"O homem disse que tinha de ir embora, mas antes queria me ensinar uma coisa muito importante:
— Você quer conhecer o segredo de ser um menino feliz para o resto da sua vida?
— Quero, respondi.
...ele pronunciou com intensidade, mãos nos meus ombros e olhos nos meus olhos:
— Pense nos outros."
Essa lição do livro "O menino no espelho", de Fernando Sabino, vem sendo praticada por milhares de pessoas: Homens e mulheres, empreendedores sociais, decididos a transformar o mundo, engajados em projetos humanitários para ajudar seu semelhante. Eles acreditam nessa possibilidade, e estão vivenciando a felicidade pelos resultados já alcançados.
Mary Baker Eddy, ciente da importância de auxiliar o próximo, escreveu em Ciência e Saúde: "Os ricos em espírito ajudam os pobres numa grande fraternidade, em que todos têm o mesmo Princípio, ou Pai; e bem-aventurado é aquele homem que vê a necessidade de seu irmão e a satisfaz, buscando o seu próprio bem no bem que proporciona a outrem" (p.518).
O sentimento que impulsiona tal ação não vê diferença de raças, credos ou classes sociais e compartilha não só bens materiais, mas afeto e cuidado com os nossos semelhantes.
A tecnologia da informação é uma valiosa ferramenta, que ajuda a agrupar, ensinar e treinar voluntários, dispostos a erradicar a miséria e as injustiças sociais. No Brasil, esse setor cresce dia-a-dia. Levantamento do Senac-SP mostrou que, juntas, as 500 principais ONGs da Grande S. Paulo movimentam R$62 milhões por ano, atendem 222 mil pessoas diretamente e 333 mil indiretamente, empregam 4.744 profissionais e têm 7.445 voluntários. No Rio Grande do Sul, a Parceiros Voluntários, criada em 1997 em Porto Alegre, tem 62.012 voluntários, 1505 organizações sociais conveniadas, 1.101 empresas e 598 escolas sensibilizadas, (www.parceirosvoluntarios.org.br). Essa ONG foi incluída nas entidades apoiadas pela Fundação suíça Schwab, na última reunião do Fórum Econômico Mundial, em novembro de 2004.
O objetivo dessa ONG é promover, qualificar e organizar o trabalho voluntário, fazendo um elo entre os que querem doar tempo e conhecimento à sociedade e às entidades que necessitam desse trabalho. Sua fundadora, Maria Elena Johannpeter, atribui o reconhecimento obtido pela rede suíça à importância do caráter multiplicador da entidade.
Klaus Schwab, criador do Fórum Econômico Social, 1971, e da Fundação Schwab, 1998, disse na reunião em Campinas: "Viramos heróis quando conseguimos fazer algo pela sociedade. Há muitos heróis anônimos no Brasil. Um país criativo precisa abusar da criatividade também para desenvolver questões sociais. Esse é um dos motivos pelos quais decidimos fazer nossa reunião aqui."
Dos 74 projetos apoiados, 9 são do Brasil e, desta vez, a Reunião não foi em Davos, Suíça, mas em Campinas, SP, Brasil. (Sinapse-FSP, 30/11/04). Esses heróis, de força irresistível, vivem o conselho de três palavras, que traz o segredo da felicidade: "Pense nos outros", ou, de outra maneira: "Ame o próximo" (Jesus).
