As bodas em Caná da Galiléia
Versículos 1 e 2: "Três dias depois, houve um casamento em Canà da Galiléia, achando-se alia mãe de Jesus. Jesus também foi convidado, com os seus discípulos, para o casamento."
Esse relato mostra que Jesus e seus discípulos participavam de atividades sociais na região. Caná estava localizada a cerca de 12 km a nordeste de Nazaré.
O fato de Jesus fazer sua primeira ra demonstração em uma festa de casamento é bastante significativo. Sob uma perspectiva espiritual, o casamento, simbolizado por uma aliança, significa a união permanente do homem com Deus; é também a formação da família, a base da sociedade. Ciência e Saúde afirma que "O casamento deveria melhorar a espécie humana, tornando-se uma barreira contra o vício, uma proteção para a mulher, uma força para o homem e um centro para os afetos. ...A moral científica do casamento é a unidade espiritual" (p.60, 61).
A indicação sobre os "três dias" se refere a quando Jesus foi para a Galiléia onde encontrou a Filipe (João 1: 43). Depois Filipe anunciou Jesus a Natanael, nascido em Caná.
Vers. 3 e 4: "Tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Eles não têm mais vinho. Mas Jesus lhe disse: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora."
O tratamento de Jesus à sua mãe não significa falta de respeito ou afeição, nem mesmo repreensão. O título "mulher" era um modo respeitoso de tratar uma mulher naquela época e era como Jesus se dirigia às mulheres.
Entretanto, sua resposta é uma recusa dizendo que ele, e não Maria, determinaria a hora de seu ministério. Sua referência à "minha hora" aponta para o significado mais profundo de sua morte e glorificação.
Maria persiste em sua fé, pois consta que desejava que Jesus aproveitasse a ocasião para se apresentar publicamente como o Messias.
Vers. 5-10: "Então, ela falou aos serventes: Fazei tudo o que ele vos disser. Estavam ali seis talhas de pedra, que os judeus usavam para as purificações, e cada uma levava duas ou três metretas. Jesus lhes disse: Enchei d'água as talhas. E eles as encheram totalmente. Então, lhes determinou: Tirai agora e levai ao mestre-sala. Eles o fizeram. Tendo o mestre-sala provado a água transformada em vinho (não sabendo donde viera, se bem que o sabiam os serventes que haviam tirado a água), chamou o noivo e lhe disse: Todos costumam pôr primeiro o bom vinho e, quando já beberam fartamente, servem o inferior; tu, porém, guardaste o bom vinho até agora."
Não houve ensinamento ou pregação no primeiro sinal ou "milagre", palavra que significa "maravilha" em grego. Jesus deu ordens; exerceu sua autoridade divina, de forma discreta, em um círculo restrito.
As talhas de pedra eram usadas para a purificação dos judeus. Eles usavam a água para lavar as mãos e o rosto antes de comer.
Cada talha armazenava duas ou três metretas, o que equivale a trinta ou quarenta litros. As seis talhas cheias chegavam a setecentos litros de água.
A água simbolizava limpeza. Sua transformação em vinho, que Ciência e Saúde define como "inspiração e compreensão" (ver p. 598), proclama a nova "era messiânica" já operante no mundo.
Essa transformação foi um sinal que demonstrou que a matéria é um conceito que pode ser modificado por atitudes mentais.
A Purificação do templo
Vers 13-16: "Estando próxima a Páscoa dos judeus, subiu Jesus para Jerusalém. E encontrou no templo os que vendiam bois, ovelhas e pombas e também os cambistas assentados; tendo feito um azorrague de cordas, expulsou todos do templo, bem como as ovelhas e os bois, derramou pelo chão o dinheiro dos cambistas, virou as mesas e disse aos que vendiam as pombas: Tirai daqui estas coisas; não façais da casa de meu Pai casa de negócio".
Na época de Jesus, a religião dos judeus era muito bem organizada e cuidadosamente preservada pelos seus líderes. A Páscoa era a época mais solene do ano e o sonho de todo judeu devoto era estar em Jerusalém nessa data, pois comemorava a saída do povo do Egito, que conduzido por Moisés, atravessara o deserto até chegar à Terra Prometida. Os peregrinos se aglomeravam à volta do templo e os sacerdotes organizavam cerimônias especiais para celebrar o acontecimento.
Como de costume, animais que seriam oferecidos em sacrifício eram vendidos no pátio externo do templo. Cambistas também trocavam moedas romanas por judaicas para pagamento de impostos.
As pombas eram os animais mais baratos e acessíveis aos mais pobres. A variedade de animais reflete a diversidade de classes sociais da sociedade judaica daquela época.
Jesus se indignou ao ver o templo transformado num mercado; seu ato reprova a falta de reverência e espiritualidade no culto a Deus. Para tirar todos do local, usa um "azorrague", que é um chicote de vime entrelaçado.
É necessário e podemos limpar o nosso templo, ou seja, nosso pensamento, para a entrada do Cristo, a manifestação de Deus, eliminar tudo o que é material e mundano para uma comunhão com o Pai, em humildade, pureza de coração e respeito profundo.
Bibliografia:
O Novo Comentário da Bíblia, Editado pelo Prof. F. Davidson M.A., D.D., Editado em Português pelo Revdo. Dr. Russell P. Shedd M.A. B.D. P.H.D., Edições Vida Nova, 1ª edição em português, 1963; Quem é Jesus? Uma enciclopédia sobre a vida de Jesus, Lois Rock, Sociedade Bíblica do Brasil, 2005; Bíblia de Estudo de Genebra, Sociedade Bíblica do Brasil, 2004; Bíblia de Estudo Plenitude, João Ferreira de Almeida, Sociedade Bíblica do Brasil, 2003; Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy, impresso em 1990, The Christian Science Publishing Society, Boston, USA; A Bíblia Sagrada, João Ferreira de Almeida, Edição revista e atualizada, 2ª edição, impresso em 2005, Sociedade Bíblica do Brasil.
