O governo do nosso país, assim como muitos outros, publicou um decreto, exigindo o uso de máscaras na maioria das situações, devido à pandemia do coronavírus. Fiquei grata pela intenção zelosa por trás dessa regra e quis cumprir a lei, mas também fiquei receosa de que o brilho da individualidade das pessoas estivesse sendo ocultado — que a identidade individual de cada um estivesse sendo substituída por figuras sem alma, sem expressão.
Esse pensamento me incomodava muito. Por mais que eu me esforçasse para aceitar a situação, não estava conseguindo. Além de tudo, acabei desenvolvendo uma desconfortável e persistente tensão na mandíbula.
Então, orei a Deus de todo o coração. Eu sabia, por experiência própria que, quando buscamos a cura ou um senso de paz, é de grande ajuda esforçar-nos para ver tudo a partir do ponto de vista de Deus, em vez de nos apegarmos a uma opinião mortal limitada.
Pensei no relato bíblico sobre um homem chamado José, em como ele encontrou uma maneira de deixar sua luz brilhar, mesmo no fundo de uma prisão. Por fim, ele acabou se tornando governador daquela nação.
Também lembrei-me de como Jesus entregou o corpo aos inimigos, sem perder sua individualidade espiritual eterna. Nem mesmo a crucificação e o túmulo o impediram de demonstrar a Vida eterna, por meio da ressurreição.
Percebi, no fundo do coração, o Amor divino, Deus, sendo refletido em pensamentos e ações amorosas.
No livro-texto da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy declara: “A identidade é a reflexão do Espírito, o reflexo em variadíssimas formas do Princípio vivente, o Amor” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras”, p. 477). Nossa verdadeira identidade não é material, é espiritual — é o reflexo do Espírito divino, Deus. Ciência e Saúde explica: “Esse senso científico do existir, que abandona a matéria pelo Espírito, não sugere de modo algum a absorção do homem na Deidade nem a perda de sua identidade, mas proporciona ao homem uma individualidade mais ampla, uma esfera mais extensa de pensamento e de ação, um amor de maior alcance, uma paz mais elevada e mais permanente” (p. 265).
Percebi que nenhuma máscara me impediria de expressar as qualidades da Vida divina, da Verdade divina, da Alma divina, do Espírito divino, da Mente divina, pois tais qualidades vêm de Deus. Ele é a única e verdadeira Mente, a fonte de nossa habilidade de pensarmos e agirmos de forma produtiva. Deus é a Alma infinita, que está por trás da capacidade de expressarmos nossa verdadeira natureza, de maneira única e individual. Como Deus é eterno e nós somos Sua imagem, Sua expressão espiritual amada e perfeita, essas características fazem parte do nosso existir. Não podem ser tiradas de nós.
Captar esse vislumbre da minha individualidade espiritual e intacta fez diminuir minha frustração quanto ao uso da máscara, contudo, eu ainda não estava em paz quanto à situação.
Então, lembrei-me de um dos artigos do Manual dA Igreja Mãe, de Mary Baker Eddy, intitulado “O que Deus exige”. Este artigo, que pode se estender a pessoas de todos os lugares, declara: “Deus exige que a sabedoria, a economia e o amor fraternal caracterizem todos os atos dos membros dA Igreja Mãe, A Primeira Igreja de Cristo, Cientista” (p. 77).
Ao refletir sobre a ideia de que aquilo “que Deus exige” inclui o “amor fraternal”, tive uma ideia, por inspiração. O uso da máscara poderia ser uma maneira especial de expressar livremente a alegria e a individualidade que eu recebera de Deus e, ao mesmo tempo, cumprir a lei e amar os outros ao meu redor. A ideia foi a de mandar imprimir na máscara a imagem do meu sorriso.
Senti-me livre e contente! Percebi, no fundo do coração, o Amor divino, Deus, sendo refletido em pensamentos e ações amorosas. A ansiedade e a tensão na mandíbula desapareceram.
Então, mesmo usando uma máscara, podemos ter a certeza de que nossa individualidade e unicidade vêm de Deus e nada, nem ninguém, pode nos impedir de expressar alegria e amor fraternal. Essas qualidades são eternamente visíveis. Como Jesus prometeu: “...a vossa alegria ninguém poderá tirar” (João 16:22).
Espero o dia em que as máscaras não mais farão parte do nosso dia a dia. Mas, mesmo antes disso, posso viver minha alegria, entusiasmo e paz interior — e você também pode!