Com frequência, quando ligamos a TV ou o rádio, ou até mesmo quando olhamos para nosso telefone celular, percebemos que os conceitos espirituais parecem contradizer radicalmente a existência material.
As generalizações e dramatizações excessivas do declínio da sociedade são alarmantes. Todavia, o Salmo 91, na Bíblia, nos exorta a não temer nem “o terror noturno”, nem a “seta que voa de dia”, nem a “peste que se propaga nas trevas”, nem a “mortandade que assola ao meio-dia” (ver versículos 5 e 6). Como é que podemos encarar corajosamente as imagens negativas com as quais somos bombardeados, e discernir o que é bom e verdadeiro?
No livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy, lemos: “A delusão, o pecado, a doença e a morte resultam do falso testemunho do senso material, o qual, de um ponto de vista hipotético fora da distância focal do Espírito infinito, apresenta uma imagem invertida da Mente e da substância, e nessa imagem tudo está de cabeça para baixo” (p. 301).
A Ciência Cristã, a lei divina que Jesus demonstrou, explica que Deus, o Espírito infinito, é real, perfeito e é Tudo, aqui e agora. Esse fato deixa claro que a doença e o medo não possuem substância real, porque Deus, a Mente única e una, não os criou! E, por sermos a imagem e semelhança de Deus, refletimos essa Mente imortal.
Para mim, é essencial perceber que o oposto da Mente imortal, ou seja, a mente mortal, não é real e não tem poder; as sugestões dessa mente mortal parecem ser reais (como uma miragem no deserto), mas elas não são verdadeiras. Essa compreensão me permite refutar as sugestões da mente mortal, percebendo que elas não têm nem qualidade nem quantidade, nem origem nem realidade.
Em 2009, eu estava me preparando para ir ao Brasil, para fazer o Curso Primário da Ciência Cristã. Esse é um curso de 12 dias, o qual ensina aos alunos como curar por meio da oração fundamentada nos ensinamentos de Jesus. Um mês antes da minha viagem, o medo da gripe H1N1 (“gripe suína”) era generalizado, e a mídia veiculava isso constantemente. O medo dessa gripe vinha de toda parte. Diante de tal bombardeamento, eu precisava focalizar meus pensamentos no bem e nas ideias de saúde procedentes de Deus.
Podemos ceder à Mente divina por meio da oração que afirma o poder de Deus, o poder do Amor divino.
Quando cheguei ao Brasil, pude ver o pânico generalizado entre os passageiros de várias partes do mundo. Depois de alguns minutos observando o que estava acontecendo, me acalmei e comecei a orar desta forma: Deus nunca fica doente e nunca Se sente vulnerável. Deus é o Espírito, e o homem, por ser o reflexo, a reflexão, de Deus, é espiritual e não é feito da matéria, que é vulnerável. Espiritualizar meu pensamento dessa maneira não significa que eu estava ignorando algo ou me recusando a lidar com uma ameaça. Podemos ceder à Mente divina por meio da oração que afirma o poder de Deus, o poder do Amor divino, e nos tornar cada vez mais conscientes da constante presença da Mente, para vencermos os desafios que enfrentamos. É natural seguir a orientação dessa Mente.
Eu vi como todos os passageiros e todos aqueles que estavam trabalhando no aeroporto naquele momento estavam contribuindo para o bem comum, por estarem realizando seu trabalho de maneira cortês e útil. Eles eram filhos de Deus, no lugar sagrado, a casa do Pai, onde “vivemos, e nos movemos, e existimos” (ver Atos 17:28). Admiti, no fundo do meu coração, que eu só podia ver o que Deus estava vendo. Deus, por ser a Mente, reconhece somente Sua plena perfeição e permanência.
Raciocinei a partir da verdade de que Deus, por ser Tudo, é o Ser que refletimos. Visto que não existe doença em Deus, não há doença em nós. Fiquei firme na compreensão de que o homem pode, com confiança, “deixar o corpo” e “habitar com o Senhor” (ver 2 Coríntios 5:8). E não há imperfeições na onipresença, “[no] Senhor”. Entendi que a saúde de cada passageiro presente era constante, pois a saúde é um atributo espiritual. E a chamada gripe suína não tinha poder nem realidade, porque não tinha fundamento no Amor divino.
Enquanto eu estava na fila no aeroporto, um dos funcionários fez sinal para eu entrar em uma das salas para um exame obrigatório, e ficou confirmado para as autoridades que eu estava gozando de boa saúde.
Após o exame, peguei um táxi para o hotel; e com alegria assisti às aulas do Curso Primário. Fiquei grato pela oportunidade que tive de orar para o mundo a respeito desse problema de saúde.
A oração que se origina da Ciência divina do existir sustenta todos os filhos de Deus e, como Mary Baker Eddy tão habilmente coloca: “Disto podemos ter certeza: os pensamentos alados de paz e amor exalam uma bênção silenciosa sobre toda a terra, cooperam com o poder divino e, imperceptivelmente, velam sobre a obra de Sua mão” (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, p. 152). Gosto muito desses pensamentos cristãos e divinamente científicos, porque eles me permitem colocar o peso no lado da realidade. Eles me dão a oportunidade de testemunhar o fato sanador de que o homem é a imagem inviolável de Deus, o Espírito divino.
