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Original para a Internet

Mais do que sentar em um banco de igreja

Da edição de agosto de 2019 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 28 de maio de 2019.


Eu era a única pessoa que permanecera sentada no banco da igreja. Todos os outros estavam ajoelhados durante o culto de comunhão da nossa filial da Igreja de Cristo, Cientista; se eu me ajoelhasse, sentiria muita dor, devido a um problema interno.

Entendi, contudo, que não estava meramente sentado em um banco de igreja. Mais do que fisicamente, eu estava na igreja me posicionando mentalmente para perceber um senso mais aprofundado da realidade, uma realidade que, quando compreendida, revela a estrutura daquilo que eu na verdade sou. Depois, à medida que continuei a deixar que um senso espiritual mais amplo de Igreja me abençoasse, ocorreu um ajuste, fiquei livre do problema físico, e posteriormente pude me ajoelhar nos cultos de comunhão.

Ao longo dos séculos, muitas pessoas têm encontrado paz e inspiração ao estarem sentadas em um banco de igreja. Pode ter sido em uma igreja de estrutura grandiosa. Ou modesta. Mas o sermão, a música e a oração, tudo isso estimula a receptividade à influência divina na vida das pessoas. Mesmo hoje em dia, sentar em um banco de igreja ainda pode propiciar muita inspiração; e ao estarmos ali sentados, pode acontecer de recebermos mais do que percebemos. É possível que o sermão esteja aos poucos mudando nosso modo de ver a realidade, o que se torna uma força sanadora em nossa vida.

Quando se fala de igreja, é comum as pessoas pensarem em estrutura: gótica, arcobotante, moderna. Mary Baker Eddy, em seu livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, nos convida a pensar de um modo inovador, mais profundo e até mesmo revolucionário, a respeito de estrutura e substância, e como se relacionam com igreja. Parte da definição de Igreja em Ciência e Saúde diz: “...a estrutura da Verdade e do Amor” (p. 583). 

No dia a dia, a maioria das pessoas pensa em estrutura no contexto da matéria. Para os sentidos materiais, parece que a matéria dá estrutura a tudo: desde nosso corpo, até a igreja que frequentamos e o mundo inteiro ao nosso redor. O estudo da Ciência Cristã revela um modo todo diferente de pensar a respeito da matéria. Em vez de ver a matéria como sendo a substância e a base da estrutura das coisas, as ideias sanadoras apresentadas na Ciência Cristã mostram a matéria, ou a crença na matéria, como um modo errado de ver as coisas. 

Muitos reconhecem que a existência, estruturada na incerteza e vulnerabilidade da matéria, deixa muito a desejar. As pessoas podem tentar acomodar ou conseguir viver com os problemas inerentes à visão da realidade estruturada na matéria. Todavia, não é de surpreender que, quando enfrentam desafios e as maiores desarmonias que essa perspectiva apresenta, os pensadores comecem a investigar um ponto de vista mais espiritual.

Sob esse modo mais espiritual de ver, percebemos que Igreja é mais que um lugar onde nos sentamos em um banco. A Igreja, nesse sentido metafísico mais profundo, pode trazer à consciência uma percepção inspirada da verdadeira estrutura, ordem e design que nunca se destroem, nem estão em desordem. A Igreja revela a existência que é espiritual, livre das limitações e vulnerabilidades da matéria. Essa consciência elevada traz à luz toda configuração e forma autênticas. A Verdade e o Amor, sinônimos de Deus, revelam, por meio da Igreja, uma abordagem maravilhosamente inspiradora para vermos como a realidade foi concebida, e como essa realidade se desdobra de modo ordenado. Que enorme contraste com a frequente desordem e até mesmo caos apresentados pelos sentidos materiais! A matéria pode ser descrita como algo que representa uma sombra que esconde ou obscurece a estrutura divinamente iluminada por uma compreensão maior.

O banco de igreja mais significativo, em que na verdade estamos assentados, nos posiciona de modo a aprofundar nossa compreensão da realidade espiritual.

Algumas vezes as circunstâncias podem fazer com que o banco de igreja seja uma cadeira em casa, quando ouvimos o culto online. Ou, ainda, o assento do carro, enquanto pegamos trânsito na estrada. De um modo ou de outro, nosso pensar ainda pode ser nutrido por um senso mais profundo da existência estruturada na Verdade e no Amor; no Espírito e não na matéria. Ao mesmo tempo em que, de alguma forma, essas ideias podem parecer teóricas, elas podem ser poderosamente sanadoras. Sim, o funcionamento e também o bom estado orgânico do corpo podem ser abençoados e até mesmo curados, em qualquer lugar onde estejamos, quando nos sentimos cada vez mais transformados e abrangidos pela “estrutura da Verdade e do Amor”. Meu restabelecimento, que começou no culto de comunhão de nossa igreja filial, exemplifica um efeito mais profundo da Igreja de Deus e a prova que ela oferece; e evidencia esse ponto a respeito da fé, explicada em Ciência e Saúde: “A consciência constrói um corpo melhor quando a fé na matéria é vencida” (p. 425). Mais fé na Verdade e no Amor. Menos fé na matéria.

Essa consciência, esse senso de Igreja mais inspirado, pode nos abençoar de muitas maneiras que até superam a cura de males físicos. Pode produzir mudanças em quaisquer estágios da matéria que sejam dissonantes. A cura, nesse sentido mais abrangente, pode significar uma restauração da ordem — um tipo de “ordem original”. Como vemos em Ciência e Saúde: “O milagre não introduz nenhuma desordem, mas desdobra a ordem original, estabelecendo a Ciência da lei imutável de Deus” (p. 135). Há exemplos encontrados na Bíblia, como o de Eliseu, que fez um machado flutuar no rio Jordão, ou o de Jesus, que andou por sobre as águas, fez chegar imediatamente ao destino o barco em que estava, e atravessou portas fechadas; esses relatos são mais algumas provas de como o discernimento a respeito da estrutura do universo de Deus nos dá a capacidade de demonstrar muito mais domínio, harmonia e ordem, do que se pode conseguir pela matéria.

Vejam este exemplo, ocorrido nos dias de hoje. Uma família estava arrumando a cozinha depois do jantar, para então irem à reunião de testemunho das quartas-feiras. Essas reuniões foram estabelecidas para dar testemunho da estrutura da Verdade e do Amor como um poder que nos dá um senso de substância muito mais estável e duradouro do que aquilo que a matéria promete. Uma pessoa da família abriu a geladeira e uma garrafa caiu em uma das prateleiras de vidro, que se despedaçou. Os familiares viram o vidro quebrado. Mas, em vez de reagirem a esse incidente, fizeram um esforço consciente para não se deixarem impressionar, pois a coisa mais importante para eles era ir à igreja. Quando voltaram depois da reunião, o vidro estava inteiro, como antes.

Em outra ocasião, aconteceu mais um exemplo, com outras pessoas, em outro lugar; era uma reunião de membros da igreja filial. Ao sair da reunião, um dos membros não conseguiu encontrar as chaves do seu carro. Os demais o ajudaram a procurar na igreja, no estacionamento, em todo lugar onde as chaves pudessem ter caído. A procura deu em nada. Resolveram então que dariam uma carona a ele, e no dia seguinte procurariam à luz do dia. Um dos que participaram da procura das chaves, e que nem sequer estivera perto da pessoa que perdera as chaves, foi para seu carro e, ao tirar as chaves do bolso para dirigir, encontrou, junto com as suas, a chave “perdida”. Embora perplexo, ficou feliz em devolvê-las ao dono.

Sei que esses exemplos podem parecer não ter nada a ver um com o outro; e pode parecer também muito difícil de entender para a mente humana, que reconhece a matéria como substância, e deduz que a matéria define nosso senso de harmonia e ordem. Mas esses exemplos não deixam de ter relação um com o outro. Uma existência estruturada na matéria apresenta sempre o potencial para haver matéria despedaçada, matéria perdida, matéria doente, matéria sempre vulnerável. Contudo, mesmo assim, quando envoltos firmemente com a consciência de uma presença divina estruturada pela Verdade e pelo Amor, podemos ter um senso cada vez maior de ordem e substância, não sujeitas às limitações e vulnerabilidades que ocorrem em uma suposta realidade estruturada pela matéria.

Faz mais de um século que, todos os domingos de manhã, as igrejas da Ciência Cristã no mundo todo terminam seus cultos com uma declaração científica que inclui estas palavras, que têm o potencial de transformar o mundo: “Não há vida, verdade, inteligência, nem substância na matéria... O Espírito é o real e eterno; a matéria é o irreal e temporal. O Espírito é Deus, e o homem é Sua imagem e semelhança. Por isso o homem não é material; ele é espiritual” (Ciência e Saúde, p. 468). Essas palavras são revelação divina, e por isso têm o poder de transformar nosso senso de realidade.

Houve incontáveis vezes em que a fé mais profunda em que a igreja é “a estrutura da Verdade e do Amor” abençoou o corpo, tanto individual como coletivamente. E propiciou soluções radicalmente novas para um mundo que as pessoas veem com tanta certeza como se tivesse base na matéria. A estrutura real é Deus, o Espírito, e o Espírito é a Verdade e o Amor. E a Verdade e o Amor têm um efeito transformador em nosso dia a dia. 

O banco de igreja mais significativo, em que na verdade estamos assentados, nos posiciona de modo a aprofundar nossa compreensão da realidade espiritual. Esse banco de igreja é muito mais do que uma peça de madeira dura ou um assento acolchoado macio. É um estado de pensamento, mais do que um lugar na matéria. É a consciência de um modelo espiritual, desdobrando a realidade que Deus criou, de um modo harmonioso, em plena ordem.

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