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Original para a Internet

Um pequeno livro com grandes ideias

Da edição de novembro de 2018 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 20 de setembro de 2018.


Esta entrevista foi originalmente transmitida pelo programa Sentinel Watch, um podcast do Christian Science Sentinel. O foco da entrevista é um pequeno livro que vem desempenhando um importante papel na história do movimento da Ciência Cristã e, algumas vezes, tem sido considerado um modelo de como elaborar leis sucintas, mas eficazes. Seu título é "Manual dA Igreja Mãe, A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, em Boston, Massachusetts". Christian Harder falou com Irmela Wigger, da Alemanha, ex-presidente dA Primeira Igreja de Cristo, Cientista.

Irmela, você poderia explicar brevemente por que uma igreja precisa de um manual e como seu conteúdo pode ser interessante, mesmo para aqueles que não são membros da Igreja de Cristo, Cientista?

Cada igreja, cada organização, necessita de diretrizes para que todos os que trabalham ali saibam o que fazer, quando e como fazê-lo, para que saibam o que se espera deles. Até mesmo Jesus deu a seus discípulos e seguidores orientações no Sermão do Monte. 

Cada Regulamento e Artigo do Manual teve sua origem nas leis divinas. Deixe-me ler uma parte do que Mary Baker Eddy escreveu a respeito de como esses Regulamentos se originaram: “Foram Regulamentos impelidos por um poder que não era o meu, escritos em diferentes datas, segundo exigiam as circunstâncias. Surgiram de necessidades imperiosas, da lógica dos acontecimentos ― de situações que os exigiam de imediato, como auxílio indispensável para manter a dignidade e a defesa de nossa Causa; daí a base simples e científica desses Regulamentos, com pormenores tão necessários para a demonstração da Ciência Cristã genuína, os quais farão pelo gênero humano o que doutrinas dogmáticas destinadas a gerações futuras podem não conseguir” (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, p. 148). 

Eu encontrei um pequeno panfleto intitulado “O Manual da Igreja ― uma fonte de fortalecimento”, e um dos artigos ali menciona que Mary Baker Eddy havia, de longa data, concluído que a organização era uma necessidade útil. Mas esse artigo diz que o Manual deve servir como espinha dorsal para a dedicação e não como camisa de força para a inspiração (ver Robert Peel, “The Manual and organization” [O Manual e a organização], artigo publicado na edição de julho de 1972 do Journal). E uma coisa que acho muito boa no Manual é que ele não nos limita, mas nos ajuda a encontrar inspiração em tudo o que temos de fazer no trabalho para a igreja.  

Isso é ótimo. Portanto, ele obviamente é mais do que apenas um livro de regras. Você diz que ele é fonte de inspiração.

Sim, acho que até mesmo pessoas que não são Cientistas Cristãs podem encontrar inspiração, especialmente em algo que ela escreve no capítulo sobre disciplina, trata-se da: “Regra para motivos e atos”. Há ali algumas ideias que podem ser de muita utilidade para todas as religiões ou grupos.

A primeira parte diz: “Nem a animosidade nem o mero apego pessoal devem determinar os motivos e os atos dos membros dA Igreja Mãe” (Manual,p. 40). A animosidade e o apego pessoal são muitas vezes uma fonte de problemas e dificuldades nas organizações.

Essa é realmente uma diretriz para as atividades do dia a dia, como também para o crescimento espiritual.

Exatamente, e ela desempenhou um importante papel em minha vida, nas minhas atividades diárias. O Manual despertou meu interesse muito antes de eu me anunciar como Praticista da Ciência Cristã no The Christian Science Journal. Começou quando me tornei bibliotecária da Sala de Leitura da Ciência Cristã de nossa igreja. A Sala de Leitura é um lugar onde a Bíblia, todos os escritos de Mary Baker Eddy e os periódicos da Ciência Cristã estão disponíveis para serem lidos, comprados ou estudados. Depois que o bibliotecário anterior me deu instruções com relação aos deveres como bibliotecária, ou seja, marcar a Lição Bíblica semanal na Bíblia e em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, enviar pedidos de literatura e pagar as contas, eu pensei: “Deve haver algo mais na função de Bibliotecária da Sala de Leitura da Ciência Cristã”, e assim começou meu interesse pelo Manual da Igreja.

Tudo o que está no Manual tem o poder de Deus a apoiá-lo, porque tudo o que está ali é divinamente autorizado, como diz Mary Baker Eddy.

Eu examinei aquele livrinho para descobrir o que mais era esperado de um bibliotecário da Sala de Leitura e li esta passagem sobre “Os encarregados das Salas de Leitura dA Igreja Mãe”: “O Bibliotecário não deve ter maus hábitos, deve ter experiência no campo de ação, ter um bom nível cultural e ser Cientista Cristão dedicado” (Manual,pp. 63–64). Refleti sobre isso e achei que ter um bom nível cultural não significa que precisamos ter alguma grande preparação para essa tarefa, mas que realmente precisamos ter um coração que está preparado para conversar com os visitantes e mostrar-lhes o que eles podem encontrar em nossas Salas de Leitura.

Também li: “Será privilégio e dever de todo membro, cujos recursos o permitam, fazer assinatura dos periódicos que são os órgãos de comunicação desta Igreja; ...” (Manual,p. 44). Então, pensei: “Sim, farei isso”. Nós não tínhamos muito dinheiro naquela época, e meu inglês não era muito bom, mas pensei: “Se está no Manual,isso só pode ajudar”. Então, comecei a ler o Christian Science Sentinel para melhorar meu inglês. Depois de pouco tempo, eu realmente conseguia ler os outros livros, porque sempre mantive a convicção de que nada poderia me impedir de aprender o que eu tenho de saber sobre a Ciência Cristã e sobre Mary Baker Eddy, e realmente nada me impediu.

Parece que sua motivação realmente veio do Manual.

Exatamente.

Portanto, você constatou que o Manual atendeu às suas necessidades.

Sim. Comecei a ver isso primeiro em minha própria vida. Tudo o que está no Manual tem o poder de Deus a apoiá-lo, porque tudo o que está ali é divinamente autorizado, como diz Mary Baker Eddy. Por exemplo, quando ocasionalmente chegava à Sala de Leitura não me sentindo bem, eu sabia que a lei divina que sustém a atividade da Sala de Leitura também sustentaria a mim, e eu sempre estava bem no fim do expediente. Ou então, na função de um dos Leitores que conduz o culto, acontecia de sentir que não conseguiria ler, devido a um forte resfriado, e se não conseguisse nenhum substituto, pensava: “É meu trabalho ler e uma vez que eu sou a expressão espiritual de Deus, Ele já me deu a capacidade para fazê-lo”, e isso sempre funcionou. 

Muito bem! E como você viu o Manual atender às necessidades em um contexto mais amplo — como na igreja, por exemplo?

Mais tarde, quando eu já não era Leitora, pude ajudar em oração quando o Primeiro ou o Segundo Leitor achava que não conseguiria ler porque não estava se sentindo bem. Pude orar pelo culto e saber que os Leitores e a congregação estavam incluídos em sua mensagem sanadora, e que todos podiam vir e serem curados. A “Regra para motivos e atos” é uma ajuda ótima para a igreja. Acho que ajuda a manter uma boa atmosfera, porque nos encoraja a ver uns nos outros o amor fraternal que cada um expressa como o amado filho de Deus. E isso não é difícil.

Passei por momentos muito difíceis após o falecimento do meu marido e eu era a Primeira Leitora, mas os membros da minha igreja foram muito amorosos e me deram bastante apoio. Eles sabiam que o cuidado que Deus tem por mim e por minha família é constante e eterno. Portanto, depois de duas semanas, eu estava lá novamente, lendo como Primeira Leitora, e isso me ajudou tanto que eles puderam ter a certeza de que eu seria capaz de fazer o trabalho. Todos nós estamos sempre ajudando uns aos outros.

E é o Manual que lhe dá toda a confiança para apoiar os outros dessa maneira.

Sim, é isso mesmo. Devo dizer que eu realmente amo o Manual.

Isso realmente transparece em tudo que você está dizendo. Você alguma vez já teve problemas com algum artigo do Manual, ou se perguntou por que ele estava ali?

Sim, foi quando li pela primeira vez: “Um membro dA Igreja Mãe não deverá importunar a Sra. Eddy durante seus passeios de carruagem, não deverá rondar-lhe continuamente a residência, nem para esse fim veranear na sua vizinhança” (p. 48), pensei: “Ela não está mais aqui; por que devemos seguir essa regra?” Mas então compreendi que isso é realmente algo a que precisamos obedecer hoje em dia também. Não devemos adorar pessoas, onde quer que estejam ou quem quer que sejam. Talvez seja tentador adorar a personalidade de um praticista, de um professor ou de qualquer outra pessoa, e a Sra. Eddy realmente queria que aprendêssemos que isso não é Ciência Cristã, porque só adoramos a Deus, e não pessoas.

A Sra. Eddy também escreveu que os membros que fossem chamados a trabalhar para ela deveriam permanecer por três anos (ver Manual,pp. 67–68), e pensei: “Seria possível que ela realmente exigisse que eles permanecessem lá por tanto tempo?” Isso me pareceu muito rigoroso, mas então compreendi o quanto ela precisava realizar para a Igreja e para o movimento, e aquilo não seria possível sem ter pessoas para ajudá-la nesse importante trabalho. Então, para mim, ficou muito claro que essa não era uma exigência demasiadamente rigorosa. Era algo que foi muito benéfico para a Igreja, para seus seguidores e para toda a humanidade.

Esse artigo mostra realmente o requisito de demonstrarmos devoção à Causa da Ciência Cristã.

Sim, e acho que uma coisa que todos aprendemos, quando trabalhamos para a Igreja, é essa devoção, ou seja, que nós não estamos fazendo algo para nós mesmos, ou para algumas pessoas em nossa Igreja, mas é tudo para essa maravilhosa Causa da Ciência Cristã, que atua para a salvação de toda a humanidade.

E hoje, mais de cem anos depois de a versão do Manual que estamos usando ter sido publicada pela primeira vez, ele ainda é relevante. Ele não está ultrapassado, está?

Não, ele não está ultrapassado, porque todas as ideias que a Sra. Eddy colocou ali podem ser usadas hoje também, e elas são realmente uma grande ajuda. Ela protegeu a Igreja com o Manual e o Manual continua a orientar a Diretoria e todos os membros dA Igreja Mãe. Ele é divinamente autorizado, não pode ser abolido e há poder por trás dele, portanto, ele funciona até hoje. É um conhecimento tão maravilhoso que Mary Baker Eddy possuía, dado por Deus, até mesmo de assuntos para os quais ela não recebera instrução humana. E isso porque não se tratava de um conhecimento pessoal; ele provinha de sua humilde receptividade a Deus. Dessa maneira, ela podia orientar seus seguidores a realizar o trabalho que ela desejava que fizessem e, às vezes, eles também ajudavam, sugerindo o que deveria constar nos estatutos.

Você tem alguma consideração final que gostaria de compartilhar conosco?

Fico feliz por ter descoberto o quanto são úteis as diretrizes que Mary Baker Eddy nos deu no Manual, até mesmo para minhas atividades diárias. Por exemplo, há a “Oração Diária”, cujo artigo começa com estas palavras: “É dever de todo membro desta Igreja orar diariamente...”. E aqui está a oração: “ ‘Venha o Teu reino’; estabeleça-se em mim o reino da Verdade, da Vida e do Amor divinos, eliminando de mim todo o pecado; e que a Tua Palavra enriqueça os afetos de toda a humanidade, e a governe!” (p. 41). Isso nos ajuda a lembrar que o reino de Deus está aqui todos os dias para nós, e que esse reino é o reino da Verdade, da Vida e do Amor divinos, governando cada indivíduo. Além disso, essa é uma oração para o mundo inteiro, não somente para nós pessoalmente. Pode haver inspiração melhor para o nosso dia?

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