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Então, o que há de novo? Seu pensamento!

Da edição de março de 2010 dO Arauto da Ciência Cristã


Um dos meus hinos favoritos do Hinário da Ciência Cristã começa com este canto de louvor: "Ó Vida que a tudo renova" (218). Quem nunca desejou, alguma vez, a renovação de um relacionamento complicado, de um corpo doentio, de pensamentos depressivos, de uma conta bancária com poucos fundos? Quem não desejaria ver surgir respostas inovadoras para os problemas globais, tais como: a fome no mundo, terrorismo e guerra?

A tecnologia, em especial, tende a atender ao anseio da sociedade por mudanças e melhorias constantes. As inovações tecnológicas estão em toda parte. Eu mesmo, entre tantos, sou particularmente grato pela inovação que tenho em mãos agora. Na verdade, enquanto escrevo este artigo sentado em um avião, digito em um mini notebook durante o voo, depois de fazer algumas ligações através de um telefone celular que navega pela Internet e captura imagens em vídeo. Utilizo essa tecnologia de maneira produtiva em muitos momentos e, em minhas frequentes viagens, ela me dá acesso a notícias e informações constantemente atualizadas, permitindo, ao mesmo tempo, que eu esteja acessível a outras pessoas, onde quer que eu esteja.

Entretanto, sou ainda mais grato por outra coisa que levo comigo para onde quer que eu vá, algo que tem acompanhado os viajantes em suas jornadas, em todas as eras, que nunca precisa do "lançamento de um produto novo". Algo que pode mudar e tornar-se novo a cada momento, ou seja, meus pensamentos.

O pensamento pode ser como um trem em constante movimento

Quer estejamos em casa ou em trânsito, nosso pensamento pode ir do mundano ao inspirado, do prosaico a uma oração profunda e do material ao espiritual. Exatamente como as novas tecnologias, o pensamento pode ser empregado em propósitos bons ou ruins. No entanto, ele pode fazer mudanças graduais ou instantâneas.

Quando ainda muito pequena, Mary Baker (mais tarde Mary Baker Eddy, autora de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras) falou para sua prima: "Oh, gostaria de poder parar meus pensamentos" (Robert Peel, Mary Baker Eddy: The Years of Discovery [Os Anos de Descoberta], p. 15). É provável que muitos de nós já tenhamos sentido o mesmo. O pensamento pode ser como um trem em constante movimento. Contudo, um trem pode andar em círculos em volta de uma montanha, ou pode pegar os trilhos que escalam as alturas até o cume. Ambos envolvem movimento, mas, ainda assim, um é progressivo, enquanto que o outro apenas aparenta ser. Descobri que o pensamento mais produtivo não está nem atolado em um passado material nem fascinado por um futuro material. Ao contrário, procura alcançar a consciência do espiritual sempre presente, pelo qual o passado pode ser redimido e o futuro alinhado com o plano do bem expansivo que Deus tem para todos.

Não é isto o que Deus falou por intermédio de Isaías? "Eis que faço cousa nova" (Isaías 43:19)? Não era isso que Deus estava prometendo?

Uma maneira nova, mais espiritual, de pensar? Isaías se referia ao surgimento de uma consciência que mudaria a vida para melhor.

A vida radical de Jesus, sempre ouvindo e obedecendo à orientação divina, e compartilhando-a, mudou a experiência das pessoas para melhor

Mesmo no caso da inovação tecnológica, a substância subjacente de cada coisa nova é um pensamento, já que a essência de cada processo inovador é uma ideia. O mesmo acontece com as mudanças necessárias na vida. A substância de todo progresso e de toda cura, individual ou coletivamente, é uma compreensão nova, um novo senso a respeito de Deus, o Espírito, que leva ao ajustamento e ao refinamento da condição humana para melhor.

Ninguém exemplificou isso melhor do que Jesus. Poderíamos pensar no Mestre cristão como um inovador espiritual. Jesus trouxe à luz e implementou uma "coisa nova" surpreendente: um Amor divino que cura, um Deus que é sempre bom, uma Verdade divina que liberta da doença, do pecado e da morte, homens, mulheres e crianças. A vida radical de Jesus, que estava sempre atento a Deus, ouvindo e obedecendo à direçāo divina e compartilhando-a, mudou para melhor a experiência física, mental, moral e emocional das pessoas.

Seu exemplo fez mais do que isso. Ele incentivou seus discípulos a abandonarem o que lhes era familiar por um novo modelo de vida. Pescadores deixaram suas redes. Um fiscal de impostos renunciou às suas práticas duvidosas. Mulheres abandonaram um senso limitado de cidadãs silenciosas. Esses são apenas exemplos das evidências exteriores de uma transformação interior. A promessa que Deus mais tarde faria por intermédio de João, o Revelador: "Eis que faço novas todas as cousas" (Apocalipse 21:5), ficou radicalmente evidente nos efeitos do amor sanador que Jesus expressou.

A maneira de viver das pessoas foi revitalizada pela visão que Jesus tinha da vida e o impacto que essa visão causava

O "Eu" na promessa de Isaías: "Eis que [Eu] faço cousa nova", ou seja, o Ego divino, Deus, impeliu, propalou e compeliu a prática inteiramente original do Salvador. Jesus não estava no novo por causa do novo. Ele realmente tinha o coração aberto para a Verdade eterna que é Deus e provou que o resultado invariável de um coração que discerne e demonstra a Deus é o progresso que ajusta o que está de acordo ou em desacordo com aquilo que é conhecido, de uma estrutura material para uma estrutura mais espiritual.

A vida de pessoas foi revitalizada pela visão que Jesus tinha da vida e o impacto que essa visão causava. A renovação do pensamento se espalhou por meio de mentes e corpos renovados, como também de relacionamentos restaurados. Esse ponto de vista revolucionário desafiou as instituições, bem como as pessoas a reverem seus hábitos e a serem receptivas a novas abordagens. Tudo podia ser visto sob uma luz distinta, ou seja, espiritualmente. Tudo podia ser feito de maneira diferente, com um amor sanador.

O novo, portanto, não era um acontecimento cronológico na presença do Salvador. Não era o resultado de uma determinada época do ano ou de uma determinada fase da vida. Os resultados inevitáveis da verdade que Jesus pregava eram o discernimento espiritual e a novidade prática a respeito de Deus e do homem, revelados na vida sanadora do Salvador. Ainda hoje essa verdade também silencia vozes que sussurram "as velhas lamúrias" nos corações cansados do mundo.

Na Bíblia, o versículo em Isaías: "Eis que faço cousa nova", sugere que ser criado pela Deidade é ser criado de novo, momento a momento. Isso se aplica a cada um, a cada momento, como somos na realidade. Isso também inclui cada pessoa querida e tudo o que nos é precioso.

Podemos vivenciar o novo nos relacionamentos, na renovação de nossos corpos e de instituições.

Certa vez, enquanto um amigo e eu estudávamos juntos ideias espirituais da Bíblia e de Ciência e Saúde, ele me disse, de maneira espontânea: "Estamos ficando mais novos a cada dia"! O que meu amigo queria dizer, não era que corpos materiais, de alguma maneira, tornavam-se mais novos a cada dia ou que a mente humana passa de sênior a júnior, tal qual o personagem fictício do filme de 2008: "O curioso caso de Benjamim Burton". Ao contrário, sob a luz da ideia espiritual de eternidade, meu amigo havia vislumbrado que, a cada dia em que o pensamento cede, mesmo que seja um pouco, à realidade atemporal do relacionamento de Deus com o homem, discernimos mais claramente o "eterno novo" que Deus sempre outorga a todos nós.

O novo é inerente a todos nós. É uma parte intrínseca da nossa identidade como filhos de Deus. Por meio do Cristo que revela a nossos corações humanos essa verdade, podemos discernir que, seja qual for a nossa idade, sejam quais forem as nossas circunstâncias, podemos dar as boas-vindas a novas ideias, e adotar uma nova direção em nossa vida. Podemos vivenciar o novo em nossos relacionamentos e na renovação de nossos corpos e de nossas instituições. O novo não é um conceito espiritual abstrato. É um fato divino demonstrável do ser individual e coletivo.

Se, ao invés disso, um senso opressivo de tempo parece rondar nossos pensamentos e experiências, isso não é a Verdade se expressando. É um sussurro mentiroso, um aspecto daquilo que a Bíblia chama de "mente carnal", apresentado-se como nosso próprio pensamento, representando-nos equivocadamente como limitados e finitos, colocando-nos em oposição aos nossos melhores interesses ao nos persuadir a consentir que uma mentalidade, que é a contrafaçāo da única Mente, exista. Os argumentos de que essa mente carnal lança mão para preservar o falso sentido de sua própria existência precisam ser reconhecidos, enfrentados e rejeitados.

Deus nos proporciona nova inspiração a cada momento

Às vezes, as pretensões da mente carnal de reverter a promessa do Revelador, fazendo com que tudo pareça velho, ou nos fazendo acreditar que desejamos que tudo permaneça da maneira a como estamos acostumados, precisam ser confrontadas com muito vigor. Como Mary Baker Eddy certa vez o colocou: "O coração humano, como um colchão de plumas, precisa ser freqüentemente sacudido, às vezes com força, e virado várias vezes, senão fica endurecido e inadequado para o repouso" (Miscellaneous Writings 1883-1896, p. 127-128).

Quando lutamos contra a doença ou contra um falso traço de caráter que não quer ceder, o coração anseia por uma renovação da mente e do corpo que parece ser uma extreme necessidade física. No entanto, a necessidade principal é a de alinhar a consciência com a mensagem sempre nova do Cristo, de embeber-se da "coisa nova" que Deus está fazendo. Isso nos deixará livres para abrirmos nosso coraçōāo ao pensamento e à açāo corretos, e, consequentemente, trará a cura.

E se, para nós, nossa igreja parece estar atolada no passado, ou mesmo movendo-se rápido demais em direçāo ao futuro? Talvez isso pareça um caso de desacordo com as açōes e decisões de outras pessoas. De novo, a necessidade é tentar perceber, em oração, a "coisa nova" que Deus está fazendo. É essencial não pensar que o novo se opõe ao velho ou que o velho se opõe ao novo, mas, ao invés disso, confiar em que a Mente divina trará a coisa nova à luz, com sabedoria, tanto para os pensamentos e as açōes novos, como para os que já nos são familiares. O pensamento que anseia genuinamente ver uma vida ou uma querida causa progredir sob a liderança do Amor reconhecerá as inovações inspiradas. Uma vez que a Mente nunca é estereotipada, estagnada, parada, fixa ou impedida, o Seu reflexo também não o é!

A necessidade principal é a de alinhar a consciência com a mensagem sempre nova do Cristo, de embeber-se da "coisa nova" que Deus está fezendo.

O hino mencionado anteriormente descreve o que Deus, ou a Vida, renova, tal como: "Desde a terra que floresce, aos pensamentos do homem". Deus nos proporciona uma nova inspiração a cada momento, e todos, homens e mulheres, estão divinamente preparados para ouvi-la. Somos os receptores que Deus criou para captar as infusōes de Suas ideias angelicais. Mesmo se a mente carnal insistir em afirmar "Não consigo mudar", ainda assim podemos receber livremente os pensamentos que sempre nos advêm de Deus e assimilar as oportunas inovações do Espírito!

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