam algo por si mesmos".

VOZES DA ESCOLA DOMINICAL

Freqüentei a Escola Dominical em Boston durante 18 anos e, a cada ano, eu a achava incrível. A Escola Dominical era o lugar aonde eu podia ir a cada semana para fazer perguntas, orar com um grupo e engajar-me ativamente naquilo que estava aprendendo. Quando era adolescente, a Escola Dominical era uma das coisas mais importantes que tinha em minha vida. Ela me permitia atacar os problemas que estava enfrentando, conversar abertamente sobre a pressão que sofria dos colegas, ouvir os problemas e compartilhar as idéias daqueles da mesma idade que eu. Fiz amizades maravilhosas na Escola Dominical, as quais, estou certa, durarão a vida toda. Mas, o mais importante, é que, por meio dessas amizades, consegui fazer conexões que me permitiram sentir que eu não estava sozinha naquilo que estava vivenciando e que as questões com as quais estava lidando não eram só minhas.


Ex-aluna da Escola Dominical

Toda semana começo minha classe na Escola Dominical de alunos universitários, com duas perguntas. Primeira: "Algum assunto quente esta semana?" Que pode ser respondida por quem perdeu o jogo de basquete na noite anterior, mas também poderia ser: "Meu amigo está com problemas e eu estou preocupado". A segunda pergunta é: "Alguma cura esta semana?" Algumas vezes, essas curas são trabalhos em andamento e outras vezes os alunos vão até o bloco de anotações preso à parede onde anotamos "assunto liquidado". Quando os jovens compartilham suas curas uns com os outros em classe, isso reforça um dos meus objetivos, que é o de que eles compreendam, ao articular o processo de pensamento de uma cura, o quanto eles já conhecem sobre seu relacionamento com Deus.

Na medida em que conversamos sobre dificuldades pessoais com amigos, colegas de quarto, sobre exames ou decisões acadêmicas, descobrir respostas concretas na Lição-Sermão semanal encoraja os jovens a procurarem respostas por conta própria. Aprecio cada boa idéia que finalmente acaba sendo confirmada em Ciência e Saúde e a Bíblia.



Professora da Escola Dominical

Gosto de ir à Escola Dominical porque ela me ajudou a descobrir minha identidade espiritual. Somos ensinados a nos sentir próximos de Deus, a orar para Ele e Ele responderá a nossas orações. Desde o dia em que comecei a freqüentá-la, tenho tido muitas curas. Uma vez, estava com dor de dente e, ao ler Ciência e Saúde junto com a Bíblia, fui curada desse problema. Também tive uma cura na gengiva da arcada superior que estava sempre sangrando e muito dolorida. Quando li o livro-texto da Christian Science fiquei curada. Minha professora da Escola Dominical está me ensinando a enfrentar a doença, a morte e outros tipos de dificuldades.



Aluna da Escola Dominical

Nossa igreja está procurando formas de melhor homenagear a provisão da Sra. Eddy para filiação n'A Igreja Mãe, quando as crianças fazem 12 anos. Parece haver inúmeras razões a favor dessa provisão, especialmente porque os adolescentes necessitam muito de uma âncora, a fim de poderem resistir à pressão que sofrem por parte dos colegas. Poderíamos plantar as sementes desse objetivo mais cedo, para que as crianças cresçam com a idéia de que elas poderão ter uma voz oficial nos assuntos da igreja, desde a idade de 12 anos. Jesus já fazia perguntas aos rabinos no templo, aos 12 anos, e a Sra. Eddy também estava ativamente questionando o pastor de sua igreja, aos doze anos. A voz e a participação dos jovens é muito importante.



Superintendente da Escola Dominical

Como superintendente da Escola Dominical em nossa igreja, os professores e eu esperamos que os alunos aprendam a orar, a amar a Deus e a viver uma vida cristã. Quando comecei a ensinar, percebi que as crianças aprendiam com facilidade e de forma rápida. Compreendo o significado destas declarações de Mary Baker Eddy: "Os pais deveriam ensinar a seus filhos, na idade mais tenra possível, as verdades pertinentes à saúde e à santidade. As crianças são mais dóceis do que os adultos, e aprendem mais depressa a amar as simples verdades que as farão felizes e boas" (Ciência e Saúde, p. 236).



Superintendente da Escola Dominical

Recebo freqüentemente crianças cujas famílias freqüentam outras igrejas, mas, como seus amigos vêm à Escola Dominical da Christian Science, eles as convidam para virem também. A classe é para que os alunos possam lidar com situações do dia-a-dia, se sentir bem e progredir. Tenho um aluno que está com 18 anos e vai se casar. Ele tem muitas perguntas sobre essa questão. Muitos enfrentam também situações familiares muito difíceis. Hoje, aqui no México, não é fácil para eles viverem em uma grande cidade, onde é preciso lidar com situações que consideram injustas. Eles estão aprendendo, na Escola Dominical, como as situações podem ser melhoradas e curadas por meio da oração.



Professor da Escola Dominical

O que mais me deixa maravilhada, em dois anos e meio ensinando na Escola Dominical, é que não importa o quanto eu planejo, existe sempre o momento de ensino não planejado, o qual, em alguns casos, é muito mais potente do que horas de atividades planejadas.



Professora da Escola Dominical

A maioria das pessoas ora. Muitas pessoas lêem as Escrituras. O melhor de tudo sobre a Escola Dominical da Christian Science é que ela faz a conexão entre a oração e a Bíblia e mostra aos jovens a aplicação prática das leis de Deus, nos dias de hoje. Minha esposa e eu ensinamos na Escola Dominical e nossos quatro filhos a freqüentaram e todos nos beneficiamos muito com ela, ou seja, aprendemos a confiar em Deus para a cura, ajudando a tornar o mundo um lugar melhor.



Ex-professor da Escola Dominical

A Escola Dominical ajuda as crianças a fazerem a conexão com Deus como seu melhor amigo e fonte de todo o bem. Ela as ajuda a aprender como orar por conta própria — além de ser prática para suas experiências do dia-a-dia. Acho que o mais importante para o professor é ouvir. Ouvir as queridas crianças e deixar que elas encontrem a Deus, de uma maneira ou de outra. Ouvilas e deixá-las conversar um pouco e então escolher algo na Lição Bíblica, na Bíblia ou Ciência e Saúde, que as ajudará a responder à questão sobre a qual estão ponderando.



Professora da Escola Dominical

ALUNO PROFESSOR

Kent Truog, de vinte anos, de Seatle, estado de Washington, acabou de se formar na Escola Dominical. Ele gostava de seu último professor porque ele "estava sempre aberto a todas as perguntas e sempre nos desafiava a pensar em um outro nível".

No verão passado Kent foi professor interagindo com adolescentes entre 13 e 14 anos, no Acampamento Crystal Lake, na Pensilvânia. "Os jovens fazem todo tipo de perguntas, desde 'Existe um Deus?' até 'Qual a diferença entre amor de amizade e amor de família?' Muitos jovens nessa idade parecem ter relacionamentos e o conceito humano de amor se fixa em suas mentes. Isso parece ser a coisa mais importante pela qual estão passando — relacionamentos e tentações. Faço o possível para lhes dar as respostas que eles poderão compreender e refletir sobre elas. Acima de tudo, tento apenas ser honesto e amá-los. Sei, por experiência, o que é ser um adolescente confuso. Passei por isso há poucos anos".

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