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Original para a Internet

Em busca de segurança durante as tempestades

Da edição de outubro de 2020 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 10 de agosto de 2020.


Com tantas catástrofes climáticas e meteorológicas nos noticiários, desde incêndios florestais em áreas afetadas pela seca, até furacões e tornados, é natural querer a ajuda de um poder superior. Mas será que podemos esperar que Deus atenda às nossas orações a respeito do clima?

Claro que sim! A Bíblia oferece exemplos tranquilizadores. Um deles, do qual eu gosto muito, está relatado no livro de Marcos (ver 4:35–41). Quando Cristo Jesus e seus discípulos estavam navegando em alto mar, levantou-se um violento temporal e as ondas se arremessavam contra o barco, ameaçando afundá-lo. Os discípulos ficaram aterrorizados. Mas estavam surpresos de ver Jesus dormindo, imperturbado diante do que parecia ser um desastre certo. “Mestre”, gritaram eles, “não te importa que pereçamos?”

Então, a Bíblia relata: “E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Acalma-te, emudece! O vento se aquietou, e fez-se grande bonança”.

Jesus olhou para além da violência do vento e das ondas, a fim de discernir a presença de Deus, a inteligência todo-poderosa na qual não há nenhum elemento destrutivo. Ele não ficou perturbado, porque sabia que Deus governa Seu universo por meio das leis do bem. O fato de Jesus reconhecer a presença divina todo-harmoniosa trouxe uma calma sanadora que rapidamente acabou com a tempestade.

Jesus olhou para além da violência do vento e das ondas, a fim de discernir a presença de Deus.

Podemos nós, tal como Jesus, contar com a ajuda de Deus durante uma tempestade? Voltando de novo à Bíblia, encontramos o salmista, expressando a confiança constante de que Deus ouve as nossas orações: “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações” (Salmos 46:1).

Sentimos confiança em nossas orações na medida em que compreendemos a natureza de Deus. Na Ciência Cristã, começamos com o reconhecimento de que Deus, o Amor divino, é totalmente bom. Podemos fazer mais do que simplesmente rogar a Deus por Sua ajuda — embora esse seja um bom começo. Podemos prosseguir em oração a fim de compreender mais plenamente a presença das leis imutáveis da harmonia e do poder de Deus.

Muito embora as condições climáticas pareçam resultar da interação de forças materiais, a Ciência Cristã mostra que as condições climáticas destrutivas em realidade resultam da crença de que vivemos em um mundo material, governado por forças materiais fora do controle de Deus. Mas, na oração, nós podemos trocar o pânico pelo senso espiritual da autoridade divina, uma autoridade que Jesus compreendia plenamente. A percepção do Cristo a respeito do controle divino sobre tudo o que existe foi o que acalmou a tempestade naquela ocasião, e pode fazê-lo agora em nossa época também.

Ao longo dos últimos anos, presenciei vários eventos climáticos e constatei que reconhecer a presença e o poder de Deus pode trazer proteção contra condições meteorológicas perigosas. Minha família vive em uma comunidade costeira onde a época dos furacões é anunciada todos os anos por meteorologistas que fazem a vigilância dos trópicos e do desenvolvimento das tempestades oceânicas.

Em 2019, durante um período de mais de duas semanas, todos os dias ouvíamos as notícias sobre o furacão ao qual haviam dado o nome de Dorian, à medida que este se desenvolvia em uma enorme massa de turbulência que avançava lentamente em direção à costa leste dos Estados Unidos. Essa tempestade era descrita como um “monstro” sem precedentes, que seria devastador para qualquer área que atingisse diretamente. À medida que o tempo passava, parecia que isso poderia incluir a nossa cidade também. De acordo com todos os relatos, o Dorian havia evoluído para um furacão extremamente perigoso (Categoria 5) enquanto se dirigia para a nossa região.

Havíamos tomado todas as precauções recomendadas para proteger nossa casa, e também armazenamos todos os artigos de que necessitaríamos, incluindo um gerador para a falta de energia que se previa. Mas não foi só isso o que nós fizemos. Devido a experiências passadas, havíamos aprendido a importância de recorrer a Deus para orientar nossos pensamentos e ações.

Durante esse período, a nossa filial local da Igreja de Cristo, Cientista, abordou, nas leituras para as reuniões de testemunhos das quartas-feiras à noite, temas sobre os temores a respeito das condições climáticas. Uma história bíblica que achei particularmente reconfortante se encontra em 1 Reis, na qual Deus chama o profeta Elias para ficar em pé sobre o monte Horebe, onde Elias presencia uma exibição da violência da natureza: “…um grande e forte vento fendia os montes e despedaçava as penhas diante do Senhor, porém o Senhor não estava no vento; depois do vento, um terremoto, mas o Senhor não estava no terremoto; depois do terremoto, um fogo, mas o Senhor não estava no fogo;” e em seguida vem o trecho, “depois do fogo, um cicio tranquilo e suave” (19:11, 12).

Essa passagem foi uma enorme ajuda para mim. Deus não estava na turbulência, nem fazia parte dela, mas, em vez disso, ouvia-se “um cicio tranquilo e suave”.

A expressão atos de Deus é frequentemente usada em referência às condições e circunstâncias meteorológicas destrutivas, mas vem de um senso errôneo a respeito de Deus. Apesar das aparências em contrário, a natureza harmoniosa e solícita do Amor divino não causa nem permite que ocorram catástrofes destrutivas, que contradizem de maneira direta o relato espiritual da criação, conforme consta no primeiro capítulo do Gênesis: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom…” (1:31).

Com base no bem e na onipotência de Deus, Cristo Jesus exercia domínio sobre todo o mal que se apresentava sob toda e qualquer forma, incluindo violentas condições climáticas. Ele dava a Deus o crédito por ter esse domínio e encorajava seus seguidores a recorrerem ao Pai em busca de respostas sanadoras.

O furacão Dorian deu à minha família amplas oportunidades para fazer exatamente isso. No dia em que se esperava que o impacto do Dorian nos afetasse, como havia sido previsto, acordei antes do amanhecer ao som de alertas de tornado, do aplicativo meteorológico do meu telefone. Alertas como esse eram ouvidos por toda a nossa vizinhança, pois vários tornados haviam sido avistados em um raio de oito quilômetros da nossa casa. Essa é uma ocorrência comum no caso de furacões, que frequentemente produzem tornados que podem ser ainda mais destrutivos nas áreas onde aterrissam. 

Reconhecer a presença e o poder de Deus pode trazer proteção contra condições meteorológicas perigosas.

Quando as chamadas de emergência na televisão eram transmitidas, diziam a todos para entrarem imediatamente no seu “lugar seguro” — o lugar na casa que proporcionava o melhor abrigo possível contra ventos desastrosos, chuva e queda de objetos. Voltei-me para aquele lugar espiritual descrito no Salmo 91:1, 2: “O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente diz ao Senhor: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem confio”.

Desejando ver as coisas a partir de uma perspectiva espiritual, liguei o computador para assistir on-line à reunião de testemunhos transmitida pelA Igreja Mãe (A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, em Boston) e ouvi leituras inspiradoras da Bíblia e de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy. O tema era especificamente sobre os temores causados pelo clima turbulento.

Meu marido e eu ouvimos todas aquelas citações com muito amor, afirmamos sua relevância para aquele exato momento, e sentimos que nos vinha a paz e a calma do Cristo. Continuamos a orar durante cerca de vinte minutos. Depois, ouvimos as emissoras de televisão anunciar que todos os tornados haviam desaparecido do radar meteorológico. Embora o serviço de alerta tenha permanecido ligado até o final da tarde, não foi mais notificado nenhum tornado.

Essa foi uma ótima notícia e nos deu confiança para enfrentar o resto dos problemas do momento. A chuva continuou durante todo o dia, e nosso quintal ficou rapidamente inundado. Esperava-se que o Dorian atingisse a nossa área mais tarde, naquela noite.

As pessoas da nossa comunidade não foram obrigadas a evacuar a área, mas um dos nossos filhos pediu-nos para que fôssemos para a casa dele, por isso nós para lá nos dirigimos e ficamos todos juntos, com sua esposa e as três filhas pequenas. Continuava chovendo, mas nós reconhecíamos a presença de Deus e o Seu amor bem ali conosco. Mesmo depois que ficamos sem energia elétrica, nossos pensamentos continuaram sem medo e cheios de amor. Enquanto as crianças dormiam, permanecemos vigilantes, em oração durante toda a noite, que foi relativamente tranquila.

Quando amanheceu, vimos que tudo ainda estava em paz, e que não havia nenhuma evidência de destruição. Como não havia eletricidade, não podíamos ouvir as transmissões locais, mas meu marido e eu achamos que seria seguro voltar para a nossa própria casa. Enquanto fazíamos o percurso de cerca de vinte minutos, vimos que não havia nenhuma árvore caída e que nada fora arremessado para longe. O sol estava brilhando naquele belo dia. Quando chegamos, constatamos que a nossa energia estava ligada, e o noticiário da TV confirmou que a força do Dorian havia diminuído e ele estava passando pela nossa região, mas em alto mar, bem longe da costa.

O mais notável para mim foi nossa calma em meio ao caos que se esperava. Tal como Jesus naquele barco, há tanto tempo, nós também sentimos a presença do Cristo. Há poucos dias, nossa neta de quatro anos disse-me com um sorriso: “Mimi, você lembra aquela noite divertida que passamos no escuro?” Nós nos abraçamos e partilhamos uma feliz lembrança de sentir o amor de Deus a nos proteger. Que bênção é poder recordar uma experiência tão difícil dessa forma — como prova do Amor divino para conosco.

Também fiquei grata por saber que esse mesmo Amor estava com todos, incluindo aqueles em áreas onde o Dorian causou graves danos. Exatamente no ano anterior, o furacão Florence havia atingido nossa região, derrubando seis árvores muito grandes em nossa propriedade. No entanto, compreendemos que não fora Deus que havia causado os danos. Apesar da aparente devastação em toda a nossa cidade, sabíamos que as leis de harmonia de Deus estavam em vigor.

Naquela ocasião, mesmo antes de a companhia de seguros aparecer para avaliar os danos, grupos de voluntários chegaram de fora do estado e cheios de ânimo começaram a limpar os destroços na nossa cidade. Foi uma expressão do Amor divino. Logo conseguimos encontrar empreiteiros para levar a cabo a enorme tarefa de remover as árvores caídas e preencher as crateras que elas haviam deixado. O trabalho foi concluído em duas semanas, e nossa companhia de seguros enviou prontamente um cheque que cobria as despesas.

Não é preciso sentir-nos desamparados diante de problemas. Quando penso nas nossas experiências, fico impressionada por constatar o quão próximo está o nosso Deus Todo-Poderoso e como suas leis estão em ação, com todo o poder, para anular o medo e os sentimentos de vulnerabilidade, por mais assustadora que a situação possa se apresentar.

Assim como Deus não estava no terremoto, no vento, no fogo, nem na tempestade em alto mar, Ele não está em um furacão nem em qualquer outro evento violento. Quando voltamos nossa atenção a Ele, alcançamos pontos de vista espirituais mais elevados, e nessa mudança de consciência encontramos proteção e respostas sanadoras que abençoam a nós e às nossas comunidades.

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