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Original para a Internet

A quietude que faz toda a diferença

Da edição de outubro de 2023 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 6 de julho de 2023.


Neste podcast do Sentinel Watch, adaptado para impressão, David Brown fala com John Biggs, praticista da Ciência Cristã, da cidade de Maryland Heights, Missouri, Estados Unidos. Para ouvir o podcast em inglês, acesse jsh.christianscience.com/stillness.


David: O que é quietude? Quando falamos de quietude, sempre me vem à mente a palavra paz. Essa é a palavra que sempre me ocorre. E para você, o que lhe vem à mente?

John: Quietude pode parecer uma palavra muito difícil de ser entendida. Para mim, às vezes a paz parece tão inalcançável! Mas o que realmente me ajudou a pensar em quietude como algo mais acessível foi pensar no que os atletas consideram estar realmente de corpo e alma “concentrados”.

Gosto da ideia da quietude de um surfista, quando está surfando bem embaixo de uma enorme onda, ou da tranquilidade do alpinista que está procurando a rota perfeita, ou do esquiador que desliza pelas altas encostas das montanhas cobertas de neve. Há tanta atividade acontecendo ao redor, mas estar “concentrado” significa não só estar focado no que faz, mas é também estar bem ciente de tudo o que acontece ao redor. Estar “concentrado” significa que você está tranquilo, está focado, e está ciente do que acontece. É estar totalmente presente, e isso permite que você seja ágil e flexível.

Recentemente, essa ideia foi realmente útil para mim na questão da quietude, levando em conta que minha casa costuma estar cheia de emoção e aventura, porque tenho um filho pequeno! Por isso, muitas vezes pode ser difícil encontrar quietude, mas temos de ser capazes de nos aquietarmos, independentemente das circunstâncias. 

Vamos mergulhar um pouco mais fundo agora, porque acho que há tantas distrações, hoje em dia — coisas que tentam chamar nossa atenção, dizendo corra, corra! Mas a quietude que você descreveu não significa inatividade. Como você disse, quietude é estar “concentrado”. Por que buscar isso? Por que a quietude é tão importante?

Estou lendo um livro de Thomas Friedman intitulado: “Obrigado pelo atraso: um guia otimista para vencer na era da velocidade”, no qual ele tenta explicar por que tantas pessoas estão se sentindo tão presas a atividades e a um caos aparentemente inexplicável. Ele diz que há um descompasso entre o ritmo acelerado das mudanças no mundo e nossa capacidade de tirar o máximo proveito dessas mudanças.

Por essa razão estamos sempre nos sentindo tão presos a coisas que não compreendemos. O livro traz centenas de páginas falando sobre tentar resolver esse problema, esse caos que parece estar ao nosso redor. É muito importante resolver isso para nossa saúde, assim como é muito importante para nosso senso de propósito e autoestima sentir que somos capazes de conhecer a nós mesmos, de permanecer tranquilos, bem no meio do que parece ser uma tempestade. 

Ao longo de toda a Bíblia, vemos esta instrução básica: “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus…” (Salmos 46:10). A Bíblia é muito importante para mim, e gosto de fazer o possível para aquietar-me e seguir os ensinamentos ali transmitidos. A Bíblia nos ajuda a compreender que tem de ser possível aquietar-se, e encontrar essa quietude independentemente das circunstâncias ao nosso redor. 

Essa ideia de quietude me ajudou no verão passado. Eu estava correndo e brincando ruidosamente com meu filho no quintal de casa, quando pisei em um buraco de toupeira, ou algo parecido, e caí com força no chão, com o pé preso no buraco. Naquele momento, senti e ouvi um estalo no tornozelo. Eu já havia praticado muitos esportes e sabia que isso não era nada bom. Eu mal conseguia andar.

Como Cientista Cristão de longa data, estou bastante acostumado a considerar a cura um fato normal em minha vida, e praticamente gritei: “Está tudo bem, eu estou bem! Posso ter uma cura agora mesmo”. Mas como doía! Eu estava pensando no que deveria fazer, quando meu filho percebeu que eu estava angustiado e disse: “Papai, por que você não vem aqui sentar-se debaixo da árvore?” Eu disse: “OK”. E aconteceu uma coisa interessante. Eu sentia tanta dor que não sabia o que fazer. Foi então que compreendi que talvez eu não devesse “fazer” algo a respeito, mas simplesmente “ouvir” o que devia ser feito.

Naquele momento, a única coisa que conseguia pensar era: eu sei que Deus está aqui. Eu sei que Deus está exatamente aqui e que posso optar por repousar em Deus. Isso foi muito interessante porque eu não estava tentando fazer a dor desaparecer. Não estava tentando fazer nada. Sabia que Deus estava exatamente ali e que eu podia decidir o que fazer com meus pensamentos. E isso era praticamente a única coisa que eu podia fazer. Fiquei tão absorto nisso! Fiquei tão quieto!

Cerca de dez minutos depois, ouvi meu filho chamar do barranco de baixo: “Papai, encontrei alguns rastros de guaxinim. Podemos rastreá-los?” Eu disse: “Sim, claro”. Levantei-me de um salto e comecei a descer a ravina, sem nenhum sinal de dor e sem mancar. Eu nem sequer me lembrei do tombo, até chegar ao meio do barranco: “Bem, aqui estou. É melhor continuar me sujando de lama!” Eu não saberia dizer quando foi que a dor cessou, mas para mim é realmente um exemplo incrível de simplesmente admitir meu direito de escolher como me conduzir — não por meio de auto hipnose, nem tentando fazer algo acontecer graças às minhas orações espertas. 

Para mim, isso é o que significa aquietar-se, admitir que somos capazes de escolher como agir e como pensar em qualquer momento, em qualquer circunstância. 

Linda experiência. Mas o que estou tentando compreender — e acho que muitos ouvintes provavelmente estão se fazendo a mesma pergunta — é: que papel teve o esforço consciente de permanecer calmo, nessa experiência de cura?

Eu constatei, um pouco mais tarde, que o esforço consciente de permanecer calmo foi um fator importante nessa experiência. Conversava com amigos que são professores de física em universidades próximas. Eu desejava obter deles uma compreensão melhor do que é a “segunda lei da termodinâmica”, o que é a entropia. Não vou me alongar nesse tema. Mas basicamente o que eles disseram, de acordo com uma visão material do universo, é que essa é uma lei fundamental da física, a qual basicamente afirma que as coisas tendem à desordem.

Nós temos o acaso e a desordem — não necessariamente a desordem no sentido moral, mas apenas estados desordenados. Por isso, quebrar um vaso é muito mais fácil do que consertá-lo. Nessa mesma linha de pensamento, fraturar o tornozelo, torcê-lo ou machucá-lo, é muito mais fácil do que ajustá-lo, de acordo com o senso material das coisas.

Por isso, em minha quietude mentalmente ativa, naquela experiência de cura, eu estava conscientemente me recusando a admitir que a desordem fosse natural, mas sim, estava lançando todo o peso mental do lado da ordem, do lado do Princípio, que é um sinônimo de Deus, conforme eu havia aprendido no estudo da Ciência Cristã.

É maravilhoso o fato de que Deus não é um ser poderoso, sentado em algum lugar. Deus é o Princípio do universo, e esse Princípio é o Amor e a Vida, como diz a Bíblia, e Ele não admite nenhuma desordem.

Talvez pareça difícil entender isso na prática. Mas eu me animo com a parábola de Cristo Jesus, na qual ele chama a atenção para a importância de ser “fiel no pouco” (Mateus 25:23). Ser fiel nas pequenas coisas, ser fiel no dia a dia. Continuando a ser fiéis nas pequenas coisas, cada vez mais descobrimos que temos domínio sobre muitas coisas. Somos inteiramente senhores da nossa vida. Nesse caso que contei, tratou-se apenas de meu tornozelo, mas foi um exemplo claro de como é poderoso lançar conscientemente todo o peso mental do lado da Verdade, admitindo que o Princípio é a lei da vida, e a desordem não é uma lei.

Estou impressionado com a forma como você chegou a essa ideia de quietude. Agora posso imaginar um amigo que talvez não seja estudante da Ciência Cristã, dando um tapinha em meu ombro e dizendo: “Ei, David, pergunta para o John: ‘Como isso é diferente de, digamos, convencer-se psicologicamente a não sentir a dor?’ ”

O que posso dizer é que eu não estava tentando fazer a dor desaparecer. Não diria que eu suportei a dor, mas posso dizer que me recusei a aceitar que ela fosse o centro da minha vida. Parei de me perguntar o que fazer com um tornozelo gravemente machucado. Também parei de me preocupar com a dor. Não era força de vontade, meramente, porque a força de vontade ainda é uma enorme quantidade de atividade humana, é uma enorme quantidade de energia, o que, convenhamos, não é algo sustentável. Digo força de vontade no sentido de se esforçar muito, muito mesmo e, no fim, desistir. 

Mas, no meu caso, o que eu pude admitir foi que Deus estava presente ali; pelo fato fundamental de que Deus estava presente, eu podia escolher o que pensar. E isso foi literalmente a única coisa que pensei naqueles dez minutos. Foi como se eu estivesse sendo alimentado.

 Na Bíblia, lemos a história dos filhos de Israel que são alimentados com maná todos os dias e recebem tudo o que necessitam. Temos também a Oração do Senhor, na qual Jesus nos ensinou a orar assim: “o pão nosso de cada dia dá-nos hoje…” (Mateus 6:11). Durante aquele momento de oração, senti como se estivesse sendo alimentado com a ideia de Deus estar ali comigo, e não havia mais nada em que eu pudesse pensar. Poderíamos dizer que, naquele momento, eu cedi. É como quando ando de skate, longboard, descendo velozmente uma longa ladeira, eu só tenho de estar concentrado e atento a cada momento.

Eu ando de moto e entendo o que você está dizendo, porque sempre existe a necessidade de se concentrar, em todos os momentos. Essa concentração é a mais completa quietude. Mas eu quero voltar a algo que você estava dizendo há alguns minutos. Você dizia que era importante para você, e parece ser um tema importante na Bíblia, aquilo que Jesus disse: “Acalma-te, emudece!”

Essa frase está no Evangelho de Marcos, o qual relata a história de Jesus e seus discípulos em um barco (ver capítulo 4, versículos 35–41). Um grande temporal de vento se levanta e está arremessando as ondas contra o barco, que já está se enchendo de água. Os discípulos, desesperados, encontram Jesus dormindo na popa. Então, ele, despertando, repreende o vento e diz ao mar: “Acalma-te, emudece!” Essa ideia de quietude não é simplesmente um desejo de paz. É um imperativo. É um comando. É uma espécie de declaração de independência de todas aquelas leis sobre as quais você estava falando, a entropia, ou seja, algo que mede a quantidade de desordem dentro de um sistema em que as coisas estão desmoronando.

Eu amo essa história da Bíblia e a tenho aqui na minha frente, agora. Se você pensar em todo o contexto, ela parece até um pouco engraçada. O que quero dizer é que aqueles pequenos barcos de pesca não são como um iate de luxo. Assim sendo, para começar é impressionante Jesus ter conseguido dormir ali na popa. Em seguida, os discípulos dizem: “Mestre, não te importa que pereçamos?” E Jesus simplesmente repreende o vento. Eu amo a frase que nossa Bíblia nos oferece. Ele repreende o vento e diz ao mar: “Acalma-te, emudece!” E em seguida faz-se grande bonança. O que passei a compreender e a apreciar tão profundamente é que aquilo que aconteceu lá foi a proteção de Deus. Foi o Princípio se expressando. 

A Bíblia fala sobre a mente carnal, ao referir-se à mente humana, que parece tão magnetizada pelo caos. Esse é o efeito da insistência na entropia, na desordem sendo o estado primordial das coisas. Mas a proteção que aconteceu, a calma vencendo a tempestade, a cura que eu tive e as inúmeras outras curas que tive, e que giram em torno do mesmo tópico, não significam que Deus esteja deixando as coisas ruins de lado e entrando em cena porque alguém orou. O ponto é que Deus é o Princípio do universo, e, quando oramos, revela-se o bem da criação de Deus que, na verdade, sempre foi e sempre será o único fato real.

Você sabe, esta Ciência do Cristianismo que Jesus apresentou, e que Mary Baker Eddy, com fidelidade, explicou e compartilhou conosco, vale para todos. É a Ciência da Vida que está disponível para nós, independentemente de nossa formação, e é assim que o Princípio atua.

Acho que muitas vezes pensamos que se trata apenas de, digamos, contemplar a quietude. Mas qual é o papel de Deus nisso tudo? Gostaria de saber se você pode explicar o que lhe aconteceu lá. Você mencionou que não se tratou de reformular seu pensamento para ignorar a dor. Claramente, existiu alguma outra força em ação, e a quietude permitiu que você a reconhecesse. Você pode dizer algo mais sobre o papel de Deus?

Deus é quem não apenas criou a vida, mas é a própria Vida, e Ele está constantemente Se expressando em novidade de Vida. No registro bíblico sobre a criação, lemos: “Disse Deus: Haja luz; e houve luz” (Gênesis 1:3). E esse é o modelo simples ao qual gosto de recorrer para saber como a criação realmente é. Por isso, Deus sendo o bem, não criou a vida para depois lavar as mãos, esperando que nós resolvêssemos todos os problemas. Deus é a Vida, sempre expressando a Vida em ordem, em amor, em cuidado, em propósito e em saúde. E, embora aquela que chamamos de “vida real” (que não é a Vida divina) pareça contrária a essa visão maravilhosa, o que a quietude me permitiu fazer foi admitir que Deus é o verdadeiro poder e que eu estava disposto a aceitar essa promessa; estava me empenhando em compreender a presença de Deus.

Você sabe que, como praticista da Ciência Cristã, eu estou bastante acostumado a receber ligações, mensagens de texto ou e-mails de pessoas que necessitam de ajuda. Em termos gerais, eu poderia dizer que todos com quem converso no trabalho de praticista têm dificuldade em lembrar que Deus está presente exatamente onde cada um está. Não digo isso para culpar essas pessoas, em absoluto. Mas é comum não se lembrar de que Deus está presente aqui, agora. Isso não significa que Deus não esteja presente só porque nós não sentimos Sua presença. Como aconteceu com os discípulos no barco, não significava que Deus não estivesse lá. Nosso papel é admitir que existe outra maneira de ver as coisas, ou seja, admitir conscientemente que Deus está presente. Não é preciso fazer força para que Ele esteja presente.

 Por isso, nessa área de quietude, de concentração, o que você procura, o que ouve, o que sente? O que acontece? 

Para mim, ficar quieto não é meditar para “sair da realidade material”, mas sim é conscientizar-se da presença de Deus. Pensar no bem. O Bem está aqui. O Amor é real. E porque o Amor é real, ele não é apenas algo que eu sinto com relação a alguma coisa e que depende de certas circunstâncias. O Amor é Deus, é real. Então, posso repousar o pensamento na natureza do Amor e deixar que o Amor fale comigo. 

Mary Baker Eddy insistia muito no fato de que Deus é quem cura. Certa vez, ela explicou:

“Como é que se realiza a cura na Ciência Cristã?” 

“Essa resposta é abrangente demais para eu dar uma ideia conclusiva em uma breve explicação. Posso citar alguns meios pelos quais não se realiza essa cura. 

“Não se trata de uma mente agindo sobre outra; não é a transmissão de imagens humanas de pensamento a outras mentes; não encontra apoio na evidência apresentada aos sentidos pessoais — a Ciência contradiz essa evidência; não se trata de algo da carne, mas sim do Espírito. É o Cristo que vem para destruir o poder da carne; é a vitória da Verdade sobre o erro; compreender esse fato é o que dá ao homem a capacidade de se elevar acima da evidência dos sentidos, de tomar posse das energias eternas da Verdade, e destruir a desarmonia mortal com a harmonia imortal — as grandiosas verdades do existir” (Escritos Diversos 1883–1896, pp. 96–97).

Então, mais adiante ela continua: “A Ciência Cristã não é um meio de cura com base apenas na fé, mas ela une a fé à compreensão, por meio da qual podemos tocar a orla de Sua veste; e saber que a onipotência tem todo o poder” (p. 97).

Estou pensando em um relato que ouvi recentemente sobre uma mulher, em outro país, a qual está aprendendo a Oração do Senhor. Quando lhe ensinaram as primeiras palavras dessa oração, isto é, “Pai Nosso”, ela interrompeu e disse: “Se isso é verdade, então eu não preciso de mais nada”. Fiquei impressionado com o que ela disse. Como Mary Baker Eddy ilustrou para nós em Ciência e Saúde, podemos pensar em Deus como “nosso Pai-Mãe” (ver p. 16). Se Deus, nosso Pai-Mãe, está aqui e em toda parte, então Deus é Tudo.

O que é que me coloca naquele estado mental de quietude? Para mim, acho que o mais fundamental é estar disposto a admitir que Deus é Tudo, é meu Pai-Mãe e está presente. Admitir isso e conscientemente ficar firme nesse fato, para não aceitar nada em contrário. Você tem de ter uma posição mental firme, não é? Você pode ficar firme no fato de que Deus é Tudo e é nosso Pai-Mãe.

Quanto mais aprendemos sobre essas verdades, mais as vemos com clareza. E é lógico que o mesmo acontece, quando permitimos que nosso pensamento seja preenchido com a natureza de Deus. É o poder de Deus que cura. Não somos nós tentando dar existência a algo. Não é um poder pessoal. Quando deslizo em alta velocidade pela ladeira, não estou tentando fazer a diversão acontecer. Estou apenas concordando em participar dela.

Nesse caso você a está vivenciando.

Claro. É isso mesmo.

Quero voltar a algo que você disse antes — e que certamente é um pensamento reconfortante — sobre essa ideia de que Deus, o bem, é nosso Pai e nossa Mãe. Isso significa algo mais sobre nossa própria natureza, não é?

Sim. Para ser Pai-Mãe, Deus tem de ter filhos — é uma consequência lógica. Eu gosto de como a Sra. Eddy diz isso. Em Ciência e Saúde ela diz: “O homem não é Deus, mas como um raio de luz que procede do sol, o homem, a emanação de Deus, reflete a Deus” (p. 250).

 Se estivéssemos em um bate-papo por vídeo, você veria meu rosto todo sorridente. Certamente o sorriso é sinal de que estou feliz, certo? A felicidade é a causa, e o sorriso é justamente o que acontece devido a essa causa. De maneira semelhante, o sol é o que é, e emite sua luz em função de seu existir. Por isso Deus, o Pai-Mãe, a Mente divina, o Princípio, sendo real, expressa a Si mesmo, e Sua expressão é aquilo que nós somos. Toda a realidade, que inclui todos nós, é a emanação do fato de que o Amor é real, que Deus é real.

 Isso é totalmente natural.

Correto. É fundamental lembrar que é natural. É muito importante que isso não se transforme em algo abstrato. 

Estou sentindo essa quietude agora mesmo. E se você pudesse ver meu rosto, veria que estou sorrindo também. Isso nos traz de volta ao começo, porque começamos falando um pouco sobre as aparentes leis da materialidade, as alegações a respeito do que somos e as regras às quais deveríamos obedecer.

Parece-me que parte do que foi dito aqui é que a quietude possibilita ouvir a Deus e estar atento à Sua presença, e isso acaba trazendo à tona o fato de que a verdadeira natureza de nossa própria existência não é material.

 É isso mesmo, porque na quietude participamos da natureza divina e nos relacionamos com Deus. É crucial entender que não estamos fazendo acordos com Deus. Não significa: “Fique quieto por dez minutos e daí você terá uma cura”. Não é uma transação. Deus não faz comércio. Não estamos fazendo apostas ou dando lances com nossa oração. O que fazemos é admitir intimamente que estamos para sempre unidos a Deus. Não estamos tentando consertar alguma coisa, mas admitindo que Deus está presente. Veremos, portanto, o que precisamos ver.

Há uma história maravilhosa na Bíblia, a qual me ajuda a ilustrar de maneira diferente o que estou dizendo. Está em 2 Crônicas, capítulo 20. Os filhos de Israel estão envolvidos em confusão com alguns povos vizinhos, que estão vindo para atacá-los novamente. Lemos ali esta linda promessa, uma mensagem vinda diretamente de Deus para o povo de Israel: “Neste encontro, não tereis de pelejar; tomai posição, ficai parados e vede o salvamento que o Senhor vos dará, ó Judá e Jerusalém. Não temais, nem vos assusteis; amanhã, saí-lhes ao encontro, porque o Senhor é convosco” (versículo 17). Gosto de saber que não preciso participar de nenhuma luta. Tenho apenas de fazer como lemos no livro de Jó: “…para e considera as maravilhas de Deus” (Jó 37:14). Essa atitude abre uma porta para vermos mais longe do que os sentidos materiais mostram.

Eu não abro uma cortina para fazer com que exista a floresta. Eu vejo a floresta que já está lá fora. Assim, apenas admitimos nosso direito de participar da vida como ela deve ser vivida, como a expressão de Deus.

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