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Os passos da graça

Da edição de março de 2010 dO Arauto da Ciência Cristã


Com o início deste novo ano, lembrei-me de uma cura que envolveu muito crescimento em graça, paciência e a obtenção de um entendimento mais profundo do meu relacionamento com Deus. Abandonei velhos padrões de pensamento e adotei uma nova maneira de ver a mim mesma e aos outros.

Em outubro de 2008, comecei repentinamente a sentir dores leves no lado direito do quadril e restrições de movimento. No decorrer das semanas seguintes, senti que não podia mais dobrar o quadril em um ângulo maior do que 90 graus. Tinha grande dificuldade para entrar e sair do carro, levantar-me da cadei-ra, colocar meias e, acima de tudo, para trabalhar. Meu trabalho exige que me sente no chão e brinque com crianças menores de três anos de idade, ensinando aos pais como promover o desenvolvimento delas. Eu estava também envolvida com a reforma de nossa casa, o que exigia flexibilidade e força.

Devo confessar que no início fiquei perplexa com a dificuldade no quadril e apenas esperava que desaparecesse rapidamente, para que pudesse retornar ás minhas atividades físicas. Entretanto, depois de cerca de duas semanas convivendo com a situação, ficou evidente que precisava enfrentá-la de forma categórica e escolhi fazer isso por meio da oração. Na ocasião não recorri à ajuda de um Praticista da Ciência Cristã e orei sozinha, procurando me aproximar mais de Deus. Eu mantinha um registro diário, o que me ajudou a permanecer no foco e perceber o progresso e a cura se manifestando.

Havia me tornado orgulhosa da minha capacidade física e, ao mesmo tempo, criticava os outros que pareciam menos capazes

Inicialmente, fui guiada a orar com o conceito de graça, expresso no hino 91 do Hinário da Ciência Cristã:

"Graça para hoje, Ó Amor divinal, Só a Ti obedecer e amar; Em ti, perder a vontade material, E a alegria inaudita encontrar"

Orei a Deus para que me mostrasse como amar mais, ser mais eficaz na oração, momento a momento. Também orei para ser mais receptiva ao amor de Deus por mim, para me ver como Deus me vê: pura, espiritual, amada, receptiva ao Seu Cristo e sempre grata.

Umas das coisas principais que aprendi nesse período foi ser mais compassiva para com outras pessoas. Sempre fui muito ativa fisicamente, corria, escalava montanhas, consertava o telhado com meu marido e cavava buracos, no resistente solo do estado de Nevada, para o plantio de novas árvores e arbustos. Devo confessar que havia me tornado orgulhosa da minha capacidade física e, ao mesmo tempo, criticava os outros que pareciam menos capazes.

No trabalho, as pessoas começaram a notar minha calma e confiança, à medida que me esforçava por expressar um senso mais puro de amor.

Eu sabia que a cura se refere a uma mudança no pensamento

Essa descoberta me fez parar e ponderar. A fim de mudar aquela maneira de pensar orgulhosa e crítica, aprendi a ser grata a cada movimento, a cada atividade, e a parar de comparar a capacidade pessoal de cada um. Cada dia se tornava uma oportunidade de afastar a armadilha da comparação e expressar mais compaixão e humildade.

Então, certo dia li na Lição Bíblica Semanal: "O poder da Ciência Cristã e do Amor divino é onipotente. É, com efeito, adequado para obrigar a doença, o pecado e a morte a soltarem sua presa, e adequado para destruí-los" (Ciência e Saúde, p. 412). Senti que essa declaração falava específica e diretamente a mim, proporcionando-me a compreensão de que a Ciência Cristã e o Amor divino eram poderosos o suficiente para soltarem meu pensamento e meu corpo daquela "prisão" perversa.

Com o passar das semanas, continuei a orar e a seguir em frente com meu trabalho e atividades diárias, embora o quadril estivesse ainda enrijecido. No final de novembro, eu orei com a ideia de gratidão, o que incluía afirmar o fato da cura permanente, mesmo antes que o progresso no âmbito físico se tornasse evidente; eu sabia que a cura se refere a uma mudança no pensamento e que a expectativa do bem traz o bem para a nossa experiência. Foi nessa ocasião que comecei a sentir que o quadril estava cedendo um pouco, apresentando certa flexibilidade de movimento. Continuei a orar para que me fosse revelado o que Deus sabia a meu respeito como Seu reflexo, como também para compreender que eu era verdadeiramente espiritual e que, portanto, essa dificuldade no quadril não tinha poder sobre mim.

Tornou-se claro que eu precisava ser receptiva somente à vontade de Deus

Outra mensagem angelical que me veio ao pensamento durante esse período foi a de que eu não era pessoalmente responsável pelo crescimento de outras pessoas e que não precisava buscar a aprovação dos outros. Compreendi que eu precisava ter um único Deus, valer-me do "poder do Espírito" e "amar a Deus supremamente" (Ibidem, p. 167). Isso significava saber que há um só Deus e parar de agir como um "pequeno deus", sutilmente julgando os outros ou vendo-os como "pequenos deuses" e me sentindo afetada pelo que eles pensavam ou diziam. Também encontrei esta passagem em Miscellaneous Writings 1883–1896: "Deus é a fonte da luz, e Ele ilumina nosso caminho, quando somos obedientes" (p. 117). Portanto, orei para ser obediente ao meu querido Pai-Māe Deus e para não ser enganada por nenhum sentido de responsabilidade pessoal e de necessidade de aprovação. No trabalho, as pessoas começaram a notar minha calma e confiança, à medida que me esfirçava por expressar um senso mais puro de amor.

"Deus é a fonte da luz, e Ele ilumina nosso caminho, quando somos obedientes".

Uma outra coisa que me ajudou foi orar com a "Oração de Jabez", da Bíblia, que se encontra no livro de Crônicas: "Jabez invocou o Deus de Israel, dizendo: Oh! Tomara que me abençoes e me alargues as fronteiras, que seja comigo a tua mão e me preserves do mal, de modo que não me sobrevenha aflição! E Deus lhe concedeu o que lhe tinha pedido" (1 Crônicas 4:10) Orei assim por vários dias, pedindo para sentir e aceitar as bênçãos de Deus; para que meus serviços e amor pelas pessoas fossem ampliados; para ser guiada por Deus em todas as coisas e para ser protegida continuamente do mal. Ficou claro que precisava ser receptiva somente à vontade de Deus e não à vontade humana.

Levantei-me e compartilhei o progresso maravilhoso que vivenciava

Então, em meados de dezembro, na Lição Bíblica Semanal da Ciência Cristã, havia esta declaração: "Há autoridade divina para crer na superioridade do poder espiritual sobre a resistência material" (Ciência e Saúde, p. 134). Essa verdade estava realmente iluminada para mim e eu sabia que ela era a declaração poderosa de que precisava. Pensei em quão ridículo era uma mentira sobre minha identidade espiritual poder causar uma resistência física real. Também notei que ainda havia alguma negatividade em meus pensamentos que eu necessitava eliminar. Orei sinceramente para discernir o que precisava abandonar e exatamente onde deveria parar de resistir. Logo, comecei a sentir uma diminuição da dificuldade do quadril e a adquirir uma maior liberdade de movimento.

No final de dezembro, enquanto dirigia para o trabalho, tive o pensamento claro de que "o solvente universal do Amor" elimina todo o "erro" ou concepções equivocadas sobre nossa identidade espiritual. Ciência e Saúde diz: "Em paciente obediência a um Deus paciente, trabalhemos por dissolver, com o solvente universal do Amor, a dureza adamantina do erro—a obstinação, a justificação própria e o egotismo—que faz guerra contra a espiritualidade e é a lei do pecado e da morte" (p. 242). Exultei ao sentir o poder dessa verdade espiritual maravilhosa! De fato, naquela mesma manhã, enquanto me levantava de uma cadeira com alguma dificuldade, disse a mim mesma: "Este será um testemunho maravilhoso. Espero com convicção a cura completa."

Na véspera do Natal, nossa igreja local da Ciência Cristã ofereceu a reunião de testemunhos das quartas-feiras à noite. Levantei-me e compartilhei o progresso maravilhoso que estava fazendo. Depois da reunião, uma jovem, membro da igreja, disse-me docemente que eu já era perfeita. "E é isso aí", concluiu ela.

Orei sinceramente para discernir o que precisava abandonar e exatamente onde deveria parar de resistir.

Havia honestamente começado a expressar mais gratidão e amor

Antes do primeiro dia do ano de 2009, estava completamente livre. Voltei a ajudar na reforma da casa e conseguia me sentar, no meu local de trabalho, confortavelmente no chão com as crianças. Durante todo o ano passado, não tive nenhuma recaída. De fato, agora gosto de correr de seis a treze quilômetros por dia, com completa liberdade física.

Durante esse período de crescimento em graça e mesmo depois, senti-me impelida a ler e a ouvir, em CD, vários livros sobre a situação triste de mulheres em países em desenvolvimento. Desde essa época, tenho me empenhado mais em orar para que haja mais amor nesses países e mais liberdade e igualdade para as mulheres em todas as nações. Tornei-me patrocinadora de uma mulher na África, por intermédio de uma organização de caridade. A princípio, não havia me ocorrido que o interesse em novas atividades como essa fosse o resultado direto de viver minhas orações e expressar mais compaixão, empenhando-me em ser uma bençāo maior para as pessoas.

À medida que eu pensava sobre o significado dessa cura em minha vida, ocorreu-me que havia alargado minhas fronteiras mentais, como descreve a "Oração de Jabez", o que trouxe nova direçāo para minha vida. Foi essencial a cura do orgulho pessoal e do ego de pensar que Eu fosse fisicamente capaz, em vez de saber que todo o bem e toda a capacidade provêm de Deus. Havia honestamente começado a expressar mais gratidão e amor e deixado de me comparar aos outros. Começara a ser grata por todo movimento, capacidade e talento provenientes de Deus. *

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