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Original para a Internet

Para jovens

Como orei quando começou a quarentena

Da edição de outubro de 2020 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 13 de julho de 2020.


14 de março de 2020. O governo espanhol declarou estado de emergência: uma quarentena com uma série de regras muito rígidas. Todas as escolas, empresas e áreas públicas foram fechadas. Os cidadãos só podiam sair de casa para comprar comida ou medicamentos, e ninguém tinha permissão para percorrer mais de duzentos metros. Havia uma forte presença policial na cidade de Cádiz, onde moro, e se você fosse encontrado realizando atividades ao ar livre que não as permitidas, poderia receber uma multa de quinhentos a dois mil euros.

Em um dia normal de atividades e trabalho no sul da Espanha, como professora de inglês do ensino médio, eu costumo passar o dia inteiro fora do meu apartamento. Em uma tarde comum, eu estava acostumada a ver ruas cheias de gente, pátios movimentados e feiras ao ar livre, apinhadas de moradores locais fazendo suas compras diárias. Os dias por aqui começam devagar, mas vão até tarde da noite, os moradores se encontram com amigos, comem em cafés e caminham pela orla da praia depois do pôr do sol. Eu nunca vira uma rua fechada em Cádiz antes de março e, quando começou a quarentena, acabei ficando ansiosa e não conseguia me acostumar a ficar trancada em casa o dia todo. 

Havia muito medo. Minha colega de apartamento estava sempre atenta às notícias e me passava as estatísticas diárias de infecções e mortes. Outros colegas de trabalho, americanos, como eu, vieram me pedir conselhos sobre se deviam permanecer na Espanha ou voltar para os Estados Unidos. Logo, me dei conta de que estava me sentindo insegura e estressada pelo fato de que, se eu ficasse, não saberia quando poderia voltar ao meu país. O governo dos Estados Unidos publicou uma declaração dizendo que os cidadãos que não retornassem imediatamente não poderiam fazê-lo por tempo indeterminado. Eu não queria, porém, abandonar meu trabalho como professora (o qual eu terminara on-line), nem a cidade ou os amigos dos quais passara a gostar muito.

Desde pequena eu aprendera a me voltar a Deus em oração em busca de ajuda, orientação para superar problemas e para encontrar cura. Sempre fiz isso. Viajei pelo mundo e estive em muitos fusos horários, climas, culturas e países. Sempre encontrei conforto e apoio, graças à compreensão a respeito de Deus, a qual adquiri por meio da Ciência Cristã. Então, minha mãe sugeriu que eu ligasse para um Praticista da Ciência Cristã para pedir ajuda para lidar com o medo que eu estava sentindo, e o fiz com ansiedade. 

Naquela noite ao telefone, depois de eu explicar minha situação, o praticista lembrou-me de alguns fatos básicos que eu aprendera na Escola Dominical da Ciência Cristã: cada um de nós está sempre envolto pelo amor todo-poderoso e protetor de Deus. Nenhuma doença, fato ou número poderiam mudar a verdade de que sou eternamente um com Deus. A lei de Deus — a lei do bem, da harmonia e da saúde — é a verdadeira lei que me governa.

Compreender que nada podia interpor-se entre Deus e um de Seus filhos, independentemente da localização ou situação, me libertou do medo. Senti-me segura na compreensão de que, mesmo estando geograficamente longe da minha família, eu nunca estava verdadeiramente sozinha, porque, como filha de Deus, nunca estou separada do Amor divino, que é a minha Vida. Pude dormir sentindo-me em paz, livre de qualquer preocupação.

Posso dizer com alegria que, nos dois meses em que fiquei em quarentena, esses sentimentos de medo e dúvida não retornaram. Até mesmo quando amigos preocupados, da minha cidade natal, perguntavam se eu estava com medo de ficar, ou se me sentia presa ou sozinha, eu permanecia em paz. Sei que isso era porque, naquele momento dramático, eu estava completamente disposta a sacrificar o que os cinco sentidos físicos estavam me dizendo sobre a situação, e trocar essa informação pelo que Deus, a Verdade, estava me dizendo. O que a Verdade estava me dizendo era que nenhuma doença, nenhum surto, nenhum lugar perigoso podia me separar de Deus. Eu estava segura nos amorosos braços de Deus, protegida e cuidada. Então o medo se dissolveu.

Esse maravilhoso sentimento de paz ajudou até minha colega de apartamento, que não precisou de muito esforço para deixar de obsessivamente verificar as notícias e os números. Isso trouxe leveza permanente à nossa casa.

Meu maior aprendizado, nessa cura, foi o reconhecimento de que minha segurança não vem de um local físico chamado lar, mas de Deus. Eu oro com frequência com este salmo, na Bíblia, o qual diz: “Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também; se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares, ainda lá me haverá de guiar a tua mão, e a tua destra me susterá” (Salmos 139:7–10). Levo sempre comigo essa ideia específica de Deus como meu lar e refúgio. Agora tenho ainda mais certeza de que estou sempre em casa, em Deus, a todo momento e em qualquer situação.

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