Especula-se muito nos dias de hoje a respeito da recuperação dos países depois desta pandemia. Há várias teorias quanto à possibilidade de pequenas empresas com pouco capital serem capazes de recomeçar — ou não. São inúmeros os cenários que preveem o crescimento de empresas bem capitalizadas.
A Bíblia revela que a base mais segura e firme sobre a qual construir uma economia sólida é compreender a natureza de Deus. Nela encontramos relatos sobre pessoas que depositaram confiança em Deus e tiveram vida bem-sucedida e realizada, e abençoaram abundantemente a muitos outros. Abraão, Moisés, José e Elias deram exemplo de fé e confiança no Deus que provê todo o bem para Sua amada criação. Cristo Jesus, o supremo demonstrador da lei divina do bem infinito, deu provas de que Deus, o Amor divino, atende a toda necessidade humana. Em duas ocasiões alimentou milhares de pessoas com poucos pães e peixes, que se multiplicaram ao serem compartilhados (ver Mateus 15:13–21 e João 6:1–13).
No cenário atual as economias baseiam-se na gestão e regulação da moeda. Os sistemas de trabalho, os recursos materiais e as condições do mercado são os fatores decisivos. Em contraposição, os exemplos bíblicos de provisão abundante apoiavam-se na fé em Deus, o Espírito, para suprir todas as necessidades. Os filhos de Israel foram sustentados por Deus no deserto, e durante quarenta anos “…nada lhes faltou; as suas vestes não envelheceram, e os seus pés não se incharam” (Neemias 9:21).
Em todos os exemplos relatados nas Escrituras, que mostram como Deus preservou Seus filhos, os registros de abundância e prosperidade não são só para alguns, e pobreza e privação para outros. Todos foram igualmente abençoados por meio da compreensão da lei divina de amor, a qual controla tanto o pensamento como a ação.
A Ciência Cristã ensina que a correta compreensão de Deus revela que o Espírito é a única substância. Essa substância, sendo espiritual, é boa e onipresente. Não é controlada pela vontade ou esforço humanos; pelo contrário, a experiência humana é moldada pelo divino por meio da compreensão do que é Deus, o Espírito.
Em 1899, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy, referiu-se ao imperialismo e ao monopólio como algo ameaçador (ver The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany [A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Outros Textos], p. 129). Um poder centralizado para explorar recursos, controlar mercados, a distribuição de bens e do trabalho — que leva ao acúmulo de vastas riquezas por parte de poucos e privação por parte de outros — não está de acordo com a lei divina da igualdade indicada na Bíblia. Paulo escreveu: “Porque não é para que os outros tenham alívio, e vós, sobrecarga; mas para que haja igualdade, suprindo a vossa abundância, no presente, a falta daqueles, de modo que a abundância daqueles venha a suprir a vossa falta, e, assim, haja igualdade…” (2 Coríntios 8:13,14).
Jesus mostrou que confiar em Deus, para nos revelar a natureza divina na plenitude do bem que Ele outorga, resulta na manifestação da suficiência em nosso dia a dia. Jesus não se apoiava na lei material, nem orava a um Deus antropomorfo. Ele rejeitou os indícios dos sentidos físicos como fator de influência. No entanto, apoiou-se inteiramente no que compreendia ser o legado de seu Pai, que comprovava a realidade da eterna presença de Deus, o bem.
A Ciência Cristã ensina que Deus é o bem infinito e que Ele não conhece o mal. A infinitude de Deus elimina a influência de um suposto poder constituído de condições materiais discordantes, preconceituosas, atraentes ou distorcidas. A lei de Deus, que expressa o Princípio divino, governa, controla e apoia a criação de Deus com infalível orientação, perfeita justiça e imutável harmonia. Anula opiniões, leis materiais e a vontade humana. O Princípio divino é imparcial, inabalável, a causa única. Assim compreendida, a economia, ou a gestão dos assuntos humanos, é exercida com o apoio da oração, no espaço espiritual da harmonia — a jurisdição e regulação da lei espiritual de Deus, a qual controla toda ação. Quando essa lei é discernida espiritualmente, manifesta-se de maneira que podemos compreendê-la em nossa experiência no momento presente.
A lei de Deus é também a aplicação da moralidade. Regula os atos que eliminam o conflito, a exploração, a competição desigual, a crença em superioridade etc. Quando moldada com base no divino, a lei humana torna-se um poder para o bem.
A crença de que a economia de um país seja humanamente controlada e regulada é uma aliada fundamental da vontade humana. A voluntariosa determinação de como as coisas devem funcionar ou ser resolvidas é em essência, o desejo de alguém, de impor sobre os outros suas próprias crenças, vontades e planos. É o que a Bíblia chama de “o pendor da carne” (Romanos 8:7), que influencia e julga as pessoas materialmente — seus motivos, aspirações e capacidades. É uma forma de retidão pessoal que acredita que uma pessoalidade própria sabe o que é melhor.
A verdadeira sabedoria reconhece que a Mente divina, Deus, é o único e verdadeiro “Eu” ou Ego, e que somente essa Mente guia e controla o pensamento, ou seja, a ação. A fé e a confiança em Deus, como Aquele que concede somente o bem, amplia nossa percepção sobre a verdadeira economia e revela a substância do Espírito, manifestada e testemunhada por toda a criação de Deus.
Jesus ensinou: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas…. Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos?… buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6:24, 31, 33).
O reino de Deus é uma ideia infinita, sempre presente, que inclui tudo. Ao reconhecer esse fato, ficamos conscientes de uma economia baseada, não em preocupações pecuniárias, em esperanças e desejos de uns poucos, mas apoiada na benevolência de Deus, na atuação da lei divina do Amor, que é o reino da harmonia na terra e inclui a todos.
Muitas vezes comprovei esses fatos em minha vida. Há alguns anos, minha esposa e eu precisávamos mudar de casa, e passamos muitos meses procurando um lugar adequado. Nossas orações foram atendidas quando nos indicaram uma casa ideal em outra província da África do Sul. Viajamos para ver a casa e assinamos uma proposta de compra. O preço era bem mais alto do que o que receberíamos da venda da casa em que morávamos.
No carro, na viagem de volta, ouvimos a notícia de um enorme colapso nos bancos nos Estados Unidos e que a economia mundial estava sob ameaça. Esse foi o começo da crise financeira global de 2008.
Em vez de pensar que havíamos cometido um engano ao comprar a casa, continuamos a afirmar, apoiados na oração, que Deus, a Mente divina, estava no controle e era a fonte de nosso suprimento. Como desdobramento da lei de Deus para nós, compreendemos que essa nova casa não estava relacionada a eventos e condições materiais. Depois de comprar a casa, fazer uma pequena reforma e nos mudar, constatamos que tínhamos em nossa poupança um saldo maior do que anteriormente. Apesar de não conseguir uma explicação lógica para esse fato, reconheci que era uma prova da provisão de Deus. Esta promessa dos Salmos sintetiza a economia divina como sendo permanente em nossa vida: “…a bondade de Deus dura para sempre” (52:1).
