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Original para a Internet

Acabar com a mentalidade de “tenho de consertar tudo”

Da edição de dezembro de 2022 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 15 de setembro de 2022.


Desde criança, sempre quis resolver problemas, melhorar as coisas e manter em segurança aqueles a quem amo. Por ter sido criada na Ciência Cristã, aprendi desde cedo que, quando as coisas davam errado, eu podia sempre recorrer a Deus e orar em busca de ajuda. E eu sentia o conforto e a cura que vêm quando confiamos em Deus. Mas muitas vezes o pensamento era: “Ótimo! Posso contar com Deus para me ajudar a consertar as coisas.”

O problema era que, por mais que eu quisesse dar um jeito nas coisas, honestamente, para mim os problemas pareciam maiores do que Deus, e eu achava que precisava me esforçar e consertar tudo sozinha. À medida que fui crescendo, constatei que, embora conseguisse ver o bem de Deus, meus esforços para “usar” a Deus para me ajudar a resolver problemas não estavam dando muito certo.

Com meus humildes momentos de oração e minhas exaustivas e fúteis tentativas de fazer uma ginástica mental para consertar as coisas, percebi que eu estava presa a vários conceitos errôneos. Por fim, cheguei às seguintes conclusões:

Deus não está se apoiando em nós para consertar um mundo cheio de problemas

Pensar a partir do pressuposto de que Deus precisa de nós para restaurar um mundo fragmentado é transformar o ego humano em uma divindade e colocar-se acima de Deus. É fato que Deus precisa que todas as pessoas O expressem completamente. E que cada um de nós é parte essencial do reino de Deus. Mas não podemos achar que fomos de alguma maneira contratados por Ele para ser um assíduo mecânico para continuamente consertar um punhado de pessoas quebrantadas ou para transformar um mundo de guerras, fome, pobreza, desigualdade, enfermidades, doenças mentais, em um mundo de paz, suprimento, igualdade e saúde. Isso significaria que nos vemos como um intermediário para que a obra de Deus se realize. Mas Deus é Tudo-em-tudo. Deus é o Criador. Como disse Jesus: “…o Pai… faz as suas obras” (João 14:10).

Em vez de Deus, o Amor divino, exigir que façamos as coisas certas, a necessidade é sempre que despertemos para a realidade de que a obra de Deus já está feita. À medida que compreendemos, expressamos e glorificamos a Deus, as coisas se ajustam e a harmonia que já existe e sempre existiu fica mais aparente. Isso exige esforço, mas esse esforço não significa exercer controle humano. Tem a ver com o falso senso de identidade humana controladora, que cede à verdade de nossa identidade espiritual, e ocupa seu lugar correto sob o eterno governo de Deus.

A ideia de Deus (o que somos) e a mente humana não são a mesma coisa.

A Ciência Cristã não é uma ferramenta que usamos para transformar em algo melhor uma mente ou identidade humana limitada. A Ciência Cristã tem a ver com perceber que exatamente ali onde a mente humana limitada parece estar controlando a entrada de mais ou menos luz e Verdade em um determinado dia, exatamente ali realmente existe a plena capacidade e consciência da verdadeira identidade do homem, mantida e perfeitamente governada por Deus. E estarmos conscientes desse fato permite que aquilo que aparenta ser a mente humana variável e seus resultados ilusórios desapareça, e a plena verdade do homem, cada um de nós como ideia criada por Deus, fique aparente.

Durante muito tempo acreditei que, embora eu fosse essencialmente espiritual, de alguma maneira Deus estava trabalhando com o que Ele e eu víamos como um humano imperfeito. Eu achava que (com bastante trabalho!) me tornaria espiritual. E, quando meu progresso se mostrou frustrantemente lento, achei que a culpa era minha.

Então, um praticista da Ciência Cristã me ajudou a ver que o homem, a ideia espiritual de Deus, é quem já sou, não quem virei a ser. Ele me indicou referências sobre essa ideia em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, a principal obra de Mary Baker Eddy, a Descobridora da Ciência Cristã, a qual apresentou a verdadeira visão do que é o homem de Deus. Essas afirmações incluíam: “Na Ciência divina, o homem é a imagem fiel de Deus” (p. 259), “Homem: A ideia espiritual de Deus, individual, perfeita, eterna” (p. 115), e “O homem é ideia, a imagem, do Amor; ele não é físico. Ele é a ideia de Deus, ideia composta que inclui todas as ideias corretas; o termo genérico para tudo o que reflete a imagem e a semelhança de Deus; …” (p. 475).

Entendi que a percepção de que Deus possa estar frustrado e de que o homem seja um ser humano de compreensão frustrantemente lenta, que estava no processo de tornar-se espiritual, não tinha origem nos ensinamentos da Ciência Cristã e, portanto, não tinha origem em sua Descobridora! Essa sugestão tinha origem na mente mortal, que parece obscurecer nossa espiritualidade e nossa relação com Deus. Os ensinamentos da Ciência Cristã sempre foram de que Deus vê no homem uma criação boa e perfeita. Deus nunca tenta transformar um ser humano, incompleto e imperfeito, em algo completo.

A Sra. Eddy identifica a base profundamente cristã da Ciência Cristã, quando escreve: “Jesus reconhecia na Ciência o homem perfeito, que lhe era visível ali mesmo onde os mortais veem o homem mortal e pecador. Nesse homem perfeito o Salvador via a própria semelhança de Deus, e esse modo correto de ver o homem curava os doentes” (Ciência e Saúde, pp. 476–477). Na proporção em que a visão de Deus é revelada como sendo nossa visão, libertamos a nós mesmos e ao nosso próximo das falsas impressões que pretenderiam obscurecer os fatos presentes a respeito de nossa plena capacidade e liberdade.

A oração na Ciência Cristã não é como um videogame que jogamos e nos esforçamos para “passar para a próxima fase” e ganhar alguns pontos espirituais, de modo que Deus possa regozijar-se porque finalmente conseguimos compreender e agora pode nos recompensar com espiritualidade. Deus não vê nenhum mortal retrocedendo ou avançando, nem tentando se reerguer sozinho pelos próprios limitados meios, inteligência e suprimento. Deus vê a cada um de nós como Sua ideia perfeita, obediente e espiritualmente forte. Isso é o que Deus vê e sempre verá.

A Mente divina é a única fonte do homem

A sociedade está muito focada em aprender a confiar na chamada mente, identidade ou personalidade humana para conseguir êxito e bem-estar. Mas essa é a mente mortal, tentando nos distrair do fato de que, como ideia de Deus, já somos completos, inteiros, firmes e dependentes somente de Deus para tudo o que temos e somos. Como Deus já criou e deu Seu reino ao homem, o homem não deve nem pode reconstruí-lo. Ciência e Saúde traz a seguinte afirmação, que ajuda a destruir a falsa alegação da mente humana de ser capaz de fazer isso: “Aqueles que estão instruídos na Ciência Cristã alcançaram a gloriosa percepção de que Deus é o único autor do homem” (p. 29).

A alegação errônea da mente mortal, de que a humanidade seja sua própria autora e criadora, é uma mentira a respeito da fonte do nosso bem-estar. A Mente, Deus, é nossa razão de existir, portanto, nosso bem-estar eterno e sempre presente depende de Deus, o Amor divino, não de uma mente ou identidade humana. O homem como ideia de Deus é real e substancial, e o falso conceito de uma mente humana é sua falsificação. Nossa segurança, confiança, proteção e êxito não dependem de uma identidade separada de Deus, o bem. Deus não nos empregou para criar uma vida perfeita. Deus expressa em cada um de nós a perfeita Vida divina e nos dá a capacidade de reconhecer o que Ele já criou.

A Ciência Cristã não consiste em seres humanos bem-intencionados, que estão desenvolvendo percepção espiritual e habilidades pessoais para consertar o mundo. A Ciência Cristã consiste em compreender que Deus concedeu ao homem capacidade para discernir o presente reino dos céus, a saúde e a harmonia que Deus deu e dá a todos. Como lemos em Ciência e Saúde: “O homem não é feito para lavrar a terra” (pp. 517–518). Para mim, essa afirmação quer dizer que Deus não nos criou para fazermos uso do esforço humano, nem mesmo da oração, para arregaçar as mangas e limpar toda a bagunça.

Somos ideias de Deus vivendo no universo da harmonia de Deus. Somos completamente capazes de reconhecer essa verdade e rejeitar o pensamento errôneo que pretenderia obscurecer esse fato eterno. Você é e sempre foi a ideia amada e amorosa de Deus, e não existe outra mente capaz de convencê-lo do contrário.

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