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Original para a Internet

‘Perdoa-nos as nossas dívidas’

Da edição de janeiro de 2022 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 12 de agosto de 2021


Eu estava mergulhado em uma dívida de dezenas de milhares de dólares por um financiamento estudantil, e acreditava que nunca conseguiria saldá-la. Então, certo dia, há não muito tempo, fiquei livre dessa dívida. Foi golpe de sorte? Resultado de algum acontecimento místico? Com certeza não! Em realidade, foi fruto de oração e crescimento espiritual. Eu gostaria de contar como aconteceu. 

Durante um período, eu havia orado sobre a questão das dívidas por financiamentos estudantis, não apenas por mim, mas também por todos os milhões de estudantes em meu país, os Estados Unidos, e em todo o mundo, que estão assoberbados por essa questão. No momento, a dívida total por financiamento estudantil, nos Estados Unidos, soma mais de 1,5 trilhão de dólares. Essa questão foi até pauta das promessas de campanha nas eleições presidenciais de 2020, nos Estados Unidos, com propostas ambiciosas de cancelar a maior parte ou a totalidade dessas dívidas. Outros já não têm a certeza de que essas ideias sejam viáveis ou práticas, mesmo assim, muitos concordam em que há inúmeras pessoas que precisam encontrar algum alívio. 

Independentemente de mudanças políticas, eu aprendi que para essa crise existem soluções que têm sua raiz em Deus. Em realidade, tenho a certeza de que a verdadeira resposta tem de vir da Mente divina, Deus, pela iluminação da consciência humana. O perdão das dívidas não é apenas uma questão política. É uma questão espiritual. Está relacionada à confiança que depositamos em Deus. E aprendi, com minha própria experiência, que confiar em Deus é algo prático; é essa confiança que atende a todas as nossas necessidades.

Como é essa confiança? Acho que o primeiro passo é simplesmente reconhecer que precisamos compreender espiritualmente o que significa o perdão das dívidas. Quando Jesus incluiu na Oração do Senhor a frase: “…e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores…” (Mateus 6:12), não acho que ele estivesse falando apenas de dinheiro. Acredito que ele estava se referindo aos conceitos de dívida e perdão, de maneira mais profunda. Muitos cristãos que repetem a Oração do Senhor usam uma tradução diferente da versão de João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada, e leem o termo “ofensas” em vez de “dívidas” e “aqueles que nos ofenderam” em vez de “nossos devedores”, aludindo a um significado mais amplo de perdão. 

É claro que a oração de Jesus poderia incluir o perdão de dívidas financeiras. Mas mesmo quando a dívida financeira é o foco da oração de alguém, provavelmente também há questões problemáticas que pesam no coração e que precisam ser perdoadas. Quando cometemos erros, por exemplo, queremos encontrar perdão na misericórdia e no amor que Deus tem por nós — um amor que, quando sentido e reconhecido, nos transforma espiritualmente de tal maneira que nem mesmo precisamos mais ser perdoados, porque deixamos de repetir os mesmos erros. Passamos a viver mais de acordo com a nossa verdadeira natureza espiritual como filhos de Deus, eternamente inocentes. Quando oramos por perdão, incluindo até mesmo o perdão de dívidas financeiras, devemos estar dispostos a reconhecer o amor de Deus por nós dessa maneira profunda, assim como devemos querer expressar esse amor para com os outros. Esse significado mais profundo está no cerne da oração de Jesus.

No livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy nos dá o significado espiritual da Oração do Senhor. A frase: “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nosso devedores”, é espiritualmente interpretada como: “E o Amor se reflete em amor” (p. 17). 

Orar de acordo com esse significado requer dedicação! Não se trata de simplesmente pedir a Deus que nos perdoe; significa que somos chamados a crescer espiritualmente, para que conheçamos de fato o amor de Deus e expressemos esse amor em nossa vida. O amor de Deus é infinito e todo-abrangente. Quando crescemos nesse amor, somos verdadeiramente ricos e expressamos mais a infinita abundância de Deus em nossa vida. E essa abundância de amor pode ser demonstrada de maneira prática na questão das dívidas.

Como mencionei anteriormente, vi-me recentemente com recursos para quitar o financiamento estudantil. Contudo, isso somente aconteceu quando cedi por completo ao amor de Deus e tive a certeza de que podia contar diariamente com a lei da abundância que está à disposição de cada um de nós. 

Terminei a faculdade há mais ou menos dez anos, com uma enorme dívida pelo financiamento estudantil. Estava muito grato pelo ensino que recebera e, no início, sentia-me tranquilo com a dívida que decidira assumir. Mas poucos anos após a formatura, parecia que a dívida acabaria prejudicando o futuro financeiro da minha família. 

Orei a Deus de todo coração, em busca de orientação de modo geral, pois eu sabia que Deus é “…o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações” (Salmos 46:1). A resposta que recebi em oração foi que, se eu consagrasse totalmente minha vida a serviço de Deus, da maneira que Deus determinasse, minhas dívidas seriam pagas. 

Quando crescemos no amor de Deus, expressamos mais a infinita abundância de Deus em nossa vida.

Essa foi uma mensagem que exigiu humildade de minha parte, pois sabia que talvez fosse necessário sacrificar a carreira que eu havia imaginado para mim mesmo — a razão inicial pela qual decidira entrar na faculdade. Ao ceder a Deus, a Mente infinita que tudo sabe, eu fui de fato guiado em uma direção completamente diferente. 

Para seguir essa nova carreira, tive de voltar à universidade uma segunda vez e obter outro diploma. Fazer isso significou deixar meu emprego de tempo integral (embora continuasse a trabalhar em meio período), sendo que minha esposa e eu tínhamos agora um filho pequeno. À primeira vista, essa pareceria uma escolha financeira irresponsável. Mas, entre bolsas de estudo, subsídios, regalias e meu salário de meio período, a renda mensal líquida acabou tendo um leve aumento. E ainda consegui obter meu segundo diploma sem incorrer em nenhum centavo de dívida a mais além da que já tinha.

Quando comecei esse segundo curso de graduação, apareceram algumas opções para poder finalmente quitar meu financiamento estudantil. Mas, em resumo, nenhuma das opções se mostrou viável. Por um momento, fui tentado a me sentir frustrado e irritado. 

Foi nesse momento que precisei aprender um pouco mais sobre o que realmente significava, para meu Pai-Mãe celestial, quitar minhas dívidas. O que mais importava para Ele não eram minhas perspectivas financeiras. O que realmente contava era “pagar minha dívida” para com Deus. O que isso queria dizer? Todos temos uma dívida de gratidão para com Deus, a Vida, a Verdade e o Amor divinos, pelo dom que é nossa vida e por todas as bênçãos e graças que Ele concede a cada um de nós. Pagamos nossa dívida a Deus servindo-O e amando-O de todo o nosso coração, alma e mente, como Cristo Jesus nos instruiu a fazer. 

Ciência e Saúde explica: “A Alma tem recursos infinitos para abençoar a humanidade, e seria mais fácil alcançar a felicidade e conservá-la em nosso poder, se a buscássemos na Alma” (p. 60). Refleti muito a respeito dessa felicidade que nos é prometida. Finalmente percebi que poderia parar de me preocupar com a dívida do financiamento e começar a me concentrar em “pagar minha dívida” para com meu Criador. Decidi que, mesmo que a dívida estudantil me acompanhasse pelo resto da vida, eu encontraria felicidade e paz na Alma, Deus. Eu sabia que estava seguindo os passos de Jesus ao confiar em Deus e, ao fazer isso, senti esperança e liberdade espiritual.

Logo depois, minha esposa e eu colocamos nossa casa à venda; estávamos nos preparando para nos mudar, pois eu me apresentaria para meu primeiro posto como capelão militar da Ciência Cristã, em outro estado. Ficamos surpresos ao descobrir o valor que conseguimos pela casa, depois de morar ali por apenas alguns anos. A casa precisara de manutenção constante e fora preciso investir significativamente em reparos. 

Para nossa satisfação, a casa foi vendida por um valor bem maior do que havíamos pedido. Saímos com fundos suficientes para pagar todos os empréstimos estudantis, bem como o saldo do cartão de crédito. Também pudemos dar a entrada em uma nova casa para a família, na cidade para a qual nos mudamos, e ainda sobrou um pouco para guardar. Verdadeiramente, foi uma história de humildade em que conseguimos a redenção financeira para mim e minha família.

Por mais grato que eu esteja por esses ajustes financeiros, sei que, de uma maneira ou de outra, sempre continuarei a pagar minha dívida para com Deus. Sei que vou passar a eternidade me aproximando de nosso Pai divino e aprendendo mais sobre Ele como a Mente infinita. Mas cada passo ao longo do caminho traz novas percepções a respeito das divinas riquezas de Deus. Essas riquezas não são materiais, não são feitas de dólares e centavos; elas são a abundância espiritual do bem divino, o amor, a paz e a liberdade. Essas riquezas divinas estão sempre à disposição para atender às nossas necessidades e nos ajudar a compreender cada vez mais a graça infinita de Deus.

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